Casar? Hoje? Já?
Capítulo 19 – Casar? Hoje? Já?
Abriu a porta que dava para a rua, o vento frio bateu em seu corpo apenas vestido com uma camisola branca curta. Sentia que iria quebrar a varinha na mão direita, de tanto que a apertava. Olhou para os dois lados da rua, examinando cada coisa que se mexia, depois deixou seu olhar vagar lentamente até a praça. Sua boca abriu um pouco, mas o grito não saiu de sua garganta.
Correu até a praça deixando a porta da sede aberta, parou na calçada da praça e caiu de joelhos ao ver a cena: três grandes cruzes fincadas no chão e três corpos amarrados a elas pendiam suas cabeças indicando que estavam mortos; sangue escorria de vários lugares dos corpos, inclusive de suas bocas e gargantas abertas. Hermione gritou alto olhando na direção da sede, pedindo ajuda para qualquer um que pudesse escutar seus pedidos.
Com alguns feitiços tentou fazer os corpos de Draco, Ron e Gina descerem das cruzes, mas não conseguiu; algo parecia fazer seus feitiços serem desviados. Ouviu passos e se virou, mas não era ajuda que vinha e sim a condenação. Viu Narcisa sorrir olhando para o seu feito e depois para a garota no chão. Segurava a varinha na mão indicando que qualquer movimento da garota não ia ser passando desapercebido.
- Porque eles? – perguntou Mione levantando-se e bufando para a bruxa que ainda ria dela. Sua varinha agora estava tão apertada em sua mão que sentia que iria quebrá-la em segundos.
- Nada em particular com nenhum deles. Só para atingir você – e apontou a varinha para ela – O que foi, Hermione? Não gostou?
- Assassina! – berrou e apontou a varinha para a mulher – Vou matar você. Guarde minhas palavras: vou matar você.
Sentiu um frio estranho, esfregou os braços mas o frio não diminuiu; insistiu em não abrir os olhos, mas aquele frio era ridículo estava passando dos limites. Desistiu e abriu os olhos, algo estava errado. Olhou para baixo e viu que estava coberto até o pescoço: frio não era o que estava sentindo, então.
Olhou para o lado e viu Hermione deitada na cama. Ela se mexia muito e estava totalmente descoberta. Foi tocá-la na intenção de acordá-la, mas sentiu algo emanando de seu corpo: um vento frio. Ao mesmo tempo sentia como se o quarto fosse inundado de um sentimento estranho, um sentimento que conhecia muito bem, mas nunca o tinha visto se personificar daquele jeito, nem mesmo quando Harry matou Voldemort. Olhou-a por mais algum tempo, tentando descobrir o que ela sonhava para deixá-la naquele estado e fazer aquilo ser tão intenso, olhou-a até ouvi-la berrar “Assassina!” e entendeu com quem ela estava sonhando. Precisava acordá-la antes que aquele sentimento inundasse o quarto, porque a cada segundo que se passava o sentimento era mais palpável.
- Hermione, acorda... – balançou ela pelo ombro, mas a mulher continuou com os olhos fechados e cada segundo sentia o sentimento de ódio crescer, estava sentindo entrar por todos seus poros, e aquilo o estava deixando muito preocupado – Hermione! – a puxou pelos braços fazendo com que abrisse os olhos e ficasse sentada olhando para ele.
- Vou matar você! – disse Mione levantando a mão na direção da pessoa à sua frente, mas sentiu seu pulso ser segurado e depois abaixado bem devagar com calma. Piscou várias vezes até sua visão ficar boa e reconheceu o homem À sua frente – Severus... Merlin, eles estão mortos! Todos eles...
Mione se levantou e começou a correr em direção à porta, desceu as escadas correndo, sem se importar com o barulho de seus pés descalços, chegou à porta da frente e abriu-a, fazendo esta bater na parede com um grande estrondo. O vento gelado lhe cortou o corpo; vestia a mesma camisola que usava no sonho. Olhou direto para a praça e correu até ela, caindo de joelhos do mesmo jeito que tinha feito em seu sonho, ali havia três cruzes e nelas os três corpos que tinha visto. Sentiu os olhos queimarem. Seus amigos estavam naquelas cruzes, mas não demonstravam nenhum ferimento: eles não sangravam em nenhum lugar que pudesse ver, nem mesmo estavam com a pele branca cadavérica, mas mesmo assim estavam com as cabeças pendendo indicando que estavam desacordados. Sem pensar duas vezes lançou feitiços sem a varinha. Estava realmente ficando forte, pois nem pensou em como tinha feito aqueles feitiços sem a varinha, apenas usando palavras e acenos da mão, e desceu os corpos deles, totalmente desacordados e gelados do frio londrino.
