Cair em Você



Incredulidade Quebrada

Obs.: Como devem perceber, a primeira parte do fiction é do anterior, isto é, de “Amo-te, acredite”.

Cair Em Você

Então Harry a beijou e Hermione se rendeu por inteiro àquilo. Seus braços enlaçando-o pelo pescoço, sem a intenção de deixá-lo se afastar. Seus corpos o mais junto que poderiam chegar. O desespero presente naquela caricia era tão aparente que chegava machucá-los. Não fisicamente, era mais, era cerne. As lágrimas dela ferindo-o mais do que qualquer maldição e, toda dor que Harry sentia, era transpassada para aquele beijo.

-Eu sempre vou amar você – ele disse segurando seu rosto. – Pode dizer quantas vezes quiser que não a amo, não importa... O que sinto nunca mudará ou quebrará ou sumirá... E nada que possa dizer, vai me fazer deixá-la se afastar mais uma vez de mim.

Hermione o olhou com dor, queria tanto acreditar em suas palavras... Mas lhe revoltava a possibilidade de Harry apenas sentir pena dela. Não precisava de sua compaixão.
–E-eu tenho que ir – murmurou e, antes que seu amigo pudesse dizer mais alguma coisa, ela aparatou. Para longe.

Harry suspirou. Porque, com ela, tudo deveria ser do modo mais difícil?

-Titia! Venha assist... – Ágata franziu a testa. – Cadê a tia Mione, papai?

-Ah querida... Ela já foi.

-Mas sem se despedir?

-Ela estava com pressa, meu bem. Mas pediu que desse um grande beijo em você e outro em sua irmã.

Ágata fitou por um minuto o pai, depois sorriu desconsertada. – Não ia doer se perdesse um pouquinho de tempo comigo e com a Lily...

-Outro dia sua tia volta, e, desta vez, sem pressa – a menina assentiu, logo voltando para a sala de estar. – Eu acho – disse para si mesmo, ponderando.
***
<<<<Quase um mês depois>>>>

A área de alimentação do ministério estava no mais absoluto silêncio. Mas Hermione Granger, que se encontrava ali reescrevendo um relatório, não permaneceria muito tempo só...
A porta a sua direita foi aberta e ela, instintivamente, levantou a vista, para no segundo seguinte desejar nunca tê-lo feito.

Harry Potter a encarou sorrindo levemente, dirigindo-se ao seu encontro. – É impressionante como você conseguiu fugir de mim todo esse tempo. Nem parece que estávamos no mesmo local de trabalho. Às vezes, Srta. Granger – disse com um pequeno sorriso. - Você ainda consegue me espantar com seu brilhantismo.

-Não estou fugindo de você – atalhou sem olhá-lo, no entanto. Encontrando um bom momento para recolher seu material e, o mais rapidamente que pudesse, sair dali...

Ele a ignorou. – As meninas estão com saudades... – ela elevou a vista penalizada. - Eu estou com saudades – falou com suavidade a fitando. Hermione desviou o olhar, levantando-se. – O que há em mim de tão horrendo que você não suporta ver? – o moreno indagou franzindo a testa.

-Não diga tolices, Harry – murmurou ainda se forçando a fitar o material que tinha em mão, ao invés dos olhos verdes dele.

O moreno suspirou cansado. – Vamos lá, Hermione. Admita! Está me evitando.

-E se estiver?

-Preciso saber o motivo – soou como se fosse óbvio.

Ela riu sem emoção. – Motivo algum.

O moreno franziu a testa. – Não é o momento para ironias.

-Harry, não há nada – disse se dirigindo à saída. Ele continuou imóvel.

-Te assustei, não é? Com o que disse da última vez que nos vimos.

Ela parou, balançando a cabeça, antes de se voltar para o homem. - Absolutamente. Eu, primeiramente, teria de acreditar em você, para me assustar com esse seu repentino amor - retrucou de modo mordaz, sem esconder sua amargura.

O homem suspirou – Então, este é todo o problema...

-Não vejo problema – Harry a encarou com incredulidade. – É um simples fato: Somos e seremos sempre os melhores amigos, e só.

Harry balançou a cabeça. – Você não entende? – Hermione o fitou sem expressão, algo a prendia naquele lugar, obrigando-a a escutá-lo. - Desde quando, a partir daquele dia, há pouco mais de um ano em minha casa, continuamos a ser apenas os melhores amigos?!

Hermione pestanejou, antes de retrucar sem segurança: - Pare com isso, eu não preciso ouvir...

-Que belos melhores amigos, hein Hermione? – replicou com sarcasmo aproximando-se, a morena fez questão de retroceder um passo. Harry parou, respirando fundo.

-O que quer dizer?

-Desde quando um melhor amigo prefere ficar afastado? Desde quando se evita? Por que tanto foge? Quando seria tão mais fácil se deixar ficar...

