O Testamento
Capitulo 5
O Testamento
Uma bela manhã se estendia ao alvorecer, o sol transpassava as finas cedas da cortina. Gina virou-se para o lado, queria dormir mais um pouco, não conseguia acreditar que já era manhã. Seu corpo estava exausto e todo dolorido. Tirou a pesada mão de Draco de cima de si delicadamente, queria se levantar sem acordá-lo. Desde a noite do equinócio de primavera que ela não conseguia acordar cedo.
Inevitavelmente quando tentou se levantar e puxar o lençol consigo, pois estava nua, ela sem querer acordou o loiro. Antes de se virar fez uma careta, queria tanto levar o café da manhã para eles na cama, e de novo não conseguiria. “Droga!”
Draco espreguiçou-se enquanto observava as curvas do corpo da ruiva de costas. Estava adorando viver aquela vida! Como era boa, tinha a ruiva todas as noites para si. Poderia viver o resto da vida assim e não se cansaria daquela rotina. Levantou-se e puxou Gina para a cama novamente.
-Oh Draco não! Por favor não, tenho que arrumar o café da manhã- a ruiva protestou.
- É mesmo? Nossa eu nem percebi que já amanheceu. - fingiu não ter notado. Ele puxou-a mais para si, e arrancou-lhe um beijo. Suas peles roçaram uma na outra, fazendo com que se arrepiassem. A ruiva não queria nada daquilo agora, só queria tomar o seu café, precisava ingerir cafeína urgentemente em seu sangue.
-Draco estou com fome. Vamos, mais tarde. - disse tentando se afastar dele com as mãos.
Draco continuou mordiscando-a e beijando-a. Estava sedento de desejo, a cada noite que dormida com ela, ele tinha mais e mais vontade de estar com ela, sua sede era insaciável. Oh como a desejava!
- Eu também estou com fome, com fome de você ruiva.- ele gracejou. Desceu os beijos. Desde quando haviam se tornado amantes, lugar e espaço não eram problemas para que eles se unissem, Draco não tinha limites.(n/a: meu Deus, eu ando lendo muita Sabrina!!!!vou queimar no fogo do inferno desse jeito) Por mais que tentasse Gina não resistia a suas carícias, e por mais que houvesse resistência no início, ela sempre cedia no final.
Estavam sedentos por seus desejos! Draco desceu os beijos mais um pouco. Gina puxou-o para cima, olhou no fundo dos olhos.
- Quando é que vou parar de lhe dar tudo o que quer, quando você deseja? - perguntou com uma voz chorosa. Draco deu um selinho em seus lábios.
- Lamento lhe decepcionar meu amor, mas estou acostumado a ter tudo o que quero , na hora em que quero.- deu-lhe outro selinho.
-Seu cafajeste! - ela tentou pegar o travesseiro, para acertá-lo com este, mas foi impossível pois Draco tomou-a nos braços e recomeçou a beijá-la. Uma mordiscada no lábio inferior, ele poderia consumi-la assim inteirinha. Suas mãos fortes e hábeis passaram por todo o corpo dela, fazendo com que esta por sua vez gemesse. Com uma das mãos pegou-a pelos pulsos e segurou-os no alto da cabeça dela, assim ele poderia saciar-se sem interrupções. Beijou os seios, os vale entre eles, a barriga e depois a sua feminilidade, logo em seguida a possuiu.
***
- Você não vai me colocar para cuidar das plantas o dia inteiro hoje de novo não né?- ele passou por ela, e beijou sua nuca. Pegou a caneca de café e em seguida sentou-se à mesa e ficou observando-a colocar o café da manhã no balcão. Ela estava linda como sempre, pensou enquanto a observava. Gina vestia um vestido preto simples e curto de grosas alças, não estava de luto, vestia-o simplesmente por que ficava mais atraente. O cabelo estava amarrado ao um coque mal feito preso por um palito de cabelo, algumas madeixas caindo-lhe sobre a face. Ela terminou de colocar a mesa e sentou-se para servi-los.
- Gi, - aquele era uma apelido que ele havia adotado para ela, um diminutivo do diminutivo do seu nome - por que eu nunca havia reparado em você antes? Quero de dizer – emendou - no nosso tempo em Hogwarts?
- Você realmente quer que eu responda?- tomou mais um gole de café, ele balançou a cabeça positivamente.- Por que você era um imbecil Malfoy.
