Novo ano, novos professores
Capítulo 6 – Novo ano, novos professores
Quando Harry tentava recordar-se das últimas semanas, parecia que estas tinham durado uma eternidade. Durante todo esse tempo tentara aproveitar ao máximo a companhia dos pais e dos padrinhos, já que os cinco viviam na mesma casa, até Godric Hollow ser reconstruída. É verdade, iam reconstruir a casa onde toda a sua história começou. Visitara o lugar, pela primeira vez em anos, fazia agora uma semana e ficara impressionado com a imponência da mansão da família Potter. Apesar de tudo estar destruído e cheio de pó, a casa continuava lá, majestosa, para contar a história dos seus antigos habitantes.
Nos últimos dias tinha conhecido também os Longbottons, de quem a sua mãe tanto falava desde que regressara de St. Mungus, no dia em que lhes dera a poção. Eram tudo aquilo que Harry imaginara deles. Mas o que o deixou mais contente foi ter revisto Neville. Ele não parecia mais aquele rapazinho baixo, gordinho e desastrado. O regresso dos pais teve o dom de o transformar completamente numa versão bem mais parecida com Frank. Tinha crescido muito, perdera uns bons quilos e exibia uma confiança que jamais Harry vira nele.
Chegou finalmente o dia da partida para Hogwarts. O estado de espírito de Harry não era dos melhores. Tudo bem que ele sentia saudades da escola, dos seus amigos, do Quidditch. Mas por outro lado, queria ficar, conhecer melhor ainda os pais, assistir às suas eternas discussões, ser mimado pela madrinha e descobrir novas traquinices ensinadas por Sirius. Foi com grande pesar que se despediu deles, no momento em que foi dado o sinal da partida do Expresso de Hogwarts. Lily abraçava-o emocionada.
- Vou ter saudades tuas, meu filhote…
- Eu também vou ter saudades tuas, mãe, de todos vós.
- Ei, Harry, nada de choros. Vamos ver-nos mais vezes do que tu julgas.
- Vais fazer-me umas visitinhas, pai? – O olhar de Harry era de pura esperança – Vais ver os meus jogos de Quidditch, não vais?
- É claro. Não perderei.
Mais uma vez o comboio apitou e começou a sua marcha, inicialmente muito lenta.
- É melhor ires. – declarou Lily.
Olhando mais uma vez para eles, Harry correu para apanhar o comboio. Não sabia porquê, tinha a sensação que não demoraria muito para que os voltasse a ver.
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As cabines, na sua maioria, estavam cheias. Hermione e Ron, certamente estavam na cabine dos monitores e ainda não vira Ginny, que provavelmente estava acompanhada dos gémeos. Estes tinham decidido acabar os estudos, tendo deixado a loja ao cuidado do seu melhor amigo, Lee Jordon. Encontrou-os no fundo do comboio, juntamente com Neville e Luna. A viagem decorreu sem problemas, muito diferente dos anos anteriores, em que eram sempre incomodados pelo Malfoy e seus capangas. A meio da viagem, Ron e Hermione juntaram-se-lhes. Estes, ao contrário do que Harry tinha previsto, ainda não estavam juntos e continuavam a discutir como sempre.
Ao final da tarde chegaram finalmente a Hogwarts. Estava uma noite calma de fim de Verão. Os alunos do primeiro ano foram calorosamente recebidos por Hagrid, apesar de eles o acharem assustador, e os outros começaram a entrar nas carruagens puxadas por Thestrals.
Hogwarts estava magnífica como sempre. Harry olhava tudo sem parar, imaginando que um dia, não muito longe, pensara que nunca mais iria vê-la. Mas tudo fazia parte de um passado que ele fazia questão de esquecer. No Salão Principal, já muitos alunos estavam sentados nas suas respectivas mesas. Tudo decorria normalmente… não… estava a acontecer algo. Quando Harry entrou no salão, reparou que muitos alunos comentavam algo uns com os outros e que a população feminina dava risinhos excitados. Ele não percebeu o motivo de tanta excitação até Ginny lhe dirigir a palavra.
- Harry! Porque é que não me disseste que o teu pai e o Sirius iam ser os novos professores?
- O meu pai e o Sirius o quê?
Dirigindo o olhar na direcção que Ginny lhe indicava, Harry sentiu a sua boca abrir-se de espanto. Na mesa dos professores lá estavam os dois, um ao lado do outro, conversando animadamente. Ao verem Harry entrar, acenaram-lhe, trazendo-o de volta à realidade.
