A acusação de Harry

A acusação de Harry



Charlotte esperou todas as outras meninas do dormitório saírem e retirou o cesto que estava de baixo da sua cama. O alagatus roncara a noite toda, sorte que ele não acordou mais ninguém a não ser a própria dona. Ele ainda estava todo aninhado em suas enormes assas.

Ela o cutucou. Ele apenas bocejou e se virou para o outro lado. Furiosa ela o largou em cima da cama e pegou sua varinha:

_ Se você não se levantar eu te transformo em um rato!

Ele ficou em pé de repente mostrando os dentes.

_ Você não gosta de ratos?

Ele soltou um miado ameaçador para o lado da mochila dela. Num instante ela percebeu o porque desse susto. Correu até a mochila, pegou o diário resmungou alguma coisa. A telinha na primeira página se abriu:

_ Onde estava? Já estou te esperando faz meia hora!

_ Desculpa, tive um contra-tempo.

_ E que contra-tempo seria esse?

_ Olhe. _ Ela virou o diário par a cara do Alagatus, que abriu suas assas e voou miando assustado até o armário, da onde ficou espiando.

_ Um alagatus? Está contrabandeado animais mágicos aí?

_ Não. Ganhei de uma amiga.

_ Isso não importa agora. Já conseguiu descobrir o que eu te pedi?

_ Não! Ainda não tive oportunidade.

_ Pois trate de fazer isso logo e...

_ Aaahhh!!!! O que é isso?!!! _Charlotte fechou o diário. Uma das alunas tinha voltado e a viu com o diário aberto. _ Quem era aquele...?...

_ Obliviate! _ Charlotte não perdeu tempo, e a menina caiu no chão desorientada.
Depois de guardar o diário ouviu vozes vindas do corredor, e estavam se aproximando. Eram as outras alunas. Tinham ouvido os berros da primeira e vieram ver o que tinha acontecido.

O que ela iria fazer? A outra ainda estava meio desacordada no chão. Ela pegou novamente a varinha decidida e disse:

_ Accio Alagatus!

Ele veio descendo se esperneando até que ela o pegou. Bem a tempo, porque as donas das vozes já estavam entrando.

_ O que aconteceu?

_ Ouvimos a Estânia gritar.

_ O que é isso que você está segurando?

_ É o meu Alagatus. Eu ganhei ele ainda ontem a noite, e a Estânia tomou um susto quando entrou!

_ Ei! Eu ouvi alguém falar um feitiço!

_ Obliviate?

_ É! Bem esse!

_ É o nome que eu dei para ele.

_ Credo! Que nome. Não tinha um melhorzinho não?

_ Esse combina bem com ele, é esquecido da vida. Agora é melhor vocês acordarem ela antes que alguém nos pegue aqui.



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Depois de um jantar magnífico, todos os alunos estavam indo para suas salas comunais. Harry teve que voltar porque esqueceu seu chapéu no banco da mesa da Grifinória. Mas um pouco antes de chegar lá ele ouviu, não muito longe, um grito. Não era a Murta-Que-Geme, pois o banheiro onde ela ficava era mais longe. Ele correu para de onde vinha o grito e quando virou, viu no meio do corredor, Emily caída no chão.

Charlotte estava apontando a varinha para a garota inconsciente, e nas sombras alguém conversava com ela. Ele não conseguia ouvir a conversa, apenas sussurros. Depois de alguns minutos o homem que estava oculto pelas sombras deu alguns passos a frente. O garoto reconheceu na hora, era Lúcio Malfoy! Mas o que ele estava fazendo ali? Harry não teve tempo de pensar em uma resposta para essa pergunta. Lúcio saiu rodando sua capa e andando com passos duros, como se estivesse zangado e sumiu no corredor.

Harry não esperou mais. Saiu correndo até aonde estavam Charlotte e Emily, com a varinha já preparada

_ O que você fez Charlotte?

Ela não fez nenhum movimento apenas o olhou e pediu:

_ Leve ela para a enfermaria.

_ Mas.. aquele era o Sr. Malfoy?

Charlotte ficou calada.

_ Não adianta tentar me enganar! Eu vi! Você estava conversando com ele! O quê...?.... O que vai fazer?!

Charlotte ergueu a varinha e apontou para a cabeça de Harry.



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_ Tenho suspeita de que Lupin voltou para pega-la. Quero que a siga sempre, não podemos perde-la de vista. Não agora!

_ Certo!_ Disse Charlotte com firmeza.

