Um dia já fomos amigos?!
-Você não seria capaz!
-Você quem pensa idiota!
Noite tempestuosa. O ambiente era nada mais que a ponta de um penhasco, e dois bruxos ali estavam, apontando um para o outro suas respectivas varinhas, apenas com vários corpos inertes ao redor dos dois como platéia. O que ocorrera ali? Um grande duelo bruxo, onde um por um os presentes foram caindo, todos por conta de um só homem, até que ficasse apenas um. Este sobrevivente vestia uma capa bruxa roxa brilhante, não aparentava ter mais de vinte anos e possuía um cabelo ruivo, contrastante com os olhos verdes que brilhavam a cada raio que surgia no céu. O outro era no máximo dois anos mais velho e possuía um grande cabelo negro, à primeira vista parecia um menino, mas bastava que se mostrasse o rosto para notar que era um homem.
Era impossível entender como um só homem conseguira derrubar mais de cem homens, mas fora isso que acontecera, e agora parecia disposto a derrubar mais um, o mais resistente pelo jeito. Os dois porém pareciam lutar tomando um certo cuidado um com o outro. Será que tratavam-se de amigos? Ou será que apenas os dois estavam cansados? O ruivo, quase atingido por um feitiço, por pouco caia no penhasco, mas voltando à postura inicial de duelista simplesmente fingiu que o que acontecera fora um fato corriqueiro e continuou lutando. O outro soltou uma boa risada que deu até arrepio na nuca do outro combatente. Estava disposto a matar. E a morrer se esse fosse o caso.
-O que foi Carpenger? Essa foi quase em? E não finja indiferença seu grande monte de bosta de dragão, você ia perdendo, eu vi! AVADA KEDRAVA!!!
Mais uma vez o ruivo jogou-se para defender-se do feitiço fatal. Será que finalmente a poção Felix felicis que tomara acabara o efeito? Isso não era bom, não mesmo. Ele conseguira sobreviver até aquele ponto por conta da poção, mas será que agüentaria por mais tempo? Esse ultimo fora quase. Mas ele precisava sobreviver. Precisava sobreviver para ela. Sim, ela, seu grande objeto de adoração a pequena Natalie, sua linda filha de apenas um mês de vida. A vida não fora justa com ele. Justamente quando tudo em sua vida começara a melhorar, com o nascimento de sua pequena Natty, ele tivera que ir a trabalho combater justamente o seu melhor amigo. Melhor dizer ex-melhor amigo. Mas isso era coisa antiga, eles pararam de se falar desde que terminara o primeiro ano pós-hogwarts quando Jonh conseguira enfim passar no exame para auror e seu amigo fora “descobrir novos ares”. Jonh jurava que nunca imaginaria que os “novos ares” ao qual o amigo se referira seria a magia negra. Onde ele estava com a cabeça?
E agora tudo virara de cabeça para baixo. Ele até tomara uma Felix felicis antes do combate para que a sorte o ajudasse a convencer o amigo a se entregar, mas fora em vão. Afinal a poção só servira para que ele se despedisse a tempo de sua filhinha antes de deixá-la junto à um amigo. Eles não tinham mais família onde deixar a menina. Todos haviam morrido. E agora com a morte de Caren a alguns minutos atrás quase o levara a um ataque cardíaco. Ele ainda tentara convencer a mulher a não ir para essa batalha, para ficar em casa com Natalie, ou ao menos tomar uma poção como ele mas nada resolvera. A mulher estava disposta a ir. E ele a vira morrer, enquanto pedia desculpas por não ter ouvido seus conselhos. Ele não agüentaria por mais tempo, logo cederia. Logo morreria. E deixaria a pequena Natalie sozinha no mundo.
-Estupefaça!!!
-Você não acha que vai me atingir com um feitiço fajuto desses acha Carpenger?
“não...eu não posso usar maldição alguma...sou um auror oras! E o que vai acontecer à Natalie? Não posso deixá-la sozinha no mundo...”
Fundyer pareceu ler seus pensamentos e falou sarcástico.
-Com medo de deixar a filhinha órfã Jonh? Você se casou Jonh? E nem pra me convidar para padrinho não foi? Que ingratidão!
-Eu nunca convidaria um assassino para meu casamento e muito menos para conhecer minha filha!
