Último ano, novas sensações
N.A.: Desculpe a demora pra atualizar, mas é que saiu um capítulo extremamente comprido - 13 páginas do Word - e eu andava sem tempo... Mas aqui está o capítulo para a felicidade de vocês.
Marília Evans Potter: Obrigado! Continue lendo a fic!
Lady Tromevold: Que bom que você gostou! Não, o perfume do lírio é uma alusão à Lily - Lily, se traduzido, significa lírio. Bem, aqui está o primeiro capítulo!
Danny Evans: Obrigado pelo elogio! Olha, eu não pretendo justificar acontecimentos futuros do livro na fic... Essa aqui é uma fic universo alternativo, ou seja, tudo pode acontecer... Não tenho nem certeza de com quem a Lily vai terminar.
Lisi Black: Que bom que você gostou, sua fic também está maravilhosa
Ana Bolena Black: Sério que você perdeu o ônibus só pra ler a minha fic? Nossa! Que bom que você gostou tanto assim! Continue lendo!!!
Mary-Jane Wood: Não morra não, aqui está o capítulo!
Tainara Black: Valeu pelo comentário! Também adoro chamar o Sirius de Six... Combina com ele!
Ele começou a procurar uma cabine para deixar seu malão. Encontrou uma no final do trem, deixou piscando no ar uma espécie de outdoor piscando em letras multicoloridas: “CABINE RESERVADA PARA OS MARAUDERS”, e saiu para contemplar a Plataforma 9 ¾, pela última vez.
Era o sétimo ano de James Potter, o Prongs, na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, e ele olhava para a plataforma com aquela nostalgia que todos os alunos de sétimo ano sentem ao vê-la na última vez que vão ao castelo.
Muita coisa havia mudado desde que tinha entrado naquela escola. Tinha ganhado amigos, amigos que para ele eram como irmãos. De um garotinho tímido e inseguro, passara a ser um homem popular, seguro e dominador, admirado por muitos e temido por mais. Mas agora estava prestes a deixar a escola para trás e isso entristecia seu coração; havia sido muito feliz, felicidade essa que só Hogwarts pode proporcionar.
Olhou para si mesmo. Sem dúvida era um bonito rapaz. Seus cabelos castanhos cresciam espalhados para cima, e tinha um bom físico, como o de jogador de quadribol que era. Seus olhos castanho-esverdeados tinham destaque no perfil atlético e meio magricela. Era um dos garotos mais desejados de Hogwarts — e, o mais importante, sabia disso.
— Olha que milagre! James Potter chegando cedo na Plataforma 9 ¾! Não, eu preciso tirar uma foto!
James não precisou virar para trás para saber que aquela voz pertencia a seu amigo Remus Lupin, o Moony. E de fato, quando olhou, viu um rapaz alto de cabelos castanho-claros e olhos da mesma cor, com uma expressão gentil e um sorriso que encantava a todos.
— Hoje é o dia dos milagres, então — replicou no mesmo tom. — Remus Lupin fazendo uma piada!
Os dois riram. Entre a turma de amigos de James, Remus era o garoto mais certinho. Era o mais cético e o único que conseguia fazê-los enxergar a razão… de vez em quando. Grande parte do seu receio de quebrar as regras se devia ao fato sabido por poucos de que ele era um lobisomem — e já estudava em Hogwarts por permissão especial de Dumbledore. Se o decepcionasse, sabe-se lá o que poderia acontecer. Por isso, se esforçava para tirar boas notas e não desrespeitar as regras — o que o levara a monitor no quinto ano.
— Beleza, cara? — perguntou James.
— Beleza.
— Monitor-chefe?
— Como é que eu iria ser promovido tendo você e Sirius por amigos?
Risos de novo.
— Falando no Padfoot, soube notícias dele? — perguntou Moony. — Como ele tá se virando na casa nova?
— Diz que se sente muito sozinho, e tem vindo todo domingo almoçar lá em casa — disse James. — Não sei por que, a casa dele é muito legal.
— Não é todo dia que a gente recebe uma herança de mais de um milhão de galeões de um tio que a gente não vê há dez anos.
— Que Deus tenha Tio Alphard — disse alguém.
Remus e James olharam para ver quem era, e se depararam com Sirius Black, o Padfoot.
— Six! Há quanto tempo! — exclamou Remus, largando o malão no chão da plataforma e abraçando o recém-chegado.
— Moony! — disse Sirius, retribuindo o abraço. — Já estava sentindo falta da sua chatice.
— E eu da suas piadinhas sem graça.
— Vamos parar com a melação? — perguntou James. — Temos uma imagem a zelar.
Sirius soltou Remus e reparou na sua aparência doente.
— E aí cara? Foi muito ruim esse mês?
— Sempre é ruim — riu Moony. — A não ser quando vocês estão por perto, daí, fica… digamos… divertido.
Eles sorriram. Ninguém sabia que, uma vez por mês, um lobisomem, um cão, um cervo e um rato saíam para ganhar o mundo.
— E como é que está sua casa?