_ Escute bem! Se alguma coisa sair errada a culpa será sua, entendeu!

_ Sim pai.

_ Não me desaponte. Comece hoje mesmo. Investigue cada canto do castelo!

A telinha na primeira página do diário de Charlotte se fechou. Como ele iria investigar em todo o castelo? Não dava, não em três meses. Ele estava exigindo muito. Ela se levantou e abriu a porta. Não tinha ninguém no corredor. Abrir o diário no quarto estava ficando cada vez mais perigoso, por isso Charlotte se trancava em um armário perto do salão principal.

Ela saiu. Estava voltando para o seu dormitório quando algo a deteu. Sentiu a presença de alguém, e ela sabia que esse alguém não tinha boas intenções. Correu até um corredor escuro e viu nada mais, nada menos do que Lúcio Malfoy aplicando um dos seus feitiços negros em Emily. Ela sacou a varinha e correu até eles gritando:

_ Expelliarmus!!!!

A varinha de Lúcio voou. Emily caiu no chão e desmaiou, ao mesmo tempo em Charlotte ajuntou a varinha do chão:

_ O que pensa que estava fazendo Malfoy?!

_ Eu...

_ Você recebeu um prazo de três meses para tentar alguma coisa. _ ela lhe entregou a varinha _ Não devia estar aqui!

_ Dumbledore já deve estar vindo e... você pode ficar em maus lençóis... Ah! Desculpe! Ele está nos deixando loucos com esse prazo!

_ Eu sei disso!

_ Ela olhou por trás dele para ter certeza de que ninguém estava olhando
_ Vou deixar você ir, mas não tente isso de novo!

Lúcio olhou-a profundamente e saiu pela escuridão do corredor. Charlotte aplicou o feitiço de esquecimento em Emily e estava prestes a conjurar uma maca para ela, quando Harry apareceu gritando:

_ O que fez Charlotte?

Ela não fez nenhum movimento apenas o olhou e pediu:

_ Leve ela para a enfermaria.

_ Mas.. aquele era o Sr. Malfoy?

Charlotte ficou calada.

_ Não adianta tentar me enganar! Eu vi! Você estava conversando com ele! O quê...?.... O que vai fazer?!

Charlotte ergue a varinha e apontou para a cabeça de Harry:

_ Obliviate!

Harry piscou um pouco, olhou em volta e perguntou:

_ O que estou fazendo aqui?

_ Se mexa Potter! Temos que levar Emily até a enfermaria!

_ Mas... O quê aconteceu?

Charlotte o encarou e respondeu:

_ Você não viu? ... Eu não me lembro direito, só sei... me parece que estávamos indo conversar com o Lupin.

_ Bom... vamos!



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Emily estava indo para a sala do professor Lupin, quando ouviu passos atrás dela. Ela tardou o passo e escutou. Uma voz fria a fez gelar:

_ Oi Emily! Como esperei para te encontrar! _ disse a voz num tom quase que ameaçador e arrastado.

Emily virou-se e viu um senhor. Sua primeira impressão foi ver Draco maior apontando a varinha para ela.

_ Quem é você?

_ Não me conhece? Oh, desculpe, então deixe eu me apresentar: Sou Lúcio Malfoy.
_ Você é parente do Draco?

_ Sim. _ Ele sorriu _ Sou o pai dele.

"Realmente são parecidos..." _ Pensou Emily.

_ Você é igualzinha sua mãe.

_ O que você disse? Você conhece minha mãe?

_ Sim eu conhecia seus pais. É uma pena mas eles já morreram...

_ Diga logo para que veio, tenho certeza que não veio para me contar sobre meus pais!

Emily ia sacar a varinha quando Lúcio apontou a sua varinha para ela e disse, quase que gargalhando:

_ Bom se é assim.... Cruciatus!!!

Emily sentiu uma dor imensa tomar conta de seu corpo, a dor era tanta que não conseguiu nem ficar de pé.

_ Bom minha querida Emily, vou te levar para o Lord das Trevas. Ele ficará muito satisfeito comigo... e devolverá o que me tirou!

Emily se contorcia de dor. Quando já não estava mais agüentando, escutou uma voz conhecida. Era de Charlotte:

_ "Expelliarmus!!!"

A dor sumiu e tudo ficou preto.



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Emily acordou na enfermaria, que já era conhecida. Quando ia se levantar, Dumbledore fez um sinal para que não o fizesse:

_ Quando estiver em condições, quero falar com você sobre o ocorrido.

_ Estou em plenas condições de responder todas suas perguntas.