- Eu era um imbecil?- ele perguntou surpreso, mais surpreso ficou ainda pela forma como ela havia dito.- Interessante, eu não achava.
- É mesmo??? Só você que não reparou como eras estúpido.
- Engraçado, Pansy e meus amigos não achavam! - tentou alegar.
- Ora Draco, vamos ser honestos. Venhamos e convenhamos que Pansy e “seus amigos” falavam aquilo tudo para lhe agradar. Bom, - completou levantando-se - agora eu preciso terminar de me arrumar, preciso sair.
A ruiva mal havia tomado café e já estava se levantando para sair. Mas sair para onde?
- Onde você vai?- Draco quis saber. Gina porem fingiu não ouvir. Ele não acreditava que ela poderia ter ficado com raiva dele por conta de uma conversa estúpida sobre o passado.- Ruiva eu lhe fiz uma pergunta!
No entanto, antes de atravessar o vão da porta ela virou-se e respondeu:- Estou com uma reunião marcada para a abertura do testamento do Harry.- apesar de tensa, a voz dela soou natural.- Pelo que se parece eu também sou uma das herdeiras dele.
Dizendo aquilo a ruiva se retirou.
***
Quando Harry e Gina se mudaram para a casa nos penhascos, estes criaram métodos de proteção. Um deles era de que ninguém poderia aparatar por ali, o feitiço que fora lançado então, permitia que dentro de um raio de um quilômetro ao redor da casa, fosse impossível de se aparatar. Devido a isso, sair e entrar na casa era muito difícil, para este problema, resolveram adotar um sistema do qual a lareira só era usada para ir a um lugar, mas jamais poderiam ir para casa usando a lareira, haviam arranjando um feitiço que impedia tal ato.
Gina parou diante a lareira, e lembrou-se de quanto tempo não fazia aquilo. Numa jarrinha de vidro se encontrava o pó de flú, pegou-a, enfiou a mão dentro desta e sentiu a aspereza do pó contra suas mãos delicadas. Tomou-se um punhado dele para si e colocou a jarra no lugar novamente. Por um momento sentiu seu estômago dar uma reviravolta, não queria ir a tal reunião, não desejava relembrar sentimentos que já estavam adormecidos e que magoavam-na muito. Queria ficar ali, com Draco na estufa cultivando suas plantas.
Mas uma outra parte rebelde sua dizia-lhe que deveria ir, pois precisava do dinheiro da herança para se estabelecer. Jogou então o pó na lareira, entrou nesta e disse em alto e bom tom:
- Beco Diagonal.
A sensação do ambiente começar a girar e uma força maior do que você lhe puxar pelo umbigo, era uma velha conhecida. Em instantes estava no meio de um dos becos mais movimentados do mundo bruxo, o Beco Diagonal. Quando a guerra sobreveio por ali, o lugar perdeu a sua essência, os becos haviam se tornado vazios e sem cor, os vendedores desapareceram dali como uma agulha no palheiro. Era a primeira vez que ia ali, depois do término da guerra, e parecia que tudo havia voltado ao normal.
Pelo que havia lido na carta de Mione, que havia se prontificado em ela mesma lhe avisar o dia da abertura do testamento, o escritório do advogado era em um lugar mais reservado dali.
Situava-se num beco dos mais simplórios possíveis, num edifício não muito bem cuidado. Subia as escadas mal limpas que dava para o hall de entrada. Na recepção descobriu que aquele era um edifício residencial. E que o Advogado que ela procurava, morava no décimo quinto andar.
Enquanto subia as escadas, descobriu que não gostava daquele lugar. As escadas eram mal cuidadas, a madeira desta estava por vezes puída pelos cupins e emitia um rangido de acordar qualquer um. O cheiro de mofo também estava presente, no alto da parede se via o grande bolor de mofo que se acumulava em certos cantos.
Entrou no corredor que dava para a casa do advogado, ele morava no ultimo apartamento do corredor. Deu três batidinhas secas na porta e aguardou, o que lhe pareceu uma eternidade devido a sua impaciência. Ouviu passos vindo do outro lado da porta, um olho verde no olho mágico da porta e logo em seguida a maçaneta de bronze girou.
Um senhor magro encurvado e de idade bem avançada atendeu-a. Os olhos do velho eram verdes, seu rosto parecia uma uva chupada (n/a:hahaha acho que exagerei!), suas orbes verdes era enormes e pareciam que a qualquer momento pularia para fora. Seus cabelos deveriam ser ralos, ela concluiu, apesar de estarem cobertos por uma boina. Ele vestia roupas simples, um pouco surradas e cheias de remendos.
