A Festa
N.A.: É, depois de uma semana de espera (quanto tempo!), aqui está o cap. 3... Prometendo fortes emoções, já que o outro capítulo foi fraquinho...
Ana Bolena Black: Que bom que você gostou! Essa cena, do Sirius e do James pedindo ao Slughorn para que ele deixasse o Remus ir, foi uma das primeiras que imaginei... Achei que ia ficar engraçado mesmo! E não fique achando o Sevie fofo por muito tempo... No comecinho, ainda vai lá, mas depois a gente vai ver a face realmente sombria dele *risada maligna*. Beijos!!!
Líll Ginny Potter: Que é isso, menina! Você tá muito emotiva, chorar com o trailer (que eu achei que ficou péssimo), e com a minha resposta? Eu sei como é legal quando um autor responde pra gente, por isso respondo, que bom que você ficou feliz! Sobre a música, você não conhecia? Ela é do album Meteora, tem até um clipe... Puxei algumas músicas do Linkin que eu conhecia faz algum tempo, e quando ouvi Somewhere I Belong, achei tudo a ver com a fic, encaixou direitinho no trailer! E, bem, digamos que H/G não é o meu casal favorito (o meu casal canon favorito é James/Lily), mas eu apóio sim. O que eu não apóio é R/H, detesto o Ron! Continue acompanhando!
Danny Evans: Tá legal mesmo? Achei que ficou fraquinho o capítulo... É, no começo, o Sirius e o Remus vão sentir bastante culpa por causa do James, mas só Deus sabe no que vai dar isso... E, como eu disse pra Ana Bolena Black, não fique gostando muito do Sevie não, esse lado bonzinho é só por enquanto! Beijinhos!
Mari Johnson Weasley: *escarlate* Perfeita? Não é pra tanto... Continue lendo!!!
Thais Malfoy: Que bom que você gostou, fico bem contente! Aqui está a atualização, beijos!!!
No mesmo dia, mais tarde, na ala hospitalar…
— Conseguimos, Moony! — exclamou James entrando espalhafatosamente na enfermaria. — Você vai à festa de Slug… ai!
Sirius acabara de pular para dentro da enfermaria, tropeçar em James e ir com ele ao chão, fazendo Remus e Frank rirem e Madame Pomfrey ficar furiosa:
— Será que vocês não aprendem nunca que a enfermaria é um lugar de repouso?! — questionou ela, a voz aguda e alta. — Temos pessoas tentando perder folhas e galhos aqui dentro!
— Ah, Madame Pomfrey, a gente sabe que você nos ama — riu Sirius com uma piscadela.
A enfermeira bufou.
— Mais um barulhinho, um barulhinho que seja, e eu boto vocês para correr daqui!
— Tá certo, tá certo… — disse James, olhando para o chão fingindo inocência.
Remus, Frank e Sirius riram, enquanto Madame Pomfrey se adiantava até a cama de Tommy Edgecombe, um arrogante da Corvinal, que tinha uma linda galhada na cabeça. Ao lado de Tommy, Dedalus Diggle havia adormecido, um enorme e frondoso galho saindo da sua testa.
Frank tinha o rosto cheio de folhas, meio verde, e só era distinguível pelos cabelos castanhos em cachos que o faziam ficar semelhante a um anjo, diziam as garotas. Remus, que fora menos atingido, tinha apenas uma faixa do rosto com folhas, fazendo parecer que tinha barba verde.
— Então — disse Remus ansioso —, vocês conseguiram?
— Conseguimos — informaram James e Sirius ao mesmo tempo.
Remus exultou, sorrindo. Finalmente, uma das famosas festas de Slughorn, ao seu alcance!
— Como? — perguntou Frank, já a par de tudo.
— Ah, foi só contar as coisas que o Remie faz — disse James. — Aquela da girafa detonou.
A parte do rosto de Remus que não estava coberta por folhas corou.