_ Tudo bem então. Madame Pomfrey, por favor, tranque a porta se retire alguns minutos.

_ Mas ela precisa repousar!

O diretor a olhou severamente. Ela suspirou zangada e saiu trancando a porta.
_ Muito bem Emily. Me explique o que houve.

Ela começou a contar algumas partes que se lembrava meio gaguejando.
_ Bom, Harry estava muito preocupado, disse que não se lembrava direito do que tinha acontecido ...

_ Charlotte! _ Disse ela se lembrando _ Ela me salvou.

_ Salvou?

_ Eu.. eu não me lembro? ... Mas eu... achei que me lembrava.

_ Aplicaram um feitiço muito poderoso em você. E um de esquecimento em Harry e Charlotte. _ Ele suspirou _ Acho que temos um espião... a não ser que tenhamos algum aluno que aprendeu esse feitiço sem nosso conhecimento.

_ E onde está Charlotte? E Harry?

_ Virão amanhã vê-la. É melhor eu deixar Madame Pomfrey cuidar de você. Até mais ver Emily!

_ Até diretor!

Emily fechou os olhos e tentou se lembrar de alguma coisa. Apenas a dor vinha a sua mente.


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_ Vocês têm certeza de que não se lembram? _ Perguntou Dumbledore.

Harry e Charlotte balançaram a cabeça positivamente.

_ Bem... sendo assim, vocês estão liberados!

Os dois saíram e cada um foi por um caminho. Harry voltou pelo mesmo corredor e que viu Emily caída. Ele sabia que tinha alguma coisa. Mas o quê? De repente sua cicatriz começou a arder. Ele fechou os olhos e viu, em uma seqüência de imagens, Charlotte conversando com Lúcio. Apenas a imagem sem som, sem palavras. Viu Lúcio indo embora, Charlotte apontando a varinha para Emily desmaiada no chão. Da ponta da varinha saíram fagulhas roxas que, como se tivessem vida própria, pularam na testa de garota e sumiram. Charlotte sorriu e apontou a varinha para ele. Harry abriu os olhos. Estava no mesmo corredor escuro.

_ Foi Charlotte!!!

Ele correu e desapareceu na escuridão do corredor.



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A varinha de Charlotte começou a brilhar. Algo tinha saído errado, um dos feitiços não tinha dado certo. E agora? Ela verificou se nenhuma das outras garotas estavam acordadas. Ela disse algumas palavras e a varinha ficou vermelha. "O feitiço do esquecimento...eu sabia! Esses feitiços fracos não o atingem! Tomara que ele não conte nada para ninguém até amanhã... ou vou estar muito encrencada!"



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Ao entrar na sala comunal da Grifinória. Os Weasley e Hermione correram para cima de Harry.

_ O que aconteceu? A prof. Minerva nos avisou que Emily desmaiou.

_ Não foi desmaio! _ Trovejou Harry.

_ O quê foi então?

_ FOI CHARLOTTE!

_ O que ela fez?

_ Ela tentou matar Emily! E aplicou o feitiço do esquecimento em mim!

_ Como?!! _ Todos olhavam com caras espantadas.




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Emily estava andando pelos corredores de Hogwarts, com seu distintivo de Monitora, procurando alguém que pudesse estar "perdido" . Quando viu Harry como se hipnotizado olhando para o nada. Uma capa o cobriu, a mesma capa preta, com os grandes olhos vermelhos . Emily gritou e Charlotte apareceu por trás da capa dizendo: "Eu mandei você cuidar de Harry, vá antes que seja tarde demais!" O cenário a sua volta começou a mudar. Ela olhou para suas mãos, elas estavam diminuindo. Mas não só suas mãos, toda ela, voltando a ser uma criança de cinco anos. Ela estava dentro de uma casinha, não sabia qual, não se lembrava dela. Uma mulher apareceu do nada e a abraçou gritando desesperada: "Fuja Emily, fuja! Vá para algum lugar trouxa, ache uma família! Seus pais morreram, mas eu não deixarei você morrer! Vá Emily, rápido!!!!" De um instante para o outro ela estava fora da casinha, que explodiu e atirou chamas verdes para todos os lados. Uma fagulha atingiu sua mão o esquerda. Um grupo de pessoas encapuzadas apareceu e ficaram olhando para a casa em chamas. Havia outra menininha também encapuzada de mãos dadas com uma dessas pessoas. Ela ria alegremente olhando para o fogo verde crepitando, consumindo a pequena casa. Ela parou de rir e olhou para Emily. Se soltou da pessoas que a segurava e andou de vagar até ela. Apontado o dedo e disse: "Você escapou dele! Mas de mim você não poderá escapar!" . Era Charlotte. Emily gritou com todas as suas forças.

