E que comece o jogo
Capítulo 17: E que comece o jogo.
-VOCÊ AO MENOS PODIA TER LEVADO ELA PRA GENTE CONHECER – gritou a senhora não se dando por vencida.
-EU TIVE MEUS MOTIVOS, MAS NÃO SERÁ COM A SENHORA QUE DISCUTEIREI ISSO. PREFIRO CONTINUAR COM A IMAGEM QUE TENHO DA SENHORA, COMO A MÃE QUE NUNCA TIVE AO VER SUA REAÇÃO DIANTE DAS MINHAS PALAVRAS – gritou frustrado.
-Mas... – tentou a senhora surpresa com o significado seu na vida de Harry.
-Mas nada, essa discussão termina aqui – terminou Harry autoritário.
Todos olhavam a cena, chocados.
-Bom agora que vimos que estão todos bem, vamos entrar e arrumar as coisas. Temos que buscar os elfos e a filha do Guilherme e continuar com a viagem de férias – disse Sophie se encaminhando para o castelo – As explicações ficam para um outro dia – disse fitando o céu.
O grupo caminhou silenciosamente de volta para o castelo, uma vez que não permaneceriam mais lá, era vital que arrumassem suas coisas para partir.
-Lady! – chamou Lílian – Tinha um animal no telhado, algo que nunca tinha visto antes – disse a garota.
-O que você e o referido animal faziam no telhado em meio ao ataque filha? – perguntou Harry receoso.
-Como ele era? – cortou Sophie ainda caminhando.
-Se parecia com um leão, só que negro e com a pele em decomposição – descreveu a menina.
Sophie parou imediatamente de andar e passou a encarar a garota compenetrada.
-Ele tocou em você? – perguntou, abaixando-se para ficar no mesmo nível que a criança.
-Não – respondeu de imediato.
-O que aconteceu? – perguntou placidamente Sophie.
-Tecnicamente ele tentou pular em cima de mim, eu me desviei e ele caiu da torre, o corpo dele se desvaneceu em uma fumaça escura assim que tocou o solo – respondeu a ruivinha.
Sophie se levantou, ainda com uma expressão de quem estava considerando os fatos e curiosamente tinha um sorriso radiante.
-Aeron meu caro, você não consegue fazer nada direito, seu hipócrita – disse ela fitando a linha do horizonte e voltando a caminhar, sendo seguida pelos demais – o leão negro na verdade é um Hicros. Há várias espécies e subespécies, são espectros como os caras de prata que estiveram na casa do Draco. Animais ou humanos que foram, por assim dizer, transformados em criaturas negras – explicou Sophie.
-Há reversão para isso? – perguntou Lílian curiosa.
-Depende do seu ponto de vista – disse Sophie.
-Como assim? – perguntou novamente.
-A minha visão de reversão do mal para o bem, pode não ser a mesma que a sua, não? – disse sorrindo para a garota, que apenas sorriu de volta entendendo o recado de sua mestra – E a propósito, você está bem Ronald? – perguntou voltando-se para trás.
-Eu vou sobreviver – respondeu massageando as costelas
-Posso dar uma olhada, se quiser... – disse Hermione esperançosa.
-Não precisa ser gentil comigo Hermione. Eu sou o trasgo, esqueceu? Trasgos não se machucam assim tão fácil – disse ele gargalhando da própria comparação e soltando um gemido de dor, deixando todos, no mínimo, confusos.
Gina caminhava placidamente. Embora tivesse sido inconsciente, o ato de Harry falara mais do que mil palavras. Mesmo depois de tanto tempo, ainda podia alimentar esperanças de que algo nele ainda reagia à sua presença, algo afogado em um mar de gelo e escuridão. Só precisava de um plano, um ótimo plano, aliás. Sem contar é claro, com a atuação de sua filha. Como pudera se deixar abalar com o toque de Harry a ponto de se esquecer da confusão ao seu redor e nem ao menos tentar salvar a filha?
