O Ataque
Draco e Gina acomodaram Hermione confortavelmente na cama, de um dos quartos da hospedaria. Segundo Draco deveriam passar a noite ali, seria mais seguro. Mas, Gina podia ver algo brilhando em seus olhos, ele planejava algo mais, que não queria contar. Hermione, deitada e coberta, murmurava palavras que ninguém podia entender, em uma língua estranha.
_Ela está me dando arrepios.- Sima murmurou, Neville e Dino concordaram com a cabeça.
Gina não falou nada, embora se sentisse do mesmo jeito. Olhou tristemente para a amiga, ela parecia cada vez pior, cada vez mais pálida.
_O que fazemos agora?- ela perguntou para Draco.
_Vamos deixa-la dormir, em paz e sozinha.- ele respondeu.
Os três meninos se entreolharam intrigados, então deram de ombros saindo. Não estavam gostando muito daquilo mesmo. Gina, porém, ficou lívida.
_Como assim? E o vampiro? Achei que íamos ajuda-la, e não deixa-la ser pega de novo. Não vou sair daqui!- respondeu corajosamente.
_Você disse, lá na carruagem que confiava en mim.- ele respondeu com calma, olhando-a no fundo dos olhos- Espero que não estivesse mentindo.
Gina não soube o que responder, ele a olhava tão profundamente, como se pedisse para ela acreditar, a mão dele segurando firme, mas delicadamente a sua. E ela acreditou, como sempre acreditaria nele.
_Tudo bem.- ela murmurou, enquanto saiam do quarto, fechando a porta, Hermione adormecida continuava a falar coisas estranhas. - Mas, é melhor que esteja certo.
_Quando é que você já se decepcionou comigo?- ele perguntou, sorrindo.
Eles desceram as escadas, para se reunir a Dino, Simas e Neville. Segundo a dona do lugar, uma mulher muito gorda e peituda, os três já se achavam no salão de jogos. Draco a agradeceu, e ela sorriu para ele, lançando um olhar de despreso para Gina, murmurando 'magrela'. Draco e Gina foram para o salão, que era um grande espaço na parte da frente da hospedaria, logo embaixo do quarto onde Hermione estava.
Draco entrou direto no lugar, mas Gina parou na porta, chocada. Aquele era o lugar mais sujo, e mal-cheiroso, que ela já vira. A sala estava cheia de mesas redondas, onde homens bêbados jogavam cartas, ou bebiam, ou recebiam mulheres em seus colos, ou faziam as três coisas ao mesmo tempo. Ela pode também perceber uma grande quantidade de charutos, e algumas armas, com as quais ameaçavam uns aos outros, com olhos tortos e pernas bambas. Garrafas vazias estavam em toda a parte, e perto do piano, um coro de bêbados cantava músicas obcenas. Aquilo era um salão de jogos? Parecia mais um grande lixão. Onde estavam as pessoas normais? Draco parou de andar, vendo que Gina não estava ao seu lado.
_Você não vem?- perguntou, ignorando o cenário a sua volta, uma briga de socos acontecia a apenas duas mesas de distânica.
_Eu não vou entrar aí. - Gina respondeu, quando viu uma terceira pessoas acertar um dos lutadores, com uma garrafa, na cabeça.
_É melhor ficarmos todos juntos. É mais seguro.
_Seguro? Draco, eu sou uma mulher!
_É melhor um bêbado do que um vampiro, garanto.
_Não tenho muita certeza. Por que temos que ficar juntos, aí?
_Porque um quarto não faria bem a sua fama.- ele sorriu, mas ela o olhou brava. - Além do mais, esse lugar está lotado. É mais difícil para o vampiro atacar todas essas pessoas, do que apenas nós cinco, mais uma menina desacordada.
_Mas...- Gina gaguejou, quando um homem passou na sua frente, caindo no chão.- Eles estão tropeçando nos próprios pés, como vão nos ajudar?
_Garota, você tem mesmo um problema com confiança.- Draco respondeu, se aproximando e pegando-a no colo.
_Draco, me solta!- ela gritou furiosa, se debatendo e lutando para descer.
