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O que são, realmente, lendas?
- Que pergunta idiota, Potter! Eu tenho cara de quê? Dicionário, é? - perguntou a ruiva, virando-se em seguida de volta para seu livro.
- Lils, por favor... - pediu o rapaz, segurando uma das mãos dela, fazendo-a olhar para si. - Não custa nada, vai, ruivinha... - continuou James, sorrindo angelicalmente, no que Lily bufou.
- Okay, okay... Lendas são histórias, geralmente transmitidas oralmente entre determinada área. Existe mais nas áreas rurais e antigamente eram muito comuns. Mas lendas são histórias inventadas, não são reais. - explicou a ruiva, como se já tivesse estudado para a pergunta. - Satisfeito? - ela se voltou para o livro pela segunda vez naquela noite, mas o maroto foi mais rápido.
James arrancou da mão dela o livro, recebendo em seguida um olhar fuzilante, com o qual já estava acostumado. Sirius, que estava um pouco mais atrás, já podia prever que boa coisa não viria dali. E ele não estava errado.
- Muito, Lily! Acho que até merece um beijo! - exclamou ele, segurando os braços da ruiva sobre a poltrona vermelha na qual ela estava sentada e baixando o corpo até a altura dela, tudo muito rapidamente, e selando seus lábios.
Nesse caso, elas viriam a determinar o destino daqueles dez jovens...
- Você não vai fazer nada com ela! - gritou Sirius, pulando na frente da morena, jogada ao chão. Seus cabelos negros estavam grudados em seu rosto, cheio de suor. Mantinha a varinha em punho, em posição de ataque, e não mudou nem mesmo depois de encarar aqueles olhos... Não, ele jamais esqueceria deles.
- O jovem Black, uh? - murmurrou aquela voz rouca e grossa, gargalhando em seguida. - O que diriam seus pais se soubessem disso, hein?
- Eu não tenho pais! - gritou ele novamente, sentindo o ódio subir-lhe a cabeça.
- Six... - sussurrou Marlene, juntado todas as forças que ainda lhe restavam, se arrastando até a perna do maroto para chamar-lhe a atenção.
Um feixe de luz passou logo atrás deles e, com o canto dos olhos, Sirius pode observar Lily abaixando-se agilmente para não ser atingida. O barulho era imenso, e nenhum deles ali entendia, e nem pretendia fazê-lo agora, como que os moradores dali ainda não haviam acordado.
- Vai embora, Six... - implorava ela, choramingando.
- Que cena mais comovente! - ironizou o homem, rodando a varinha por entre seus longos e finos dedos. Sirius ficou com o rosto completamente lívido de raiva.
- Levicorpus! - bradou o moreno.
- Impedimenta! - defendeu o outro, começando assim um duelo.
Ao redor, Remus estava no chão, com o rosto cheio de ferimentos leves, e com uma perna quebrada. Dorcas estava a seu lado, tentando fazê-lo levantar para abrigá-lo em algum lugar seguro. Lily acabara de lançar um feitiço em seu oponente, deixando-o inconsciente, e James, que lutava ao lado da garota, correu até o mais próximo possível dela para ter certeza de que estava bem.
Alice e Frank estavam ambos desacordados, e a seu lado, haviam mais dois comensais, em igual estado. James e Lily, ao verem a situação em que Sirius estava, se entreolharam.
- Vai pedir ajuda, Lils! Corre daqui o mais rápido possível, vai! - pediu ele, empurrando-a levemente, no que ela manteve os pés fixos ao chão.
- Não, eu vou ficar e ajudar! - declarou, decidida.
- Lils, por favor, vai... - implorou James, tentando convencê-la a não entrar naquela luta, a não se arriscar mais do que já havia se arriscado.
- Eu fico! - anunciou ela, colocando a varinha em punho, respirando fundo e começando a andar, tendo logo o braço puxado com força por James, que não tinha mais aquela calma e carinho com o qual sempre a tratava.