Harry caminhava sentindo os olhos da senhora Weasley cravados em suas costas. Não esperava que ela entendesse seus motivos sobre como criar sua filha, mas não esperava de todo essa explosão. Se bem que ela era a matriarca da família, devia ter previsto algo do tipo. Pensando melhor, talvez tivesse sido muito rude com ela, talvez pedisse desculpas mais tarde, ou coisa melhor.
Hermione estava entre zangada e impressionada. Zangada por Rony que, como sempre, contrariava a lógica. E impressionada com Harry e Lílian, etc. Sentia pena de Gina, ela iria enfrentar o gênio de Harry que pelo visto passara sete anos remoendo as últimas palavras que trocara com ela, e a si mesma frente ao gênio da filha, alias as duas eram muito parecidas nesse quesito. Sorriu imaginando a magnânima cena de Harry vivendo em uma casa junto com as duas, pobre coitado.
Rony se divertia com as caretas que Hermione fazia ao caminhar ao seu lado. Ela devia estar irada com seu comportamento de homem austero e suas indiretas, era extremamente divertido vê-la irritada. Seguiria até o fim a nova recomendação de Sophie, aliás, gostaria de saber qual o motivo do sorriso logo após um ataque quase fatal.
Fleur e Gui estavam preocupados com sua filha, mas a calma de Sophie e o conhecimento do zelo de Dobby os deixavam mais calmos. O senhor Weasley, como sempre, tentava acalmar a esposa. Carlinhos encarava Sophie com uma expressão indecifrável enquanto Fred e Jorge discutiam baixo sobre uma futura reunião particular com a promissora sobrinha.
-Arrumem suas coisas e me encontrem no saguão de entrada, nossa viagem de férias está apenas começando – disse Sophie ao adentrar o castelo.
Quarenta minutos mais tarde, todos estavam no saguão com seus respectivos malões e os vampiros mergulhados em sangue em um cilindro.
-Bom, vou mandar vocês para um dos nossos inúmeros abrigos. Eu e o Harry vamos buscar os elfos e encontraremos vocês dentro de uma hora. Alguma pergunta? – falou de uma vez Sophie e Hermione imediatamente levantou a mão. – Sim? – questionou.
-Eles vão ficar bem? – perguntou Hermione indicando o cilindro. Sophie a avaliou por um tempo antes de responder, gesto que a deixou meio sem graça.
-Claro, já estiveram pior – respondeu sorrindo – Mudança de planos! Ronald, você irá comigo e com o Harry – terminou ela sacando a espada fazendo com a mesma gestos largos de onde surgiu um portal – Podem atravessar. Horan, você fica de guarda, Lílian a Agapito vejam o que podem fazer para que Vampira e Denetor se recuperem mais rápido – terminou Sophie recebendo o gesto de assentimento dos cavaleiros.
Assim que atravessaram o portal, encontraram-se em um local escuro, completamente nas trevas. Assim que as luzes foram acionadas o queixo de todos caiu. Estavam no que parecia ser um enorme galpão, onde havia todo tipo de arma, espadas e quinquilharias de guerra presas às paredes. Três carros esportes luxuosos, um jipe Hammer, oito motos de modelos também esportivos e exuberantes, e mais afastado, destoando de tudo ao redor, uma lareira com enormes almofadões que mais pareciam camas de tão grandes.
-Nossa! Eu adoro esses refúgios – disse Lílian parada ao lado de Horan.
-Não toquem em nada (isso vale para você mocinha) – disse Horan olhando para Lílian.
-Estraga prazer – resmungou a ruiva.
-Lílian! – disse Horan em tom de alerta.
-Ta, ta. Eu vou tentar, satisfeito? – perguntou cruzando os braços.
-Não – respondeu Horan sinceramente.
-Isso sim é um lugar inspirador – comentou Jorge como se falasse do tempo.
-Faço minhas as suas palavras – completou Fred admirando os carros.
-A quem pertence tudo isso? – perguntou o senhor Weasley admirado com o tamanho do jipe.
-Sophie – respondeu Agapito – E esse não é o único refúgio. Há ainda os palacetes, castelos, casas de veraneio e mais uma porção de coisas. Nós cavaleiros, não conhecemos nem metade de todo patrimônio dela – completou.