- Você deve ser a senhora Potter, não? - a voz do velho homem era fraca e de difícil entendimento.
- É...- ela abriu um sorrisinho tímido. Não se lembrava de ter casado com Harry para ser chamada de Potter, mas em todo caso... O velho também abriu um sorriso, e revelou dentes amarelos e mal cuidados. Ele afastou a porta, abrindo-a mais, e com uma reverência convidou-a a entrar. - Licença.
Ela entrou e viu que não era a única ali. Na simples sala encontrava-se também Rony, sua mãe, Hermione, um outro homem que ela não sabia quem era, e que mais tarde ficou sabendo que era um auror do ministério da magia.
A casa também cheirava mofo, o ar era abafado e sem entrada nenhuma de ventilação. O papel de parede era velho, em diversas regiões estava mofado ou sujo de algo que parecia ser óleo. Os móveis eram muitos para um lugar tão pequeno. Cortinas surradas impediam a entrada de luz, ajudando o ambiente se tornar mais abafado ainda; livros e várias outras minúcias estavam espalhados por toda a casa. Um balcão fazia a divisão da sala de estar e jantar da cozinha.
- Sente-se querida. - ele fez sinal para que se sentasse. Gina se sentou em uma poltrona que ficava de frente para a outra, que estava separada apenas por uma mesinha de centro. Nas laterais tinha mais dois sofás de dois lugares, onde a sua direita sentava-se sua mãe e o auror, e do lado esquerdo Mione e Rony.
Ela os cumprimentou apenas com um aceno antes de sentar-se e quase afundar no poltrona podre. Hermione percebeu o seu desconforto e abriu um discreto sorrisinho maroto, já sua mãe lhe cumprimentou com um largo sorriso. O auror e Rony apenas acenaram.
-Aceitam uma xícara de chá?- perguntou o velho. Gina ia dizer que não, mas Hermione falou antes si.
-Acho que sim, não é mesmo Gi?- e virou-se para a ruiva, que apenas balançou a cabeça positivamente- Pois então senhor, traga um chá bem quente para todos- finalizou com sua voz angelical e com um sorriso nos lábios.
Não demorou muito para que o velho voltasse com um bule, seis xícaras e uma vasilha com bolachas. Durante esse intervalo, ninguém pronunciou uma única palavra, o silencio foi total, exceto é claro, pelo ruivo que vinha da rua lá de fora. Ele os serviu rapidamente e sentou-se na poltrona que ficava de frente para ela.
- Senhor, - ela disse com a voz um pouco rouca- eu ainda não sei o seu nome.
- Oh desculpe Gina, - Mione falou abruptamente - eu esqueci de lhe dizer o nome do advogado pela carta, ele é o senhor François.
- O que é isso querida, não há problema algum, - ele disse - e não se esqueça não sou um advogado e sim um tabelião.- e abriu um largo sorriso de novo.- Pois bem então, como estava apenas lhe esperando senhora Potter, acho que agora podemos abrir o testamento.
No meio da bagunça da mesinha de centro, ele pegou um envelope creme e rompeu o lacre de cera vermelha que continha o brasão da família Potter. Pigarreou, para chamar atenção de todos os presentes.
- Sr. François - ela chamou pelo velho, sua voz saia baixa e doce, e nem parecia a Gina que fora um dia. O velho rapidamente olhou para ela e com um movimento com a cabeça incentivado-a a falar - Eu não me chamo Potter e sim Weasley.
- Sim eu sei, o que acontece é que diante a lei dos homens, o fato de você dois terem vivido pouco mais de três anos juntos, tornam-os marido e mulher. No caso se não houvesse tido um testamento, a senhorita seria a herdeira de todos os bens.
Gina abriu a boca para protestar, porem François a impediu.
-Senhora Potter, eu tenho o conhecimento de todas as circunstâncias necessárias para afirmar com certeza o que eu digo.
A ruiva se limitou a assentir e tomar um gole de chá para se acalmar.
-Seguirei os procedimentos padrões, não sou advogado, mas o Sr. Potter confiou a mim a abertura do testamento, a leitura e o cumprimento deste. Primeiro lerei todo o documento e depois direi o que cabe a cada um. – ele colocou seus óculos e começou.