— Ah, sério que vocês contaram aquela história pro Slughorn?
— Aquilo sim foi uma façanha, Remus — disse Frankie, que presenciara a cena. — Do nada, uma girafa de cinco metros de altura! A cara da Profª Marchbanks!
Encabulado, Remus coçou a cabeça.
— E quem ganhou o chocolate? — perguntou, para disfarçar.
— Lily — disse uma voz se aproximando. — Mas o Snape empatou com ela, só que cedeu o chocolate.
Era Daisy, chegando.
— Daisy! — exclamou Remus. — Que está fazendo aqui?
— Nada, só quase fui ameaçada de morte por todas as garotas da Grifinória e da Lufa-Lufa para saber o que aconteceu com dois dos mais gatinhos de Hogwarts…
— Nós estamos bem, Daisy, diga para as garotas ficarem tranqüilas — disse Sirius, sorrindo.
— Na verdade, eu estava falando de Moony e Frankie… — disse a garota, avaliando os rostos cobertos de folhas. — Mas, se isso não passar, suponho que não vão continuar sendo dois dos mais gatinhos de Hogwarts…
— Ora, Daisy, sem brincadeiras — disse Frank. — Gatinhos de Hogwarts… Os caras de Hogwarts são esses feiosos aí do seu lado, eu e Remus somos duas pessoas discretas e levemente atraentes.
— Levemente atraentes… — disse Sirius. — Faz-me rir, hein, Remus? Eh… Remus? Alô, Terra chamando Remus!
Remus estremeceu como se tivesse acabado de acordar de um transe.
— O que foi? Alguém disse alguma coisa?
— Não, estávamos nos comunicando por telepatia e seu cérebro está bloqueado… Ah, é, esqueci, você não tem cérebro…
— Há, há, há, estou me matando de rir — disse Remus ironicamente. — Mas, Daisy… Que história é essa de Snape cedendo chocolates para a Lily?
Daisy corou ao sentir a atenção dos três Marauders voltada totalmente para si.
— Não é história nenhuma, Remie… Slughorn disse que o Tônico Restaurador de Mandrágora de Snape estava tão bom quanto o de Lily, e disse que os dois tinham empatado. Então o Snape falou que a Lily podia ficar com o chocolate, e ela aceitou, e pronto!
— Ah, por que uma coisa dessas nunca acontece comigo?… — disse James com um suspiro.
— Por que você não faz por merecer — disse Sirius. James estranhou a pontada de agressividade em sua voz, mas nada disse.
— Bem, as folhas vão cair até o fim do dia? — perguntou Daisy.
— Vão — disse Remus. — Acho que, até o jantar, já terão caído todas.
— É engraçado, esse monte de folhas — disse a garota, cutucando o rosto de Moony e arrancando algumas das folhas.
— Ai, isso dói!
Os garotos se entreolharam e começaram a gargalhar até perderem o fôlego. Até que Madame Pomfrey apareceu, feito um furacão:
— FOOOOOORAAAA!!!!
Durante as duas semanas seguintes, uma enxurrada de garotas apareceu cercando os Marauders nas horas mais inconvenientes, pedindo se poderiam levá-las ao baile.
James e Remus recusaram qualquer convite, James dizendo que era comprometido, e Remus falando que não queria encetar compromissos. Já Sirius passou por cima das garotas que o convidaram e convidou Emmeline Vance, fazendo muitas meninas espumarem de raiva por causa da corvinal. Frank, também muito requestado, respirou, deixou-se tomar por um ímpeto de coragem, e convidou Alice. A garota, num êxtase de felicidade, aceitou. Até Peter conseguiu um par, a quintanista Kelly Duncan, que na verdade foi com ele apenas para ver se conseguia se aproximar de James, mas… bem, já era alguma coisa.
