Raptos, Brincadeiras e discuss
Capítulo 15 - Raptos, Brincadeiras e discussões
Existem momentos na nossa vida, em que nos perguntamos quem somos, onde estamos e para onde vamos. São as três perguntas clássicas da nossa existência. Quem somos afinal? Porque viemos a este mundo, cheio de incertezas, de crueldade e de criminalidade?
Para Joanne Boss, professora de mitologia na Universidade de Sorbonne, em Paris, e amante de Filosofia, estas perguntas apenas tinham uma resposta. Todos nós já nascemos predestinados a um papel nesta vida. Todos temos um destino traçado, por pior que ele seja. Uns, os mais afortunados, têm uma vida sem grandes preocupações, cheia de bons momentos e de felicidade. Outros, com menos sorte, estão condenados a sofrer e a desejar nunca ter nascido. Era nesse grupo que se incluía Joanne.
Quando acordou nessa manhã, Joanne pensou que o seu dia seria tão normal quanto muitos outros. Iria para a faculdade, onde dava aulas, aturaria um bando de jovens com a mania de que conseguiria mudar o mundo, se quisesse e, no final do dia, regressaria a casa, desanimada, solitária, sem forças e com vontade de abandonar a vida a que se tinha proposto seguir.
Já fazia 17 anos que decidira abandonar definitivamente mundo da magia. Sim, ela era uma bruxa e tinha deixado esse mundo para trás, para sempre. Só ela sabia o quanto sofrera, o quão tinha sido duro viver num mundo completamente desconhecido para ela, conviver com pessoas que pensavam que a magia era apenas um truque de ilusionismo. Mas nessa altura, estavam em guerra. Voldemort ganhava cada vez mais poder e tinha cada vez mais aliados. Ninguém conseguia pará-lo e muitas pessoas pereceram nas suas mãos. Toda a sua família, os seus pais, a sua irmãzinha mais nova, o homem que amava, todos eles tinham sido mortos. Gideon Prewett, era esse o nome do homem a quem estava disposta a entregar toda a sua vida. Eles amavam-se e iam casar-se em poucos dias, quando ele foi assassinado. Por mais que lhe dissessem que ele morrera a lutar pelos seus ideais, ela nunca aceitara a sua perda. Por isso, quando a dor se tornou insuportável, decidiu viver como muggle e esquecer para sempre a sua vida passada. Deixou a sua casa, o seu país, os seus amigos… tudo ficara para trás. A única coisa que nunca deixou foi a sua ânsia em conhecer a cultura egípcia. Assim, formou-se e passou a dar aulas de mitologia, a única coisa que a deixava um pouco feliz. Mas, com o tempo, também isso deixou de lhe trazer ânimo à sua vida e, aos poucos, foi perdendo a vontade de viver.
Nesse dia, porém, tudo o que lutar por esquecer, reapareceu na sua vida. Ao chegar à faculdade, como sempre, foi levantar a correspondência. O mesmo do costume, convites e mais convites para conferências, sobre os deuses egípcios, a sua especialidade. Mas depois, algo diferente aconteceu. A recepcionista avisou-a de que havia alguém à sua espera, interessado em falar com ela. Era muito estranho. A maioria correspondia-se com ela por carta, por e-mail (algo que começava a tornar-se normal), ou simplesmente por telefone. Raramente falavam com ela pessoalmente.
Ao chegar ao seu gabinete, ela viu-o. Era alto, magro, com os olhos sombrios, e o seu cabelo parecia já não ver água e sabão há já alguns dias. Infelizmente, ela conhecia-o muito bem.
- Severus Snape! – a voz dela saiu cheia de rancor. Snape foi um dos responsáveis pela morte de Gideon. – Que desprazer ver-te aqui! Tinha a esperança que, depois destes anos todos, tivesses virado comida de vermes.
- Sempre calorosa, não é Boss? Também tive saudades tuas.