Uma forte sacudida a acordou. E abrindo os olhos, viu Madame Pomfrey.

_ Graças a Deus acordou. Estava ardendo em febre!!! Tome esta poção, vou ver o que posso fazer. Emily pegou a poção e ficou pensando: "Mas que pesadelo estranho.
Desde o segundo ano que eu não tinha mais desses. Todos relacionados com o meu passado..... meu passado vindo a tona...... Mas o que Charlotte e Harry tinham a ver com isso?!!!"



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No outro dia, Harry resolveu visitar Emily na enfermaria:

_ Emily? Você tá acordada?

_ Ah! Oi Harry!

_ Como está se sentindo?

_ Bem melhor.

_ Eu... eu vim perguntar se você se lembra do que Charlotte fez?

_ Ela me salvou... não me lembro direito, mas sei que ela me salvou do invasor.

_ Sei... Emily! Foi ela que jogou o feitiço em você! _ Disse Harry de repente _ Eu me lembrei ontem quando...

_ HARRY?! Como você pode imaginar alguma coisa assim de Charlotte?

_ Mas eu vi! O feitiço que ela aplicou em mim não funcionou!

_ Eu não acredito! Porque está tentando incriminar ela? Tá certo que ela parece capaz de fazer isso, mas ela não é assim! Ela...

_ Emily! _ Harry a segurou _ Ela é uma espiã!

_ MENTIRA!!!

_ Potter! _ Madame Pomfrey entrou _ O-quê-pensa-que-está-fazendo?

_ Desculpe. Nos falamos logo Emily!

_ Enquanto a você... _ A enfermeira colocou uma jarra de água e um copo na mesinha do lado da cama _ Durma!

Emily pensou emburrada: "Porque Harry estava fazendo isso? O que ele queria?"



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Depois de cinco dias na enfermaria, finalmente Emily foi liberada.

_ Mas minha perna ainda dói!

_ Não posso fazer milagres, querida! Magia negra é uma coisa muito complicada.

_ Eu terei que ficar mancando?

_ Ora! É só por um tempo. Logo, logo vai sarar. Vou pedir para alguém te ajudar. _ Diz ela saindo pela porta e se encontrando com o professor Lupin _ Remo! Poderia levar a Srta. Hailey para a sala comunal da Grifinória?

_ Com muito prazer Papoula! Eu queria mesmo falar com ela. Vamos Emily?

_ Vamos.

A garota, com a ajuda de Lupin, conseguiu chegar até a sala comunal. Já na entrada deu de cara com Harry:

_ Emily... me desculpe. Eu sei que você e Charlotte são muito amigas, mas...

_ Não fale comigo Potter!

_ Mas eu...

_ Tchau!!!

Harry se afastou mal humorado. O professor ainda ajudou Emily até a escada:

_ Eu fiquei sabendo que antes de você ser atacada, estava indo para a minha sala. O que queria?

_ É que você sempre me chama de Lilían. Quem é ela?

Lupin pensou um pouco e suspirou:

_ Era uma amiga minha daqui de Hogwarts. Você já deve ter ouvido falar dela, a mãe de Harry.

_ Sim ouvi, mas por favor não fale dele!

_ Porque está tão zangada com ele?

_ Ele quer me colocar contra Charllote!

_ Ele deve ter alguma razão para isso, porque não escuta ele?

Emily passou a olhar para a porta do dormitório.

_ Está bem então, Não posso te culpar por isso. Amanhã depois da aula eu preciso conversar com você. É urgente!

_ Tudo bem. Tchau!



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Depois de Lupin ter se afastado foi a vez de Hermione falar com ela.

_ Emily? Você tem um tempinho.

_ Fala Mione.

_ É que... eu queria saber, porque você está tão zangada com Harry?

_ Porquê? Ele simplesmente acusou Charlotte de ter aplicado o feitiço em mim. É pouco?

_ Mas se ele fez isso tem um motivo, você devia pelo menos deixar ele falar!

_ Ah! Então foi ele que te pediu para vir aqui?

_ Ela entrou para dentro do dormitório e falou antes de fechar a porta _ Não queria ficar de mal com você também.

Ela fechou aporta na cara de Hermione, que saiu pisando duro. "Ela é tão teimosa, que até me lembra alguém!"


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