Palavras não ditas
Nota: Antes de qualquer coisa, devo dizer que essa fic só tem duas coisas do filme de Kubricky: o título e os olhos fechados. Nada de NC-17. Segundo, essa fic é, sem dúvida nenhuma, R/Hr. E terceiro foi inspirada por uma fan art que mostrava a visão dos H/Hr sobre qual seria o futuro de Hermione se ela se casasse Rony...Pois bem, essa é a minha versão do que aconteceria com ela se ela se casasse com Harry. Devo dizer que é muito mais desoladora.
Capítulo 1 - Palavras não ditas
Hermione poderia dizer que era feliz. Que seu casamento era perfeito, como todos achavam que era. Poderia dizer que seu marido estava presente em todos os momentos; na alegria, na saúde e na tristeza. Hermione poderia dizer tudo isso e mais; e todos acreditariam nela.
Ela tinha se tornado uma ótima mentirosa. Não que sentisse qualquer orgulho nisso, como poderia? Mas era parte dela agora. Ela tinha se tornado uma esposa de um político, do maior o político da Inglaterra, do Ministro da Magia. E sorrir e acenar ao lado dele era o sua maior tarefa e seu maior dever. Aquilo tinha se tornado parte de sua vida. Assim como as noites em claro, onde lágrimas silenciosas escorriam pelo seu rosto.
Ela poderia jurar que tinha se casado com seu melhor amigo...Não era esse o desejo de toda garota? Casar-se com o homem que lhe entendia, que até lia seus pensamentos, sua alma gêmea? Mas ao que parece, esse amigo tinha sumido no momento que tinha aceitado a posição mais cobiçada do ministério.
Para ela casar-se com ele foi primeiro perfeito...logo tedioso e desinteressante. Depois penoso...E agora...Ela simplesmente estava cansada de tentar concertar aquela relação. Sua vida tinha tomado um rumo que não tinha previsto. Não sabia o que fazer agora.
Ouviu um som vindo da porta da frente que interrompeu seus pensamentos. Colocou o livro que tentava inutilmente ler de lado e foi ao encontro de seu marido.
Os dois se encontraram em silêncio. Quando ele a viu, simplesmente chegou próximo e a beijou suavemente em sua bochecha. Há muito tempo que ela não sentia mais nada em seu toque.
Casados há quase quatro anos, Hermione já sabia seu próximo movimento. Já previa seu silêncio. Ele se sentou na cadeira mais próxima e começou a ler o Profeta Diário.
Ela voltou ao seu livro. Procurando uma esperança...Uma chance, para tornar realmente aquele casamento em um casamento perfeito como todos achavam que era.
Harry olhou o relógio...Estava cansado de discutir com subalternos e procurar soluções para problemas longe de seu alcance.
Olhou o relógio na esperança de que já era hora de voltar a paz e tranqüilidade de sua casa e voltar para sua esposa.
Não era, infelizmente. Faltava ainda uma hora cheia.
Continuou escrevendo uma carta para o novo diretor da escola Drumstang, tentando o convencer a ser razoável e atender seu pedido quando às aulas de Artes das Trevas dadas em sua escola.
“É com grande pesar que lhe escrevo essa carta, caro Diretor. Sua resposta aos pedidos da Inglaterra foi alvo de grandes preocupações.O senhor deve estar ciente da delicadeza do assunto, tendo o conhecimento do quanto não só a Inglaterra como a Europa, sofreram nas mãos das Artes das Trevas...”
Quem teria vencido o jogo entre Harpies e os Tutshills? Iria perguntar para Rony naquela noite...
“... A frágil sensação de segurança que construímos depois da queda de Lorde Voldemort não pode ser ameaçada. O senhor deve entender que enquanto a prática dessas artes malignas for ensinada não haverá confiança entre ambos o seu país e o meu...”