Sim, Albert Fundyer era um assassino. E agora matara cerca de cem aurores do quartel de Londres em apenas uma noite. E tudo por ambição. Tudo porque ele queria um bendito poder da Lufa-lufa, sim, a casa de hogwarts, que nem ao menos se sabia se era real a sua existência! O que dizia ser era que esse tal poder inigualável fora à união do poder de todas as casas em uma única pessoa de sangue lufanp. Uma magia antiga no qual os quatro fundadores fundiram parte de sua magia no corpo de um recém nascido para que este pudesse ser o novo diretor de hogwarts após ele. E diziam que o tal poder era transmitido de herdeiro em herdeiro. É claro que a linhagem já estava perdida há séculos. Ninguém sabia quem mais era herdeiro. E agora a tal história era apenas lenda. Ninguém sabia se era mesmo verdade.
Mas voltando à batalha Carpenger parecia já estar preste a sucumbir. Ele via até a si mesmo caindo lentamente no chão enquanto a risada de Fundyer ecoava pelo lugar...Ou será que aquilo não fora um pensamento criado por Fundyer e implantado em Jonh para que ele ficasse cada vez mais fraco? Tudo estava cada vez mais confuso e Jonh estava cada vez mais perto de sucumbir ao ex-amigo. Mas aí lembrava de sua bela filha e do futuro da mesma. Será que Fundyer iria atrás da menina? Ele tinha medo disto. Não queria que sua filha fosse perturbada por algo que não fez. Ela era inocente oras! De nada tinha culpa. Que culpa tinha ela se ele acabara por se casar com a menina ao qual seu ex-amigo gostava? Oras, ele não sabia! E nem a menina queria. Afinal não fora culpa dele. E esse assassino não poderia culpar a inocente de sua filha por isso!
-Então Jonh, como foi estar casado com a belíssima Caren ao qual acabei de matar? Oh, desculpe pela lembrança! – adicionou o homem sorrindo de leve ao ver a cara de rancor de Carpenger crescer. – Ela era tão amada assim? E como é sua filha em? Será que posso tomar posse dela após a sua miserável morte?
-Nem imagine! Deixe minha filha fora disso!!!
-Ora, mas ela será uma ótima forma de me vingar...Será perfeito...
Uma gota de suor caiu do nariz de John enquanto ele tentava conter-se. Por que o grande besta do Albert não o atacava logo e acabava com aquela história de uma vez? Mas O QUE ELE ESTAVA DIZENDO? Ele não podia nem pensar naquela possibilidade! Tinha sua filha para cuidar! Mas já não agüentava mais tudo aquilo...Estava simplesmente acabado. Acabado como nunca fora. Por um minuto ele voltou a lembrar de seus tempos de hogwarts, quando ainda era um aluno e tudo era mais fácil...Ele fora simplesmente um dos melhores alunos de hogwarts, sendo passado apenas por um corvinal, Patrick Sotorver, que agora era um famoso escritor. E Albert era seu grande amigo. Tudo bem, ele era um lufano e Albert um grifinório, mas isso nunca atrapalhara sua amizade. Acabaram hogwarts bem, e cada um foi para sua respectiva carreira. E aí, John conheceu Caren Beautér, uma linda garota que fora grifinória. Ela era loirinha e possuía os olhos de cor azul profunda. Terminara hogwarts com louvor e passara sem problemas no teste para ser auror. E logo apaixonaram-se, não demorando a casar. Agora datavam um ano de casados e uma bela filha de um mês de vida, que simplesmente era o espelho de Caren com as características de Carpenger, ruiva dos olhos verdes. Mas todo o resto era a mãe. Ela era praticamente o espelho da mãe...
-E a garota é loira ou ruiva? Tem a cara da mãe? Se tiver vai ser uma bela noiva daqui a uns quinze anos...PETRIFICUS TOTALUS!
A vontade de John era responder ao homem com um palavrão, mas logo foi impedido. Finalmente Albert conseguira atingi-lo bem no peito não com a maldição, mas com um feitiço que além de não matá-lo o impossibilitava de responder e contra-atacar o ex-amigo, além de deixá-lo exposto ao bem querer de Fundyer. Se ele quisesse lhe matar, matava. Torturar? Ora, tudo era possível. A vida de John estava acabada.
-Agora você vai me ouvir direitinho...Então, você sabe o quanto eu sofri durante esse tempo enquanto procurava pela magia lufana? Você sabe o quanto eu senti falta da voz doce de Caren? De tocar seus belos e sedosos cabelos? E de seus beijos ardentes? POR QUE VOCÊ FEZ ISSO COMIGO SE ERA REALMENTE MEU AMIGO???? CRUCIUS!!!
John soltou uma exclamação silenciosa de dor, sem poder ao menos revidar. Tinha apenas de ouvir ele.