- Eu não sabia de nada…
- É, deu para perceber.
Fred e George olhavam com admiração para os dois novos professores. Harry conseguia imaginar o que passava pelas mentes deles: James Potter e Sirius Black, os dois recordistas de detenções, a dar aulas… ia ser um ano inesquecível.
Os pensamentos de Harry foram interrompidos pela chegada dos alunos do primeiro ano e pelo início da canção do chapéu seleccionador. Logo a selecção fora feita e o banquete começou. Ron, como sempre, tentava devorar tudo o que tinha à frente, sob o olhar de censura de Hermione, que abanava a cabeça sem parar em sinal de desaprovação. Quando já todos tinham terminado, McGonagall iniciou o discurso de início do ano.
- Boa noite a todos. Sejam bem-vindos a mais um ano em Hogwarts. Antes de mais, gostaria de dar os avisos do costume, que são: a floresta proibida é como diz o nome “proibida”, não é permitida magia nos corredores, nem brincadeiras mágicas. – A directora lançou um olhar acusador aos gémeos. – Este ano, como sabem, eu serei a Directora da escola, pelo que deixarei a docência de Transfiguração e a directoria dos Gryffindor. Esses dois cargos serão ocupados pelo Prof. James Potter. Posso dizer-vos que foi um dos meus melhores alunos nesta disciplina e que é a pessoa mais indicada para vos ensinar. Mas devo avisar-vos que não é por ser bem mais novo do que eu e bem mais simpático, que deixarão de levar detenções, pois eu instruí-o para ser tão severo como eu. – Este comentário valeu um ataque de tosse da parte de James. Ignorando-o, McGonagall continuou. – Mais uma vez, há uma mudança no professor de Defesa Contra as Artes da Trevas. Foi com muito esforço que consegui convencê-lo a dar esta aula. Apresento-vos Prof. Sirius Black.
É claro que ele dispensava apresentações. Toda a gente sabia quem ele era. Um burburinho levantou-se por todo o salão e Harry pode ouvir alguns comentários como “ele é tão lindo” ou “nunca pensei que um dia viria a conhecer pessoalmente Sirius Black”.
- Há algo mais que gostaria de vos falar. – O barulho cessou imediatamente. – Ontem eu recebi uma visita que me deixou muito surpreendida. Vão achar que eu estou louca se disser que foi o professor Dumbledore quem me visitou, e que ele tinha menos 20 anos. Não, eu não estou louca e não se vão livrar de mim. A verdade é que ele fez uma viagem no tempo, desde há 21 anos atrás. Como alguns devem saber, Hogwarts foi atacada nesse ano e os estragos causados na escola foram imensos. Assim, os alunos ficaram desprotegidos e vulneráveis a futuros ataques. Foi então necessário encontrar um lugar seguro para os acolher. Foi assim que o Prof. Dumbledore desse tempo chegou até mim. Sabendo que o nosso tempo está em paz, ele pediu-me para acolher todos os alunos. Por isso, eu quero dizer-vos que eles chegarão dentro de uma semana, e eu peço-vos que os tratem bem, até porque muitos deles serão os vossos pais no futuro. Agora que já disse tudo, desejo a todos um bom ano.
O burburinho regressou. Harry viu o seu pai comentar algo com Sirius e este a rir-se. Ele sabia o que eles falavam. Há 21 anos atrás eles estavam no 7.º ano. Isso queria dizer que ia estudar junto com eles. Ia ser, definitivamente, um ano interessante!
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No dia seguinte, durante o pequeno-almoço, Ron e Hermione, agora monitores chefes, distribuíram os horários. Ao olhar o seu, Harry viu que nesse dia tinha poções duplas e herbologia de manhã e transfiguração dupla e feitiços de tarde. DCAT só teria no dia seguinte.
Slughorn tinha permitido que alguns alunos, não inscritos em poções, assistissem às aulas. Tal era o caso de Neville e Dean que haviam decidido seguir a carreira de medibruxaria e isso incluía ser obrigado a ter largos conhecimentos de poções. As masmorras continuavam o mesmo lugar sombrio de sempre. Porém a sala tinha um ambiente bem mais alegre. Tudo isso se devia à alegria contagiante de Slughorn, com a sua gravata às riscas rosa e amarelas, que, como sempre, já começara a enviar convites para um chá de convívio.
Harry reparou que da turma dos Slytherin apenas restavam duas alunas com quem ele nunca tinha falado. Os restantes estavam neste momento em Azkaban ou tinham fugido do país por serem filhos de Devoradores da Morte. Pelo menos esses ele não teria de aturar mais. Mas Slughorn pelo contrário…
- Olá Harry! Recebeste o meu convite? Espero que apareças hoje à hora do chá e que leves a Srtª. Weasley contigo.