— Lá é muito grande para um cachorro solitário como eu — disse Sirius, jogando os cabelos para trás da orelha com um gesto displicente e fazendo algumas garotas próximas suspirarem.
Não era à toa. Sirius tinha em si uma elegância natural que o fazia muito atraente e desejado. Seu peito largo, seus braços fortes de jogar quadribol, seus cabelos caindo por cima do rosto e seus olhos claros eram, em conjunto, a maior causa disso… E, como James, ele sabia do que tinha, e usava esse dom natural para a sedução muito bem.
— E seu namoro com a Iris, como vai? — perguntou Remus.
— …A gente terminou.
— Quando? — perguntou Prongs. — Domingo passado vocês ainda estavam juntos…
— Terça-feira. A gente foi se encontrar no Diagon Alley… E, bem as coisas não rolavam mais como antes… Ela era uma garota tão cheia de fogo, mas daí foi caindo numa mesmice total. Então…
— …aqui está Sirius “Padfoot” Black, o mais novo solteirão de Hogwarts — completou James.
— Vou pegar geral esse ano… — riu Padfoot.
Remus reprovou balançando a cabeça, enquanto James e Sirius riam.
— Ah, Sirius, quantas vezes eu já disse pra não pensar nas garotas como objetos? Isso não é nada legal.
— Não enche o saco, Moony. Legal… as garotas vêm correndo atrás de mim, e eu nunca precisei ser legal… A não ser, claro, quando estou falando com elas.
— Você não se corrige, Paddy.
— Padfoot. Já falei que odeio que vocês me chamem de Paddy.
— Por isso mesmo a gente te chama assim — riu James.
— Não fale nada, seu veado.
— Cervo.
— Mas eu prefiro te chamar de veado.
— Mas isso é uma informação errada.
— Vão ficar discutindo ou vamos para o trem pegar uma cabine antes que todas estejam ocupadas, e termos que dividir cabines com Severus Snape? — perguntou Remus, indo para o Expresso.
— Eu já catei uma cabine — disse James, ajudando os dois amigos a pôr os malões no trem.
— A essa altura, alguém já pegou ela.
— Se alguém se atrevesse a disputar cabines com os Marauders — riu James.
— O que ninguém faz — completou Sirius.
— Lógico, às vezes me sinto participante de um grupo terrorista.
Os três foram até a cabine que James indicou, e apagaram o letreiro, que se encarregara de afastar qualquer possível ocupante.
— E Wormtail que não chega? — perguntou Sirius, se largando numa das poltronas da cabine.
— Você sabe que ele sempre chega atrasado.
— É… — disse James, olhando a plataforma pela janela —, mas uma certa ruivinha chegou antes dele e está vindo pra cá…
Remus, que estava quase deitado na poltrona, se ajeitou imediatamente numa postura reta, e Sirius tratou de bagunçar mais os cabelos.
Uma garota esbelta e de corpo bem feito passava pelo corredor. James gritou:
— Lily!
Ela se virou suavemente, deixando à mostra seus olhos intensamente verdes emoldurados por uma cascata de cabelos ruivos.
— Ah, é você, Potter. Acabam as férias, começam as chateações.
— Também estou feliz em te ver — riu James.
Lily foi até a cabine onde James estava parado e cumprimentou os Marauders.
— Oi, Remus, oi, Black.
— Oi, Lily — disse Moony com ansiedade.
— Oi, E... uaaaah... vans… — disse Sirius no meio de um bocejo.
Ela sorriu.
— Onde está Pettigrew?
— Peter ainda não chegou, ele sempre chega um minuto antes do trem partir — disse James.
— Ah, é que é esquisito ver só três Marauders…
— Se quiser ver só um… — disse James se aproximando.
— Se aproxime mais, Potter, e vai conhecer o sentido literal da expressão “morreu, enterra que a vida continua” — ameaçou a ruiva, se armando da varinha.
— E que tal você conhecer o sentido da expressão “amor com amor se paga”?
— Furnunculus!
James se desviou por pouco, e o lampejo atingiu o malão de Sirius, que se encheu de bolotinhas vermelhas. Bocejando novamente, o garoto murmurou um contra-feitiço.
— Estou te avisando, Potter, esse ano não estou pra brincadeiras.
E ela saiu. Assim que ela partiu, Peter apareceu.
— Atrasado de novo — disse Remus.
— Perdi a hora — ofegou Wormtail, largando-se do lado do outro. — Tudo beleza com vocês? Como é que foram as férias?
— Ótimas. E você, Peter?
— Viajei para Liverpool.
— Legal… — disse Remus, se levantando. — Galera, tenho que ir pro vagão dos monitores. O primeiro que enfeitiçar meu malão eu mato.
E ele saiu.
— Ei, Remus não está indo pro lado errado? — perguntou James.
— Acho que está — disse Peter.
— É “moony” mesmo — comentou Sirius.
O rapaz de cabelos castanhos não tomara o caminho errado por distração. Fora totalmente intencional.