Quanto às garotas, Lily não aceitou nenhum convite, especialmente se ele vinha da parte de James; disse que queria ir ao baile sem compromisso de ficar com ninguém. Daisy iria acompanhada por seu namorado, Maggie havia sido convidada pelo bonitão Fabian Prewett, Iris havia aceitado o convite de Gawain Robards, o monitor da Corvinal, e Cherry havia declarado solenemente que não iria, não só por não participar do Slug’s Club, como porque iria passar a noite sozinha, já que estaria sem Morgan.
Até que enfim chegou a grande noite.
Com os cabelos úmidos, Sirius se deu uma última olhada no espelho. Seu belíssimo conjunto de roupas azul-marinho, que apenas realçava o cinza de seus olhos e fazia um contraste interessante com sua pele fina e pálida. Apontou a varinha para os próprios cabelos negros e secou-os num instante.
— Sirius Black… — falou, passando mais um pente nos cabelos —, as gatinhas vão enlouquecer.
— Falando sozinho, Sirius? — perguntou Remus saindo do banheiro, de banho recém tomado, toalha amarrada na cintura e cheirando à colônia.
— Só me admirando — disse Sirius. — Como é que ficou o efeito final?
Remus o olhou avaliativo.
— Eh… Bom. Sim, bom.
De repente, atrás de Remus, uma embolação, uma luta, várias coisas derrubadas, alguém correndo como um raio, a porta do banheiro se fechando e Peter, respirando ofegante estirado no chão.
— James entrou no banheiro, eh? — perguntou Sirius rindo, enquanto Remus vestia suas roupas de gala.
— Aquele veado nojento — resmungou Peter.
— É CERVO! — gritou James do banheiro.
— Ih, é hoje que você dá o bolo na Kelly Duncan, Pete — disse Remus, ajeitando as vestes e se olhando no espelho.
Remus escolhera vestes vermelho-vivo que tinham o efeito de realçar sua palidez e lhe dar um ar misterioso. Além de tudo, combinavam extraordinariamente com seus cabelos castanhos, que hoje estavam sedosos e pendendo para o loiro.
— Ai, por Merlin, eu vou parecer um dragão soltando fogo nessa festa — comentou o monitor. — Acho que vou mudar a cor dessas vestes pra preto.
Ele já estava quase pegando a varinha quando Peter a tirou de sua mão.
— Não, Remus, você fica legal assim.
— É, Moony, tá maneiro — disse Padfoot. — De verdade, não muda pra preto não, você vai ficar parecendo que vai num velório.
— Vocês acham que ninguém vai rir da minha cara?
— Imagine. Só vão dizer, olha que cara idiota, parece o Snape!
— Há, há, há, Paddy e suas piadinhas.
— Padfoot. Quantas vezes tenho que dizer que sou Padfoot?!
Remus e Peter riram. Do banheiro, começou a se ouvir a voz de James cantarolando uma musiquinha, sua voz soando grossa e desafinada:
— Hoje eu saio com a ruivinha… E beijo a ruivinha… E a ruivinha diz que me ama… E eu digo que amo ela… Então eu beijo de novo a ruivinha…
— Pára, Prongs, meus ouvidos estão doendo. Nunca ouvi coisa pior — disse Wormtail. — E sai desse banheiro!
— Não enche, Peter!
Ocupado como estava em tentar persuadir James que tinham horário para estar no baile, Peter nem reparou no mal-estar de Remus e Sirius.
— Bem, eu vou indo — disse o segundo. — Linny vai estar me esperando perto da Torre da Corvinal.
— Boa sorte, garanhão — disse Moony sorrindo triste. — Não machuque Emmeline!
— Remus e seus ataques de romantismo. Não vou machucar a garota, deixo bem claro que é só hoje.
Remus cruzou os braços enquanto Sirius saía sorrindo.
— Bem, eu vou indo também — disse a Peter. — Boa sorte com a Kelly e boa sorte se conseguir tirar o James do banheiro a tempo de se arrumar para o baile.
— Tchau, Remie, vê se arranja um par!