-Mas isso não é humanamente possível – comentou uma Hermione descrente.
-Há mais coisas entre o céu e a terra que sua eximia inteligência possa um dia supor – responde Horan, sorrindo.
-Já estivemos aqui antes? – perguntou Lílian.
-Uma vez, quando você tinha uns três anos, acho – respondeu Agapto – E aí, vamos ver os estragos dos nossos pobres amigos dos caninos afiados? Você entra no tanque para içá-los? – perguntou ele.
-Claro, vou trocar de roupa – disse ela colocando a mão sobre um encaixe de um dos vários malões ali presentes. Quando a tampa do mesmo se abriu, a garota pulou em seu interior, desaparecendo por completo.
Vinte minutos mais tarde Lílian saia de dentro do baú vestindo uma roupa de mergulho preta, com detalhes vermelhos e runas douradas nos punhos e na gola. Agapito, que se ocupava em arrumar alguns instrumentos em cima de uma mesa ao lado do cilindro, que no presente momento estava na posição horizontal, aproveitou para assoviar e lançar um comentário que sabia que irritaria a pequena.
-Ae ruiva, ta gatinha heim! – disse ele gargalhando.
-Papai vai matar você se te pegar dizendo isso novamente – retrucou ela arrancando o sorriso do rosto de Agapto e gerando outros mais nos presentes, agora sentados nos pufes.
-Gênio ruim – resmungou abrindo a tampa do cilindro e ajudando Lílian a sentar na borda do mesmo.
-O que disse? – perguntou com as sombrancelas franzidas.
-Nada! E aí, quem vai ser o primeiro? – perguntou enquanto a pequena terminava de fazer um coque com os cabelos ruivos.
-Vejamos – disse entrando no tanque, cujo sangue lhe bateu na altura da cintura. Depois, lentamente, foi se abaixando e tateando até que suas mãos roçaram em algo mole, e segurando firmemente ela puxou um braço – Vampira! Nossa que horror, dá uma olhada nisso – disse ela arrastando levemente o corpo até a borda e mostrando as lacerações que Vampira tinha no braço direito que a ruiva segurava.
-Com certeza a lenda de que vampiros não sentem dor foi-se por água abaixo – disse Agapito irônico, colocando uma porção de vidros com líquidos de aspectos estranhos junto com os instrumentos.
-Nossa, você ta engraçadinho hoje. Dormiu com o Bozo, gatinho? – perguntou sarcástica.
Hermione, levada pelo seu instinto de medibruxa, estava se aproximando do cilindro. Parou gargalhando diante da piada da criança e a olhou divertida, deixando Agapito fumegando.
-Vocês precisam de ajuda? – perguntou Hermione cortando a resposta no mínimo mal criada de Agapto.
-Se você não se incomodar com sangue e caninos afiados, esteja à vontade – disse Agapito olhando de relance para Lílian que moveu os lábios imperceptivelmente.
-Você não se incomoda de entrar ai? – perguntou Hermione a Lílian, apontando o sangue.
-De forma alguma. Além do que a roupa me protege de alguma possível contaminação, coisa improvável uma vez que esses dois frescurentos não bebem nada mais do que “sangue puro” – respondeu ela.
-Como assim “sangue puro”? – perguntou curiosa, se aproximando mais e parando a poucos centímetros da borda.
-Livre de doenças e impurezas, e de pessoas jovens – respondeu a pequena. Agapito acabara de arrumar tudo que iria precisar e observava a cena atentamente.
-Onde vocês conseguem sangue para eles? – perguntou, incapaz de se conter tentando não lembrar das cenas de filmes trouxas sobre vampiros.
-Bancos de sangue – respondeu a ruivinha como se fosse obvio.
A distração de Hermione com os ferimentos no braço de Vampira não levou nem um segundo, mais foi tempo mais do que suficiente para Lílian.
Rapidamente a ruivinha jogou o braço ensangüentado e lacerado em cima de Hermione gritando, a morena assustada começou a gritar e a sapatear no lugar causando uma nova onda de risadas. Horan chegou até a cair do pufe o que causou mais risadas.
