Weasleys X Malfoys
Gina estava atrasada, muito atrasada para o jantar e Rony com toda certeza falaria à beça em seu ouvido por este atraso. Desde que o ruivo casara-se com Hermione, que ele ficava controlando todos os horários da irmã. Gina ainda se lembrava de quando a guerra acabou e Harry morreu. Todas as esperanças de um futuro melhor para seu filho fora destruído, junto daquele que um dia foi seu grande amor. “Ai, Rony vai arrancar meu fígado por este atraso. Maldita loja!” ela pensava enquanto aparatava próximo à Toca, onde morava com o irmão, a cunhada e seu filho, Dylan. “Pelo menos meu bebê está acordado.” ela pensou sorrindo ao notar uma luz na janela de cima da casa torta.
_O tempo passa e você não muda nada, casinha. – ela falou pra si mesma com um sorriso melancólico na face.
Desde a morte de seus pais e alguns irmãos na Guerra que os Weasley nunca mais foram os mesmos. As lembranças daquele confronto maldito ainda estava viva na mente da ruiva, mesmo que já tivessem passados sete anos. “Sete longos anos... tanta coisa mudou.” ela pensou atravessando o jardim da casa torta, fugindo da fina garoa que teimava em molhar-lhe a face. Já segura da chuva fina, em sua varanda, ela retirou o sobretudo não tão velho e pôs-se a pensar em como seria recebida pelo irmão devido ao atraso de mais de duas horas. “Coragem Gina. Entre nesta casa!” ela pensou abrindo a porta com cautela.
Ao entrar pôde notar que nenhuma luz vinha do andar de baixo, a Toca estava mergulhada num profundo silêncio, ao que a ruiva estranhou. “Que esquisito, desde que Dylan começou a andar essa casa não fica tão...quieta!” ela pensava enquanto esgueirava-se na escuridão em sentido à escada de degraus disformes. O salto de seu sapato ressonava no chão de madeira antiga e ainda assim nenhum outro barulho podia ser ouvido. Gina já estava preocupando-se com algo que pudesse ter acontecido com sua família quando um sonoro coaxar se fez ouvir.
_Greg! – ela falou abaixando-se para pegar o sapo de estimação do filho – você ainda me mata de susto, seu sapo asqueroso. – ela falou rindo, andando em direção ao quarto do filho.
Abriu a porta com cautela, deixou o sapo em sua caixinha de madeira em cima do criado-mudo e pode observar uma cena muito bonita. Rony estava sentado desconfortavelmente velando o sono de Dylan e seu rosto denunciava seu estado de cansaço. “Ele deve estar sentado aí há muito tempo.” ela pensou sacudindo o irmão levemente pelos ombros.
_Rony? – ela chamou e o ruivo foi abrindo os olhos devagar – já cheguei. Pode ir dormir agora.
_Gina... – ele falou sonolento, bocejando – nossa, que horas são?
_Quase nove. – ela falou baixo, mas pôde ouvir o bufo indignado do irmão.
_Você está muito atrasada, sabia. – ele falou aos sussurros para não acordar o sobrinho.
_Sei, eu sei... mas nesta época do ano, você sabe como fica o Beco não é? – ela falou também aos sussurros.
_Sei, férias é sinônimo de Beco Diagonal lotado e serão pra quem trabalha lá. – ele comentou com um sorriso triste.
_Ron, você parece triste, o que houve?
_Gina... eu... tenho uma má notícia para você. – ele falou puxando a irmã pelo braço até um canto afastado da cama de Dylan.
_Está me assustando Rony. Aconteceu algo com o Dylan?
_Bom, é que... o plano de saúde da Auror Medical Care* não pode mais arcar com as despesas do Dylan, sinto muito.
_Mas, como não? – a ruiva parecia que tinha levado um balaço no estômago – você o pôs como seu dependente, então ele deve ter os mesmos direitos que você, não é?
_Não é bem assim... eles me disseram que Dylan, por não ser meu filho, não pode receber os mesmos benefícios que um descendente direto.
