Revelações



O sol brilhava forte para receber Harry. Uma brisa leve bagunçava mais ainda seus cabelos rebeldes. Os quatro amigos caminhavam abraçados e felizes, como se nunca tivessem se separado, e Harry sentia o vazio dentro dele se encher por completo de alegria. Ele sentia uma paz crescer e uma nova motivação para lutar pela vida, para defender quem amava e ser finalmente feliz.

A visão do castelo fez Harry se lembrar novamente dos tempos que viveu ali. Voltar para Hogwarts era, para ele, voltar para casa.

-Parece que faz tanto tempo... – disse ele, com o pensamento longe.

-E faz, cara. Você viveu completamente sem notícias, longe de tudo e de todos – completou Rony – Isso deve fazer com que o tempo ande ainda mais devagar.

-É mesmo. Mudar minha vida inteira de repente, viver como um fugitivo... nada disso colabora para o tempo passar – continuou Harry ainda distante.

-Ei vocês dois! – interrompeu Hermione – Parem de se lamentar. Agora estamos juntos e vamos até o fim!

A amiga abriu um grande sorriso e Harry retribuiu. Ele sabia que seria difícil daqui pra frente, mas não podia viver como um robô. Precisava dos amigos, precisava desfrutar desses pequenos momentos que o faziam tão bem.


-------*-------


-Vocês me esperam na cabana do Hagrid? – falou Harry.

-A gente se vê lá, cara – Ron respondeu e foi andando na frente com Hermione.

-Vá logo ver o que a Professora Minerva quer, Harry – falou Gina que ficou para trás – Pode ser muito importante... e lembre-se que sempre pode contar com a gente.

-Eu sei Gina. – ele sorriu muito desajeitado e se dirigiu à sala da diretora.

Harry se lembrava muito bem daquela sala e a quem ela pertencia. Dumbledore... um grande bruxo. Um grande homem, um grande amigo. Sentiu um nó na garganta, mas afastou aqueles pensamentos e, após receber permissão, entrou.

Vários objetos que estavam na sala ele não conhecia. Uma decoração diferente, mas ainda assim era inconfundível. Na cadeira onde se sentava Dumbledore estava uma bruxa com um chapéu de veludo e vestes esmeralda.

-Que prazer em revê-lo Harry! – Minerva se levantou e foi ao encontra do rapaz. – Não sei porquê, depois de todos esses anos- continuou ela- tenho a vontade de chamá-lo pelo primeiro nome, se não se importar...

-Claro que não, na verdade eu sempre preferi ser só o Harry mesmo...- disse ele, desconcertado. E também estou muito feliz em voltar, professora.

-Mesmo não sendo mais sua professora, também não me importo que continue a me chamar assim. – Minerva abriu um grande sorriso para o “aluno”.

Harry corou um pouco por ter esquecido que não estudava mais Hogwarts, mas mesmo assim sorriu.

-Agora escute, Harry. – McGonagall continuou – Vou falar logo para não te deixar mais apreensivo como acho que deve estar.

O bruxo balançou a cabeça assentindo e permaneceu calado.

-Primeiro, quero dizer que sei que você corre muito mais perigo aqui do que escondido, e eu não o chamaria se não fosse do seu interesse, nem estritamente importante. Harry estamos todos em perigo, fontes seguras afirmaram que Voldemort está vindo para cá – essa última frase a professora falou num fôlego só.

Harry arregalou os olhos, mais continuou sem falar nada. Tinha que assimilar tudo aquilo. “Outra batalha aqui... não... Dumbledore... Hogwarts quase foi fechada... todos os meus amigos estariam expostos novamente... eles não podem... não... de novo não.”. Os pensamentos começaram a rodar insistentes, o fazendo lembrar da última batalha, aqueles comensais horríveis, ele assistindo a tudo aquilo impotente. “Snape” – saíram faíscas de seus olhos ao lembrar – Dumbledore morrendo na sua frente...

-Harry... Harry, você está bem? – a voz da professora o despertou de seus devaneios.

-Ahn... sim. Estou sim. Só estava pensando... – Harry falava ainda como se estivesse imaginando todos as conseqüências que uma nova guerra iria trazer.

-Você está entendendo o que eu quero te dizer? – Harry fez uma cara de confuso e a professora continuou – Vamos pensar Harry. Voldemort e os comensais estão vindo para cá. Mas porquê? Aqui ele pode te achar sem nem ter precisado procurar. Ele sabe que você viria se soubesse disso. É para te atrair. Por isso te chamei. Para você se preparar. Para você saber que ele vem, antes de Voldemort saber que você está aqui e sabe da chegada dele. Harry, era apenas para ser uma armadilha. Mas membros da Ordem descobriram o plano dele antes de pô-lo em prática. Precisamos nos apressar.

-Eu... eu não sei o que fazer... como vou me preparar? – Harry estava um pouco assustado, afinal, foi muita informação de uma vez só.

-Você tem que usar seu ponto forte. Todos nós vamos nos preparar. Você não está sozinho nessa luta Harry. E não se preocupe com nada hoje. Amanhã te chamarei para combinarmos tudo. Te daremos todo o apoio necessário. – a professora finalizou e pôs a mão no ombro do rapaz tentando confortá-lo.