A raiva de Joanne era palpável e subia-lhe ao rosto, adquirindo um tom arroxeado. Sempre odiara Snape e o seu jeitinho sarcástico.
- Não vieste aqui para matar saudades, pois não? Diz logo o que queres.
- Nada de mais. Apenas quero pedir umas informações. Nada de importante.
- E se eu não as quiser dar?
- Ai vais dá-las… a bem ou a mal.
A varinha de Snape estava apontada ao coração de Joanne. Ela não podia fazer nada. A sua própria varinha estava guardada num caixote no sótão, fazia anos, juntamente com tudo o que a ligava ao mundo da magia. E mesmo que, porventura, a tivesse ali, não poderia fazer nada. Provavelmente, depois de tantos anos, nem se lembrava de como fazer um feitiço direito. Suspirou resignada quando uma luz vermelha se dirigia a si.
- Acho que está na hora de regressar ao mundo da magia, Boss! Temos uma conversa para colocar em dia.
Agora não havia nada a fazer. Sentiu os seus músculos paralisarem. Estava prisioneira e ninguém a poderia ajudar. Aqueles que poderiam, como Albus Dumbledore, que nem sabia se continuava vivo, não faziam a mínima ideia de onde ela se encontrava. A sua sorte estava entregue ao destino, em que ela tanto acreditava. Ia ter um destino pior do que o de Gideon. Pelo menos esse morrera rápido e como herói. Ela, pelo contrário, ia ser torturada, mutilada, até que falasse o que Snape queria. Ela sabia muito bem o que ele procurava. Estudara muito e fazia ideia o que é que poderia interessar a um Devorador da Morte. Ela poderia até morrer, mas por ela não saberia nada.
Mal sabia ela que a pessoa que mais amava no mundo procurava desesperadamente por um sinal dela.
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Na enfermaria de Hogwarts, Harry acordara sobressaltado. Nos seus sonhos acabara de presenciar tudo. Teria sido um pesadelo? Não, era demasiado real. Mas como? Ele só tinha visões como aquelas com Voldemort. Como era possível que tivesse acabado de presenciar algo que se passara com Snape?
Olhando em sua volta, Harry percebeu onde estava. A última coisa de que se lembrava era de ter caído da vassoura, depois de ter apanhado a snitch. Aquele Malfoy… quando lhe pusesse as mãos em cima! O seu corpo doía imenso e a sua cabeça parecia que ia estourar de tanta dor. Provavelmente foi por causa da queda. Se bem se lembrava, estava a uns bons dez metros do chão.
Para sua grande surpresa, o céu lá fora começava a clarear, pelo que devia ter passado ali a noite. Podia até imaginar o caos que devia ter sido a enfermaria. Por um lado, Madame Pomfrey a mandar todos sair da “sua” enfermaria. Por outro, Sirius berrando que queria ver o afilhado, enquanto seu pai tentava acalmar sua mãe. Já para não falar de Ginny, que, com certeza, iria matá-lo pelo susto causado. Será que àquela hora os seus colegas ainda estavam a festejar a vitória? Ou melhor, será que festejaram estando ele ali, desacordado? A sua linha de pensamentos foi rapidamente interrompida.
- Vejo que já acordou, Sr. Potter. Pregou-nos um valente susto.
Madame Pomfrey, sempre madrugadora, já se encontrava ali, pronta a trabalhar, a pôr na linha algum doente mais rebelde, ou a expulsar qualquer um que ousasse perturbar a paz do seu território.
- Madame Pomfrey, o que é que me aconteceu?
- Parece que o Sr. Malfoy achou engraçado atirá-lo da vassoura a baixo. Já que não ganhou, decidiu estragar a vitória a quem a conquistou. Sinceramente, deviam acabar com o Quidditch. É raro haver um jogo em que um aluno não me venha parar aqui num estado deplorável. Teve sorte, Sr. Potter. Com uma queda daquelas… poderia ter sido muito pior.