- Recebi sim, professor, mas não sei se vou poder ir…
- Então Harry? Não há desculpas. As aulas ainda estão a começar e ainda não há treinos de Quidditch. Agora é melhor sentares-te porque eu vou começar a aula.
- Sim, professor! – Harry pensava como aquele professor era chato. Tinha de pensar num jeito de se livrar daqueles chás de uma vez por todas. Talvez pudesse pedir uma ajudinha ao Sirius. Sabia que o padrinho não gostava desse professor e certamente não hesitaria em ajudar o afilhado.
- Antes de começarmos a aula, eu queria lembrar-vos de que no final deste ano terão os NIEM, pelo que deverão estar aptos a fazer de olhos fechados poções curativas, da invisibilidade e da verdade. Isso será muito útil, principalmente para quem quer seguir a carreira de auror. Hoje vamos fazer uma poção bastante fácil. Abram o livro na página 196 e comecem a preparar a poção revigorante.
A aula correu, para Harry, o pior possível. Além de ter aturado durante toda a aula as insinuações de Slughorn de que o namoro com Ginny andava a deixá-lo distraído, ainda teve de o ouvir mais uma vez no fim da aula a convidá-lo de novo para o chá.
Pelo contrário, a aula de Herbologia correu o mais normal possível. Como sempre era Neville quem mais respondia. Depressa chegou a hora de almoço. Ginny juntou-se a eles.
- Então, como correram as primeiras aulas? – perguntou Ginny empurrando Ron para se sentar junto de Harry.
- A mesma perda de tempo de sempre a poções.
- Harry, não digas isso. Tu sabes muito bem que a disciplina de poções é muito útil.
- Tu dizes isso, Hermione, porque não tens o professor durante toda a aula a convidar-te para um maldito chá. E tu Ginny?
- Eu tive aula com o teu pai. Ele é fantástico, eu diria até que ele sabe tanto de transfiguração como a McGonagall. Ele transfigurou dois ratinhos em Snapes em miniatura, que começaram a dançar salsa um com o outro.
Ron engoliu rapidamente a quantidade enorme de comida semi-mastigada, e retorqui rapidamente:
- Parece que não são apenas boatos aquilo que dizem sobre a enorme “amizade” que o teu pai nutre pelo seboso!
- E estamos apenas a falar do meu pai… Se fosse o Sirius, provavelmente, essas figurinhas teriam terminado o seu breve espectáculo dando um salto mortal para um caldeirão cheio de alguma poção que transformasse o seu cabelo oleoso nalguma espécie de perucas de Barbies.
Ron pareceu asfixiar com algo que lhe ficara entalado na garganta. Hermione apenas revirou os olhos e dirigiu-lhe um olhar reprovador.
- Se tivesses bons modos, talvez não acontecesse isso cada vez que tivesses que abrir a boca para falar.
- Mheuuuuu bouuuu mennnn bresmentooooooo!
- O quê?! Traduz Harry…
- Ele disse: “Eu estou em crescimento”.
Se é possível imaginar Hermione com um olhar que em muito se assemelha ao de Minerva McGonagall quando dá um castigo, então era assim que ela se encontrava.
- Só se for para os lados, Ronald Weasley!- agarrando os livros, Hermione levantou-se como um furacão – é melhor irmos de uma vez para a aula de Transfiguração antes que tenhamos de internar o Ron no Hospital de St. Mungus por indigestão.
Todos na mesa sabiam que, no estado de espírito em que Hermione se encontrava, o melhor seria mesmo não contrariá-la e sair dali o mais rápido possível.
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NA: Tal como prometi, cá está hoje um novo capítulo. Mas devo confessar-vos que talvez só ponha o 7.º, no próximo fim-de-semana, uma vez que durante a semana não tenho net. Se as coisas correrem bem, talvez eu consiga por amanha, mas não prometo nada.
Agora outro assunto! Estou a perder a inspiração... E tudo isso, porque ninguém comenta a minha fic. Ontem quase que inundei o meu computador (literalmente, é claro) chorando a minha desgraça por ser tão má, pelo que ninguém se dá ao trabalho de dizer alguma coisa. E todo esse tempo, a pobre da Lightmagid aturou os meus lamentos. Pobrezinha.
Agora esta chorona despede-se até ao próximo capítulo.
Bjocas, Guida Potter.
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