Mas, ele ignorou seus protestos, e só a desceu quando chegaram em frente ao piano. Lá, ele afastou o pianista, e sentou Gina em seu lugar.
_Uma atividade respeitável, para uma jovem dama respeitável.- ele respondeu, quando Gina o encarou surpresa, beijando sua mão.
_O quê? Eu tenho que tocar?- ela perguntou confusa.
_Sim.- ele respondeu, então gritou para o salão inteiro.- Essa dama é minha, quem tentar encostar em um fio do cabelo dela, não vai viver para ver o dia seguinte.
E como efeito dramático, se afastou batendo os sapatos com firmesa no chão, encarando todos enquanto passava, e para a surpresa de Gina, a atitude pareceu influir respeito. Ela ficou sentada no banquinho, vermelha até a raiz dos cabelos. O salão inteiro a esperando tocar, e engolindo em seco, ela começou uma música animada, que aprendera ainda criança. Imediatamente, o salão pareceu ganhar vida, as pessoas voltando as suas atividades, falando alto, gritando, bebendo e jogando. O coral de bêbedos recomeçou, desta vez acompanhado por Gina, que estava começando a gostar da animação do lugar, tão diferente dos salões com os quais estava acostumada.
De sua mesa, onde jogava baralho com outros três homens, Draco observava Gina, cantando e tocando alegremente. Sorriu, sacudindo a cabeça. Aquela ruivinha havia realmente o conquistado.
_Bati.- ele falou alegre, baixando suas cartas. Os outros gruniram, com raiva, enquanto Draco recolhia todo o dinheiro que havia ganho. - Desculpem, cavalheiros. Hoje é meu dia de sorte.
Foi quando, de uma janela, viu uma sombra familiar. Era uma pessoas, alta e magra. Ela parou logo embaixo de uma janela, e pulou desaparecendo de vista. Draco estreitou os olhos, o segundo andar era uma altura muito grande para uma pessoa normal alcançar, ainda mais com apenas um pulo. Se levantou, tentando não chamar a atenção de Gina, era melhor que ela ficasse no salão, onde era mais seguro.
_Ei.- Dino cutucou Simas, do outro lado do salão.- Aquele não é o nosso caçador, o Malfoy?
Simas abaixou suas cartas e cutucou Neville, apontando Draco, que saia do salão, pegando algo do bolso.
_O que você acha?- Neville perguntou.
_Que minhas cartas são muito boas para desistir agora.- Simas respondeu, dando de ombros.- Além do mais, ele é o profissional. Daqui à pouco a gente vai atrás dele.
Draco subiu silenciosamente as escadas, segurando firmemente em uma mão, uma estaca de madeira da cruz. À várias gerações aquele vampiro havia enganado sua família, eles haviam feito de tudo, inclusive mexido com Magia Negro, para conseguir acabar com ele. E essa era a vez de Draco, ele ia conseguir vingança, ia conseguir a glória de acabar com todos os vampiros. Pois, quando seu mestre era morto, todos voltariam a sua forma inicial.
Ele parou em frente a porta do quarto de Hermione, seu coração estava disparado de expectativa, mas suas mãos estavam firmes. Ele não tinha medo, aquela seria sua noite de sorte! Ela abriu a porta com violência, erguendo a estaca, preparado para um ataque. Mas, o quarto estava vazio, exceto por Hermione, que continuava a dormir inquieta, em sua cama, sozinha.
_Droga!- Draco xingou, abaixando o braço.
Foi quando sentiu uma mão gelada, segurar sua garganta, a apertando. Largando a estaca e lutando por ar, Draco virou o rosto e viu, surpreso, dois olhos vermelhos o encarando com fúria.
_Por que não me deixam em paz?!- Rony gritou, jogando Draco no chão, como uma boneca de pano.
_Por que o meu trabalho é te caçar. - Draco respondeu, esfregando o pescoço.- E eu vou lutar até o fim, para conseguir acabar com você.
E ainda trêmulo de susto se levantou, se recuperando rapidamente, a estaca novamente em sua mão. Se não quissesse acabar como a maioria de seus antepassados, a sete palmos debaixo da terra, tinha que lutar. A força sobre-humana dos vampiros, e o elemento surpresa o haviam pego desprevenido, mas agora que tinha certeza com o que estava lidando, as coisas ficariam mais fáceis. Pelo menos, em teoria.