- E quando é que vou sair daqui?
- Ai, que doentes aflitos que me aparecem. Estão sempre com pressa de sair daqui. Não se preocupe, vai sair ainda hoje. Mas antes quero certificar-me de que está mesmo bem. E hoje está dispensado das aulas.
- Aulas?! Mas hoje é Domingo!
- Não, Sr. Potter, hoje é sexta-feira.
Harry arregalou os olhos de surpresa. Uma semana! Ele estivera inconsciente durante uma semana?! Agora sim, a fúria que sentia de Malfoy estava prestes a rebentar.
- EU VOU MATAR O MALFOY!
Madame Pomfrey fez um esforço enorme para manter Harry deitado. Nem parecia que tinha acabado de acordar, depois de uma semana a dormir. De onde é que ele tinha tirado tanta força.
- Não será preciso tanto. O Sr. Malfoy já recebeu o devido castigo, que irá cumprir até ao fim do ano. Agora acho melhor acalmar-se, senão vou ser obrigada a enfeitiçá-lo e mantê-lo a dormir por mais uns dias. Pelo menos enquanto está a dormir não diz asneiras.
Harry bufou de raiva, mas conteve-se. O que mais queria fazer, no momento, era sair dali. Por isso obedeceu à enfermeira sem pestanejar, não fosse ela arrepender-se de lhe dar alta. Ajustaria contas com o Malfoy mais tarde. Agora precisava de falar com alguém sobre o sonho que tivera e, principalmente, descobrir porque o tivera.
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Depois de muito protestar, Harry lá conseguiu livrar-se da Madame Pomfrey. A primeira coisa que fez foi ir ter com o pai. Seria bom garantir-lhe que estava inteiro, antes que ele cometesse alguma loucura. Mas, quando chegou ao corredor da sala de Transfiguração, a cena que viu deixou-o boquiaberto. No corredor, uma McGonagall furiosa, com o cabelo rosa choque e vestida como se fosse para um concerto de rock, repreendia dois jovens Gryffindors, sob uma seriedade fingida dos professore de DCAT e de Transfiguração. Aproximando-se mais, pode identificar os alunos: Remus Lupin e Frank Longbottom.
- Estou muito desapontada consigo, Sr. Lupin. Eu nunca pensei que iria repreendê-lo por gozar com a minha cara. Já se viu, UM MONITOR A COMPORTAR-SE COMO UMA CRIANÇA! E o Sr. Longbottom, sempre tão pacato, nunca se mete em confusões, decidiu seguir agora os maus exemplos?
- Que exagero, Minerva, de onde é que tirou os “maus exemplos”? – Sirius foi fulminado pelo olhar da directora. – Pronto, talvez não fossem tão bons assim. Mas de qualquer maneira está a punir pessoas inocentes.
- Eu não sei porque é que os estás a defender, Sirius, mas eles são tudo menos inocentes. Já se viu? Eu pareço uma adolescente, em idade difícil, que decidiu chamar a atenção. Não, eu já sei: EU PAREÇO A NYMPHADORA!
- Tudo bem que é uma situação chata para si, Minerva!
- CHATA, JAMES, CHATA?
- Sim… é chatíssima, se bem que para nós bastante engraçada… quer dizer… muito mau, muito mau mesmo. – Corrigiu rapidamente – Mas estes dois estão inocentes, eles apenas estavam no lugar errado à hora errada.
- Explica-te depressa, James! Eu estou prestes a perder as estribeiras.
- Então, Minerva, veja bem… mas não se zangue muito… se bem em lembro do meu sétimo ano, fomos eu e o Sirius os causadores da brincadeira… se bem que o alvo era a Sibil Trelawney. Acho que o cabelo rosa choque ficava bem melhor nela.
McGonagall ergueu as sobrancelhas. Parecia não ter percebido primeiro, mas depois, em vez do habitual tom ríspido, veio uma voz de gozo.