-Me desculpe – disse a criança com os olhos escorrendo lágrimas, ainda segurando o braço de Vampira – Não pude evitar. Se bem que essa idéia foi do Agapito – terminou respirando fundo várias vezes para recuperar o fôlego. Hermione limitou-se a resmungar algo incompreensível e os três começaram a tratar dos ferimentos dos vampiros o melhor que puderam.
Sophie, Harry e Rony ficaram observando o portal se fechar e logo em seguida caíram na gargalhada.
-Rony meu amigo, acho bom você usar uma armadura na próxima vez que for falar com Hermione. Não quero estar na sua pele – disse Harry.
-Nem eu na sua – retrucou Rony limpando as lágrimas que haviam se formado em seus olhos. Harry simplesmente fingiu não ter ouvido o que o amigo disse.
-Eu não te disse que se fazer de difícil e indiferente iria tirá-la do sério? Continue assim Ronald, veremos até quando ela agüenta – disse Sophie começando a abrir um novo portal.
-Hermione não vai dar o braço a torcer tão cedo – disse Harry.
-Por isso é tão divertido. Ela vai simplesmente provar do próprio veneno, e a racionalidade não vai ajudá-la – Disse Rony seguindo Sophie através do portal – E ela ainda me deve desculpas – disse em tom magoado.
-Se ela pedir você vai desculpá-la? – perguntou Harry descrente.
-Vou fazer drama... Mas sim, vou desculpá-la – disse sorrindo pensando na possível reconciliação que estava planejando, algo no mínimo quente – Mas ela vai ter que apreender primeiro que em um relacionamento, companheirismo e concessões de ambas as partes é fundamental – completou ele.
-Quem é você? E o que fez com meu amigo? – perguntou Harry se fingindo de desesperado.
Rony parou observando o casebre decrépito a sua frente, pensou em o quanto era incrível como as aparências enganavam.
Demoraram trinta minutos para desarmar os feitiços, dispositivos trouxas e algumas armadilhas até conseguirem entrar. Em uma luxuosa casa, encontraram os elfos assistido, pasmem, televisão, e a filinha de Fluer dormia a sono solto em uma cesta.
-Boa tarde. Prontos para partirem? – perguntou Sophie aos elfos.
-Boa tarde senhora, estão todos bem? – perguntou Dobby preocupado, com sua voz esganiçada – Fizemos o que a senhora nos treinou. Espero que tenhamos feito tudo certo – disse o elfo nervoso.
-Não se preocupe Dobby, estão todos bem na medida do possível. E sim, vocês fizeram tudo direito, foram formidáveis – disse Sophie para acalmar os elfos.
-Que bom senhora – disse o elfo aliviado – Estamos prontos para ir embora – terminou ele.
-Harry você irá acompanhar os elfos até o abrigo. Assuma a guarda para Horan descansar. Eu e o Rony voltaremos mais tarde. Você simplesmente não resiste, não é? –perguntou Sophie vendo que o mesmo havia retirado a criança do cesto e olhava embevecido para o bebe em seus braços e começou a abrir um novo portal.
-Ela estava desconfortável no cesto – respondeu o moreno tentando se defender - Posso saber aonde vocês vão? – perguntou tentando não parecer curioso.
-Providenciar uma surpresa. Podem passar – terminou cruzando os braços.
-Ok! – respondeu Harry. Conhecia Sophie o suficiente para saber que não arrancaria mais palavra alguma dela – Até mais tarde então – despediu-se quando passou e o portal se fechou as suas costas.
Harry, após atravessar o portal, voltou sua atenção para a criança que se mexeu em seus braços se acomodando melhor. Sorriu saudoso, seus olhos se encheram de lágrimas ao lembrar a primeira vez que segurara Lílian nos braços, a sensação de impotência diante de uma coisinha tão pequena e delicada. Nem notou que somente a família Weasley e os elfos permaneciam no recinto o observando. Deixou que uma lágrima escorresse pela sua face e perdeu-se em recordações quando sentiu alguém lhe cutucar, ao olhar para o lado se deparou com Fleur o olhando preocupada.
