Capítulo único
O Vídeo em si nao tem nada haver com a fic.. o mais eh a musica. Portanto aconselho a esperar baixar o video pra escutar a musica enquanto le...
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Nunca esqueceria aquele olhar, sempre seguro, sempre sorrindo. Ele sorria com os olhos de uma maneira que poucas pessoas faziam... talvez mamãe e papai, mas antes nunca dera importância para essas coisas...
Mamãe dizia que os olhos dizem tudo sobre uma pessoa, nunca tinha encontrado ninguém que conseguisse mentir com os olhos... são as palavras que a gente não diz.
Mas aquele eu nunca iria esquecer, ele sabia o que ia acontecer... era como se já esperasse isso.
Olhamos-nos na penumbra, era uma noite de poucas estrelas e os clarões que seguiam eram da batalha. Eu não poderia imaginar um cenário mais digno dele, uma guerra... o pano de fundo, sempre digno, sempre com honra.
Eu o vi sorrir com os olhos, apesar da desvantagem, estávamos em menor número mas não me diria que estávamos perdidos... nunca. Lutou ao meu lado até o fim, tomou a missão de me proteger como primordial, mais importante do que a vitória.
Missão silenciosa, ninguém havia pedido que ele fizesse isso, muito menos eu... se eu soubesse como ele sabia nunca teria deixado. Mesmo sabendo que me proteger deixaria mais evidente sua fraqueza, nossa desvantagem, ele o fez...
Não poderia ser diferente... os reforços demoraram a chegar e quando chegaram não havia muito o que fazer.
Ele correu em minha direção quando meu viu cercada, mais do que isso, viu que o golpe certeiro seria pelas costas e correu em minha direção. Não me deixou ver, apenas sorriu com olhos enquanto seu corpo caia sobre o meu.
Não foi simples, não foi indolor... ao contrário. Eu podia sentir como se fosse em mim, as costas dilaceradas, o sangue quente escorrendo por todo o lado.
Nunca consegui tirar o carmim da minha pele embora ninguém mais o visse. O sangue nunca sairia da minha mão, impregnado na minha pele como manchas permanentes...
Ele poderia ter gritado, urrado de dor, mas não o fez. Me assustaria se fizesse, ele nunca iria me assustar.
Eu sonharia com aquela noite todos os dias, pelo resto da minha vida. Alguns detalhes poderiam mudar, mas seus olhos seriam sempre a primeira e a última coisa que veria. Meu primeiro e último pensamento do dia.
Tinha o meu lado da cama e o que ele dormia, eu fazia questão de estar sempre do lado esquerdo, ele não. Daquele dia em diante eu sempre olharia para o lado direito da cama, esperando que ele sorrisse cansado para mim.
Milhões de cracks em volta, eu não escutei. Não sei como os dominaram, não sei como sobrevivi...
Diria que preferia não ter sobrevivido, mamãe só faltou me bater quando escutou isso. Seus olhos saltaram em órbitas, mas depois ponderou... sentiria o mesmo se acontecesse com ela.
Enxugou minhas lágrimas, dia após dia, incansavelmente... sem dizer uma palavra sequer. Eu não buscava consolo...
Ouvi dizer que fiquei internada durante duas noites, mas ninguém precisou me explicar o que acontecera. Eu sabia, não esqueceria...
Voltei para o apartamento localizado no centro de Londres, meu apartamento, antes nosso... agora meu. Joguei-me no sofá velho que ficava de frente para a janela, vi o sol pousar e se reerguer no outro dia. Não mudei de posição, não comi, só olhei.
Mamãe e papai chegaram no outro dia, ele quis processar o St. Mungus.
”Ele tinham que ter nos avisado!”
Mas a comunicação estava difícil nos tempos de guerra.
Ela chegou do meu lado, não disse nada, segurou a minha mãe bem forte e ficou ali até que eu reagisse.
”Não precisava ter vindo...”