— Ei, Lily!… — disse, entrando em uma cabine.
— Oi, Remus…
— Er… ãh… hummm…
— Que foi? Quer saber onde está a Daisy?
— O quê?… ah, é, quero.
Daisy Lynch, a melhor amiga de Lily, era monitora da Grifinória, dividindo turnos de patrulha com Remus.
— Ela já foi pro vagão dos monitores.
— Ah, tá certo…
E ficou ali, contemplando a ruivinha.
— Remus?… — chamou Lily, hesitante.
— Hã?
— Você não vai para o vagão dos monitores?
— Não… Ah, é, quero dizer, vou.
— Então é melhor ir logo, você já está atrasado.
— Ah, é… Tá certo… Tchau, então.
E, ainda hesitando, Remus partiu.
Na cabine dos Marauders, James conversava com Sirius:
— Esse ano é o último ano em que eu tenho chance de ficar com Lily. Vou investir pesado.
— Você ainda não desistiu, James?
— Nunca vou desistir — riu Prongs.
— Ah, Jay, você nem gosta dela — disse Peter. — É só insistência.
— Só porque a garota rejeita o “famoso e admirado James ‘Prongs’ Potter”, ele sai caçando ela — comentou Sirius. — Nem parece uma gazela, parece mais um tigre.
— É CERVO. E tá certo… É mais por causa do desafio mesmo.
“Nunca vou admitir para ele que amo Lily… Ele já me enche o saco porque ela é um desafio, imagina se ele soubesse que sou apaixonado.”
— Ah… O James é masoquista, Six, nem ligue, faz parte desse ser… — disse Peter. — Ai, quando será que a mulher do carrinho de comida chega?
— Peter, você nem entrou no trem.
— Mas já estou com fome. Nem consegui comer direito, tive que enfiar tudo na boca às pressas…
— Tadinho…
Nesse instante, duas garotas da Corvinal, Emmeline Vance e Marlene McKinnon, entraram na cabine.
— E olha só quem temos aqui? — disse Sirius, se levantando imediatamente.
— Pena que eu sou comprometido… — gracejou James.
— Ué, tá namorando, Jay? — perguntou Marlene McKinnon.
— Estou prestes a namorar… A minha ruivinha não vai conseguir resistir por muito tempo.
— E a Lily já te deu moral? — perguntou Emmeline.
— Nunca — disse Sirius.
As garotas, Sirius e Peter riram, enquanto James amarrava a cara.
— Mas vocês podem se contentar comigo, não tenho compromisso e nem pretendo ter — sorriu Sirius.
— Não acredita na conversa do paspalho, Emmeline, ele tá namorando com a Iris Sunflower — disse Marlene.
— Para o bem-estar de todos e felicidade geral da nação, eu terminei com a Iris.
Emmeline, de repente, pareceu bem mais interessada nele.
— Jura?
— Claro, Linny — sorriu o rapaz. — Acha que eu mentiria pra você?
— Sinceramente… acho.
James e Peter riram.
— Ah, assim você me magoa… — choramingou Sirius, fazendo a sua famosa cara de “cachorro abandonado em dia de chuva”.
— Tadinho… — disse Emmeline irônica. — Veja, Marlene, ele tá fazendo aquela cara.
— Se eu não conhecesse a peça, eu até ficaria com pena.
— Pena do Padfoot? Melhor pêlo! — zombou James.
— Hã? — fizeram as garotas.
— Nada, nada… — apressou-se a dizer Sirius, lançando um olhar fulminante para Prongs. — Idiotices de James Potter, encheríamos páginas e páginas com elas.
Marlene se sentou ao lado de James.
— Não sei onde foi que vocês arrumaram esses apelidos esquisitos. Padfoot… De onde é que veio isso?
— Nem pergunte, Marlene, nem pergunte — disse James sombrio.
— Histórias escabrosas e secretas dos Marauders — sussurrou Sirius com ar misterioso.
— Histórias secretas dos Marauders? — repetiu Emmeline. — Marlene, eles devem ter matado alguém. Os Marauders fazendo peripécias sem se gabar? No mínimo, deve ser ilegal.
— Acertou apenas na última afirmação, Linny… Sim, é algo ilegal.
Marlene e Emmeline riram.
— Não vão acabar como os tais… Como é que é mesmo… Comensais da Morte.
No mesmo instante, uma atmosfera pesada caiu sobre a sala.
— Pense no que diz, Marlene — disse Sirius ríspido.
— Como se fôssemos nos envolver com esse tipo de gente — resmungou James. — Não é desse tipo de ilegalidade… Nada que ninguém vá se incomodar.
— Quem vai virar Comensal são o Ranhoso, o Malfoy, Avery, Lestrange… Sonserinos, obviamente.
— Desculpa, não quis ofender. Eu sei que vocês, lá no fundo, são íntegros.
— O que você quer dizer com lá no fundo?
— Que vocês são um bando de safados que mereciam Azkaban…
— Azkaban pros Marauders, galera! — embarcou Emmeline. — Tirando o Remus, Azkaban pros Marauders!