Remus piscou e saiu. “O par que eu queria arranjar nunca vai me querer… Não se eu tiver que disputá-la com James Potter e Sirius Black.”
Pleno baile de Slughorn.
Realmente, o professor de Poções tinha caprichado. Desde a maravilhosa decoração no Salão Principal até as milhares luzes reluzentes das velas azuis, tudo formava um perfeito conjunto que deixava os estudantes privilegiados que podiam comparecer de boca aberta.
Logo, algumas estrelas começaram a se destacar no Salão, ao som da banda que Slughorn contratou, que no momento tocava uma música movimentada. Sirius Black e Emmeline Vance, Kingsley Shacklebolt e Daisy Lynch, Fabian Prewett e Maggie Bennett, Gideon Prewett e Sarah Gudgeon.
James Potter não se destacava entre os dançarinos pelo simples fato de não estar dançando, assim como seu amigo Remus Lupin, parados num canto do salão esperando uma certa ruivinha chegar. James tinha vindo com vestes negras de gola alta, que combinavam divinamente com seus cabelos, sóbrias e sérias e fazendo contraste com a expressão travessa que ele tinha permanentemente em seu rosto. Peter Pettigrew só apareceu depois, trazendo Kelly Duncan, que, se via pela sua expressão infeliz, desejava qualquer coisa que não fosse estar ali. Ele usava vestes marrons que só serviam para deixar mais acentuada sua forma de barril.
As pessoas riam, dançavam e conversavam, enquanto Slughorn apresentava vários de seus ex-alunos preferidos para os membros do Slug Club atual, e James e Sirius não paravam de ter a atenção exigida pelo professor, que fazia uma piada diferente, apresentava alguém, contava as proezas dos Marauders, até fazer os dois quase ferverem de irritação e desejarem sumir das vistas do “leão-marinho”. Mas, afinal… Que se dê um desconto. Não é todo dia que se faz 40 anos de serviço em Hogwarts.
Então, de repente, ela chegou.
O vestido cor-de-vinho num corte elegante, deixando à mostra uma parte do colo alvo e gracioso, terminando quase aos pés, com movimento; os cabelos ruivos presos num coque elegante, dois pequenos cachos ruivos encimando suas orelhas, e o conjunto finalizado com um lindo diadema de brilhantes; os olhos verdes, refulgindo como duas esmeraldas engastadas naquele rosto de perfeição.
Todos olharam para ela, que de repente se tornou a grande estrela do Salão, corando quando o percebeu. As meninas conversavam em burburinhos, uma boa parte dos meninos tinha o queixo caído (de onde, talvez, se possa excetuar Kingsley, Frank e Peter). Só que, por mais que todo mundo estivesse olhando, ele foi o primeiro. Ele sempre iria tomar a dianteira. James.
— Oi ruivinha — disse ele com um sussurro, andando próximo. — Você está linda.
— Não adianta me elogiar, Potter — disse Lily, sem tirar o sorriso radiante do rosto. — Pra você continua sendo Evans.
Sirius, mais adiante, havia parado de dançar e devorava Lily com os olhos, examinando cada parte de seu corpo bem feito; desde os seios fartos, até as pernas torneadas marcadas pelo vestido. Pela primeira vez, conscientemente, ele admitiu para si mesmo que aquela garotinha magricela com quem cursava os primeiros anos de Hogwarts, era uma mulher agora… E ainda uma linda mulher…
Slughorn se adiantou sorrindo:
— Lily, minha cara! Está esplêndida!
— Que é isso, professor. Nem tanto.
— Oho! Modesta como sempre, então? Mas você tem sorte, chegou na hora da valsa. Veja só: já estão tocando!
Com efeito, uma valsa suave se ouvia no salão, e casais se adiantavam dançando na pista. James se aproximou, mas, surpreendendo até a si mesmo, Remus chegou primeiro.