-Desde que um desses amigos se descobriu apaixonado e por alguém que não pode lhe corresponder... Desde que um desses amigos pode estar se ferindo ao seu lado - retrucou seriamente. – Porque mesmo que fugir não seja a melhor opção e que me machuque o fazer, estar ao seu lado me põe louca... Não sou tão forte quando pensava, Harry.

-Por que você não me deixa te mostrar? Que eu-

-O que? – ela interrompeu. – Que pode se esforçar para tentar se apaixonar por mim? Que se sente aterrado e culpado pelo que me fez?! Francamente, Harry, eu prefiro o meu modo.

-E qual é o seu modo? – indagou secamente. - Se afastar até ver se pode passar? Se consegue fazer sumir?! Sinto lhe informar, querida, isso não dará certo.

-Você não sabe do que está falando.

Harry sorriu fracamente. – Infelizmente, eu sei.

-Como pode saber o que sinto?! Você sequer deve ter passado por isso em sua vida – ela o recriminou nervosa.

-Está enganada. Outra vez.

Hermione fechou, com a mão livre, os olhos. Sinal de enfado. – Isso não nos levará a nada. Então, deixemos como está, está bem? – disse e com isso lhe deu as costas, mas não pôde se mover... Suas pernas não obedeciam. Ela não tinha certeza se queria sair dali, e deixar (ou fugir, como quiser pensar) mais uma vez a Harry.

-Não! – Harry disse bruscamente. – O que eu devo fazer para que acredite em mim? – ele indagou andando a passos largos ao seu encontro. Ficando a alguns centímetros atrás dela.

-Olha Harry – a morena tornou a olhá-lo, assustando-se com a proximidade e, de modo irrefletido, quis dar um passo para trás, mas o homem a impediu segurando seus braços.

-Só... Diga olhando-me – ele pediu devagar.

Ela afirmou. – Apenas esqueça, certo? Não entende que fazendo assim só torna tudo mais doloroso? – indagou sem ar. – Eu sequer consigo estar desse modo com você que sinto ganas de te beijar - segredou com sorriso triste.

-Então por que não o faz? - Harry murmurou de volta, acariciando, agora, sua bochecha.

-Não faça assim... – pediu retirando lentamente, quase sem vontade, a mão do amigo de si. - Sabe o quanto te quero.

-Pois eu também te quero.

Hermione o fitou, cansada de fazer e refazer a muralha entre si e Harry.
Era uma batalha perdida, já sabia... Mas lhe lacerava a idéia de tê-lo apenas porque a Harry lhe compadecia. Sentir horror de imaginar que Harry pudesse sentir pena de si e isso lhe bloqueava a possibilidade de ver que, talvez, seu melhor amigos de anos, pudesse estar falando a verdade. Que pudesse a amar tanto quando ela a ele...

Hermione olhava fixamente os olhos verdes do moreno. Eles brilharam de uma forma tão impressionante... Será que deveria, ao menos uma vez, olvidar sua consciência? Ela, sua consciência, parecia muito enfada com tudo que Harry lhe dissera. Insistia com a morena que não lhe desse ouvidos...
Mas, sinceramente, Hermione não estava certa se poderia esquecer as palavras dele. Não tinha certeza se queria. Lhe era muito mais apetecível a idéia de que Harry Potter também lhe amava.

-Por que você é sempre tão cética?! – ele indagou num tom exasperado, ainda que a olhasse com carinho. – Por que prefere ser racional até nesses momentos? Por que não se deixa, ao menos uma vez, cair? Sem saber ou planejar sequer o que vai passar daqui a dois minutos?! Será que terei de lhe dar um tratamento de choque para que perceba que, por Deus, Hermione!, Eu AMO você! Não é passageiro! E isto, nem toda sua razão irá mudar – ele suspirou. - O que você quer que eu faça para provar de uma vez por todas que o que sinto é tão real que chega a ser palpável e qu-

Sem mais, a morena o interrompeu, sorria calorosamente. - Calasse Potter, apenas me beije... “E que eu caía de vez, finalmente, em você...” ponderou se acercando do homem.

Fim
**
Para ser franca até que me diverti escrevendo mais essa parte de “Por um Beijo”. Há tempos não conseguia escrever nenhum short e já estava me dando nos nervos...
Desculpem-me os erros e desculpem-me também por ter separado mais essa parte, mas é que faz um longo tempo (pelo menos eu acho) que escrevi “Por um Beijo” e “Amo-te, acredite” – esse nome também já está me irritando - que achei melhor fazer assim.
Espero que curtam e até a próxima,
Yasmin
PS: Juro que me esforcei. Perdoe-me a demora. Espero que curtam... E, por certo, comentem...^^’
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Comentários (1)

  • Isis Brito

    Adorei!! Gostei muito!! Mas não consigo acessar as primeiras partes... Em que site tá??

    2011-09-15
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