— Por que o Moony sempre se salva?
— Porque ele é gentil, cortês, sensato, estudioso…
— …certinho, CDF, irritante de vez em quando… — completou Sirius. — Mas é nosso amigo assim mesmo.
— Ah, mas ele tem uma qualidade — disse James.
— Qual?
— Tem o bom senso de andar com a pessoa mais bonita, inteligente e genial de Hogwarts.
— Ou seja — disse Sirius —, eu.
— Na verdade, eu falava de mim…
Emmeline, Marlene e Peter riram.
— Modestos… — comentou a primeira.
— Muito — disse a segunda. — Tanta modéstia me comove.
— Nós só somos realistas.
Enquanto isso, algumas cabines adiante, Remus e Daisy saíam do vagão dos monitores.
— Parabéns, Daisy. Monitora-chefe!
— Parabéns? — repetiu Daisy incrédula. — Você faz idéia que eu vou ter que dividir turnos de patrulha com Lucius Malfoy?
— Ah, mesmo assim, você foi considerada boa monitora o suficiente para ser promovida. O que não é o meu caso.
— Lógico, você libera demais as traquinagens dos Marauders.
— Eles são meus amigos… Não posso simplesmente dar detenções para eles. Não tenho coragem de dizer a eles pra pararem… Além disso, eles não me obedecem mesmo.
— Ah, Moony… Não arranje desculpas. Até você recebe detenções.
— Eu não sou tão santo como pareço — riu ele. Depois, disse de repente: — Ei, Daisy, você trouxe pro colégio aquele seu exemplar de Hogwarts, uma História?
— Trouxe, eu sempre trago.
— Você pode me emprestar? Eu queria pesquisar uns negócios.
— Claro, vamos até minha cabine.
Com ansiedade, Remus seguiu Daisy até a cabine, onde estavam Lily, Magnolia Bennett, a Maggie, Iris Sunflower e Cherry Pryce, todas grifinórias do sétimo ano.
— Aqui de novo, Moony? — perguntou Lily, fazendo ele corar.
— Vim pegar um livro de Daisy… Olá, garotas — cumprimentou o rapaz. — Como vão vocês?
— Bem — disseram Maggie e Cherry.
Iris ficou em silêncio e Remus sentiu-se no dever de falar alguma coisa.
— Eu soube do que aconteceu, Iris… Sinto muito.
— Ele já andou contando?
Moony não pôde deixar de assentir. Lágrimas desceram pelos olhos de Iris.
— É um idiota — disse Maggie, tentando consolar a garota. — Não merece que você derrame uma lágrima por ele.
— Calma, Iris… — disse Remus, se aproximando da garota e pegando suas mãos. — Foi melhor assim. Se não tivessem terminado, iria ficar pior, vocês iam brigar… Você fica livre para encontrar outra pessoa melhor.
— Não está falando de você, né, Remus? — perguntou Cherry zombeteira.
— Não, Cherry — disse Moony, fuzilando a garota com o olhar. — Eu não posso nem consolar uma amiga que as pessoas já ficam pensando merda.
— É que você é um Marauder — justificou Maggie.
— Olha o preconceito… Então, Iris, como eu estava dizendo antes de Cherry interromper com o comentário nada agradável, fique bem. Procure esquecer o Sirius, procure sair com outras pessoas…
— Será que eu consigo?
— Claro! Você é uma garota bonita, tem um monte de garoto por aí babando por você.
Lily ficou olhando para Remus. “Como ele está sendo gentil com ela! Nem parece um Marauder…”.
— Moony, o livro que você precisa tá aqui — disse Daisy, estendendo um volume de Hogwarts, uma História.
— Quê? Que livro?
— Hogwarts, uma História, ué, você não disse que queria emprestado?
Distraído de seu objetivo inicial pelas lágrimas de Iris, Remus lembrou-se da desculpa que dera para Daisy.
— Ah é, desculpe, me distraí.
Pegou o livro, lançou um olhar de esguelha a Lily e disse:
— Então, tchau, garotas… Vou encontrar aquele bando de terroristas que Deus me deu por amigos.
As meninas riram. Quando Moony saiu, Maggie disse:
— Ele é tão simpático, né?
— Nem parece um garoto — disse Daisy. — Acho que ele é o tipo de namorado que toda garota iria querer ter.
— Até você, Daisy?
— Não, Cherry. Você sabe que estou namorando com Kingsley.
— Falando em namorado, como vai o seu lance com Morgan, Cherry? — perguntou Maggie.
Morgan Ledger era o namorado de Cherry. Havia terminado os anos de Hogwarts, e agora a garota sentia sua falta.
— Muitíssimo bem. Só que eu sei que vou sentir muita falta dele… Droga, por que ele não podia repetir o ano?
Cherry, Daisy, Maggie e Iris riram. Apenas Lily não riu. Estava pensando no que Daisy dissera. O tipo de namorado que toda garota iria querer ter…
Quando Remus voltou à cabine dos Marauders, Emmeline e Marlene já tinham saído.