- Então o prazer de atribuir um castigo vai ser ainda maior. Já tenho umas ideias em mente.
- Ponha-os a ir para a floresta proibida com o Hagrid! – Sugeriu Sirius.
- É, Sirius, eu lembro-mo de como foi divertido. Foi uma aventura e tanto…
- Foi divertido?! – a directora olhava desconfiada de um professor para o outro – então terei de pensar em algo que valha mais como castigo.
- Nem pensar, Minerva. Já pensou? E se altera o futuro? Nananinanão… tem de fazer tudo direitinho e mandar as nossas versões juvenis para a floresta proibida.
- Ah! E diga-lhes para levarem um lanchezinho. A floresta à noite dá fome.
- Tu só pensas com o estômago, Sirius? Parece que a grávida és tu e não a Marlene.
- Eu não penso só com o estômago, James. Não te lembras da fome que passámos naquela detenção?
Harry ria-se sozinho da lata daqueles dois e do olhar revoltado de McGonagall. Coitada, o que ela passava com aqueles dois. Ele podia até imaginar o que ia na cabeça dela. Provavelmente já estava arrependida de os ter convidado para leccionar em Hogwarts. Às vezes, eles conseguiam ser piores do que o que eram quando ainda eram adolescentes.
- Sr. Lupin, Sr. Longbottom, estão dispensados. Mas eu que vos apanhe noutra como esta!
Com um olhar aterrorizado, de quem acabava de ser apanhado numa teia de acromântulas, os dois alunos não esperaram segunda ordem e desapareceram rapidamente no corredor.
- E vocês os dois – McGonagall virou-se de novo para os dois colegas – quando eu penso que estão finalmente a ganhar responsabilidade, vocês surpreendem-me de novo. Que sina a minha. Não vos aturei naquele ano e tenho de vos aturar agora, EM DOBRO! Ninguém merece.
A professora seguiu o seu caminho, ainda resmungando coisas inaudíveis e gesticulando para ninguém. Incrivelmente, esqueceu-se do cabelo e das roupas, deixando para trás os dois colegas a rir-se nas suas costas.
Quando os dois se acalmaram, puderam finalmente perceber a aproximação de Harry.
- Olha quem acordou?! A Bela Adormecida decidiu dar ares de si!
- Sirius, não brinques com a situação. Estás bem, Harry?
- Aham… como novo e pronto para a retaliação do Malfoy.
- Estou a ver que sim. Deixaste-nos a todos muito preocupados e eu já estou farto de ouvir as insinuações da tua mãe de que é tudo culpa minha.
- Mas, pai? A culpa não foi tua?
- Eu sei, mas ela disse que é por minha culpa que tu gostas tanto de Quidditch e que, se fosses como ela, não tinhas jogado e nada disto teria acontecido. – James suspirou cansado – Até parece que regressámos aos tempos de Hogwarts em que ela me culpava de todo o mal que existia no mundo.
- Anima-te, Prongs. Pelo menos não és o único a sofrer nas mãos de uma mulher. Olha eu, por exemplo, a última vez que estive com a Marlene, só faltou ela acertar-me com uma panela na cabeça, só porque eu disse que a barriguinha dela estava a crescer. Já se viu? Ficou toda ofendida como se eu tivesse acabado de lhe chamar gorda!
- Aprende uma coisa, Harry. – falou James como se lhe estivesse a dar o conselho mais importante da vida dele – As mulheres são um ser de outro mundo que tu nunca consegues compreender. Se tentas, elas acham que estás a tentar controlá-las. Se não tentas, elas acusam-te de não lhes dares atenção.
- E porque é que me estás a dizer isso agora? – Harry estava a divertir-se nitidamente com o desespero daqueles dois, no que dizia respeito a mulheres.
- Por nada de mais. É só um desabafo. Não ligues.