— Me concede esta valsa, senhorita? — perguntou com uma mesura cortês. “Por Paracelso, o que é que eu tô fazendo?”
— Claro — disse Lily, fazendo os olhos cor-de-mel de Remus se abrirem de surpresa, enquanto oferecia a mão ao rapaz.
Remus a segurou e a guiou até o salão como um perfeito cavalheiro. Ele, enlaçando a cintura de Lily, aspirando seu perfume de lírio, segurando suas mãos delicadas, sentia-se como se dançasse nas nuvens, inebriado pelos olhos verdes da ruiva. “Pelo menos um momento.” Esta, por sua vez, admirava o perfil do rapaz, seus cabelos castanhos caindo por cima de seu rosto que tinha sempre uma expressão tranqüila. E se pegava pensando em como ele era mais agradável e mais maduro do que os outros três Marauders. E… como ele era bonito, com seus olhos castanhos meigos e tristes! Não ficava devendo nada para Sirius e James…
— Você está linda, Lily…
— Você também está elegante, Remus. Seus olhos são tristes, mesmo quando sorri, sabia?
— É? — disse Remus, visivelmente tentando transmitir uma imagem de alegria.
Pensar que aquela garota estava sendo disputada pelos dois garotos mais charmosos de Hogwarts e que ele não tinha nem um milésimo de chance o deixava deprimido.
— Mas ainda assim… Você tem uma expressão nos olhos… — continuou Lily. — Apesar de tristes, seus olhos são muito bonitos.
Remus sorriu alegre. Lily estava dizendo que seus olhos eram bonitos. Ah, graças ao santo pai de seu pai, que tinha os olhos cor-de-mel. Que estivesse no céu aproveitando.
— Vamos aproveitar o momento… — foi só o que conseguiu dizer, rodopiando com Lily, fechando os olhos para aproveitar melhor o som da valsa e as sensações daquela mão leve como seda.
A um canto, Severus contemplava Lily e Remus por trás de um copo de vinho dos elfos.
— Já não bastam Potter e Black… agora Lupin…
Ele fitou bem a expressão nos olhos de Lily. Repentinamente, o copo que segurava se estilhaçou em mil pedaços.
— Oho! Mau jeito, Severus! — disse Slughorn, que estava sentado próximo. — Se machucou?
— Nada que eu não possa consertar, professor — disse o sonserino, apontando a varinha para a mão ensangüentada. Um lampejo e os cortes se fecharam. Com um gesto de descaso, limpou o sangue em sua capa negra.
E voltou a olhar para Lily.
Assim que acabou a valsa de Remus e Lily, James se aproximou da ruivinha literalmente correndo.
— Ei, Lily, dança a próxima comigo?
— Evans, Potter. E eu não dançaria com você nem se tivesse que escolher entre você e um centauro.
— E comigo, você dançaria? — perguntou uma voz com um timbre muito sedutor.
Lily olhou. Sirius havia surgido do nada ao lado de James. Lily não pode deixar de reparar no quanto ele estava bonito, e com seus olhos cinza brilhavam marotamente… E, também, no quanto adoraria ver a cara de James.
— É... Acho que… com você sim, Black.
Uma segunda valsa começou a tocar. Vitorioso, Sirius ofereceu o braço a Lily e a guiou para o salão delicadamente, como se receasse quebrar aquela fragilidade de cristal. James resignou-se a dançar com Kelly Duncan (que largou Peter num canto do salão), e Remus tirou Emmeline, que ficara momentaneamente sem par. E Sirius e Lily se olhando nos olhos…
— Você está linda — sorriu o rapaz.
— E você é o segundo que me diz isso hoje.
— Então o Moony também andou dizendo uns galanteios? — sussurrou Padfoot com um brilho muito estranho nos olhos, olhando para o amigo que valsava alegremente com Emmeline. — Me surpreende. Ele é tão tímido.
— Pois é.