_Isso é... absurdo! – ela falou frustrada – um desparate. Meu filho precisa de cuidados médicos Rony, você sabe disso. – ela falou já chorando.
_Eu sei, Gina. E vou ajudar você sempre quando o assunto for a saúde do Dylan. – ele falou abraçando a irmã. – pode contar comigo.
_Obrigada Ron, eu nem sei o que seira dele sem você ou a Mione por perto. – ela falou com a voz embargada.
_Tá tudo bem agora. – ele falou terminando o abraço e a encarando – nós precisamos ficar unidos, somos os únicos Weasley que restaram, não é.
_Você esqueceu do Fred?
_Não, mas aquele lá vive enfurnado na loja de logros... eu quis dizer que temos que ficar juntos, manter a Toca sempre com um ambiente agradável, ou pelo menos tentar, não é?
_Você está certo. – ela falou enxugando as lágrimas – bom, agora eu preciso de um banho e dormir, estou um caco.
_Ok, vou voltar pra cama senão a Mione vai me matar. – ele disse rindo. – não demore muito pra dormir, e não se preocupe, está bem.
_Pode deixar. Boa noite Rony. – ela falou acompanhando o irmão até a porta do quarto, que era dela e do filho.
_Boa noite. – o ruivo falou saindo no corredor escuro.
Quando os passos do irmão finalmente desapareceram, Gina pôs-se a observar o filho dormir. Ele parecia tão sereno, enrolado nas cobertas de retalhos que ela adorava quando criança. Lembrando-se do estado de saúde do pequeno ela recordava da rejeição que sofrera, mas principalmente, da rejeição que seu filho sofrera. “Ah, Harry, porque você não assumiu seu filho, hein? Agora que ele precisa de tratamento, não temos dinheiro... você me faz falta... ainda.” ela pensou tristemente e uma lágrima escorreu de seus olhos. Aproximou-se da cama de Dylan e acariciando os cabelos ruivos do pequeno, lembrou-se do dia que ele nasceu, numa noite chuvosa, ela sentia muita dor, mas ainda sim pode contemplar o presente que ganhou naquele momento: um filho. Ele era realmente o maior presente que ela já recebera. Sorrindo disse baixo:
_Você é meu melhor presente. Não sei o que faria da minha vida sem você, querido.
Levantou-se e pegou os pijamas no guarda-roupa antigo. Foi até o banheiro, precisava de um bom banho quente para relaxar após um dia totalmente estressante de trabalho, quase fora demitida por causa de uma caixa de material que ‘sumiu’ do estoque da loja. “Ainda bem que a Violet achou o bendito material, senão...” ela lembrou-se da colega de trabalho que salvou seu pescoço naquele dia. Nunca ficaria tão grata à alguém se não fosse pelo filho.
_Tenho que arrumar outro emprego, mas onde? – essa era a pergunta que martelava na cabeça da ruiva, mesmo após ela sair do banho e aninhar-se em sua cama confortável.
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Draco estava simplesmente nervoso. Melhor: ele estava furioso! “Quem estes duendes pensam que são? Só liberar a fortuna depois do casamento? Mas quem falou que eu quero me casar! Maldito testamento esse...” ele pensava vermelho de raiva ao sair do Gringotes. Aparatou nas proximidades da Mansão Malfoy, onde a carruagem com seu mordomo o esperava.
_Chegamos Senhor. – Alfred comunicou, minutos depois, com sua voz fantasmagórica. – A Mansão Whiltshire.
Draco saiu da carruagem ainda nervoso, adentrou no saguão da frente e deu de cara com sua mãe, que descia as escadas com uma expressão de ansiedade na face. Olhou-a e sentiu muita pena. Narcisa tinha ficado perturbada desde a morte de Lúcio na Guerra e desde então Draco via-se obrigado a cuidar da mãe, uma tarefa no mínimo ‘complicada’ visto que ela era muito apegada ao filho e não permitia que nenhum elfo cuidasse de suas necessidades dentro da Mansão. Avistou-a e pôs seu melhor sorriso no rosto, não devia preocupá-la com detalhes das finanças da família.