O senhor François começou a ler o testamento, com sua voz lenta e arrastada. A leitura do documento parecia durar uma eternidade. Gina se arrependeu de ter tomado chá, pois isso fez com que ela ficasse bastante sonolenta, e a voz do velho não ajudava a ficar acordada. Quando por fim ele terminou de ler o bendito documento ele se pôs a explicar o que havia falado, que aliás, ela não havia entendido nada; Era bem provável dela entender mais o grego em si, do que ele havia dito.
- ...Bom, resumindo tudo, - Ele tirou os óculos e prosseguiu com sua voz lenta; olhou para Gina e recomeçou - a senhora Potter tem direito a um terço de toda a herança do Sr. seu marido. O outro um terço, Sra Weasley, fica para sua família, - os olhos de Molly se encheram lágrimas de tanta que era sua felicidade, não pelo fato de terem recebido tanto dinheiro assim, mas pelo fato de Harry ter se lembrado dela e sua família, e ser tão generoso - e o outro um terço será dividido em duas partes iguais, a primeira para o Hospital Sant Mungus e o segundo para caridade, e ficara ao encargo do Sr. Quinn cuidar dessa divisão. Cabe a Srta. Granger todos os livros da Biblioteca pessoal da Família Black. Bom, existe também três casas no nome do Sr. Potter, então ficará dividida da seguinte forma: a Casa dos Penhascos continua com a Sra. Potter, a Mansão Black será obrigatoriamente usado como uma instituição de caridade, e ficará também por conta do Sr. Quinn. Já a casa dos Potter’s, onde ele nasceu e foi boa parte destruída, ficará para o senhor Ronald Weasley e caberá a ele decidir o que fazer com esta. E para este último também, a capa de invisibilidade.
O sr. François entregou a cada um, com exceção dela, um envelope creme lacrado. Antes de sair porém, ele a chamou, foi até uma estante de livro e pegou um objeto que parecia um álbum e a entregou.
- Este é o álbum de recordações do seu marido. - ele disse, logo depois que colocou o objeto em suas mãos - Ele pediu para que você o guardasse no porão, e que só tocasse nele quando achar necessário, mas que é para evitares de ficar olhando-o Ele mandou repetir que te ama muito, e quer muito seu bem. Pediu também para lhe relembrares mais uma vez, que é para viveres a sua vida, e se esquecer dele. – dizendo isso François abraçou-a.
- Sr. François - sua voz estava embarganhada pela emoção, se repreendeu mentalmente de ter feito tão pouco caso do velho.- Por que todos os outros receberam uma carta dele e eu não?
Por um momento o velho nada disse, depois de pensar um pouco ele falou:
- Você não recebestes a carta? - perguntou intrigado - Pois é estranho, por que o Sr. Potter me disse que mandaria entregar uma carta pessoalmente a você. Eu imaginei que já havia recebido.
- O senhor não sabe a quem ele pediu?- perguntou Gina num fiasco de esperança.
- Lamentavelmente não querida, pois como lhe disse, ele falou que mandaria alguém para lhe entregar a carta pessoalmente. Mas jamais me disse quem era essa pessoa. - vendo a aflição nos olhos dela, ele emendou - Talvez a pessoa quem ele mandou que lhe entregasse, tenha morrido na batalha final.
- Harry não mandaria alguém que tinha uma grande probabilidade de morrer antes de me entregar a carta, essa pessoa teria de ser de inteira confiança dele.- sua voz saiu baixa e sussurrada.
- Talvez ele tenha se enganado. - as ultimas palavras de François foi recebida como uma faca em seu coração.
“Ele não se enganaria”, Disse para si mesma. “Ou talvez sim, afinal ninguém é perfeito.”
Logo em seguida Gina se despediu do velho homem e se foi. Na recepção do edifício, encontrou Hermione, Molly e Rony esperando-a. Logo quando chegou sua mãe lhe recebeu com um caloroso abraço.
- Ah querida, estamos sentindo sua falta.- disse Molly após soltá-la - Por que você não volta para a casa?
- Eu necessito ficar lá sozinha durante um tempo. - respondeu, mas acabou se dando conta que ela e Draco deveriam arrumar uma forma para formalizar o relacionamento e provar a inocência dele naquela história. E isso deveria acontecer o mais rápido possível.