- SAI DAQUI, LILY! - gritou ele, realmente bravo. O medo de perdê-la era maior que qualquer outra coisa. E, ao ver a cara assustada que a garota fez, ele apontou para longe, e saiu correndo para o lado de Sirius.
Uma lenda condenando dois jovens a escolher entre seu futuro ou seu amor...
- Aquele que, quando em seus 17 anos descobrir o verdadeiro amor, terá o destino marcado para sempre. Mas não é um amor qualquer... É um único amor, o qual nunca haverá parecido em toda a história!
- E o que acontecerá? --– perguntou uma jovem moça, com longos e negros cabelos na altura da cintura, e os olhos incrivelmente azulados.
- Eles saberão que seu destino poderá mudar toda e qualquer vida que virá após eles... E terão o direito de escolher entre seu amor e seu futuro...
[...]
- Lily... - começou James, passando a mão em um gesto carinhoso sobre os ruivos cabelos dela.
- Hum... - murmurou.
- Você... Você tem medo de morrer? - perguntou ele, de uma vez. Aquela pergunta martelava em sua cabeça faziam dias, até que finalmente encontrou uma maneira de questionar a garota sobre o assunto.
- Que pergunta é essa, James? - Lily virou-se para o rapaz, encarando-o sériamente.
- É uma pergunta, apenas... - respondeu ele, simplesmente. Há algum tempo não havia mais aquele sorriso maroto em seus lábios, nem o brilho alegre que sempre estava em seus olhos. Nenhum deles mais conseguia voltar ao normal, apesar do esforço.
- Não. A morte faz parte da vida, todos morreremos um dia. Só muda se antes ou depois.
- E... - começou ele, parando em seguida.
- Sim, James... - incentivou ela, sorrindo fracamente para o rapaz.
- E você acredita em profecias? - a ruiva lançou-lhe um olhar confuso, mas vendo a preocupação nos olhos de James, ela respondeu mesmo sem entender - e com um pouco de medo - onde aquela conversa iria chegar.
- Não. Adivinhação é uma matéria muito vaga. Para mim as profecias cabem àqueles que acreditam nelas, e assim as fazem reais...
Outra condenando outros dois a uma paixão completamente inesperada e extremamente perigosa...
– Essa é a lenda que ronda a família Nigellus desde o seu princípio. Vocês falam de destino... Mas aqui há uma maldição! – a moça falava pausadamente, captando a atenção de todos os outros – Dois jovens estão predestinados a se apaixonarem perdidamente. No entanto, estarão em sentidos contrários. Assim como amor e ódio! Um ferirá o outro, até que a morte de um deles acabará com a maldição. – ela parou, olhando atentamente para cada um da roda – Com a morte, virá a paz... Mas se a morte errada chegar, o inferno dominará!
[...]
- Sirius, você não deveria fazer isso... - comentou a mulher, sussurrando no ouvido dele, enquanto suas finas mãos deslizavam pelas costas do rapaz, aproximando-o ainda mais, se é que era possível.
- Cara Trix... - começou ele, beijando em seguida o pescoço dela, fazendo um arrepio subir à espinha de Bellatrix. Aquele velho salão, tão frio e sem vida, parecia um forno para aqueles dois. Mas, apesar disso, eles tentavam agir como se não fizesse diferença... Mas ambos sabiam, e como, que fazia uma diferena brutal. - Você definitivamente não me conhece.
Ele trilhou um caminho até a boca avermelhada dela com leves beijos, até que finalmente selou seus lábios com os dela. Ele deu um passo para frente, empurrando-a até a parede de pedra, no que ela sentiu as costas nuas gelarem e se aquecerem rapidamente com o calor que emanava do corpo de Sirius.
- NUNCA diga não para Sirius Black... - zombou ele, dando-lhe um último beijo e virando-lhe as costas.
Apenas uma lenda? Há aqueles que crêem que sim...
