Magia no Brasil - 1





As tribos indígenas brasileiras eram muito numerosas, porém não tão uniformes em cultura quanto a nossos vizinhos de cima. Cada uma tinha sua pirâmide de poder começando pelo cacique e terminando nas mulheres e crianças. Para entrar no lugar de um cacique você deveria matá-lo ou ser escolhido dentre os mais bravos, quando a morte do mesmo se aproximava. Porém o chefe era quase sempre aconselhado por um bruxo. Ele era o pagé, que usava plantas e já fabricava poções (talvez as primeiras do mundo tenham sido feitas em território maia). As curas eram quase milagrosas o que fez dos pagés os donos da voz na época, controlando a comunicação com os Deuses, Jurupari era o Deus e não Tupã – como imposto pelos jesuítas. Infelizmente, muitas mulheres com conhecimentos em magia eram obrigadas a fingir ser apenas trabalhadoras e mães, e dar todas as informações que conheciam ao pagé de sua aldeia, que não era nada mágico e sim um trouxa esperto. Os caciques dificilmente possuíam conhecimento mágico, porém ficavam em contato com o pagé na maior parte do tempo, e eram ensinados para tomarem seu lugar no futuro, pois os pagés eram muitos velhos. Assim a magia foi passando de “mão em mão” até a chegada de Cabral. O sangue mágico, por mais que misturado, foi resistindo a tudo isso e permaneceu intacto até a mistura com o europeu.

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.