Sr. e Sra. Idiota!
- Minha barriga está roncando... – reclamou Ron.
- Você acabou de comer! – retrucou Hermione, perplexa.
- Se você não sabe, eu acordei bem mais cedo que você e comi bem mais cedo também! – Ron respondeu grosseiro. – Aliás, você anda dormindo mais que a cama ultimamente...
- Ah seu grosso! O problema é meu se eu durmo muito ou pouco. Por que você não toma conta da sua vida e me deixa em paz?!
- É...acho que é isso que eu vou fazer...- disse Ron, lançando um olhar magoado à Hermione. Na verdade, ele queria se fazer de injustiçado para que ela se voltasse para ele docemente e pedisse desculpas . mas é claro que isso não aconteceu.
Gina e Harry andavam um pouco à frente por causa da discussão. Já estavam acostumados com esses atritos desde o ano passado e não interferiam mais. Sabiam que os dois só parariam de brigar quando realmente se “entendessem”. Tanto Ron e Hermione, quanto Harry e Gina andavam sem se falar. Harry não se sentia nem um pouco confortável com essa situação.
- Er...Gina, você anda tão calada ultimamente...a gente nem conversa direito. - Harry se esforçou para falar.
Gina, que parecia estar em transe, despertou:
- Ahn...ah Harry, não tenho muito o que falar...mas você também não conversa muito comigo.
Vendo que Harry tinha aberto a boca para responder, ela continuou:
- Olha, você sabe que pode me falar qualquer coisa, que eu estarei sempre pronta a te ouvir e te ajudar no que eu puder. Sou sua amiga também, Harry.
A menção da palavra “amiga” fez o rapaz se sentir um pouco culpado. Foi por causa dele que os dois tinham se separado. Ele sabia que tinha feito isso para protegê-la, mas não ignorava os sentimentos de Gina. Assim como para ele, com certeza também estava sendo difícil para ela conviver com uma pessoa que amava e não podia demonstrar. Um novo Harry, uma nova Gina. Agora tinham que viver penas como amigos, guardando só para eles todos os momentos que tinham vivido juntos, todas as vezes em que sentiram que nunca mais se separariam. Era difícil conviver fingindo que eram só amigos e que era só amizade que sentiam um pelo outro. Mas Harry se lembrou de uma frase se Dumbledore quando disse que chegaria o momento em que teria que decidir entre o que era certo e o que era fácil. Seria mais fácil se voltasse com Gina, mas seria muito ariscado. Mesmo sendo difícil separar-se dela nesse momento, era a coisa mais correta a se fazer, para proteger a vida da ex-namorada.
- Harry...Harry, você ouviu o que eu disse?
- Quê? Ah...ouvi sim. Eu sei que posso contar com você e que você é...minha amiga. E pode também falar comigo qualquer coisa que quiser. – disse ele, sem respirar.
Os quatro chegaram ao castelo e Hermione foi para uma aula extra de Aritmancia.
- Vou para a aula extra agora. Vejo vocês depois. – disse ela com um breve aceno e sem olhar para Ron.
- Ela está horrível hoje, não? Qualquer coisinha fica brava.
Harry e Gina permaneceram calados. Ron continuou:
- Acho que vou ter que fazer o dever de Poções...não vou ter ninguém pra me deixar copiar mesmo...- falou com um olhar que misturava raiva e tristeza. – Vou pegar minhas coisas lá em cima. Até mais.
- Cuidado para não estudar demais...Depois da aula você encontra a gente para comemorarmos a primeira vez que você fez dever sozinho. – brincou Harry, tentando levantar o astral do amigo.
Ron se limitou a dar um breve sorriso e saiu.
Agora Harry estava numa situação um tanto desconfortável. Ele e Gina parados, quietos, se olhando de um jeito constrangido.
- Então Harry...é...vamos para o jardim? Não tenho aula agora...E tenho algumas garrafas de cerveja amanteigada, a gente podia beber.
- Ótimo, acho. Quer dizer, eu acho ótimo.
O jeito formal com que conversavam e se olhavam não era típico dos dois. Essa situação já estava ficando insustentável e eles tinham que fazer alguma coisa para isso mudar.
- Accio garrafas de cerveja amanteigada! – falou Gina, repentinamente.
Após alguns segundos as garrafas vieram voando e Gina pegou-as meio sem jeito, pois teve que segurar duas com apenas uma das mãos.
