Capítulo Único
Ele estava ali, sentado em sua mesa... Pensando em tudo que tinha acontecido naquela manhã horrível... Qual o sentido de sua vida sem ela?
Eu respiro tentando encher os pulmões de vida,
Mas ainda é difícil
Deixar qualquer luz entrar
As lembranças ainda frescas em sua mente... Seu coração remoendo toda aquela briga... A briga tola, idiota, sem fundamento, mas que o fazia sofrer tanto... “Será que um dia terei capacidade para esquecê-la?” era a pergunta que martelava em sua mente desde a hora que chegara ao serviço...
Ainda sinto por dentro toda dor dessa ferida,
Mas o pior é pensar
Que isso um dia vai cicatrizar
Tudo bem, ele assumia que errara, mas nada justificava aquilo que ela tinha feito... Pisado nele daquele jeito... Não... Isso estava errado... Ele estava errado... ELA estava errada... Ela tinha que pedir perdão... Afinal, não fora ele que tinha pisado nela durante sete longos anos... Não fora ele que colocara um ponto final na história que ele julgara para toda vida... Não... Não fora ele que acordara do sonho primeiro...
Eu queria manter cada corte em carne viva
A minha dor em eterna exposição...
E sair nos jornais e na Televisão
Só para te enlouquecer
Até você me pedir perdão!
Os amigos todos ao seu redor, até mesmo Remo dera um jeito de ir vê-lo... Todos falando para esquecê-la, que ela não o merecia, falando meios para ele esquecê-la... Será que não compreendiam? Era impossível não lembrar dela, de seu cheiro, sua pele macia, sua voz melodiosa... A vida não tinha razão sem a presença dela ao seu lado, nada tinha razão sem a presença dela ao seu lado...
Eu já ouvi cinqüenta receitas para te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo me traz você...
E eu já não tenho para onde correr
As lembranças todas em sua mente... O tempo que ele perdera ao lado dela, enquanto podia estar aproveitando a vida com os amigos, mas, pensando bem, será que não valera a pena?
O que me dá raiva não é o que você fez de errado
Nem seus muitos defeitos,
Nem você ter me deixado...
Nem seu jeito fútil de falar da vida alheia
Nem o que eu não vivi aprisionado em sua teia...
Os dias felizes de sol que eles passaram na escola e fora dela... As muitas vezes que ele a acordara com um lindo buquê de rosas, vermelhas como os lindos cabelos que tanto o fascinavam, ou lírios com o cheiro exato do perfume que o embriagava... Os doces e apaixonados beijos da ruiva... O abraço no qual ele se aninhara quando os problemas pesavam demais em suas costas...Tudo isso enchia seu peito de ódio, de remorso... Como tudo acabara assim? Esse sonho, essa utopia, tudo acabara por uma besteira, um ciúme...
O que me dá raiva
São as flores e os dias de Sol...
São os seus beijos
E o que eu tinha sonhado para nós
São seus olhos e mãos
E seu abraço protetor...
É o que vai me faltar,
O que fazer do meu amor?
Sirius chegou ao cúmulo de dar-lhe um soco na boca do estômago para ver se ele acordava para a vida... De nada adiantou... A impressão que ele tinha é que ele tinha congelado e que só descongelaria com a volta dela... Era como se seus cabelos vermelhos fossem o fogo que o aquecesse... Como se seus olhos verdes e seu cheiro de lírios o dessem razão para continuar...
Eu já ouvi cinqüenta receitas para te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo me traz você...
E eu já não tenho para onde correr
Pedro também fez de tudo... Era como se Tiago tivesse, temporariamente, esquecido que era um ser vivo, como se o mundo tivesse parado no momento em que ela mandou-o embora... era como se a vida não fosse nada sem ela ao seu lado...
Eu já ouvi cinqüenta receitas para te esquecer
Que só me lembram que nada vai resolver
Porque tudo me traz você...
E eu já não tenho para onde correr...
Era como se ELE não existisse sem ela...
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