- Tudo bem, pai! Olhem… posso falar convosco em privado?
- Claro! – disse James, indicando a porta aos outros dois e convidando-os a sentarem-se.
- Vocês conhecem alguma Joanne Boss?
Os dois professores entreolharam-se surpresos. Mas a sombra de um passado distante passou-lhes pelos olhos.
- Sim, Harry, de facto conheço. Ela é um ano mais velha do que eu. – explicou James com uma expressão séria – Ela era noiva de um colega meu de trabalho, Gideon Prewett, o tio do Ron e, quando ele morreu, ela desapareceu sem deixar rasto.
- O Gideon tem-na procurado desde que voltou, assim como toda a família dela. Provavelmente, ainda não sabe que eles estão vivos. E pelo que sei, Dumbledore tem ajudado também. A última vez que falei com ele, contou-me que estava a seguir uma pista dela, em França. Mas como é que tu sabes da sua existência? Quando ela desapareceu ainda eras muito pequeno.
- E se eu te disser, Sirius, que sonhei com ela enquanto estava na enfermaria e que, no meu sonho, ela foi raptada pelo Snape?
Sirius susteve a respiração olhando assustado para James. Este passou a mão pelo rosto, observando depois Harry, preocupado.
- Se o que tu sonhaste é verdade, Harry, então poderemos vir a ter nas mãos o início de um novo período crítico. Joanne é perita em mitologia egípcia. Ela estudou muito e, provavelmente, não há ninguém que conheça tanto do assunto como ela. É também um dos motivos que levou Dumbledore a procurá-la. Ela pode ajudar-te muito, mas por outro lado, corre muito perigo, por causa dos seus conhecimentos. Se o Snape a apanhou, é porque está disposto a tramar-nos a vida e a acabar com a nossa paz.
- Mas, pai… o que eu não percebo é o motivo pelo qual eu tive este sonho. Geralmente, eu tinha estas visões através de Voldemort. Nunca aconteceu a partir de outra pessoa que não fosse ele.
- Não sei explicar-te o porquê de isso ter acontecido. O que eu sei é que temos de avisar imediatamente a Ordem da Fénix.
Harry assentiu. Não podia deixar que voltasse tudo de novo. Agora desconfiava quais eram os planos de Snape. Não sabia como é que ele o faria, mas não era coisa boa de certeza. E o pior é que teria de esperar, sem poder fazer nada.
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Para Harry, a pior coisa, depois de uma saída da enfermaria, era ter os amigos sempre no seu pé, a perguntar a toda a hora se ele estava bem. Para piorar a situação, ainda tinha de pensar num jeito de juntar de uma vez Lily e James, antes que os dois se magoassem demais. No entanto, ao chegar ao Salão Principal, constatou que os seus planos teriam de ser adiados. O seu sócio neste campo ainda estava demasiado perturbado com o incidente de McGonagall. Nesse momento, Remus dava um sermão a James e a Sirius, que apresentavam um ar aborrecido por terem sido denunciados por eles próprios. Mas, a perspectiva de passarem a noite na floresta proibida, dava-lhes um pouco de ânimo.
Lily, por seu lado, ouvia atentamente a conversa dos Marotos, preparando o seu território para atacar James de novo. Marlene tentava pôr água na fervura, dizendo a Lily que os deixasse em paz, pois não estava com paciência para assistir a mais uma discussão. Porém, a ruiva não ligou para o que a sua melhor amiga disse.
- Não tens mesmo jeito, não é Potter? Eu pensei que, pelo menos, tivesses algum respeito pelos professores. Mas até a directora não escapou. Ainda por cima, tiveste a lata de me acusar de estar enganada a teu respeito. Até que eu estava enganada… és pior do que eu imaginava.
James fechou os olhos como se aquelas palavras tivessem aberto uma ferida por dentro. Mas quando os reabriu, estes apresentavam uma frieza que quase ninguém conhecia.