— Aê, santinho! — disse Sirius. — Quem são os monitores-chefe?
— Daisy e Lucius Malfoy.
— Ah, não. O Malfoy não! — exclamou James. — Ele não vai nos deixar em paz, porra!
— Fazer o quê — disse Moony indiferente. — Sirius, como foi que você terminou com a Iris?
— Já contei, tava caindo numa…
— Não, eu quero palavra por palavra. O que você disse pra ela?
Sirius pensou.
— Eh… Sentamos na Florean Fortescue’s. Não pedimos sorvete. Eu falei assim: “Iris, nosso namoro tá naufragando. Eu não agüento mais.” Ela falou: “Do que você está falando?”. Eu disse: “Isso tá uma chateação total. A mesma coisa todo dia.” Daí ela disse: “Você não faz nada pra tirar nosso namoro da mesmice.” Daí eu disse: “E você fica me cobrando o que eu não gosto. Detesto que me cobrem.”. E ela: “Se eu não te cobrar, você fica aí sem fazer nada.” Daí eu fiquei puto da cara e falei: “Que porra, Iris! Pára de me cobrar!”. Daí ela ficou triste. Daí eu disse, mais calmo: “Quero terminar.” Daí ela disse: “Não precisa, desculpa, eu nunca mais te cobro nada.” Eu disse: “Não é só isso. Eu cansei, não tô mais a fim.” Daí ela começou a chorar, eu fiquei sem jeito e disse: “Tchau, Iris. Até Hogwarts.” E fui embora.
Remus ficou olhando boquiaberto para o amigo.
— Sirius Black, você é um legume insensível.
— Hã?
— Como é que você fala assim com a garota? Simplesmente “tchau, acabou”, e vai embora?
— É, oras, o que é que eu podia fazer?!
Os outros três se entreolharam e balançaram a cabeça.
— Sério, Padfoot, eu nunca nem cheguei perto de uma garota e até eu percebi que você foi um idiota — disse Peter.
— Machucou os sentimentos da Iris — disse Moony. — Agora eu fui ali na cabine da Lily e ela começou a chorar quando me ouviu falar de você.
— A Lily? — perguntou James rapidamente.
— Não, James. A Iris.
— Ah — disse Padfoot, sem graça. — Ah, sei lá. Não queria magoar ela.
— Mas magoou. Você literalmente foi um cachorro.
— Eu sou um cachorro, Moony.
Remus suspirou.
— Não sei como é que eu posso ser amigo de um ser desses.
— Nem nós — disseram James e Peter ao mesmo tempo.
Sirius mostrou a língua.
— Vocês são chatos, hein?
Decidindo ignorar o comentário, Remus sentou-se e abriu o exemplar de Hogwarts, uma História, que até era uma leitura interessante.
— E depois dizem que eu sou irritante — disse James. — Remus, a gente nem chegou no colégio. Pára de ler!
— Ah, estou a fim de ler um pouco… Mal encostei num livro nessas férias que não fosse de Poções. Vou me ferrar nos N.I.E.M.s — acrescentou desanimado. — Tentei fazer uma das poções que o livro mostrava, e, em vez de ela ficar púrpura, ficou lilás.
— Você saiu no lucro — disse Peter. — Minha poção ficaria azul. Ainda bem que não faço mais Poções.
— Vou me ferrar — repetiu Remus. — Prongs, Padfoot, como é que vocês dois conseguem ir tão bem com o Slughorn?
— Sei lá — disse James. — Eu só faço o que o livro diz e presto atenção no que estou fazendo.
— É porque somos demais — riu Sirius. — Falando sério, Moony, acho que você deveria pedir ajuda à Evans.
— Ajuda à Evans?
— É, ela é a melhor aluna de Poções, rivaliza com o Snape — disse Padfoot. — Só, que, ao contrário do nosso amigo Ranhoso, não veria o menor problema em te ajudar.
Remus parecia ansioso.
— Vocês acham que ela me ajuda?
— Claro — disse James. — Lily é a melhor pessoa do mundo. Faz qualquer coisa pelos amigos, e você é amigo dela — acrescentou com uma pontinha de inveja.
— Você também poderia ser, se não fosse tão infantil, Jay.
— James não ser infantil? — riu Sirius. — Impossível.
— Não fale nada, Paddy, você é tão infantil quanto ele.
— Pelo menos não sou um alce.
— Cervo.
— Gazela.
— Pulguento.
— Veado.
— Babão.
— Chifrudo.
— Sarnento.
— Chega! — exclamou Moony.
Os quatro se entreolharam e caíram na risada. Eram realmente os quatro Marauders.
Nas carruagens, Sirius sussurrou a James:
— Acho que já poderíamos fazer uma festinha de início de ano.
James deu uma risada maligna. Remus, que lia o livro que Daisy lhe emprestara, ergueu os olhos.
— Vocês não vão fazer nada, vão?
— Vamos — disseram os dois.
Peter se excitou, mas Remus lhes lançou um olhar de reprovação.