_Boa noite, mãe. – ele falou dando um beijo na testa da loira.
_Boa noite, meu filho. – ela falou com os olhos azuis semi-desfocados, pelo adiantamento do horário – estava lhe esperando para o jantar.
_Mãe, já é muito tarde, porque não jantou antes? – ele perguntou observando nervosamente uma elfa, que deveria cuidar de sua mãe, se encolher de medo aos pés da escada, atrás de Narcisa.
_Tricy tentou convencer Sra. Malfoy, meu Sr... Tricy não conseguiu. Tricy má. Muito má. – a elfa guinchou e saiu correndo, para se punir na cozinha.
_Mãe, porque a Sra. não colabora? – ele perguntou cansadamente, porém Narcisa pareceu não escutar e pôs-se a andar até a sala de jantar – aí vamos nós Draco. – ele comentou para si mesmo, seguindo o mesmo caminho antes trilhado pela mãe.
Alguns minutos depois de despedir-se de sua mãe, Draco rumou para seu quarto na Mansão e pôs-se a lembrar da conversa tida com seu amigo e sócio Blaise naquela tarde. Apesar de exausto, mesmo após um demorado banho, o loiro, já deitado na sua confortável cama de lençóis de seda, ainda relembrava cada pedaço da conversa com o sócio.
********FLASHBACK**********
_Raios! Porque eu não consigo achar outra mulher decente nesta cidade, Blaise? – Draco comentou pela enésima vez ao sócio das Malfoy & Zabini Indústrias Ltda. – porque meu pai teve que ser tão filho da mãe naquele testamento?
_Porque ao invés de rabiscar sei-lá-quantos nomes neste pergaminho você, simplesmente, não sai à procura dela de uma vez? – o moreno respondeu calmamente, analisando os pergaminhos à sua frente.
_Você não está entendendo. – o loiro percebeu o quão alienado o amigo estava perante seu problema – Blaise, eu estou enrascado! Presta atenção!
_Ok, você tem toda a minha atenção agora – o moreno pôs os pergaminhos de lado e passou a observar a face assustada do loiro – agora, esta sua cara está me assustando, qual o problema em se casar ela afinal?
_O problema é que eu sou Draco Malfoy! Entendeu agora? – ele perguntou exasperado.
_E eu sou Blaise Zabini... e?
_Você não tá entendendo. Eu não vou me enrabixar por uma única mulher, é contra minha conduta, eu tenho princípios, cacete! – o loiro explodiu.
_Ok, calma. Senta. Respira! – Blaise falou tudo muito rápido. E Draco somente obedeceu. – você está estressado, cara.
_Blaise pela última vez: eu não posso me casar... não com... ela!
_E porque seu pai escolheu ela afinal de contas? – Blaise perguntou já nervoso. Draco refletiu por alguns instantes e finalmente respondeu:
_Porque ela nunca aceitaria, EU nunca aceitaria... e perderia toda a nossa fortuna. – o loiro concluiu acertadamente.
**********FIM DO FLASHBACK**********
Draco ainda se remexia no travesseiro, pensando em como ele faria para reaver sua fortuna, visto que a parte que cabia à sua mãe era usada para todo o conforto de Narcisa. O loiro se remexia de um lado para o outro na cama. Já tinha observado-a naquela tarde no Beco e não conseguia acreditar que aquela mulher magnífica um dia fora a sardenta com roupas de segunda mão. Amaldiçoou seus hormônios por achá-la atraente e dando-se conta de que não somente seus hormônios, como também seu ‘corpo’ pensava da mesma forma levantou-se da cama com brusquidão, rumo ao banheiro de sua suíte, amaldiçoando a recém dona de seus pensamentos pecaminosos.
_Argh, maldita Weasley!
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N/A: Olááá!!!!
Cap curtinho, mas é só pra introduzir a história, ok.
E aí, gostaram?? O que acharam da minha idéia doida, hein?? Hein? Hein??
Comentem dando sugestões tb, tá...
Atualizo minha outra fic: Acertando as Contas ainda hj, prometo! *cruza os dedinhos*
Mil Bjus.
COMENTEM!!
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