-Algum problema? – perguntou sério.
-No Arry, posso? – perguntou indicando a filha em seus braços.
-Ah! Perdoe-me. Você preocupada com sua filha e eu aqui babando em cima dela, me desculpe mesmo – disse envergonhado lhe passando lentamente a criança para que a mesma não acordasse – Como ela se chama? – perguntou baixinho.
-Isadora – respondeu ela, ainda olhando emocionada para o gesto de carinho do moreno. Pelo que via, a pose de durão era pura fachada.
-Você sabe onde está a minha? – perguntou ainda fitando a pequena Isadora.
-Ela, Agapito e Hermione estavam cuidando dos vampiros e a sujeira foi tanta que foram tomar banho – disse ela se lembrando de Denetor fazer uma guerra de sangue com a ruiva depois de meio recuperado que molhou todos que estavam perto.
-Horan, Sophie me mandou trocar a guarda com você. Dá pra esperar mais um pouco pra eu tomar um banho? – perguntou ao grandalhão.
-À vontade – resmungou concentrado carregando alguns projéteis em seus devidos pentes.
E assim, Harry Potter, o menino que sobreviveu, saiu da sala em direção a uma quase imperceptível escada que levava a um segundo andar, deixando para trás várias pessoas confusas. Em um momento era um homem tão frio como o gelo e no seguinte ficava emocionado em segurar uma criança em seus braços. Mas duas delas em especial, estavam emocionadas com o gesto. Gina e Molly, mas apenas a segunda entendia a emoção de Harry, no mínimo o pobre garoto havia se lembrando da filha e sabe-se lá o que Merlin, a sensação de segurar um filho nos braços era extasiaste.
Sophie e Rony caminhavam lado a lado por um bairro trouxa.
-Eu ainda acho que isso não é uma boa idéia – disse Rony pela décima vez.
-Minha nossa, agora descobri porque você, o Harry e a Hermione eram melhores amigos – disse ela parando em frente a uma grande residência.
-Desisti. Sinceramente eu acho que eles não gostam muito de mim sabe? Aquele lance de “algo melhor” – disse Rony temeroso.
-Então vamos mudar a visão deles – respondeu Sophie tocando a campainha
Hermione foi a primeira a voltar do banho. Quando viu que os elfos tinham voltado, supôs que Rony os acompanhara, sentou-se ao lado de Gina e relaxou.
-O Rony não voltou com eles – disse Gina como se lesse seu pensamento, enquanto folheava uma revista.
-Aconteceu alguma coisa? – perguntou a morena preocupada.
-Não, pelo menos eu acho que não. O Harry estava tranqüilo – disse se recordando da cena que passou a narrar para a amiga.
-To chocada – murmurou Hermione.
Algum tempo depois Lílian e Agapito desceram, discutindo algo sobre a utilidade da pólvora negra e divertindo-se a imaginar grandes explosões. A pequena ficou satisfeita em saber que o pai já havia retornado e deitou-se no tapete em frente à lareira para esperá-lo.
-O Harry não está bem – murmurou Gina repentinamente, mas mesmo assim sendo ouvida por Hermione.
-Como você sabe? – perguntou, já não duvidando de mais nada.
-Não faço idéia, mas o Dobby fazendo essas caretas grotescas de desprezo pra mim é cômico – disse segurando o riso.
Repentinamente Lílian se sentou no chão olhando para o teto. Agapito e Horan pararam imediatamente o que estavam fazendo.
-Lílian tente controlá-lo. Sophie não está aqui, se ele perder o controle teremos que tirar todo mundo daqui – ordenou Horan assustando todos.
-Odeio quando ele fica assim – murmurou a garota sentando com os joelhos dobrados, com as mãos espalmadas para cima em cima dos mesmos. Estralou o pescoço e no memento seguinte era como se a garota tivesse morrido, até mesmo a respiração era ao menos imperceptível.