— Mas, talvez, dançando com uma das garotas mais bonitas de Hogwarts, qualquer um se sinta incapaz de não dizer algumas palavras…
Lily não pôde deixar de rir.
— Aposto que disse isso para Emmeline também.
— Não… Para Emmeline eu disse que ela é a garota mais bonita da Corvinal. Se bem que Marlene McKinnon não fica muito atrás, não…
— Sirius Black, o garanhão de Hogwarts.
Foi a vez de Padfoot rir.
— Imagine, Lil, você exagera.
— Você nunca tinha me chamado de Lil, Six.
— E você nunca tinha me chamado de Six, Lily.
A voz dele era suave e levemente rouca, provocando um efeito muito agradável e sedutor. Lily admirava seus lábios carnudos e vermelhos, arrepiada, sentindo as suas mãos fortes de artilheiro de quadribol na sua cintura. Como seria bom sentir ele puxá-la para si e aqueles lábios tocarem os seus… “Ora, tire esses pensamentos da cabeça, Lily Evans!”
Ele sussurrou ao seu ouvido:
— Sabe que eu não minto para ninguém, Lily — A voz dele dizendo “Lily” provocou calafrios que percorreram toda a sua espinha. — Você é linda… O tipo de beleza que leva qualquer um à loucura.
— Mas eu não sou uma integrante do seu fã-clube, Black — ela disse, procurando manter a sensatez. — Não vou cair na sua conversa.
— E quem disse que eu quero conversar?…
A valsa acabou naquele exato instante, salvando Lily (ou não) do requesto de Sirius Black. Ela se afastou, ofegante, feliz por ter escapado, mas sem saber o que pensar, sentindo seu coração bater muito acelerado. Sirius… Sirius mexia com seu corpo.
Remus olhava tudo de um canto do Salão, quando surgiu Peter, pegando dois copos cheios de ponche.
— Ei, Pete! — cumprimentou. — Como é que vai com a Kelly?
— Bem! — disse Peter animado. — Ela me pediu para pegar bebida pra ela.
Por trás do ombro de Wormtail, era visível Kelly e Prongs conversando animadamente… Animadamente demais.
— Ah, bom! — disse Remus, sem querer desanimar o amigo que parecia tão feliz. — E, já dançou?
— Uma valsa — disse Wormtail corando um pouco. — Pisei no pé dela uma vez, mas ela disse que não faz mal.
Remus se controlou para não olhar para o teto.
— Ah, OK… Não é tão ruim assim.
— É — disse Peter novamente se animando. — E você, Remie?
— Eu?
— É, eu também vi você dançando com a Lily.
— Ah, como amigo — disse Remus, tentando parecer displicente.
— Sei…
— Olha, Pete, não comece — disse Remus, tentando se manter calmo. —
Lily é só minha amiga. Você vai acabar enxergando coisas onde não tem.
Peter ergueu a sobrancelha, mas logo em seguida desanuviou sua expressão.
— Tá certo, acredito em você, Moony… Mesmo por quê, os três Marauders apaixonados pela mesma garota… Seria coincidência demais!
— Verdade — disse Remus, se sentindo pior a cada instante.
— OK, vou lá falar com a Kelly — disse Peter, levando os copos.
Quando olhou o seu par conversando com James, seus olhos se estreitaram, por não mais que um segundo. Depois o mesmo sorriso voltou ao seu rosto, inalterado.
— Talvez eu volte depois para pegar um copo pro Prongs.
— Tá certo, Pete. Tchau.
— Tchau!
Depois de dançar com Frank Longbottom e Fabian Prewett, fazendo tipo uma troca de pares com suas amigas, Lily viu James se aproximar.
— Lily… — disse ele com voz suplicante.
— Não, Potter.
— Por favor, eu te imploro. Não vou tentar nada, juro, juro, juro.
— Não.
— Não te incomodo por uma semana. Você não vai me ver por uma semana. Eu não falo com você por uma semana. Por favor.