Logo em seguida Rony também a abraçou. Deu um tenro beijo no rosto dela, pegou o rosto dela com as mãos, olhou no fundo dos olhos dela, porém nada disse. Logo em seguida Mione também a abraçou-a com um largo sorriso no rosto.
- Olhem, Molly e Rony, podem ir à frente, eu preciso ficar e conversar com Gina.- pediu Mione.
Sem protestar os dois assentiram, se despediram e se foram.
- Muito bem, vamos a um restaurante colocar a conversa em ordem.
O garçom serviu a comida e encheu suas taças de cerveja amanteigada e saiu, deixando-as a sós.
- Pois bem, agora me conte como está, quero saber detalhes. - retorquiu Mione.
Por um momento ela sentiu suas bochecha pegarem fogo, Mione não poderia saber sobre o relacionamento em que ela e Draco tinham.- Oh Gina pare de bobeira, eu sei perfeitamente que se você e Draco ainda não se pegaram foi por que vocês resolveram dedicar a vida a religiosidade, e pelo que poso ver não foi essa decisão que você tomou.
-Assim você me deixa sem graça. - respondeu aturdida.- Mas sim, estamos juntos. E fale mais baixo.
Mione abriu um sorriso.
-Eu sabia! Então eu estava certa no final, vocês acabariam por ficar juntos.
-É você estava certa.- disse em quando levava o garfo a boca.
-E ele é um bom amante? - perguntou a outra curiosa.
Gina parou com o garfo que estava a caminho de sua boca, e olhou para Mione horrorizada. Suas faces recomeçaram a ficar rubras.
- Olha, eu vou acabar tirando minhas próprias conclusões.- desafiou ela.
Ela ainda estava horrorizada, mas mesmo assim resolveu responder:
- Sim ele é.
- Hum... E quando foi que aconteceu? Você demorou muito a ceder? Por que ele não deve ter sido fácil...
- Foi na noite do equinócio de Primavera. Nos estávamos numa festa ali nas redondezas e aconteceu...- as ultimas palavras saíram to baixas que Mione quase não entendeu. Desta vez porém, foi a vez de Mione ficar horrorizada.
- Numa festa no equinócio de Primavera?- perguntou novamente, custando a acreditar. Gina apenas balançou a cabeça positivamente.- Eu não acredito!
- Mas aconteceu.- disse- E foi muito bom!
- Mas como...
- Eu havia acabado de fazer essas tatuagens de mehandi em minhas mãos. - e mostrou as mãos para a amiga - Nós começamos a conversar e rolou um clima, nós começamos a nos beijar, ele quase me possuiu contra o tronco de árvore, mas aí ele parou e me perguntou se eu realmente queria. E eu disse que sim, ele disse que ali não dava, então nós corremos para um monólito de pedras e lá tinha um altar, ele me deitou sobre o altar, me acariciou e depois me possuiu.
Hermione não disse nada a principio.
- Deve ter sido emocionante!- disse apreensiva.
- Oh se não foi! - foi a vez de Gina abrir um largo sorriso.
- Espero que vocês estejam se dando muito bem, mas tenho más noticias para lhe dar.
- Sim, ele é um amante formidável. - disse como se estivesse sonhando- Mas sim diga o que temos de mas notícias.
- Acho que você sabe que os comensais da Morte ainda são procurados né? – Gina balançou a cabeça negativamente - Aliás, eles não estão procurando os Comensais da Morte, e sim o Draco. Ainda não é do conhecimento deles que Draco seja inocente, eles começaram a indagar se você não esteja correndo perigo. Acho bom você e Draco ficaram alerta, por que eles estão querendo fazer uma inspeção pelas redondezas.
- Isso não é nada bom.
- Não, não é. Eles ainda não sabem quando, mas eles pretendem.
- E como você ficou sabendo?- Gina indagou.
- Atráves de um dos membros da Ordem da Fênix, que me falou.
- Mione o que vamos fazer?- perguntou preocupada.
- Não sei!- Mione respondeu, enquanto mordia o lábio inferior. Era sim algo para se preocupar, se eles achassem o rapaz por aquelas bandas, Azkaban seria seu destino na certa.
Mione e Gina ficaram um bom tempo sem conversarem enquanto pensavam, e a comida acabou esfriando. Quando por fim a morena teve uma idéia, a outra moça já estava concluíndo que não haveria solução melhor do que mandar Draco embora de sua casa, ao menos temporariamente.