Ouviu passos e se virou rápido se arrependendo de não ter pegado sua varinha, mas viu Severus de roupão olhá-la assustado. Ele correu até ela e parou ao lado dos corpos, sentindo o pulso de todos eles e depois sorrindo fraco para ela:
- Estão vivos. – e virou-se para Lupin, que vinha correndo em direção a eles, pois fora acordado por causa do barulho que Hermione tinha feito ao descer – Vamos levá-los para St. Mungus. – disse, levantando o corpo de Ron nos braços.
Severus ainda deu uma rápida para Hermione antes de desaparatar com Lupin e os três feridos. Viu a garota de joelhos no chão com as mãos no rosto. Hermione levantou-se quando ouviu o barulho habitual de desaparatação e olhou para as cruzes.
- COVARDE! GUARDE MINHAS PALAVRAS: VOU MATAR VOCÊ! VOU RASGAR VOCÊ INTEIRA E PINTAR ESSA PRAÇA COM SEU SANGUE, SUA VADIA! – berrou para as cruzes e olhando para os lados, esperando Narcisa sair de algum lugar escuro.
Viu luzes se acendendo em algumas casas e pessoas olhando pela janela, mas logo depois as viu desaparecer e as luzes se apagarem. Ainda ficou ali algum tempo, apenas esperando, mas Narcisa não apareceu. Ouviu alguém se aproximando e virou-se já esperando algum ataque, mas viu Severus vindo em sua direção com passos firmes e rápidos.
-Vamos entrar. – disse, passando o braço pelos ombros dela.
- Me larga. – ralhou e se soltou com violência do braço dele – Vou ficar aqui até ela aparecer.
- Não seja boba, ela não virá. – e se aproximou dela de novo, mas ela se afastou dois passos e ele ficou nervoso, mas controlou a voz – Vamos. Você terá outras chances de matá-la.
Viu a garota ficar mais calma, mas ainda sentia aquele frio estranho, aquele frio que não era do inverno de Londres, aquele sentimento de ódio que transbordava da mulher à sua frente, inundava cada parte do corpo dela e se espalhava no ar. Levou-a para dentro e a sentou em uma poltrona em frente à lareira, acendeu esta com a varinha e depois se largou na poltrona ao lado da dela, olhando-a, esperando que ela falasse alguma coisa, mas ela só olhava para a lareira, perdida em pensamentos. “Pelo menos não sinto mais aquele ódio, já é alguma coisa...” pensou ele, ainda com muito receio do que poderia estar se passando na mente dela.
- Como sabia que eles estavam lá? – perguntou baixo e calmo, ainda a olhando.
- Sonhei. – respondeu, saindo de seu transe. – No sonho estavam mortos. As gargantas cortadas... – e lágrimas riscaram seu rosto, fazendo a pele arder por causa do tempo em que ficara do lado de fora no vento frio.
- Premonição? – perguntou pensativo. Sabia que premonições eram raras. Mesmo no mundo bruxo, somente bruxos muito poderosos já a tiveram e isso tudo era novidade. Será que Hermione estava ganhando poderes por causa da maldição? Como?
- Ora, sonhei... – disse brava, dando de ombros e se levantando e andando na frente da lareira de um lado para o outro – Vou matá-la. Ela não pode mexer com as pessoas que amo e achar que vai ficar tudo bem...
- Acalme-se. Já estão fora de perigo. – disse Snape se levantando e andando na direção dela, abraçou-a e sentiu os braços dela entrelaçarem seu corpo.
- Eu os vi mortos, Severus. Vi meus amigos, as pessoas que amo, mortas, sem vida... – e soluçou; estava chorando muito, mal conseguia falar.
- Mas eles estão vivos e agora fora de perigo. Remus está com eles. Virá nos dar notícias. Me prometeu que assim que dessem sinal de melhora iria nos avisar. O próprio medibruxo me garantiu que estavam apenas desmaiados. – disse apertando-a contra seu corpo Sentia a dor dela, imaginava-se no lugar dela, vendo-a naquela cruz, sem vida. O amor de sua vida morta, deixando de existir sem que ele pudesse fazer nada.
