Único capítulo xB
“O Lorde das Trevas diz que eu tenho o que se precisa para ser um psicopata de primeira classe” começou Draco, triunfante. Em volta da mesa imaculadamente limpa, todos os olhos se voltaram para ele, bebendo cada palavra sua, admirando a glória que Malfoy trazia às suas vidas. OK, Zabini estava revirando os olhos, mas era inveja de nunca ter estado perante Lorde Voldemort.
“Meu pai é o segundo no comando. Espero me provar ao Lorde das Trevas, então, na hora certa, irei derrubar meu pai e tomar seu lugar.” Draco, por um momento, se imaginou sendo o braço direito de Voldemort. Dinheiro, mulheres e sem a baboseira de Lúcio.
“Eu não acho que devia dizer isso à seu pai” disse uma voz casualmente cruel, da sombra de uma das muitas portas da sala.
“Milorde!!” guinchou Draco e a sua tropa da Sonserina, rapidamente levantando das cadeiras e caindo aos joelhos em reverente medo. Draco manteve seus olhos no chão, observando os sapatos de Voldemort, como se nada mais importasse como a sujeira nas botas do lorde. Levou um momento para assimilar o fato que um segundo par de sapatos acompanhava as botas- um par de Adidas falsos, para falar a verdade.
Draco piscou algumas vezes, olhando os tênis, e acompanhando seus calcanhares até uma pessoa que ele com certeza não esperava ver ali. Alguém que ele esperava estar morto e apodrecendo (ou apodrecendo antes de morrer, assim é até melhor) em um calabouço em algum lugar.
Voldemort estava firmemente agarrado aos cabelos dessa companhia improvável; em seu rosto estava uma expressão que, se vocalizada, seria um “Olha o que eu ache-ei!” bem cantado. (Por sorte, Voldemort não tende a falar assim.)
A voz de Draco escancarou-se ao que ele voltava a ficar de pé; apesar de tentar evitar, ele simplesmente não conseguia. “Esse...”
“Sim” interrompeu Voldemort. “Conheçam Merak Black.”
“OK” disse Draco. “Isso, definitivamente, não é o que eu ia dizer.”
Harry Potter- também conhecido como Merak Black por certos psicopatas assassinos- dirigiu a Draco um olhar fulminante, ainda lutando contra o aperto de Voldemort (Aquele-que-não-tem-noção-de-espaço-pessoal) . Draco tentou retribuir o olhar, mas estar diretamente sob a vista de Voldemort o deixou sem opção de reagir se não quisesse uma maldição.
Voldemort ou não percebeu ou ignorou os olhares fulminantes ao que ele continuou. “Este é meu aprendiz e herdeiro. Sua adição à família Black foi patrocinada por Bellatrix Black e Narcissa Malfoy, que estarão provendo a documentação e o resto de sua educação formal.”
“Minha mãe??” lamentou-se Draco. “O que ela tem a ver com isso??”
“Sua mãe concorda que um contornador de regras como Merak tem um lugar natural na família Black. Casualmente, Merak também provou ser bastabte habilidoso nas Artes das Trevas” continuou Voldemort, com um olhar de prazer que fez o sangue de Harry ferver.
“Sim” disse Draco, contrariado. “Eu também teria percebido isso.”
“De qualquer jeito, sei que já são familiares entre si, mas, pela etiqueta, faremos uma apresentação formal. Merak, conheça os senhores Malfoy, Zabini, Nott, Crabbe, Goyle, e... aquele garoto, sentado do lado de Malfoy. Não me lembro quem é.”
“Oi” disse, simplesmente, Harry, tentando enfiar o maior conteúdo possível em uma palavra de duas letras.
“Maravilhoso. Agora, sente-se e converse como um bom garoto.” Disse Voldemort, apesar disso ser quase impossível, pois ele ainda agarrava o cabelo perpétuamente bagunçado de Harry.
“Erm, você vai larga-lo, Milorde?” perguntou um nervoso Nott.
E essa foi a vez de Harry dar um sorriso desdenhoso. “Ele só está com inveja pois eu tenho cabelo e eleAAARRRGH!!”
“Tente lembrar aonde está sua cabeça, garoto” disse o Lorde das Trevas, relaxando a mão na cabeça de Harry. “Eu quero que todos vocês tenham um chá quieto e calmo. Se conheçam melhor. Falem sobre quadribol. Planejem para dominar o mundo. Qualquer coisa que garotos da sua idade fazem hoje em dia. Eu vou estar por aqui para pegar meu aprendiz quando terminarem.” Voldemort soltou Harry e foi embora.
“Não acredito que estão o mantendo vivo, Potter” começou Draco, no instante em que achou que Voldemort estava fora de alcance auditivo.
“Provavelmente, você não devia me chamar mais assim” disse Harry, encarando o teto.
“Eu me recuso a lhe chamar de qualquer coisa que implique que somos parentes!!”
“Bom, eu não me importo, de qualquer jeito” disse Harry, ainda olhando para o teto. “mas acreditem, já foi pior. Snape disse que Voldemort (não precisam fazer caretas, seus idiotas) costumava me chamar de ‘Aquele-que-não-deve-ser-nomeado-na-presença-d’Aquele-que-não-deve-ser-nomeado’ mas não coube no formulário de mudança de nome.”
“Nosso mestre não está aqui, Potter, então posso chama-lo do que eu quiser!”
“Ele está atrás daquela porta ali” disse Zabini, tomando um gole do seu chá, ao que Draco instintivamente olhou atrás do seu ombro.
“Não olhe!” advertiram Harry e Blaise ao mesmo tempo. Draco se virou novamente e também bebeu seu chá, esperando que Voldemort tivesse ignorado isso. “Há portas demais nessa sala” ele comentou casualmente.
“É meio abarrotada também” adicionou Nott.
“Olhem aqui” disse Harry. “Vamos ficar quietos, e fingir que essa não foi a pior coisa que aconteceu no ano inteiro.”
“Você estava em uma masmorra por semanas e isso é o pior??” perguntou Zabini, descrente.
“É tudo meio surreal” disse Harry, finalmente encarando Blaise. “Quero dizer, já esteve em uma sala com o pai do Draco por mais de cinco minutos? É bizarro.”
“Não fale do pai do Draco desse jeito!” interrompeu um garoto sentado à direita de Draco. Harry não havia prestado muita atenção à ele, depois de pensar um pouco sobre por que Crabbe e/ou Goyle não estavam ladeando Draco. O garoto parecia um clone malfeito de Draco no terceiro ano: cabelo pintado de loiro (com as raízes escuras e tudo), e com o nariz empinado em um ângulo quase não-natural; Harry pensou que ele devia passar horas na frente do espelho, praticando seu desdém.
“E você é...?” perguntou Potter/Black, “o gêmeo redundantemente maligno de Malfoy?”
“Este é Graham Pritchard, meu assistente pessoal.” Interveio Draco, antes que Graham pudesse dizer alguma coisa. “Ele vai tomar notas sobre nosso encontro, não vai, Graham?”
“Simsenhor!” disse Pritchard, apressadamente pegando uma pena, um vidro de tinta e um pergaminho manchado.
Harry suspirou e apontou pro material, dizendo “É por isso que eu acho que bruxos precisam de canetas decentes. Apesar da minha teoria que a magia faz qualquer caneta esferográfica parar de funcionar.” Com isso, ele adicionou outro suspiro, dessa vez carregado de desdém.
Draco revirou os olhos. “Do que está falando, Potter”-Blaise pigarreou-“Black?”
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