O passado mais presente



Alguns minutos depois, o trem parou e eles desembarcaram rumo a mais um ano na Escola. De dentro do trem, já se via a enorme silhueta do guarda-caças: Rúbeo Hagrid e a sua voz gritando: -Alunos do primeiro ano, primeiro ano siga-me, por aqui...
-Mais um ano e estamos aqui outra vez! –disse uma garotinha loira, com cabelos extremamente lisos, amarrados em um rabo-de-cavalo muito alto.-Estou tão feliz em estar de volta!
E abraçou as outras duas meninas que estavam ao seu lado.
-É, é realmente muito bom estar de volta!Vamos em Hogsmeade, andar nos parques... –disse uma garota branca, cabelos que continham grandes cachos negros e olhos azuis cor de céu.
-Estudar muuuuuuuuuito mais que no ano passado, não é mesmo, senhorita Bitencourt?-disse uma menina ruiva de cabelos lisos que vinham ao ombro e olhos muito verdes.
-Boa Lily! –concordou a loira.
-É, estudar também –concordou como se tivesse sido lembrada de algo terrível no meio de um sonho bom.
As três agora entravam pelo salão principal e se sentavam para esperar a tradicional seleção dos alunos do primeiro ano.
-Ora, ora, Bitencourt! Linda como sempre! Princesa! –galanteou um garoto muito branco e muito loiro, com cabelos muito bem assentados e ensebados e olhos azuis acinzentados, muito claros, que chegara por trás dela e cheirava seus belíssimos cabelos. –Pena que continua se misturando com a ralé de sangues-ruins e traidores do próprio sangue. –E dizendo isso, deu-lhe um beijo estranho no canto dos lábios e foi se juntar aos colegas sonserinos.
-SEU NOJENTO, DESGRAÇADO, FILHO DA... –gritava Bitencourt, mas foi interrompida por Lílian.
-Shhhhhh!Sem mais escândalos!Nem liga pra esse imbecil!
A menina loira apenas revirava os olhos.
-Ah!Não liga pra esse imbecil, ele só quer te irritar –falou finalmente a loira.
-Pois se é isso que ele quer, ele consegue, Lisa, consegue, me irrita só por existir –retrucou rapidamente.
-Um dia se casa com ele –riu a ruiva.
-Aham, na véspera do seu casamento com o Potter –respondeu a morena sarcasticamente.
-Por Merlin!Jamais repita tamanha maldição! –exagerou Lily.
-Ai gente!Pára! Coitadinho do Tiago, ele não é tão ruim assim! –defendeu a menina loira.
-Ah não! –parou Lily -Elisabeth Belinvind! Chega de defender o Potter, ele é insuportável, irritante, metido, nojento, ignorante e...
-E você está apaixonada por ele! –completou Elisabeth.
-Credo!Nunca me apaixonaria por uma pessoa como ele! Jamais! –negou Lily.
-Não estou defendendo ele, Lily. mas ele não é tão ruim quanto você diz, ele nunca me fez nada de mal e é meu amigo.
-Aff...
-Dá pra vocês pararem! –intercedeu a morena.

