9. Pâmela começa a se lembrar
Para surpresa de Pâmela todos desceram a escada e pararam na frente da lareira da sala do Sr. Weasley formando uma roda.
-- Pensei que fossemos embora? – uma Pámela bem confusa se manifestou.
-- E vamos! - George respondeu com uma piscadela e entrou dentro da lareira.
Pegando um pó verde do pote que Dumbleodore lhe oferecia o rapaz gritou alto e claro : - Hogwarts!!! – e sumiu em uma nuvem de fumaça também verde.
Pâmela deu um passo para trás assustada, mas Harry a tomou pela mão!
-- Vamos! – ele disse sério – Eu vou com você!
Sem olhar para ela, Harry a puxou até a lareira, pegou o pó verde e gritou “Hogwarts!”
Um turbilhão de ruídos e vozes estampiram nos ouvidos de Pâmela em conjunto com um instantâneo mal estar na barriga. Corres se misturavam em borrões diante seus olhos e a garota se viu perdida dentro de um redemoinho.
Em um tempo consideravelmente curto, Pâmela sentiu seu pé atingir uma superfície dura e perdeu o equilíbrio. Quando se deu conta do próprio corpo novamente estava de quatro no chão e prestes a vomitar.
-- Vamos! – Pâmela ouviu a voz de Harry a suas costas.
Pâmela levantou-se e olhou em volta. Estavam em uma sala, bem em frente a lareira que, agora, estava com flores pisoteadas, provavelmente culpa deles, Pâmela imaginava.
Olhando as mesas e cadeiras de madeira maciça, o cheiro enjoativo de algo que vinha de uma sala anexa e um gigantesco lustre de velas, a garota foi novamente invadida por uma gostosa e inesperada sensação de nostalgia. Embora tenham dito o que disseram, Pâmela não estava disposta a acreditar em quase nada do que tinha ouvido até aquele momento.
-- Vamos! – Pâmela ouviu novamente a voz de Harry, com um toque à mais de impaciência. Dessa vez o rapaz já estava na porta da sala e não esperou Pâmela começar a se mexer para sair por ela.
A garota o seguiu o mais rápido que podia, mas era difícil andar no meio de tantas estátuas sem se bater. Harry sabia o quanto ela era desajeitada, poderia ter a consideração de diminuir o passo!
Finalmente eles chegaram! Pâmela de repente se viu em uma ampla sala com camas simples ao longo das paredes. Os demais amigos de Harry já estavam lá junto com uma senhora idosa e um tanto assustada com a intromissão.
-- Aqui está ela! – Harry disse simplesmente.
-- Você está bem? – Hermione perguntou prestativa.
-- Essa viagem não é fácil para um marinheiro iniciante. – George piscou e colocou-se ao lado de Pâmela.
-- Você quer dizer “marinheira”! – Fred surgiu do outro lado da garota.
-- Agora não é hora de conversa fiada, meninos! – o Sr. Weasley interrompeu os dois. – Alvos, Minerva já está aqui?
-- Sim, sim, Arthur. Ela foi conferir as trancas mágicas do castelo. Como faltam um pouco menos de três semanas para o início das aulas, creio que seja melhor arranjarmos acomodações para todos.
-- Mas Pâmela tem que ficar aqui! E não acho que Minerva queira que comecemos sem ela! Ela vai querer ver a moça antes!
-- Nós vamos esperá-la, mas antes temos que tirar todo mundo daqui, não vai ser uma visão agradável...
-- Querem parar de falar de mim como se eu não estivesse aqui!!!! – Pâmela se manifestou de repente. – Não vou fazer nada até me disserem o que querem comigo!
-- Desculpe, querida, mas é mais fácil fazermos devagar... – o Sr. Weasley se manifestou.
-- Fazer o quê? – Pâmela o interrompeu.
-- Fazer você se lembrar...
-- Alvos, está tudo seguro e... – A voz da professora McGonagal parou de repente. Seus olhos se encheram de lágrimas e ela segurou as mãos apertadas contra o peito olhando para Pâmela.
-- Ela ainda não sabe, Minerva! – disse Dumbleodore já antecipando a pergunta da amiga.
-- Bem, vamos deixar os professores sozinhos com a nossa amiga e vamos achar algo útil para fazer... Que tal conjurar nosso guarda-roupa? – O Sr. Weasley disse empurrando os demais ocupantes do aposento para fora.
-- Não quere que eles saiam! – Pâmela disse assustada.
-- Não se preocupe! Estará bem com seu novos, ou melhor, velhos amigos! – Harry disse amargamente antes de sair.
Hermione observou o olhar espantado de Pâmela torna-se magoado e logo depois agressivo antes de sair atrás do rapaz.
-- Sabe qual é o seu problema?! – Pâmela gritou fazendo Harry se voltar e encará-la. – Você está tão acostumado a viver na defensiva que se tornou um completo idiota. Sinto muito que você se sinta enganado, mas não foi por mim! EU é que estou no meio de uma dúzia de bruxos que eu nunca vi e que estão dizendo que farão algo comigo! EU que estou recebendo meias respostas de pessoas que VOCÊ conhece! EU que vou passar a noite sozinha em um lugar que eu não conheço para lembrar de algo que mostrará que a vida que eu conheço é uma farsa!!
Nesse momento todos já estavam na porta da enfermaria ouvindo a segunda parte dos gritos indignados de Pâmela.
-- Que eu saiba, você passou por algo parecido, não foi? Acho que você deveria me ajudar e não me tratar com indiferença ou amargura! Sinto muito pelo que você passou na sua vida, mas desde que você me conheceu eu nunca dei as costas para você como você está fazendo comigo agora!
Pâmela então virou as costas e entrou novamente na enfermaria! Sentando-se em uma das camas e cruzando as pernas, disse:
-- Façam o que quiserem! Não acho que eu tenha outra alternativa mesmo!
Dumbleodore apanhou então uma garrafa translúcida com um líquido viscoso e despejou seu conteúdo em um copo.
-- Você terá que beber isso a cada quatro horas. Por isso faremos uma rotação para cuidar de você. Sinto muito, mas terá alucinações e dores de cabeça até todo o processo terminar!
-- O... o quê é isso?
-- É uma poção, querida! – Prof. McGonagal disse com ternura. – É como uma poção da verdade ao contrário. Ao invés de você falar a verdade, ela fala pra você.
Pâmela pegou a poção e a bebeu receosa e então recostou a cabeça no travesseiro.
-- Vai demorar muito? – Pâmela perguntou temerosa.
-- Serão quatro sessões! Eu irei ficar com você na primeira! – Dumbleodore disse com uma voz calmante e a garota dormiu.
Alguns minutos depois a garota começou a se contorcer.
-- São as alucinações... - Dumbleodore disse – Ela está começando a se lembrar...
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