- Sabes porque é que estás tão irritada, Evans? Eu digo-te… tu gabas-te de seres alguém perfeito, de não caíres aos meus pés, de não cederes aos convites para sair de nenhum rapaz. Mas na verdade, tu adoras armar-te em difícil, quando na verdade estás é a remoer-te por dentro, porque agora eu não te dou bola nenhuma!
- Pois eu digo-te Potter… NEM QUE FOSSES O ÚLTIMO HOMEM À FACE DA TERRA E A SOBREVIVÊNCIA DA ESPÉCIE HUMANA DEPENDESSE DE NÓS OS DOIS FICARMOS JUNTOS… NEM ASSIM EU ACEITARIA ENVOLVER-ME CONTIGO! Só pensas nas tuas brincadeiras sem graça, nunca pensas nos outros, não te importas se magoas alguém para te divertires. De ti, Potter, eu só quero distância!
- Pois bem… Evans… - James falou cheio de desprezo – fica lá com a tua perfeição… com as tuas regras… porque eu… estou farto de tudo isso. FUI…
James abandonou a mesa de Gryffindor, soltando faíscas atrás de si, deixando para trás uma Lily arrependida e com os olhos lacrimejantes. Harry, como que pressentindo o que se seguia, foi até ela e sentou-se ao seu lado.
- Não leves a sério o que ele te disse! Ele não pensa realmente aquilo. Ele só deve estar um pouco magoado contigo.
- Aquele imbecil… aquele arrogante… aquele presunçoso… como é que ele pode afirmar que eu estou furiosa porque ele não me dá atenção?!
-Também estás a falar coisas que não sentes, Lily. O Harry tem razão… e eu acho que, depois do que disseste ao James, eu tem todo o direito de ficar magoado. E já tens muita sorte se ele ficar só magoado.
- Marlene, eu não acredito que estás a defender aquele cretino!
- Eu só estou a defender o que é a realidade, Lily. Ele não merecia ter ouvido tudo o que lhe disseste.
- E além disso, Lily, o meu pai importa-se com muitas pessoas sim. Ele enfrentou o próprio Voldemort para dar tempo à minha mãe de fugir comigo, quando eu tinha um ano de idade. Por causa disso, ele podia nem estar aqui, agora. Ele é capaz de dar a vida pelas pessoas que ama.
- Eu não preciso ouvir mais nada! Compreendo que o Harry o queira defender. Afinal é pai dele. Mas tu, Marlene… nunca pensei que tivesses coragem de o defender na minha frente. – Quando Lily se levantou, os seus olhos brilhavam devido às lágrimas que agora corriam pelo seu rosto.
- Lily… LILY! – gritou desesperada Marlene, ao ver a amiga a abandonar o salão.
- Deixa-a, Marlene. Isso passa.
- Quando, Harry? Está furiosa comigo… eu nunca pensei que um dia nós nos zangaríamos assim.
- Quando ela finalmente perceber que está errada. Isso deve demorar um pouco. Sinceramente, eu nunca conheci uma pessoa tão teimosa…
As palavras de Harry tiveram o dom de acalmar Marlene. Esta agora, em vez da tristeza que antes envergava, apresentava agora um olhar brincalhão, como se tivesse acabado de descobrir alguma coisa.
- Sabes, Harry, tu és muito parecido com a Lily. E agora… claro! Porque é que eu não pensei nisso antes? Por que outra razão tu tentarias fazê-la ver o quão ela está enganada relativamente a James?
- O que é que estás a insinuar, Marlene? – perguntou receoso.
- Não disfarces, Harry, tu és filho da Lily e do James?! – perante o repentino acesso de tosse de Harry, Marlene sorriu triunfante – Eu sabia, que mais dia, menos dia, eles ficariam juntos. Eu sempre soube que eles eram almas gémeas.