Em falar nisso...Como será que Rony estava lidando com a noiva? Era estranho pensar nele se casando...Tornando-se sério...E talvez até pai. Mas mais estranho era pensar com que ele se estava se casando...Imagine...Lilá Brown!
“...Portanto, como vê, minha preocupação é grande, mas tenho confiança que o senhor irá entender a gravidade e a fragilidade da situação...”
Harry ainda se lembrava muito bem da reação de Hermione ao saber de Lilá...Ele ria até hoje ao lembrar.
Ah...sim...Hermione! Ele a veria dentro de...Quarenta e cinco minutos.
“...Assim me despeço e espero resposta em breve.
Harry James Potter
Ministro da Magia”
Ainda era estranho, mesmo depois de três anos, assinar como Ministro da Magia. Às vezes ele se perguntava por que tinha aceitado o cargo. Com certeza nunca tinha se passado em sua cabeça durante Hogwarts...Mas ele tinha se tornado um Auror como queria em sua adolescência. Na verdade, se tornado o melhor Auror...Subindo rapidamente na escada do poder. Não havia nada mais normal que subir no último degrau.
No fundo, tinha sido à vontade de agradar Hermione. Queria que ela se orgulhasse dele...E estava feliz em saber que tinha conseguido.
O peso da responsabilidade era grande e pesado...E pior de tudo, todos esperavam alguma coisa dele. Ele era afinal de contas Harry Potter. Sua vida era fonte de esperança e também de fofocas para toda a Inglaterra. Grande parte dos bruxos não duvidava que o cargo de Ministro da Magia era perfeito para ele. Uma simples conseqüência.
Havia um grande mistério envolvendo sua toda sua vida. Na verdade uma certa cresça que ele estava destinado a ter uma vida perfeita depois de tantos atos de heroísmo e tempos ruins.
Harry, a principio, não acreditava nisso. Mas ao parar para pensar, acabou cedendo à idéia. Tinha um emprego cansativo mas onde podia realmente fazer alguma coisa que importava. Tinha uma esposa compreensiva, sempre sorrindo, calma e perfeita. Tinha um casamento perfeito.
É claro que um filho seria maravilhoso, mas ele não queria pressionar Hermione.
Um filho! Ou uma filha! Uma criança para alegrar seu casamento...
Harry sentiu uma pequena ponta de tristeza. Sim, seu casamento era perfeito...Mas Hermione parecia cansada com a rotina e o trabalho. Ele mesmo estava. Férias, porém, estavam fora de questão para o Ministro.
Mais uma vez Harry se sentiu cansado e olhou para o relógio esperançoso mais uma vez. Vinte e sete minutos.
Harry iria descansar pouco em casa porque logo às nove horas ele e Hermione iriam ao jantar de noivado de Rony.
E mais uma vez seus pensamentos se dirigiram ao melhor amigo. Rony era o goleiro do Puddlemore United...Pelo menos tinha sido na última temporada.
Foi durante aquela temporada de Quadribol que ele se encontrou com Lilá, e por alguma razão que Harry desconhecia, começaram a sair juntos e agora eram...noivos.
Saíram juntos, Harry notou bem, quando a carreira de Rony indicava sucesso e fortuna. E para todos continuava indicado...Mas Harry sabia da verdade.
Rony tinha lhe contado depois de tentar, com fracasso, esconder do amigo. Puddlemore não tinha renovado seu contrato. Ele estava fora do time, estava desempregado. E nenhum outro time da liga inglesa queria contrata-lo.
Ninguém (além dele e do Sr.Weasley) sabia ainda, nem mesmo Lilá. E isso preocupava Harry. Não queria contestar os sentimentos da antiga colega de escola, mas não podia também deixar de duvidar deles. Sabendo que a carreira de Rony estava acabada, ela se casaria com ele?
Harry não podia fazer nada, então resolveu deixar por conta do destino.
Deixava muita coisa por conta dele, ultimamente. Novamente se sentiu cansado e não quis pensar mais no problema do amigo. Já bastavam os problemas em seu trabalho para se preocupar.