— Olha lá.
— Pode deixar, Remus. Diz quem que você não quer que a gente azare.
— Ninguém.
— Ninguém não vai dar, Moony.
— Ah… Tá certo, ninguém do terceiro ano pra baixo, nem a Lily nem as meninas, nem Fabian Prewett, nem Frank, nem Alice…
E foi fornecendo uma lista enorme de pessoas dos sétimos e sextos anos das casas.
— Em resumo, quase todo mundo, menos sonserinos, e corvinais e lufas-lufas com os quais você não fala — sintetizou James.
— Depois você escreve a lista por extenso — disse Sirius. — Pra gente se lembrar.
Eles desceram da carruagem, Remus mais afastado, furioso. Entrando no Saguão de Entrada, ele disse:
— Vou até o Salão Principal, estou cansado de levar detenções por coisas que não são minha culpa.
Os outros três o observaram ir embora, solitário.
— Depois a gente fala com ele. Agora vamos esperar o Snape.
Escondidos atrás da porta do saguão, os três Marauders esperaram até surgirem, juntos, Severus Snape, Senior Avery e Rabastan Lestrange.
— No três… — sussurrou Jay. — Um… dois… três!
Com um pulo, os três Marauders saíram de trás da porta, gritando:
— Petrificus totalus!
O feitiço de Peter passou a centímetros da cabeça de Severus; Sirius acertou Avery e James, Rabastan.
Severus puxou a varinha rapidamente de dentro das vestes.
— Sectumsempra!
Um lampejo brilhante acertou o rosto de James, que começou a sangrar. O rapaz gritou:
— Uediuósi!
Severus voou pelo ar e caiu com um baque extremamente desagradável no chão do Saguão de Entrada.
— Locomotor mortis! — gritou Sirius, antes que Severus pudesse se levantar.
O rapaz sentiu suas pernas colarem uma na outra, e, tentando levantar, começou a murmurar imprecações. James estava prestes a lançar mais um feitiço quando ouviu-se o grito:
— POTTER!
Pela força do grito, todos julgaram que era a Profª McGonagall, saindo de algum canto, mas, na verdade, era Lily Evans. A ruivinha saía de uma das carruagens. Atravessou a passos largos o Saguão, se ajoelhou junto a Severus e murmurou:
— Finite!
As pernas de Severus se soltaram.
— Você não tem senso, não é, Potter? — exclamou Lily. — O tempo passa e você continua sendo o mesmo babaca sem cérebro!
— Ele também me azarou, Evans!
— Porque você fez primeiro! Não venha bancar o inocente pra cima de mim, Potter!
Ela estendeu a mão ao rapaz caído. Severus estremeceu ao toque delicado daquela mão.
— Você está bem, Snape? — perguntou a garota.
Ele apenas ficou observando aqueles lábios suavemente rosados e carnudos, segurando sua mão.
— Snape? — repetiu ela.
— Hein?
— Você está bem?
Severus se pôs de pé, afastando os cabelos do rosto.
— Estou, obrigado, Evans.
Se aproximou de Avery e Rabastan, ainda duros como pedras do seu lado, e murmurou:
— Finite.
Os rapazes começaram a se mexer, e se levantaram, fazendo caretas ao ouvir os ossos estalarem.
— Vamos — disse Severus.
Aos tropeços, Avery e Lestrange seguiram o rapaz cuja capa negra esvoaçava a cada passo.
James, Sirius e Peter ficaram olhando emburrados para Lily, que murmurou um “humpf!” e lhes deu as costas. Quando passou por eles, Sirius sussurrou:
— É bonitinha, mas enche…
Lily ouviu. Se virou para Sirius com um olhar mortífero. Abriu a boca para falar algo, mas o rapaz lhe lançou um olhar sedutor que fez um arrepio percorrer toda a sua espinha. Pensando melhor, nada disse e foi para o Salão Principal, seguida por Daisy.
— É impressão minha ou ela não implica com você? — disse James ressentido.
— É que eu sou eu, corça.
— Cervo.
— Dá na mesma.
James ainda irritado, os três entraram no Salão e se sentaram ao lado de Remus, que abaixou o livro.
— Quem foi que vocês azararam? Snape estava andando com as próprias pernas quando apareceu.
— Quem foi que a gente não azarou, você quer dizer — resmungou Sirius. — A ruivinha do Jay não deixou.
— Queria ter a coragem que ela tem — replicou o outro, tornando a afundar a cara no livro.
James ficou muito quieto, com aquela cara de cobra prestes a dar o bote, e surrupiou o livro sorrateiro.
— Ei! — exclamou Moony, indignado, vendo a sua leitura ir para a mão do amigo. — Me devolve!
— Hogwarts, uma História — leu James. — Sério, Moony, quantas vezes você já leu esse livro?
— Não interessa, alce. Accio!
O livro voou das mãos de Prongs para as de Moony, que o colocou no colo.
— O livro não é meu, deixem ele quieto — reclamou o rapaz.
— Só se você parar de ler durante o jantar de abertura do ano letivo — decretou Sirius.