- Bem… já que descobriste, o que é que eu posso fazer? Eu precisava mesmo da tua ajuda. Eu o Remus estamos a planear juntá-los. Que achas? Queres juntar-te a nós?
- Caro que sim! Se é para pôr algum juízo na Lily, contem comigo.
- Mas não contes a ninguém, por favor. Nem mesmo ao Sirius.
- Sim, meu comandante! – Marlene fez um gesto com a mão, como se estivesse a cumprimentar uma alta patente militar – De hoje em diante darei a vida se for preciso, por esta missão.
- Isso não será necessário! Mas é esse o espírito da coisa.
Já bastante mais contente, por ter arranjado uma nova aliada, Harry já podia relaxar um pouco. Não tardava muito, os seus futuros pais iriam ficar juntos. Agora tinha outras coisas mais graves para resolver, começando pelo desaparecimento da tal Joanne Boss. Era urgente reunir a Ordem da Fénix e pedir o auxílio de Dumbledore. Só ele poderia ter uma ideia brilhante para desvendar o mistério. Ou talvez estivesse mais do que na hora de usar o Poder de Horus.
Nota da Autora: Oi meus caros leitores. Devo dizer que eu não ia colocar hoje o novo capítulo. (Guida faz uma carinha triste) Eu pensei que fossem comentar mais… Estou mesmo triste.
Mas para além de estar triste, EU ESTOU FURIOSA! Acreditam que acusaram Lightmagid, a autora de “Magids” de plagiar a fic “Draco Dormiens” de Cassandra Claire? É QUE NÃO TEM NADA A VER! Eu nunca tive tanta vontade de insultar alguém como essa tal Miss Jessie Malfoy. ELA DEVIA ERA TER VERGONHA DE INVENTAR ESSAS COISAS. EU PONHO AS MINHAS MÃOS NO FOGO PELA LIGHTMAGID! Eu obriguei-a a escrever até às quatro da manhã… eu sou testemunha de todo o esforço e dedicação que ela tem dado àquela fic. Se há pessoa que não merece tal acusação é a Lightmagid. O que é que eu posso dizer… Lightmagid, não dês ouvidos a pessoas que não merecem a nossa atenção. Tu és uma grande escritora… uma grande amiga… uma óptima pessoa! FORÇA! E CONTINUA A ESCREVER!
Agora, as respostas AOS POUCOS comentários que recebi (profundamente chateada):
Carlapiks: Não tem nem como eu falar para ti aquela coisa do “Magid Dourado” (quem não sabe do que é que eu estou a falar, tem de ler a fic “Magids” de Lightmagid). Mas não tarda nada, vais saber… Quanto à tua irmã, diz-lhe que, assim que sair do castigo, dê uma passadinha por aqui e que actualize a fic dela, porque eu estou à espera… E não te esqueças de comentar também. Bjocas gigantes.
Luana Coelho: Estás a ver que não é preciso pôr de joelhos para eu actualizar? Agora já percebeste o que aconteceu ao Harry, não é? Eu não sou assim tão má como isso. AH! Obrigada por me apoiares no que eu disse sobre Miss Jessie Malfoy. Quando mexem com os meus amigos, eu viro uma fera… Um grande xi-coração.
Mih Black: Bem vinda a esta fic! Apesar de eu continuar a achar que há pessoas com mais imaginação e que escrevem bem melhor do que eu, obrigada pelo elogio. Quando acabares de ler, por favor, diz qualquer coisa. Beijocas.
Agora tenho um aviso importante a fazer. Eu tenho-me dedicado muito pouco à faculdade por causa desta fic. Por isso é provável que eu não actualize durante algum tempo. MAS, eu prometo que, mal tenha um tempo livre para isso (talvez no próximo fim-de-semana) eu colocarei logo. Agora, POR FAVOR, não se esqueçam de comentar, senão eu vou ficar muito triste.
Muitas Bjocas, Guida Potter.
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