-E o que acha que senti quando ao voltar e ver você casado com a minha linda princesa?? Você sabia que éramos namorados? Sabia que nós nos encontrávamos escondido na escola? SABIA QUE EU A AMAVA DE VERDADE?? CRICIUS! Nós pretendíamos casar sabia? Sim, nos casaríamos e teríamos belos e fortes filhos que teriam o grande poder lufano dentro de si! E nossa vida seria perfeita...Seria simplesmente perfeita...Mas VOCÊ CHEGOU E ESTRAGOU TODOS OS NOSSOS PLANOS! E ELA SEQUER ME RECONHECEU!
A vontade de Jonh era dizer que ela não o reconhecera porque Albert estava cerca de dez anos mais velho e exibia covas abaixo dos olhos, e o que ele tinha de beleza desaparecera. Sim, porque Albert já fora bonito. Ele já fora. Agora tinha perdido suas feições perfeitas. E lembrar que Albert e John chegaram a ser a dupla perfeita na escola, invejados por todos os caras e desejados por todas as meninas...
-Mas isso é passado agora não é? Vou esperar quinze anos, sim, vou esperar quatorze anos, sim, vou esperar quatorze anos para se encontrar com sua bela filha e casar-se com ela, nem que for à força! AGORA JÁ CHEGA DE PAPO, ESTÁ NA HORA DE DIZER ADEUS AO MUNDO JOHN! AVADA KEDRAVA!!!
O feitiço atingiu o peito do homem em cheio que soltando um ultimo sopro de ar viu a vida se esvaindo por seus dedos e uma dor rápida mas profunda atingir-lhe em cheio enquanto ele caia inerte...Assim morria o grande John Carpenger, um dos melhores aurores de Londres...
*À cerca de vinte mil quilômetros dali*
Na fria cidade de Londres, numa grande mansão imaculadamente branca vivia uma família de bruxos, os Foudifouri. E lá que fora deixada uma pequena e frágil menininha ruiva de belos olhos verdes. O nome dessa pequena recém nascida era Natalie Carpenger. Ela era filha de grande dois aurores e mal sabia a menininha que o beijo que recebera na testa a cerca de quatro horas atrás seria o ultimo beijo dado por sua mãe. Mas por enquanto a garota simplesmente dava um singelo sorriso para a senhorita Hillary, uma mulher de vinte e poucos anos que topara cuidar da pequena menininha enquanto os pais da mesma iam à uma batalha. Mas aí, do nada uma coruja adentrou o lugar, parando frente ao bebê, enquanto a senhorita Hillary pegava a carta que esta trazia.
“Senhores Foudifouri,
Venho através dessa carta informar da morte dos pais da pequena bebê Natalie Carpenger chegaram à falecer agora a pouco em uma batalha no qual tentavam capturar um fugitivo do ministério. Pedimos postanto que cuide da pequena criança até a segunda feira quando um responsável do ministério irá até sua residência levar a menina para o lar de adoção de bruxos, a não ser que os mesmo queiram criar o bebê. Espero respostas.
Atenciosamente
O ministro da magia da Inglaterra
Gabriel Vundy”
A resposta partiu poucos minutos depois de recebida a carta. Não havia dúvidas, com certeza ficariam com o pequeno bebê. Em memória dos falecidos. E cuidariam com o maior carinho possível. É claro que nunca esconderiam que a menina era adotada. Não queriam enganá-la até porque a mesma era muito diferente do casal. Mas lhe dariam, se a mesma quisesse, o sobrenome da família com maior prazer.
E assim a menina cresceu, sadia, feliz e ciente de que seus verdadeiros pais, aqueles que a colocaram no mundo, na verdade estavam mortos. Não que isso fizesse muita diferença na minha da menina. Contanto que ninguém lhe lembrasse do que ocorrera por ela estava tudo bem. E agora a garota contava com onze anos e estava preste a entrar para hogwarts, a grande e conhecida escola bruxa, onde se merlin quisesse ela entraria na lufa-lufa, a casa ao qual seu pai pertencera. E agora só faltavam exatamente três dias para ela ir. Já tinha todos os materiais comprados inclusive, todos de primeira linha, todos arrumadinhos novos e cheirosinhos. Só faltava a escola chegar.
*três dias depois*
Acabara de amanhecer e fazia um silêncio sepulcral na rua das mansões bruxas Merlin Hill. Apenas os passarinhos pareciam acordados, piando felizes para a raiva dos moradores do lugar. Parecia um dia comum. Mas esse não era um dia comum. Mas centralizando os eventos na mansão dos Foudifouri, uma menina ruivinha dormia quieta em sua cama, toda embolada no lençol como se o mesmo fosse um casulo. Estava na posição fetal, mais exatamente e parecia chupar o dedo indicador da mão direita. Essa era uma mania que a pequena não conseguia parar. Mas isso não importa. O que ela sonhava? Só lendo para entender...