- Qual é, Pontas! Você acha mesmo que eu vou acreditar nisso? - perguntou Sirius, jogando-se em seguida em sua cama, de braços e pernas abertas. - Acho que o Tio Dumbie 'tá começando a caducar... - brincou ele, rindo sozinho.
- Almofadinhas... - começou James, ainda um tanto quanto transtornado com aquilo tudo.
- Jimmy, esquece isso, cara! É tudo um monte de bobagem!
Antes que ele pudesse retrucar, a porta foi aberta, e por ela entrava Remus.
Outros que acreditam fielmente nelas...
- Co-co-como? - murmurou o moreno, com os olhos pregados no antigo pergaminho - Não... Não é verdade, é? Digo... Por que o senhor tem tanta certeza que se refere a nós? É apenas uma lenda!
- Não, jovem Potter... Não é apenas uma lenda! É – infelizmente – a realidade. E a escolha está em suas mãos...
Mas aqueles jovens descobrirão uma força maior que qualquer lenda, profecia, ou seja lá o que...
- GUERRA DE NEVE! - gritou Sirius, e logo inúmeras bolas de neve voavam de um lado para outro daquele jardim. Os poucos alunos que estavam ali tentavam, inutilmente, sair dali sem serem atingidos. Mas nenhum daqueles dez jovens parecia se importar com isso.
As meninas protegiam a si mesmas, lutando contra os meninos. Eram cinco contra cinco, e a correria naquele extenso campo, coberto de neve, era inacreditável. Como o frio era muito grande, qualquer um que visse aquela cena pensaria que eram loucos, que em poucos minutos congelariam ali.
Mas eles eram apenas setimanistas curtindo seu ultimo semestre naquele magnífico e imenso castelo, que há tanto passara a ser o lar de todos eles. O lugar em que suas maiores aventuras ocorreram, onde tanto riram - e choraram. Onde fizeram verdadeiras amizades, construíram uma família além dos laços de sangue.
A guerra continuou por um longo tempo, as vezes com algum deles se escondendo atrás de uma árvore, mas logo sendo descoberto e recebendo uma bola de neve na cara.
Quando eles se cansaram, deixaram-se cair por ali mesmo, sentindo a neve gelada em contato com suas grossas roupas, já molhadas. Todos estavam deitados no chão, sem nem falarem nada, apenas contemplando aquele céu nublado.
- Sabe... Há muito tempo eu não me divertia assim... - comentou Lily, sorrindo.
- É... Acho que nem eu! - falou James, sentando-se então.
A força da amizade!
- Nós não podemos deixar tudo como está! - terminou o moreno, em seguida olhando atentamente para cada um dos amigos. Podia ver a ansiedade estampada em cada rosto, assim como ele mesmo estava.
- É perigoso, James... - começou Lily, no que o maroto tentou voltar a falar, mas foi interrompido antes mesmo que pronunciasse algo. - Podemos nos ferir seriamente, sem contar que devemos quebrar com isso uma centena de regras da escola. Mas... Eu concordo! As coisas não podem continuar assim!
James olhou para a ruiva e sorriu sinceramente, recebendo outro sorriso de volta.
- Estou dentro! - exclamou Sirius, estendendo o braço na direção do centro da roda, com a palma da mão aberta virada para baixo.
James repitiu o mesmo gesto, colocando a sua mão sobre a do amigo, sendo seguido por Lily. Sirius olhou para Remus, que apenas murmurou um leve: " 'Tou com vocês!", colocando sua mãos ali também. Logo todos os dez tinhas as mãos juntas, no que James gritou:
- Por Hogwarts!
- Por Hogwarts! - gritaram todos juntos dessa vez, jogando suas mãos para o alto, e sentindo-se um tanto quanto mais confiantes em si mesmos, tendo apenas a certeza de que aquela seria mais uma incrível aventura.
Apenas uma lenda?
Você pode acreditar... Ou esperar o destino mostrar!
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N/A: Espero que tenham gostado do trailer. Quem sabe no decorrer da fic eu não altero ele? *-*
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