Remus suspirou.
— Tá certo.
Aos poucos, as pessoas foram chegando. Muitos vieram cumprimentar James e Sirius, como Fabian Prewett e seu irmão Gideon, Kelly Duncan — uma corvinal que arrastava a maior asa para James —, Dedalus Diggle, Alice Trapp e Frank Longbottom, entre outros. Os dois já estavam ficando inquietos e entediados (como criancinhas de quinta série), quando, finalmente, surgiram os primeiranistas.
Interessado, Nearly Headless Nick surgiu ao lado de Remus para assistir a seleção.
— Olá, jovem Remus! — disse o fantasma. Ele gostava muito do garoto, pela sua educação e solicitude.
— Olá, Sir Nicholas — cumprimentou Remus. — Alguma confusão esse ano?
— Só o Peeves — disse Nick, balançando tristemente a cabeça. — Andou infernizando Argus Filch de novo, o Sr. Filch acabou escorregando no corredor e está na ala hospitalar. É como eu digo ao Fat Friar, devíamos expulsá-lo do castelo, mas o Friar está sempre querendo lhe dar outra chance.
— De chance em chance, o Peeves continua infernizando Hogwarts — opinou Sirius.
— Bem — disse Remus com um sorrisinho —, de chance em chance vocês também continuam infernizando Hogwarts.
James e Sirius riram.
— Verdade. O Remus está com a língua afiada hoje!
Moony riu também.
— É ou não é verdade? Acho que Dumbledore gosta de vocês.
— E quem não gosta da gente? — perguntou James sorrindo.
— Não digo do Sirius, mas quem não gosta de você, James, está ali a umas três cadeiras…
Os dois Marauders viraram-se para ver quem era e se depararam com a cabeleira ruiva de Lily Evans.
— Ah, ela me ama, Remus.
— E você lembrou de avisar ela? — riu Padfoot.
— Não me encham o saco. Vocês vão ver: esse ano vou conquistar essa ruivinha, ou não me chamo James Potter!
— Então vai escolhendo o nome novo.
Os garotos começaram a rir, e James fechou a cara.
— Psiu! A seleção vai começar! — sussurrou Nick.
Imediatamente, os Marauders se calaram e se voltaram para o Chapéu Seletor. Então, James notou algo muito estranho.
Pela primeira vez, o Chapéu não sorria. Pelo contrário, parecia estranhamente… triste. Quando sua boca se abriu num rasgo, e ele começou a cantar, não era a mesma canção animada que incentivava os calouros; era uma canção pesada, lenta e amarga:
Por quatro bruxos de grande fama
Gryffindor, corajoso e valente
Slytherin, ambicioso e astuto
Hufflepuff, meiga e generosa
Ravenclaw, inteligente e sábia
Cada um desses fundadores
Prezava algo em seus estudantes
Em sua casa, Gryffindor
Reuniu os de mais coragem
Slytherin escolheu
Os de maior ambição
Ravenclaw preferiu
Os que possuíam mente aguda
E Hufflepuff estendeu as mãos
E abrigou todos em seu grande coração
Porém as idéias conflitantes
A amizade rompida
As lutas e duelos freqüentes
Acabou-se a união em Hogwarts
Minha função é quarteá-los a cada ano
Mas será que estarei fazendo o certo?
Só digo uma coisa: sejam amigos
Amigos, amigos acima de tudo
Vencendo diferenças e pequenas rixas
Superando os erros de cada um
Pois amizade é a coisa que mais se preza
E quando se quebra, nunca mais volta
As palmas soaram no salão. Desde o primeiro ano dos Marauders em Hogwarts, era comum ouvir o Chapéu recitar canções de união. Porém, James reparou que ele não falara em união, e sim, em amizade, e comentou com Remus, enquanto o primeiro aluno, Christopher Acken, era selecionado para a Corvinal:
— Ei, Remus, reparou que a canção do Chapéu estava diferente esse ano?
— Sim — disse Moony sombriamente.
— Estranho. Nunca vi ele falar tanto de amizade. Ele fala pra gente se unir, mas não romper os laços de amizade pra mim é nova…
— Para todos é nova — disse Nearly Headless Nick. — Estou aqui desde 1492, e nunca ouvi ele falando disso.
— Também não entendo — disse Sirius, do outro lado. — Mas deve ser por causa do Voldemort, como sempre.
As pessoas perto de Sirius empalideceram e olharam para ele como se ele fosse um anormal. Ele se desculpou com um gesto.
— Não sei que tanta encheção de saco por causa de um nome.
— Também não — disse James.
— Como disse Dumbledore, o medo de um nome só aumenta o medo da coisa em si — disse Remus sabiamente, aplaudindo quando “Newman, Carolyne”, era selecionada para a Grifinória.
— Concordo — disse James, se debruçando cheio de tédio na mesa. — Caramba, tô com fome.
— Eu também — disse Peter, entrando na conversa.