Harry respirava profundamente, sentindo os efeitos da água quente correndo por seu corpo. Sentia seus músculos relaxarem, mas não com a velocidade que gostaria. Um leve espasmo muscular percorreu seu corpo, teria ficado preocupado se não estivesse perdido em suas lembranças. Um Demetador não faria a menor diferença ali, sua mente havia se transformado em um ainda melhor.
Flashback
- Que bom que você está bem Gina, porque você não ficou no castelo? Você podia estar morta agora! – disse Harry.
- É, mas não estou. Parece que não precisei de sua proteção não é mesmo? – gritou a garota.
- Gina eu só... – começou Harry.
- Só queria me proteger. Poupe-me de seu discurso heróico Harry. Olha pra você, está pavoroso, você é um monstro, uma aberração. A pessoa que amei morreu na hora que me abandonou, me poupe da sua presença seu monstro! – berrou a garota.
- Se é isso que você quer... – respondeu Harry.
*********
Harry recebeu o embrulho em seus braços em total estado de choque, nem percebeu que Ronan lhe estendia o papel do termo de adoção assinado por Gina.Mas Sophie, vendo o estado deste, pegou o papel e passou ao médico um cartão de crédito e um papel com informações da conta onde se encontrava o dinheiro do mesmo.
- É uma bela garota – disse o médico antes de se despedir.
Todos no interior da caminhonete seguiram calados o trajeto até o aeroporto. Tinham adiantado o regresso em um mês devido à nova circunstância. Longas lágrimas banhavam o rosto do moreno que observava o bebê levemente adormecido em seus braços. A garotinha se chamaria Lílian Evans Potter II, o moreno soltou um riso pelo nariz ao relembrar o nome que batizara sua filha, o bebê em seus braços tinha o seu mesmo tom de pele e por Merlin, era ruiva e tinha olhos esmeraldas como os do pai e da avó, decididamente era a descrição de sua mãe, pensou Harry.
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Abandonar a própria filha...
Fim do flashback
Repentinamente sua mente se apagou, restando apenas escuridão e dor. Sentia as ondas de magia se desprendendo de seu corpo, sentia seu corpo tremer. Ou seria o mundo ao seu redor que tremia? Socou a parede a sua frente, quebrando e abrindo um bom buraco na mesma quando repentinamente sentiu seu corpo sendo jogado de costas contra a parede. Estava prestes a revidar o golpe, quando em sua mente fez-se uma luz e ele se viu diante da filha.
-O que pensa que está fazendo? – perguntou a garota nervosa - Ta tremendo tudo aqui embaixo – franziu as sobrancelhas.
-Desculpe – murmurou envergonhado – Isso não vai acontecer novamente – respondeu encarando a filha através da mente.
-Acho bom! Desça logo, estou com saudade. Faz tempo que a gente não fica junto conversando – disse ela se recordando do treinamento com os centauros.
-Desço em dez minutos – sorriu ele em resposta.
-Ronald, que surpresa. Entre! – convidou a mulher parada à porta – Quem é sua amiga? – perguntou contrariada.
-Obrigado. Esta é Lady Sophie, minha comandante por tempo indeterminado – disse Rony rubro.
-É um prazer conhecê-la, senhora Granger. Mas não podemos nos demorar. Como a senhora sabe, sua filha saiu em viagem de férias com a família de Ronald. Eu achei que talvez a senhora e seu marido gostassem de fazer o resto da viagem com a gente – disse Sophie sem delongas.
-Me chame de Ana, por favor. Aceitam um chá? Roger ainda não voltou do consultório – disse a mãe de Hermione, feliz por saber que Sophie era apenas a chefe do ruivo – Tenho que perguntar a ele, mas quanto a mim adoraria ir – disse ela se encaminhando para a cozinha.
-A mãe parece ser simpática – disse Sophie se acomodando no sofá.
-Espere até conhecer o Roger. Ai sim você vai saber de quem Hermione herdou o gênio turrão – murmurou mal humorado.
Ana, que escutou o comentário de Rony da cozinha, sorriu. Concordava plenamente com o ruivo.