- Vou matá-la... – sussurrou no peito dele, fazendo com que ele a afastasse e a olhasse nos olhos vermelhos e cheios de lágrimas.
- Terá sua chance – e depositou um beijo em sua testa – Só não pode deixar esse sentimento tomar conta de você. Ele vai inundá-la até a última célula e fazer com que fique cega. Você se perderá nele; já posso até senti-lo... – disse temeroso, olhando-a nos olhos castanhos que tanto amava.
- O que quer dizer com “posso até senti-lo”? – perguntou ela se soltando dele e enxugando o rosto com as mãos.
- Seu ódio. Você está ficando mais forte e junto esse sentimento de ódio também. Ele é tão grande que posso senti-lo emanando de você.
- Talvez porque esteja querendo matá-la... Vou pintar a praça com o sangue dela... É promessa... É questão de honra agora... – e viu Severus se afastar um passo, o olhou surpresa, percebeu que suas mãos estavam fechadas e sentia a sala ficar mais fria – O que foi?
- O ódio – passou uma mão na outra tentando fazer o frio passar, mesmo sabendo que isso de nada adiantaria.
- Não consigo controlar. – disse jogando-se na poltrona e olhando para a lareira – Já não posso mais controlar esse ódio... Quero vê-la morta.
- Pare. – Severus disse alto para ela, fazendo com que ela o olhasse assustada. – Não adianta, querida.
Mione prendeu a respiração ao ouvir a última palavra, sorriu pelo canto da boca. Nunca tinha ouvido nenhuma palavra desse gênero sair da boca dele, nem mesmo os te amo que ele falava soavam tão bem quanto aquela palavra. Levantou-se e o abraçou, puxando-o para um beijo leve e rápido, logo depois enterrou a cabeça em seu peito e respirou fundo, deixando claro que estava calma.
Snape a abraçou e sentiu aquele frio passar quase que no mesmo momento e a ouviu suspirar. Afundou o rosto em seus cabelos e inspirou sentindo o cheiro doce que ela emanava. Com os braços a pegou no colo e foi em direção a escada; ela se segurou em seu pescoço, com o rosto escondido em seu ombro. Ele parou na frente da escada e puxou-a para mais perto, mas quando ia subir o primeiro degrau ouviu-a falar e parou.
- Vai travar as costas me carregando lá pra cima. Deixa que eu vou andando. – e tentou descer dos braços dele.
- Está me chamando de velho? – perguntou ele, sentindo-se um pouco ofendido. Ela riu em seu ouvido e depois o beijou no rosto.
- Não... – e, com esforço, desceu dos braços dele, parando no primeiro degrau e o olhando nos olhos – Vovô – e começou a subir a escada correndo, pois sabia que não ficaria impune daquilo. Ouviu os passos dele subindo a escada atrás de si e entrou no quarto dele o mais rápido que conseguiu. Tentou fechar a porta, mas ele empurrou esta com força e entrou, fechando-a com a mesma força, olhando para ela com certa raiva.
- Vovô? – perguntou ele, indo bem devagar na direção dela e vendo ela se afastar devagar até a cama.
-É, vovô – tentou escapar das mãos dele, mas ele a segurou com força e a deitou na cama, caindo por cima dela. Os dois tinham um sorriso bobo no rosto.
- Mas bem que você gosta do vovô, né? – e riu da cara que ela fez. Beijou-a demoradamente e rolou para o lado dela. Com um puxão os cobriu e ela ficou de costas para ele. Encaixaram-se um no corpo do outro e ele a abraçou, depositou alguns beijos no pescoço dela e depois disse em seu ouvido bem baixo, numa voz suave e rouca, sentindo o corpo dela estremecer sob o seu:
- Durma, meu bem. Amanhã será outro dia. Eles já estarão aqui e poderá sorrir outra vez ao vê-los sãos e salvos. – sentiu-a abraçar suas mãos, que enlaçavam sua cintura, e rir baixinho.
- Sei que sim. Acredito em você. – e deitou a cabeça melhor no travesseiro.
- Hermione?
- Hum?
- Amanhã podemos nos casar... – viu a garota se virar assustada e olhá-lo surpresa, com os olhos arregalados.
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N/A: Anninha valeu mesmo...
Amei a capa e agora tendo vc como beta ta tudo ótimo....
Bjokas moçaaaa...
Galera valeu tbm por comentarem e por favor, comentem mais q eu escrevo mais...
Bjokas
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