“Era um lugar branco. Muito branco. Não branco como a mansão em que Natalie vivia. Não, era bem mais. E possuía várias coisas felpudas. Aliás, ela pisava em coisa felpuda. Era macio...Macio e branquinho como tudo no lugar. A menina gostara bastante daquilo tudo. E de repente, do nada, uma mulher loira se aproximou da menina. Natalie não conseguiu olhar bem suas feições. Mas ela parecia boa. Parecia um anjo.
-Filha...
A menina sorriu. Seria aquela a sua queria mãezinha? Mas antes que ela conseguisse tocar a mão que a mulher loira lhe oferecia tudo desapareceu e ficou rosa, muito rosa. Parecia até com seu lençol...”
Abrindo os olhos devagar a menina Beautér olhou para os lados, procurando por alguém e finalmente deu de olho com o seu elfo doméstico libertado-mas-que-não-queria-se-libertar-Gigi ao seu lado. Trazia uma bandeja de comida e sorria, mostrando todos os dentes que lhe sobrava. Gigi era bem velha. E já fora libertada. Até vestia um lindo vestidinho de criança rosinha. Mas a elfa dissera que aquele era seu lar e que gostava do tratamento deles. O que não era mentira. Eles realmente tratavam a elfa bem, dando-lhe roupas e tudo que lhes fosse possível para garantir o bem estar da mesma.
-Sinházinha, está atrasada para o banho, não se esqueça de hogwarts!
Se levantando depressa a menina então lembrou: Estava mesmo atrasada para ir ao trem. E chegaria bem atrasada se não tivesse cuidado. E por isso que agora a menina saia correndo para banhar-se e arrumar-se, o que graças a Merlin não demorou muito. Ufa! Seus pais adotivos também não demoraram muito e logo a garota se encontrava no expresso de hogwarts. Para a ocasião a menina vestira uma blusinha preta e uma sainha rosa, bem patty o que a garota realmente era e nem pensava em esconder. Acabara ainda chegando cedo, por isso não deu bem trabalho encontrar uma cabine para sentar, com um menino de feições curiosas, olhos verdes, cabelos loiros e branquinho, realmente muito bonito que a menina ainda passou cerca de cinco minutos admirando.
-Ei, o que tanto olha em mim?
-Hã? – respondeu a menina saindo de seu transe e dando de encontro com a pergunta incomoda do garoto – ah...nada não! Ah, a propósito, sou Natalie Carpenger Beautér, sou novata sabe...
O garoto sorriu, sabe-se lá porque e analisando a menina rapidamente, respondeu-lhe ainda sorrindo:
-Também sou novato...Que casa que ir?
A começa aí foi interrompida pela entrada de dois irmãos gêmeos, uma menina e um menino, cada um de olhos castanho claro e cabelos negros que sentaram-se a menina do lado de Natalie e o menino do lado do garoto-ainda-não-nomeado.
-Somos Gabriela e Felipe Seikospu, prazer! E vocês?
Novamente a menina apresentou-se e curiosa virou-se para olhar para o menino-que-ela-ainda-não-sabia-o-nome, esperando a resposta por conta dele. E ao contrário dos pensamentos da garota que diziam “ele não vai responder!” o menino sorriu novamente, apresentando-se em seguida
-Scott Goudrin e quero ir pra lufa-lufa
-Eu também!
Respondeu os três restantes em coro, rindo após. Que grande coincidência se fizera. E tudo que Natalie fazia era rezar para que eles realmente fossem para a mesma casa. Ali nascia uma grande amizade.
Houveram muitas conversas depois, mas passando direto disso para a seleção da garota, adianta-se aí um pouco a história, parando cerca de duas horas depois no qual o pequeno grupo recém formado chegou à hogwarts e logo enfileiraram-se junto aos outros novatos na longa espera pela seleção que logo ocorreria. A professora de transfiguração, Goretta Flounf, era, pelo que a menina Beautér entendera, a professora que lia a lista de alunos para a seguida seleção e não demorou para que a mesma chamasse o nome de Natalie, após selecionar Scott e Gabriela para a lufa-lufa e Felipe para a corvinal.
-Natalie Carpenger Beautér apresente-se aqui na frente por favor!
Falou a professora de voz meio esganiçada enquanto a menina ruivinha ia de encontro ao chapéu seletor onde chegando sentou-se no banquinho enquanto a professora pegava o velho chapéu, colocando sobre a cabeça da menina, afundando-lhe até o pescoço por ser demasiadamente grande.
-Sem dúvida nenhuma Lufa-lufa!
Enfim a menina estava selecionada. Ela só não conseguia entender porque o chapéu a selecionara tão rápido quando durante a seleção dos amigos o velho chapéu demorou até quinze minutos conversando com cada um deles...
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