Estranhos Sintomas
O médico chegou logo, Hermione e Gina mal tiveram tempo de se trocar. A mãe de Hermione se trancara no quarto chocada demais para falar. Fleur estava mais calma, agora que as cortinas estavam fechadas, e estava deitada em sua cama, coberta até os olhos, olhando tudo.
Por mais que Hermione e Gina tentassem, Fleur não conseguia se lembrar da noite anterior, e como toda vez que insistiam ela ficava nervosa, desistiram.
O médico se aproximou do leito de Fleur e pediu com delicadeza, licença para examina-la. Fleur olhou com desonfiança o velinho, mas depois de constatar que ele era muito frágil e inofencivo, soltou as cobertas. Ele a examinou, suspirando, parecendo confuso, mas ninguém o interrompeu em seu minucioso trabalho. Ele então abaixou a enorme gola de renda do vestido-de-dormir de Fleur, e pareceu achar alguma coisa. Se aproximou mais, olhando tentamente.
_Então, doutor? O que a minha prima tem?- Hermione perguntou procurando ver o que havia no pescoço de Fleur, mas o velinho a soltou, e ela se escondeu embaixo das cobertas novamente.
_Bem, senhor Granger.- o velinho se virou lentamente para o pai de Hermione, parecendo preocupado.- Eu não sou especialista nesses casos.
_Mas, é grave?- Gina perguntou. Agora estava se sentindo mal por Fleur, talvez ela não fosse tão ruim assim.
_Torno a repetir que esta não é minha especialidade. Mas,- ele tirou um papelzinho do bolso.- eu mandaria chamar esse senhor o mais rapidamente possível. Ele saberá exatamente o que fazer.
O Sr. Granger pegou o papel e o examinou por um instante. Então virou-se para o médico e começou a sair do quarto com ele.
_Muito obrigado então, doutor. Eu vou mandar chama-lo imediatamente.
Assim que ficaram às sós, Hermione puxou Gina para um canto:
_Você viu o que tinha no pescoço da Fleur?
_Não, você viu? - Gina perguntou ansiosa.
_ Não, mas o que será. Ele não parecia tão preocupado, até ver isso, o que quer que seja.
_Será grave?
_Espero que não. Tadinha da Fleur, ela nunca gostou de ficar parada, e olhe só para ela agora, sem poder sair dessa cama, e sem ter nem consciência de que isso é ruim. Ela está muito assustada.
_Mas, ela estava bem ontem!
_E isso é o que mais me assusta, Gina.- Hermione murmurou sombria.
***
Hermione e Gina fizeram questão de esperara o outro médico, junto com o Sr. Granger, na porta de casa. Ambas estavam mal por Fleur, que começara de uma hora para a outra a cantar uma baixa e assustadora canção, do nada, rindo sozinha. As outras duas não tinham mais coragem de ficarem no quarto, sem um homem perto. O sorriso maluco de Fleur, fazia o sangue congelar nas veias.
O estranho iria chegar só depois do almoço, mas isso já fazia meia hora. Então, finalmente, a caruagem que o Sr. Granger enviara parou em frente a casa, todos esperando ansiosamente. A porta se abriu, e quem imaginara outro senhor franzino, se surpreendeu. Um moço bonito, loiro e forte, de sorriso irônico e jeito arrogante, mas charmoso, desceu, fazendo as criadas e Gina suspirarem. Até Hermione deu uma olhada mais atenta.
_Sr. Malfoy, finalmente!- o Sr. Granger se aproximou estendendo a mão.
_Sr. Granger.- ele cabeceou.
O coração de Gina estava disparado. Era de um noivo assim que ela precisava. Ele era realmente bonito e charmoso. Então Malfoy se virou para a Mansão, e encarou Hermione e Gina, vindo em sua direção. Gina lhe deu seu mais bonito e sensual sorriso, pronta para quando ele viesse beijar sua mão. Ele se aproximou, as criadas suspirando ao fundo, mas Gina só ouvia as batidas de seu coração batendo cada vez mais rápido e forte, a mão dormente esperando para ser pega e beijada. Mas, então ele passou reto por elas, só murmurando um “senhoritas”, acenando com a cabeça, sem nem olha-las.
O ânimo de Gina foi até o pé. Quem ele pensava que era para ignora-la dequele jeito? Se sentia ultrajada e decepcionada.
_Que falta de educação!- Gina murmurou brava.
E Hermione disfarçou uma risadinha, vendo o real sentido do que Gina dissera, por ter sido ignorada de tal forma.
_Ele não é para você, Gina.- Hermione murmurou, subindo as escadas e entrando, atrás do outros.
_Como assim?- Gina perguntou, saindo de seu devaneio, seguindo Hermione, completamente indignada.
_Ele não me parece uma pessoa... hum, sociável. Embora seja muito bonito.
_E quem disse que eu estou interessada nele?
_E precisava dizer? Só o jeito como você o olhava já dizia tudo. Você só está brava porque ele a ignorou.
_Eu, brava com ele? Hermione você está delirando!
Hermione apenas sorriu travessamente, e as duas entraram no quarto escurou, só algumas luminárias acesas. As duas pararam perto da porta, em silêncio, atentas ao que o Sr. Malfoy fazia. Ele parou o lado da cama de Fleur, ela o olhando dividida entre medo e interesse. Ele chegou perto dela, e murmurou algumas palavras que ninguém conseguiu ouvir. Mas, Fleur parecia ter ouvido muito bem, pois abaixou a gola do pijama. O Sr. Malfoy olhou atentamente, sua expressão ficando séria e mais charmosa que nunca. Então, soltou a gola, dando um suspiro.
_Como eu imaginava.- falou, começando a se retirar.
O Sr. Granger olhou para Fleur desejoso de saber o que havia ali, mas acabou seguindo o outro, com Hermione e Gina em sua cola.
_O que está acontecendo, Sr. Malfoy? - o Sr. Granger perguntou, fazendo Draco parar e se virar.
_O médico estava certo, quando mandou o senhor chamar-me.- falou, parecendo tentar ser paciente.- Os dois horifícios no pescoço da jovem dama, a palidez e as olheiras, assim como a aversão ao sol, como o senhor me escreveu, são sintomas clássicos da doença em que sou expecialista.
_Que é...?- o Sr. Granger perguntou franzindo o cenho.
_Uma doença antiga mais pouco conhecida. Agora, senhor, se me permite, tenho que pegar minhas malas na carruagem.- disse recomeçando a andar.
_Malas? - o Sr. Granger continuou seguindo-o, as meninas atrás. Draco se virou de novo.
_Sim, na certa lhe avisaram que terei que ficar. A Srta... o que quer que seja, corre grave risco de vida, assim como as pessoas à sua volta. Eu precisarei ficar ao seu lado, alerta o tempo inteiro, para poder ajuda-los. Mas, se não quiserem os meus serviços, que não são nada baratos devo acrescentar, eu simplesmente vou embora. E tudo o que poderei desejar é boa sorte.
O Sr. Granger pareceu exitar por um momento, então concordou.
_Está bem. Nós aceitamos os seus serviços, mandarei uma criada arrumar seus aposentos. Depois acertaremos o preço no escritório.
_E a janta?
_Às sete em ponto.- o Sr. Granger completou surpreso.
_Eu estarei lá.- Draco cabeceou e foi embora.
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