- Tive uma idéia!- Mione falou de repente, ela sorveu um pouco de vinho e abriu um largo sorriso. Inclinou-se um pouco para rente, para que ninguém ouvisse o que ela estava falando - Não é bem uma idéia, por que é a coisa mais óbvia e não sei como nos duas não pensamos nisso antes. É só ele usar ou a lareira, ou a saída de emergência que nós criamos num caso de ataque de Comensais da Morte!
- Como não pensei nisso antes?- indagou a ruiva. Hermione sorveu um pouco mais de vinho, enquanto ela ficava se perguntando como teria conseguido ser tão tapada, ao ponto.
- Não sei como não conseguiu imaginar, mas que é uma boa solução isto é.
Depois deste impasse Gina e Hermione ficaram um bom tempo conversando sobre diversas coisas. Rony havia pedido-a em casamento e na próxima primavera eles se casariam, enquanto a próxima primavera não chegava, os dois iam cuidando do enxoval, e se restabelecendo em suas devidas funções no ministério da magia. Também contou como seus pais ficaram felizes em ver que ela havia se recuperado rapidamente, e conversaram por um longo tempo. Não se cansavam de lembrar dos bons e velhos tempos em Hogwarts, até que por fim Hermione confessou o tanto que havia ficado feliz com a casa que Harry havia deixado para eles.
- É muito bom, teremos a eterna lembrança de Harry. – Sua voz fraquejou um pouco - Sabe Gi, ainda sinto falta dele. Quase dois meses e meio se passaram e ainda sinto falta dos ataques de nervosismo dele, dele e do Rony conversando sobre quadribol. A forma como ele era super responsável e ao mesmo tempo irresponsável. As nossas saídas escondidas a noite que resultaram detenção. Sinto falta do nosso companheirismo, e acima de tudo da nossa turma.
Uma lágrima teimosa insistiu em descer, abrindo caminho na pele de seu rosto.
A ruiva nada disse a principio, sentiu um nó na garganta ao se lembrar de algo que queria esquecer. Sentiu-se invadida por sentimentos e sensações esquecidas há muito tempo, teve vontade de chorar, não sabia que caminho seguir. Sentiu algo como se estar com Draco fosse o mesmo que trair Harry. As palavras do velho François giravam em sua mente, e imagens de um passado que parecia distante vinha a sua mente.
O caminho a sua frente parecia estranho, escuro e nebuloso. Não sabia o que pensar e o que fazer, não sabia por que aquela sensação de culpa que se apossava dela. E quanto mais pensava, mais se entristecia.
- Por que demorou tanto para abrir o testamento? - perguntou à amiga, mas as imagens e pensamentos ainda se debatiam em sua mente como um mar em tempestade. Seus olhos estavam vidrados num ponto fixo qualquer, sua mente estava longe, mas o seu corpo estava ali inerte, sem ação, sem vida.
- Por que o tabelião achou melhor esperar que eu melhorasse, e depois também tínhamos que confirmar a veracidade da morte do Harry. Gina entenda, - Hermione afagou a mão de Gina carinhosamente- você não tem que se torturar, passado, é passado.
- Eu sei. - sua voz saiu por um fiasco.
- E o que você pretende fazer, daqui para frente? - perguntou a outra, mudando rapidamente de assunto.
- Eu pretendo começar um negócio. - por um instante a tristeza se esvaiu, seu olhar adquiriu um novo brilho - Você se lembra que eu havia mencionado que eu sabia mexer com essência de flores??? - Hermione balançou a cabeça positivamente.- Pois é, é isso que vou fazer.
- Fico feliz, e quando pretende começar?
- Breve, estou fazendo tudo com calma, mas mui breve eu pretendo abrir esse negócio.
- Mas como irá fazer?- perguntou Hermione atônita.
- A princípio eu mesma posso me virar sozinha e se o negocio ir para frente, contratarei empregados. Usarei métodos simples e mais antigos, não sei e não quero trabalhar com materiais trouxas. Usarei processos como o de enfleurage, que é um processo muito antigo, mas o mais eficiente. Venderei essências, sabonetes, óleos para banho, sais de banho e coisas desse tipo.
- Interessante!- elogiou a amiga.
- E como vão as coisas lá em casa?- quis saber.
- Natural como sempre, uma vez ou outra eu peguei sua mãe chorando. - revelou Hermione – ela sente muita falta de vocês, que todos os filhos dela partiram, estão criados e cada um tem sua vida.
- Lamento pela mamãe, mas preciso achar meu rumo...- falou com a voz abafada.