- Deixa que eu levo, Gina. – Harry se ofereceu para ajudar e a garota aceitou.
Quando chegaram ao jardim, sentaram-se embaixo se uma árvore e começaram a abrir as garrafas.
- Como você vai fazer para descobrir a horcrux, Harry? – falou Gina, após beber um gole da bebida.
- Eu ainda não sei...preciso achar alguma pista, alguma coisa. É frustrante não saber por onde começar.
- Eu entendo...mas eu posso te ajudar. A McGonagall sabe de alguma pista, alguma coisa em que possamos nos basear?
- Não, ela...bem, ela só disse que Dumbledore descobriu essa horcrux antes de...de morrer, como eu já tinha te falado.
- Ela não faz idéia do que possa ser?
- Acho que não, ela não me sugeriu nada.
- Sabe, acho que deve ter alguma coisa na sala de Dumb...quer dizer, da McGonagall. Dumbledore deve ter deixado alguma coisa lá.
Após tomarem duas garrafas e conversarem muito sobre sobre a horcrux desaparecida e as possibilidades de encontrá-la e destruí-la, Harry começou uma conversa bem diferente da anterior.
- Gina...ahn...será que eu poderia te pedir um favor?
- Um favor? – perguntou ela, desconfiada. – Claro que pode, se estiver ao meu alcance...
- Eu queria te pedir para você ficar longe da guerra. Quero que você fique em segurança.
- Em segurança?! Ninguém vai estar em segurança! Como posso ficar longe da guerra? Harry, eu tenho que lutar como todos! Tenho os meus motivos e não sou nenhuma garotinha covarde que sai correndo para se esconder debaixo da cama quando o bicho-papão chega!!! – Gina explodiu, perplexa com o pedido de Harry. – De novo essa história!!!
- Calma Gina! Será que você não vê que é muito perigoso? Que será a pior guerra de todas?!
- Eu vejo que você acha que pode fazer tudo sozinho. Eu vejo que agora, no momento mais difícil da sua vida, você dispensa seus amigos e abre mão do apoio que sempre teve e que sempre terá. – continuou Gina, de uma só vez. – Harry, todos nós temos que participar disso e você precisa de todos e de mim também!
Gina o encarava com os olhos fumegantes e Harry abriu a boca para responder, mas por alguns segundos ficou calado.
- Gina, me escute. É claro que eu preciso de você e é por isso que estou te pedindo. Você não percebe que se algo acontecer a você eu não vou me perdoar? E sem você, se eu sair vivo dessa (Gina fez uma careta), como vou ficar? Você sabe que já perdi grande parte das pessos mais importantes da minha vida e se eu perdesse você...
- Harry, pare. Eu sei disso tudo e...você sabe que eu sinto a mesma coisa por você. Mas nem que eu quisesse haveria uma maneira de fugir. Não há outro jeito. Eu vou estar ao seu lado na guerra e você não pode impedir. – Gina falou em um tom que não abria espaço para contestações e o rapaz não retrucou.
- Acho melhor – disse Gina – nós voltarmos.
- Espere...você...esteve, sabe, com alguém nesse tempo que eu fiquei longe?
- Harry! Eu não acredito que você está me perguntando isso! Como eu poderia estar com outra pessoa se eu amo você, seu idiota?!
- Eu...eu não sei...talvez a distância...aqui tem tantos caras melhores do que eu.
- Chega! Você está falando como um completo imbecil. Ouça – e a garota chegou mais perto do rapaz, fazendo com que ele olhasse diretamente em seus olhos – eu te amo, Sr. Idiota. Mesmo você agindo como um garotinho ao me fazer essas perguntas, eu te amo.
- Se eu sou o Sr. Idiota você é a Sra. Idiota, pois em breve estaremos casados.
Gina estava tentando manter o rosto sério, mas não agüentou e teve que rir desse comentário de Harry, que fez uma cara de bobo ao vê-la assim. “Ela fica tão lindo quando sorri...” – pensou ele.
- E mesmo lutando contra os sentimentos, contra seu amor, ele não conseguiu desperdiçar aquele momento e a beijou . Parecia ter sido transportado a uma outra dimensão, onde não havia guerra, nem ameaças, nem Voldemort.
N/A: Espero que gostem e que comentem. No próximo, R/Hr! xD~
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