A proposta de James era tentadora, mas Lily incrementou:
— E você não azara ninguém por uma semana.
— O quê?!
— Não azara ninguém por uma semana.
— Mas, Lily… Nem pra me defender?
— Nem pra se defender.
— Ai, não, por favor…
— Bem, acho que vou dançar com Tommy Edgecombe, ele parece estar livre…
— Não! Tá bom, tá bom, eu aceito.
— Então tá bem. Mas ai de você se eu souber…
— Eu cumpro as minhas promessas. Então vamos?
James parecia uma criança cujo aniversário tinha chegado seis meses antes, quando pegou a mão de Lily e levou-a até a pista com uma rapidez extraordinária, como se tivesse medo de que ela se arrependesse.
Lily se enterneceu com o carinho de James e sua expressão entusiasmada.
— Parece até um sonho, ruivinha — disse o garoto, enquanto rodopiava com ela.
Ela se comoveu com a alegria que ele demonstrava apenas por levá-la para dançar, a alegria de seus olhos castanho-esverdeados, tão bonitos, apenas porque fitavam seus olhos verdes!
— Ah, Lily… — disse ele, e sua voz soou como uma brisa suave nos ouvidos da garota — …cada vez mais eu percebo como eu te amo.
— Ah, tá, Potter — disse Lily, sem baixar a guarda. — Você me ama e eu sou a McGonagall.
— Você não acredita? — perguntou James com um leve vestígio de mágoa. — Depois de tudo que eu faço?
— Como vou acreditar? — perguntou Lily, desejando acima de tudo, naquele momento, ser insensível, parar de sentir dúvida, a mesma dúvida que a estraçalhava desde o momento em que pusera os pés naquele maldito baile. — Você fala, mas será que palavras são suficientes?
— Você quer ações, mas não me deixa agir!… — disse James, tocando o rosto da ruivinha.
Lily se retraiu.
— Por favor, Potter, não vamos fazer isso… Vamos só dançar, OK? Não é hora de discutir a relação. — Mesmo porque, a cabeça de Lily estava tão
confusa que ela não tinha forças para discutir nada.
— Tá certo — disse James. — Não vamos discutir. Mas eu queria que você soubesse que por você eu faço tudo… Atravesso mares, montanhas, saio de casa, dou a volta ao mundo… Só pra ver seu sorriso.
Lily não pôde deixar de sorrir. Ela sabia, que, se quisesse, estaria protegida naqueles braços. Mas não sabia se queria estar protegida naqueles braços tão fortes, com aquele rosto tão bonito e travesso…
— Ah, que noite! — disse Lily chegando ao dormitório e se largando na cama.
Cherry a olhou curiosamente.
— Chegou cedo, Lily…
— Cansada — disse a ruivinha, deixando claro que não queria conversa. — Vou dormir.
— Tá certo — disse Cherry. — Só imagino o que deve ter acontecido…
— Então, está imaginando nada — rebateu Lily, desatando os cabelos ruivos e deixando que eles caíssem por seus ombros.
— Sei, sei…
A colega de dormitório fechou as cortinas de veludo vinho, ocultando seu rosto sorridente, enquanto Lily colocava a camisola e se enfiava em seu beliche, desejando que o chão se abrisse e a tragasse.
“Lily Evans, você tá parecendo uma biscate. Você tá nutrindo sentimentos por três garotos. O que você pensa que está fazendo? Decida-se!”.
— Sirius é tão sedutor e bonito, mas Remus é tão gentil e cavalheiro e meigo, e James é tão dedicado, tão alegre… Como escolher?
A pergunta atormentaria a cabeça de Lily durante toda a noite, enquanto ela fitava o teto do seu beliche e as cortinas fechadas, sem conseguir pegar no sono e pensando em um sorriso… Mas qual sorriso?
N.A.: É gente, eu só queria avisar que o projeto original da fic tem 17 ou 18 caps, contando com o epílogo. Comentem :)!!!
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