- Talvez já tenha achado, e não se deu conta disso. - inclinou-se para frente e disse baixinho- E se demorares muito pra perceber, talvez será tarde demais.
Ao dizer aquelas palavras, Mione se levantou e saiu, antes porem abriu um sorrisinho para Gina. Agora era só ela e Deus, ou qualquer outra divindade que governasse a vida daqueles pobres mortais.
***
“A cada dia que se passa, o mundo se modifica. Certas coisas acontecem ao nosso redor e nem nos damos conta. O mundo ergue-se em lados amplos e vastos como um coração, e a verdade é como uma faca de dois gumes, que transpassa e fere o espírito e a alma. Da mesma forma é o amor, uma verdade que fere e magoa e transpassa seu âmago, deixando cicatrizes eternas em nosso coração...”(n/a: eu bancando a poeta??? Credo)
Gina jogou-se na sua cama, era ali que queria estar. Cansada do mundo, ela sentiu que sua mente iria explodir com tanta informação ao mesmo tempo. O que queria era ficar sozinha, isolar-se do mundo e de seus habitantes. Respirar o ar puro dos penhascos, voar como uma águia, e não ter limites de tempo e espaço.
Mas como aquilo era algo impossível, bastava ela se contentar com o aconchego do quarto. O seu mundo havia despencado, e as coisas no mundo não iam bem. Enquanto ficava ali com Draco, vivia um conto de fadas, mas quando ia para o mundo real, vivia um pesadelo. Mas a verdade é imutável e uma apenas, o que estava fazendo? Precisava de um rumo, um novo caminho, mas como?
Levantou-se e foi até o toucador, no porta jóias pegou um anel de diamante. Voltou para a cama onde estava sentada. Ficou olhando para o diamante unido ao metal, como se daquela forma ela conseguisse achar as respostas pela qual ela tanto ansiava. Aquele anel de brilhantes ela havia ganhado quando de Harry, assim que eles se mudaram para aquela casa, se ele não houvesse morrido estariam casados hoje.
Mas estariam mesmo?
Deitou-se na cama, e continuou a olhar para o diamante do anel por um longo tempo... Draco parou no marco da porta e fitou a ruiva. Ela estava angustiada, gostaria de saber que tipos de pensamentos estavam se passando pela mente dela.
Ela não havia o percebido, ali parado no marco da porta.
Ele não pôde deixar de tentar imaginar, qual seria a reação da ruiva quando ela descobrisse o que ele havia ido fazer ali. Quando descobrisse os mais sórdidos momentos da Guerra. O que estava escrito na carta ele não sabia, mas imaginava que deveria ser muito importante para ela e o Potter. Não pôde deixar de pensar como aquela carta poderia abalar as estruturas de seu relacionamento com ela.
De que forma aquela falha iria ecoar, ele não sabia... Mas sabia que ela teria poder o suficiente para acabar com tudo de bonito que havia entre os dois. Um ódio crescente emanou em seu peito. Odiava Harry Potter, e não havia como mudar isso! Ele sempre seria seu arqui-rival, sempre teria tudo o que ele gostaria de ter. Como odiava Harry! Só os Deuses sabiam...
~*~*~*~*~*~
Notas da autora: Não sei quantas vezes eu escrevi essas notas antes da hora. Pois bem, primeiramente minhas mais sinceras desculpas!!! Demorei demais com o capitulo, mas sei la, acho que foi bloqueio,. Não estou me fazendo de coitada para receber elogios não, foram muitos os fatores que investiram para isso: estudos, o fim da fic(é duro, mas ela esta acabando! Outro dia me descobri imaginando uma forma de alongar ela um pouquinho mais), os meus livros(quando leio aqueles livros... Aff!). Pois é, temos uma irrefutável verdade: a fic ta acabando, teremos no máximo mais quatro capítulos... snif...snif...snif...Bom, continuando, agradeço a todos que comentaram, se não me falhe a memória acho que respondi a todos. Só atualizo se tiverem muitos comentários, caso contrario esqueçam. Ah e afinal, estou com uma nova fic: Primeiros erros. Conta o inicio da guerra, no ponto de vista do Sirius Black(meu querido maroto), até o momento em que ele vai para azkaban. Passem lá, comentem e até o próximo capítulo...
P.S.: Muito obigado Alana por se prontificar, lembrarei-me de vc caso ocorrer novamente.
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