Suspirou antes de mergulhar novamente no trabalho. Escreveu, apagou, reescreveu e repetiu o processo várias vezes.
Finalmente então, o tempo passou e Harry pode ir embora. Levou duas pilhas de folhas para casa, querendo adiantar algum trabalho e aparatou para o encontro de Hermione.
Tentou chegar o mais silenciosamente possível para não a incomodar. Mas falhou porque ela veio a seu encontro.
Beijou-a com carinho na bochecha e sentou buscando o Profeta Diário. Tinha alguns minutos antes de ter que se trocar para o jantar.
Hermione voltou ao seu livro. E era assim praticamente todo dia. Não havia necessidade de palavras entre os dois.
A casa estava em paz e tranqüilidade.
Harry folheou o Profeta, e ficou contente em ver que o Harpies tinha ganhado...
- Como foi seu dia? - perguntou um pouco gélida, Hermione.
Harry franziu a testa, mas respondeu ignorando o tom:
- Como todos os outros. Por que quer saber desse em particular?
Ele voltou para sua leitura, supondo que a conversa tinha sido completada. Ficou fascinado com a manobra da Apanhadora do Harpies, ela não só enganou o outro apanhador como pegou o pomo enquanto...
- Não vai nem mesmo perguntar como foi o meu dia?
Novamente aquele tom de gelado:
- Não foi um bom dia, pelo que parece. O que houve?
- Nada. - ela respondeu irritada. Mas Harry não percebeu.
Agora ela estava satisfeita, Harry tinha certeza. Voltou novamente a Apanhadora do Harpies...
- Só Artur Weasley me visitou...Pedindo que eu não mencionasse durante a festa nada sobre Quadribol, a casa que Rony queria comprar em Hogsmeade e dinheiro em geral. Sabe me dizer o por que disso?
Harry olhou para ela por trás da folha do jornal e respondeu simplesmente:
- Rony perdeu o emprego de goleiro. Não vai renovar o contrato. A carreira dele no Quadribol acabou.
Desde quando ele tinha se tornado tão frio? Harry se perguntou. Depois olhou para Hermione, ela parecia totalmente devastada pela notícia.
- O quê?!
Harry deixou ela continuar suas lamentações:
- E você só me contou agora?! Como pôde? Qual o problema com você?! Não ia me contar o que Rony está passando? Ele precisa de apoio! Foi sempre o sonho dele...
Ele interrompeu...Ela estava sendo melodramática demais:
- Ele já teve apoio o suficiente. Eu falei com ele.
- Ah sim! Onde Harry Potter toca, tudo melhora!
Sarcasmo? Ela devia ter um dia péssimo em St.Mungos...Ele se manteve calmo, como sempre, simplesmente respondendo:
- Você já sabe, não sabe? Fale com ele na festa. De quanto quiser de apoio. Podemos ter um pouco de paz, agora?
Silêncio, finalmente. Paz. Harry voltou para o Profeta. Demorou alguns minutos até que percebesse que Hermione tinha subido para o quarto, o deixando sozinho.
Ele não se abalou. Ela provavelmente tinha apenas ido se arrumar para a festa.
Depois subiu calmamente para seu quarto e descobriu, sem surpresa, que estava certo. Ela estava tomando banho.
Harry se trocou, colocando um traje formal caro. Logo que estava pronto desceu para a porta da frente, esperando por Hermione.
Ela viria. Ela sempre vinha. Não importava o cansaço e o estresse do dia.
E ela veio. Sem um sorriso no rosto, mas linda como sempre.
Sem trocar uma palavra, pois não havia necessidade, os dois aparataram.
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Comentários (1)
Comecei a ler só pela promessa que realmente seria R/Hr, mas é tãaaaaaaao estranho ver H/Hr aaaaaaaaa Mas esta muito bem escrita!
2019-05-24