-Mas professora... onde eu vou dormir? Vou passar os meus dias junto com os alunos? – o que na verdade era a coisa que Harry mais queria.

-Você dormirá onde sempre dormiu. No dormitório da Grifinória, com seus amigos. Porém, se levantará mais cedo e sua rotina será comigo e com os outros membros da Ordem. Está bem para você? – perguntou a ex-professora.

-Sim professora... eu farei tudo que for preciso para ajudar... Mas... eu queria que meus amigos ficassem fora dessa guerra. Eles não precisam.... – a voz triste de Harry voltou... ele queria proteger os amigos, mas não queria ficar longe deles novamente.

-Harry eles precisam sim! Eu não ia te contar agora, mas Voldemort não quer só você. Ele quer todos nós. – a voz da professora tremeu de medo, ansiedade... Harry não soube dizer na hora o que exatamente a professora sentia – Na verdade ele quer acabar primeiro com as pessoas que podem te ajudar e que você gosta para te fazer sofrer e te deixar sozinho. Ele quer te ver sem saída e sem motivos para viver. Voldemort leva uma vida amaldiçoada e só tem ódio dentro dele. Ele quer ver sofrimento Harry. O seu sofrimento e o de todos nós – concluiu Minerva.

Essas palavras deixaram Harry atordoado. Uma dor forte na sua cicatriz o fez resmungar baixinho. Agüentou firme e falou:

-Mas como a senhora sabe disso?

-A única coisa que posso te dizer é que temos um espião investigando. Mas tarde você saberá mais detalhes sobre isso. Agora pode ir juntar-se aos seus amigos e depois descanse. Amanhã teremos um longo dia. – a professora levantou-se da cadeira e andou até a porta com o rapaz.

-Certo... Até amanhã, professora – Harry saiu da sala da diretora e foi direto à cabana de Hagrid. Queria rever o amigo e saber como estavam as coisas em Hogwarts.

Bateu na porta e, ao ouvir uma voz dizer “entre”, abriu a porta e entrou.

-Harry! Quem bom vê-lo novamente! – Hagrid abraçou o amigo e o levantou do chão, como sempre fazia.

-É bom rever você também! – Harry abriu um grande sorriso e retribuiu o abraço – Como você está agora... que tudo mudou?

-Estamos levando – Hagrid não conseguiu esconder uma sombra de tristeza nos olhos – é uma perda terrível...
Dumbledore era um grande homem! – Harry sentiu um leve aperto ao ouvir esse nome, mas não demonstrou.

-Mas Harry, como foi a conversa com a professora Minerva? – Hermione interrompeu, tentando mudar de assunto.

-Ela pediu para eu ficar aqui durante um tempo... – Harry não queria tocar no assunto na frente de Hagrid – vocês também.... mas não quero falar sobre isso agora, eu queria dar uma volta pelo castelo.

-É, vamos gente.... – Gina finalmente falou – Já está começando a ficar tarde também...

Os quatros se despediram de Hagrid, saíram da cabana e foram dar uma volta pelo campo de quadribol e no lago que eles passaram grande parte do tempo quando estudavam em Hogwarts. O tempo já estava muito frio perto do lago. Porém, os amigos não deixaram de ir até lá, mesmo com Hermione reclamando um pouco.

-Nós temos que vir aqui agora? – os lábios dela tremeram de frio – Eu estou quase congelando!

-Não seja por isso – Ron começou a tirar seu casaco – pode ficar com o meu casaco!

-Mas aí você que vai ficar com frio – Hermione reparou que depois que o menino tirou o casaco ele ficou todo arrepiado.

-Tem outra saída.... er... – Ron começava a corar por algum motivo – se eu.... er.... abraçar você?

Hermione corou, Ron ficou vermelho igual aos seus cabelos, mas Harry e Gina não puderam disfarçar. Os dois começaram a rir disfarçadamente da vergonha dos amigos. Harry sempre pensou que os dois se gostavam, e isso ficou claríssimo no ano passado.

-Hum... é eu acho que é uma boa idéia sim.... – Hermione ainda estava completamente vermelha, mas não pode deixar de abrir um discreto sorriso quando Ron a abraçou.

Depois de darem uma volta em Hogwarts, Harry estava muito mais feliz. E estava muito contente por Ron e Hermione. O tempo já não estava tão frio, mais os dois continuavam abraçados. Harry achou que eles finalmente estavam se entendendo.

Voltaram para a Sala Comunal da Grifinória, e todos os alunos presentes pararam de falar quando viram Harry entrar. Ele achou um pouco estranho já que todos ali estavam acostumados com a sua presença. Exceto pelos alunos do 1º ano. Então para evitar os olhares curiosos, os quatro foram para os dormitórios, pois sabiam que ao acordar teriam um longo dia.

N/A: Espero que gostem desse capítulo. Ele foi refeito algumas vezes, espero que agora esteja bom! Obrigada a todos que comentaram e espero que quem ainda não comentou comente. Críticas e sugestões também são bem-vindas. Eu e a Babi precisamos saber como está nossa primeira fic juntas...Valew!

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