— Ah, Wormtail, você não conta — riu Sirius. — Você está com fome 24 horas por dia, sete dias por semana, e sempre estará com fome, não importa o quanto encha o poço sem fundo que tem por barriga.
Peter franziu o cenho, enquanto Sirius e James gargalhavam, e Remus ria um risinho contido.
— Ah, vocês são muito, muito engraçados — disse Peter. — E podem falar muita coisa, o James andando de quatro pela Lily, o Sirius expulso de casa aos dezesseis anos, e o Remus um paranóico depressivo.
Os risos se acabaram no mesmo instante.
James ia responder, mas Dumbledore se levantou e ele apenas sussurrou:
— Nos acertamos mais tarde, Pete.
— Bem-vindos a mais um ano, queridos alunos! — disse com um enorme sorriso, e todos os alunos se sentiram felizes por dentro, como sempre acontecia, mesmo entre os sonserinos. — Quero dar alguns avisos antes que fiquemos tontos com nosso excelente banquete!
“Primeiro, quero apresentar o novo professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Jason Faunt!”
Faunt, um homem jovem, mas um tanto sinistro, com cabelos negros à inglesa e vestes sóbrias e cinza, ergueu-se brevemente e em seguida se sentou.
“Segundo, devo avisar que a Forbidden Forest não tem esse nome à toa, e continua sendo proibida para todos os alunos.”
Ele lançou um olhar breve a James e Sirius, que faziam cara de inocentes.
“Terceiro, devo ressaltar que, esse ano, a segurança estará reforçada, devido aos acontecimentos que todos sabem e acompanham. E não haverá segundas chances para ninguém.”
Sua voz tinha se tornado séria, e seus olhos brilhavam profundamente. James, Sirius, Remus e Peter se entreolharam, e depois fitaram a mesa da Sonserina. Severus Snape, indiferente, olhava para o teto, mas seus amigos Avery e Lestrange pareciam tensos.
— Bem, é só isso que eu tenho a dizer. Vamos ao banquete!
Todos ficaram comentando as palavras de Dumbledore.
— Será que é esse ano que pegam o Snape? — perguntou James.
— James Potter, não saia por aí fazendo acusações sem fundamento — disse Remus. — Você não tem prova alguma de que Snape é partidário de Voldemort. E se alguém escuta e acha que ele tem algo a ver com a história? Pode ser expulso e até preso, isso é muito grave!
— Ah, Moony, também não precisa ficar dando sermão, não falei por maldade. Não estou acusando Snape. Só fazendo suposições.
— Suposições fundamentadas no seu péssimo relacionamento com ele que eu sei. Não adianta ficar se fazendo de inocente que comigo não cola.
— Você está parecendo a Lily.
— Bem que eu queria parecer com ela… — suspirou Remus, se servindo. — Frango, Prongs?
— Sim — disse James, estendendo o prato enquanto Moony colocava comida. — Bem… então… esse ano vai ser barra pesada. Acho que a gente não vai poder ir nem pra Hogsmeade… oficialmente.
Os outros três não puderam deixar de rir.
— Você acha que a gente não vai poder ir a Hogsmeade? — disse Peter. — Eu tenho certeza.
— Então esse ano não vou poder convidar Linny para irmos a Hogsmeade… — lamentou Sirius. — Droga, acho que vou ter que ficar com ela aqui no castelo mesmo.
— Você não presta, Padfoot — disse Remus. — Nem terminou com a Iris direito e já está querendo fazer de Emmeline sua próxima vítima?
— Credo, você fala como se eu fosse um vampiro.
— Não, não é um vampiro — riu James. — É um cachorro faminto e pulguento.
— E esfomeado — acrescentou Remus. — Padfoot, pare de pegar batatas do meu prato.
Os quatro riram muito.
Cerca de quarenta minutos depois, o banquete já havia terminado, e os alunos voltavam a seus dormitórios. James partiu sonolento, Remus foi na frente para guiar os alunos de primeiro ano, Peter ficou comendo mais um pouquinho e Sirius levantou-se sem pressa, se espreguiçando e fazendo um grupo de quintanistas da corvinal suspirarem.
Lily se levantou. Daisy havia ido com Remus, Cherry fora até o corujal a fim de mandar outra cartinha para Morgan e Iris e Maggie foram dormir mais cedo.
Sentiu Sirius se aproximando por trás dela.
— Olha, Black, se você pensa que eu esqueci o que você fez…
— Claro que eu não penso isso — ele sussurrou no seu ouvido. — Ninguém nunca me esquece, Lily Evans.
Lily ficou sem ação, enquanto Sirius se afastava, não sem antes dar uma boa olhada nela.
— É como eu disse… — falou. — Você cresceu, Evans.
E saiu para o Salão Comunal, ainda guardando vivas impressões dos cabelos ruivos de Lily.
Legenda (pra quem precisar):
Diagon Alley: Beco Diagonal.
Forbidden Forest: Floresta Proibida
Nearly Headless Nick: Nick Quase-Sem-Cabeça
Peeves: Pirraça
Fat Friar: Frade Gordo
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