Mas ela não me respondeu imediatamente, apertou minha mão mais forte ainda.
”Por que não esta chorando?” - perguntou como fazia quando eu aprontava alguma coisa, no mesmo tom de advertência.
”Sabíamos que isso poderia acontecer... estávamos preparados.”
Senti sua mão esquentar meu rosto com um tapa estalado, ela me olhava com raiva enquanto papai a fitava estático.
”Chore”
”Não quero” - respondi com uma fúria que pensei nunca usar contra minha mãe.
”Quer sim, eu não admito que reprima seus sentimentos. É isso que a diferencia deles, não vou deixar que isso aconteça com a minha filha.”
”Não vou, não espere... é inútil”
E desferiu outro tapa do outro lado.
”Vai... nem que eu precise que você comece a revidar meu tapas”
”Eu não vou bater em você... não quero.”
Mais um tapa
”Andrômeda!”
”Calado.” - gritou para ele antes de se voltar para mim com os olhos flamejando, diziam que ele nunca negara ser uma Black, estavam certos. - ” Eu tenho o dia todo Nymphadora.”
”NÃO!” - aquele berro saiu da minha garganta como se sangrasse quando pulei do sofá e segurei com força seu braço. Muita força, queria que ela sentisse na pele o que eu estava sofrendo.
”Não vou deixar que façam isso com a minha filha, não com a minha filha. Não vão acabar com você dessa maneira.” - ela segurou meu rosto e mostrou os dentes como se estivesse prestes a me atacar.
Eu não queria chorar, era desnecessário, não o traria de volta. Corri meus braços pelos seus ombros e contraí nossos corpos, como se nunca mais quisesse separá-los. Lentamente as lágrimas brotaram dos meus olhos de uma maneira que não pude mais controlar. Corriam grossas, queimando minha pele, o nó apertando na garganta como se fosse estourar a qualquer minuto.
Senti seus braços percorrem minha cintura de maneira delicada, voltara a ser como antes... minha meiga e doce mãe. Chorou comigo, com a mesma intensidade.
Um braço mais forte, seguro. Papai abraçou nós duas ao mesmo tempo, como costumava fazer quando eu era criança.
Não sei por quanto tempo ficamos ali, os três juntos. Até que o cansaço me dominasse, vi o sol se pôr novamente deixando os raios esparsos entre os prédios.
Os dois cuidaram de mim, como quando eu era criança. Fechei os olhos e senti papai me carregar para minha cama e mamãe fazer carinho nos meus cabelos. Me deitaram do lado esquerdo, mas dormiram juntos no chão.
”Ele sorriu pra mim mãe, com os olhos.... como você disse.”
Ela sorriu, aquele sorriso bondoso e meio encabulado que só ela fazia, meio enviesado, meio malicioso, certo. Mirou papai adormecido do seu lado e disse baixinho...
”Eles fazem isso... são como palavras...”
“Que não precisam ser ditas.” – completei. Ela concordou com a cabeça.
Senti meu coração retaliado em mil pedaços, o sangue em minhas veias correr como lâminas afiadas, cortando minha pele por dentro.
”Eu nunca mais vou ver...”
“Não seja boba, você verá todos os dias...” - adiantou-se rapidamente arrumando o cobertor que descobria minhas costas. – “Almas gêmeas nunca morrem...”
E dizendo isso beijou minha testa e forçou um líquido pela minha garganta. Antes que eu adormecesse por completo escutei o vento uivar do lado de fora...
”Seque seus olhos
Almas gêmeas nunca morrem”
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N/a:. Olá...
hehe, entao.. eu sei q deveria estar atualiznaod minha OOOOUTRA fic, mas acontece q eu nao consegui.. simplesmente nao tirava a musica da cabeça...
espero q gostem!
soh pra reforçar o q ja está implícito... comente neh!
Comentários (1)
mt triste, senti vontade de chorar, mt boa, vc escreve mt bem.
2012-12-30