_Você não vai me impedir de leva-la!- Rony rugiu, a voz profunda e assustadora.
Draco não respondeu, apenas investiu contra Rony, que com um tapa, o mandou contra uma parede. Draco bateu as costas, perdendo o ar. Mas, logo se levantou, hematomas eram o último de seus problemas, no momento.
_Por que não desiste?- Rony insistiu.
_Nunca.- Draco reposndeu.- Eu vou te perseguir para sempre, se for preciso.
_Não vai ser.- Rony assegurou, investindo tão rapidamente, que o loiro nem notou que ele se movera, até ter o pescoço preso novamente.
Draco tentou chutar o vampiro para longe, mas este era muito forte. Eles rolaram pelo corredor, em uma luta confusa. Draco tentava respirar desesperadamente, seus pulmões imploravam por ar, e ele estava perdendo, lentamente, a consciência. Já não lutava mais, apenas se deixava levar pela sensação de formigamento que corria por seu corpo, estava morrendo, sabia, mas não se importava.
_O que está acontecendo aqui?- uma voz feminina gritou, e Draco sentiu seus pescoço livre, seus pulmões se abrilhem com o ar, a melhor sensação que já sentira.
Tudo o que a dona da hospedaria vira, no fim do corredor, fora uma briga de dois rapazes, coisa muito comum ali, mas não permitida. Só o que não esperava era que, quando o rapaz que parecia estar vencendo largasse o outro, e levantasse a cabeça, possuisse olhos vermelhos e presas no lugar de dentes. A pobre mulher, desmaiou de susto, sem que fosse preciso Rony se mover. Este, que derrubara Draco por causa do susto, voltou a olhar o chão, decidido a acabar com o loiro de uma vez. Mas, não encontrou nada ali.
Ao se virar, deu com olhos cinzas, que o fitavam vitoriosos.
_Olá.- Draco falou, e enfiou a estaca no peito do outro.
Rony, ao ver Draco de pé, pulara para longe, mas não foi rápido o suficiente. A estaca atingiu seu coração de raspão, o suficiente para machuca-lo seriamente. Ele caiu no chão, sem forças, tentando se afastar de Draco. Viera de tão longe, esperara tanto tempo, e agora tão perto de tê-la a seu lado novamente, de beija-la como quisera ter feito a vários séculos, ele estava sendo derrotado. Draco se ajoelhou em frente ao vampiro indefeso, que se arrastava no chão, segurando o peito com uma mão, olhando o caçador com profundo terror. Draco ficou com pena dele, mas foi por pouco tempo, quando a dor de sua garganta o lembrou de tudo o que aquela criatura almadiçoada fizera.
_Adeus, vampiro.- falou, e ergueu o braço com a estaca, apontando-a para o coração de Rony.
_Não!- uma voz o impediu, e ele se virou, vendo Hermione pálida e trêmula, na porta do quarto.- Não o machuque, por favor.- ela pediu, com lágrimas nos olhos.
_Hermione.- Rony murmurou, sorrindo, se levantando cambaleante e indo até ela.
_Onde pensa que vai?- Draco gritou, avançando para Rony, mas uma mão o parou.
_Draco, deixe-o ir.- Gina pediu.
_O quê?! Você acha que vou perder a oportunidade de matar o grande inimigo de minha família?
_Você já matou.- Gina respondeu, olhando Hermione com tristesa, ela abraçava carinhosamente o ruivo, ajudando-o a entrar no quarto e deitar na cama.- Não vê que ele está morrendo?
E Draco olhou para o quarto uma última vez, antes que Hermione fechasse a porta.
N/A- Eu sei que falei que este seria o último capítulo, mas ficaria muito grande. Então, o próximo será o último, decididamente. Que coisa, não consigo prever nem o futuro de minha própria fic. Desculpem parar nesse trecho, é que adoro deixa-los curiosos. Próximo caítulo receberemos uma visita, vão ver. É isso, então. Beijos, Mary
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