Ao olhar para a escada Gina perdeu o ar. Harry descia lentamente. Estava com uma camisa preta agarrada, que refulgia em tons prateados de gola alta. Calça social também preta e belas botas pretas Resumindo, incrivelmente dark e sexy.
-Harry? – chamou Agapito sentando em uma poltrona lendo a contracapa de um livro.
Harry apenas o olhos indicando que estava escutando.
-Se quiser eu fico de guarda no seu lugar – disse ele desvindo os olhos do moreno e abrindo o livro.
-Obrigado – agradeceu Harry, realmente não estava em condições de proteger nem a si mesmo.
Encaminhou-se até o tapete que a filha estava deitada ouvindo músicas em seu Ipod e deito-se ao seu lado.
-Como você entrou na minha mente com tanta facilidade? – perguntou curioso, quando a filha desligou o aparelho.
-Não posso falar – respondeu ela guardando o aparelho no bolso.
-Por quê? – perguntou desconfiado.
-Porque se eu disser você saberá como me bloquear, e caso precise fazer isso novamente vai demorar pra conseguir outra brecha que possa forçar pra entrar na sua mente – disse ela voltando-se para o pai.
-Isso quer dizer que Sophie já está lhe ensinando oclumência e legiminência? – perguntou admirado.
-Há algum tempo – responde a garota agora se aconchegando nos braços do pai.
Harry ficou um bom tempo passando a mão nos cabelos ruivos da filha e admirando os fios rubros escorrerem por entre seus dedos, quando sentiu o telefone celular vibrar em seu bolso.
Havia uma mensagem de Sophie. Ela dizia que estaria de volta em no máximo trinta minutos, e que teriam dois novos hóspedes. Limitou-se a franzir as sombracelhas e guardar o aparelho.
-Agapito, Sophie mandou uma mensagem dizendo que logo volta e trará mais dois hóspedes – comunicou Harry.
-Quem? – perguntou este, desviando os olhos do livro que lia.
-Não faço idéia, ela apenas disse que teríamos dois novos hóspedes – disse ele voltando sua atenção para o movimento hipnótico dos fios rubros em sua mão.
Depois de muito explicar, vários telefonemas e duas malas ampliadas magicamente, Ana e Roger (ainda meio a contra gosto) estavam prontos para a viagem.
Sophie, que começava a sentir os efeitos de ter aberto tantos portais em um só dia, abriu o último e indicou que Rony atravessasse. Em seguida passaram os pais de Hermione e Sophie por último fechando-o atrás de si.
-Hermione, se eu fosse você pararia de ler esse livro – disse Gina em tom divertido olhando para frente.
Assim que olhou tomou um susto tão grande que deixou o livro cair.
-Oi filha – disse Roger.
-Que bom ver vocês, o que fazem aqui? – perguntou Hermione.
-Ronald foi nos convidar para uma viagem de férias junto com vocês – disse Ana.
Hermione olhou para Rony que, conversava com Sophie e os dois elfos dela. Logo em seguida os três subiram para o segundo andar, os elfos reclamando que deveriam carregar as malas dos pais de Hermione e Rony que eles falavam demais.
Pouco depois Sophie anunciou que Dobby e Winky indicariam a todos onde dormiriam aquela noite, e que descessem para jantar quando estivessem prontos, e foi para junto do cilindro onde os vampiros ainda permaneciam.
“E o jogo está apenas começando” – pensou ela suspirando cansada.
Um homem com vestes bruxas aristocratas caminhava impaciente em frente a uma lareira, esperava uma confirmação.
-O feitiço funcionou, achei-os. Mas provavelmente não estão mais lá, porém o contato inicial foi bem sucedido, temos um acordo humano – disse Aeron às costas do homem o assustando.
O bruxo apenas limitou-se a acenar com a cabeça. Em breve as coisas iriam mudar, e ele iria provar que estava certo, que sempre estivera.
N/A: Ae até quem enfim saiu o capítulo, não teve muitas coisas importantes nele eu sei, mas ele é fundamental, porque agora os personagens estão quase todos presentes, eu disse quase, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, aguardo comentários.
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