Após a cerimônia, os marotos conversavam nuns banquinhos no jardim central.
-Será que nunca vão desistir?Não vou me apaixonar nunca!N-U-N-C-A! –falava Sirius em um tom irritado.
-Mas e a Bitencourt?-perguntou Pedro, como se quisesse lembrá-lo de algo que havia se esquecido.
Sirius mirou o nada, olhou de relance a menina Bitencourt conversando animadamente com suas amigas, do outro lado do jardim. mas ao que pareceu, ela também teve essa mesma idéia, seus olhares se cruzaram, ficaram alguns instantes se entreolhando e Siriua sacudiu a cabeça e voltou a atenção a Rabicho.
-É ela foi a única. –respondeu em tom de tristeza e saudade.
-Você ainda não conseguiu esquecer aquela morena, né? –disse Pedro.
-Eu acho que nunca vou esquecer. –respondeu.
-Então, porque não procura por ela e explica o que realmente aconteceu? –sugeriu Tiago.
-Eu?Pedir desculpas? Jamais! –recusou.
-Mas porque não, se você a ama, fale a verdade pra ela, cara. Ela tem o direito de saber, não pensa que ela pode e deve estar sofrendo sem motivo real? –insistiu –Ela parece gostar tanto de você!Além disso, agora sua mãe não vai mais atazanar.
-EU SEI DISSO, E EU TAMBÉM A AMO, NUNCA DUVIDE DISSO ENTENDEU?NUNCA! AGORA PAREM DE SE METER NA MINHA VIDA! NENHUM DE VOCÊS ESTÁ EM CONDIÇÕES DE ME DIZER O QUE FAZER!MAS QUE SACO! VOCÊ, REMO,NÃO QUIS CONTINUAR O NAMORO COM A BETH POR COVARDIA, PEDRO, NEM SABE O QUE É AMOR E...
-Calma Sirius não é assim que se resolvem as coisas, você... –tentou falar Tiago.
-EU O QUÊ? E VOCÊ? ACHA QUE SABE O QUE SE DEVE FAZER VOCÊ DEVERIA SER O PRIMEIRO A ME INCENTIVAR A ESQUECER O QUE É O AMOR! PELO MENOS ATÉ ONDE EU SEI A ÚNICA COISA QUE CONSEGUE É BATER O RECORDE DE FORAS POR MINUTO DA EVANS!
-HEI!JÁ CHEGA TÁ LEGAL? –alterou-se Tiago –JÁ CHEGA! VOCÊ NÃO PRECISA DAR ESSE ATAQUE E NEM GRITAR COM A GENTE, CARA, SOMOS TEUS AMIGOS, SÓ QUEREMOS AJUDAR, SE VOCÊ NÃO QUER AJUDA SOME DAQUI NÃO PRECISA DAR ESCÂNDALOS!
Sirius abriu a boca pra falar, seus olhos marejaram e ele saiu correndo. Tiago encostou a cabeça na pilastra atrás dele e ficou pensando.
-Caracas! Mas o que deu nele? –perguntou Pedro depois de um longo silêncio. –Não entendi nada.
-Novidade! –falou Remo –Mas nesse caso eu até entendo a reação explosiva dele. –Ele deve ter sofrido muito com o que houve entre ele e a Paty, ele gostava tanto dela, e com tudo o que houve...
Realmente ele tinha razão, Sirus Black e Patrícia Bitencourt,a pouco tempo, haviam sido muito apaixonados, mas suas famílias eram absolutamente contra, ambos prefeririam ver os filhos mortos que juntos. Eram famílias rivais há séculos. Ainda tinha a, prima dela, que odiava (ou, era o que ela dizia) Sirius com todas as forças. As duas famílias viviam armando para separá-los. Quando Patrícia voltou de uma viagem, sua prima lhe fez acreditar que ele havia ficado com ela. Ela nunca acreditaria, mas decidiu perguntar a ele, afinal, porque a prima mentiria? Ele ficou chateado, estava num péssimo dia e eles brigaram, simplesmente não se viram mais, Sirius achou melhor, já que, pelo menos assim, sua mãe parava de dizer de 5 em 5 minutos que a mataria se eles ficassem juntos. Achou que era melhor ela continuar achando que ele era um imbecil, que a tinha traído com a prima e tudo mais, seria melhor pra ela e acabaria com aquela história de ter que decidir entre a família e o amor. Quando saiu de casa, isso mudou, mas aí a coisa passou a ser por orgulho, se fosse falar com ela, teria que se desculpar e explicar tudo, sem nem ao menos ter a certeza de que ela perdoaria. Mesmo assim, Sirius nunca conseguira parar de pensar nisso, se passaram quase dois anos e ele ainda não esquecera tudo o que viveram juntos, nunca esqueceria, mesmo que fingisse o contrário, a amava demais.
-Eu sei disso, remo, mas ele não precisava dar todo esse ataque! –retrucou Tiago, desencostando da pilastra.
-É, mas... Eu acho melhor, ver onde ele foi! –preveniu –Não sei se foi chorar, gritar com mais alguém...do jeito que ele tava acho melhor a gente, no mínimo, saber onde ele anda.
Os outros concordaram. Procuraram por muitas horas e nada. Quando já estavam cansados, subiram e foram dormir.No dia seguinte, acordaram e encontraram o bendito garoto, sentado na cama olhando para o teto.
-Me desculpem por ontem
-Tá, tá tudo bem! Mas olha só: levanta logo e vai se arrumar, senão vamos nos atrasar. –falou Remo desprocupado.
-Não to afim de ir na aula.
-Seu imbecil, vai faltar o primeiro dia de aula?Não, mas não mesmo, levanta e vai se arrumar!Isso é uma ordem!
-Seja bonzinho e obediente, certo coisinha fofa? –brincou Tiago. –Se faltar à aula todo mundo vai achar estranho, anda logo!Se a Bitencourt vier na sua frente, a gente tapa o seu olho.
-Rarara, muito legal!
-É sério, não vai adiantar ficar aí com essa cara de bunda, não que a sua cara normal seja melhor, mas...Ah!Você vai na aula e pronto, anda!
-Eu vou mesmo, só para que vejam que nada abala Sirius Black –e alteou a voz ao pronunciar o próprio nome.
-E porque a gente ta mandando.
-Ninguém manda em mim.
-Só eu!
-Nem você!
-Tá bom agora vai se arrumar. -falou Remo.
Eles se aprontaram e estavam descendo as escadas.
-Estão vendo? Quem manda sou eu! –falou de repente Remo.
-Aham, pode crer! –falaram os outros em coro sarcástico.
-Sim, sim! Vejam só: estavam a meio século discutindo quem manda, foi só eu falar pra pararem e se arrumarem, que aqui estão. Eu sou demais, né?
-Espero que saiba que estou aqui por livre e espontânea vontade. –falou Sirius.
-E ordens minhas.
Eles caminharam rindo e discutindo sobre o líder dos marotos até a sala de aula da professora Minerva McGonagal.

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