Nasce Uma Esperança



Capitulo 16 – Nasce Uma Esperança

Gina havia passado uma das melhores noites de sua vida. Estava deitada no tapete da biblioteca daquela casa velha. Suas roupas estavam jogadas pelo chão e as de outra pessoa também. “Draco.” pensou ela com certo carinho. O garoto estava deitado ao seu lado, parecia uma criança dormindo.
Eles ainda estavam nus quando os primeiros raios do sol entraram pela janela, iluminando o que parecia ser um casal muito apaixonado no chão em frente à lareira. O sol bateu nos olhos de Draco e ele abriu os olhos lentamente, viu a garota de cabelos vermelhos sentada ao seu lado lhe olhando.
-Bom dia. – desejou ela com um sorriso no rosto – O que foi? – perguntou quando viu que ele a olhava com expressão séria.
-Bom dia. Porque está aí? – ainda muito sério.
-Porque queria ver o sol nascer. Ele está particularmente lindo. – e sorriu se levantando e indo até a grande janela apoiando a cabeça no vidro.
-Porque essa felicidade toda? – olhou para ela, parecia que era um quadro tamanha a beleza de sua pele e o sol. O que lhe desagradava era a marca negra contrastando com a pele clara dela no braço esquerdo.
-Talvez porque cheguei ao clímax quatro vezes essa noite. – e se virou para olhar para ele que ainda estava sentado no chão.
-Não foi a única. – e riu se lembrando da noite passada.
-Pelo visto não. – e andou até ele. Ajoelhou ao seu lado, olhando em seus olhos azuis, foi até seu ouvido e disse maliciosamente – Acho que devemos arredondar para cinco. Que tal? – e o olhou nos olhos novamente.
-Ótima idéia. – a beijou e a deitou, fazendo com que seu corpo ficasse sobre o dela. Gina fechou os olhos de prazer.

Muito longe dali uma outra pessoa abria os olhos pela primeira vez. Anita deu a luz a uma linda criança de olhos azuis, pele clara e cabelos negros. Depois de muito esforço para dar à luz, Apocalipse se encontrava deitada na cama da Toca quase perdendo os sentidos. A medibruxa e a enfermeira que estavam ali sorriram quando a criança finalmente nasceu, o parto não tinha sido dos mais fáceis, mas nada que colocasse a vida delas em perigo.
No quarto só se encontravam Anita, a criança, a medibruxa, a enfermeira, a Sra. Weasley e Harry. O garoto parecia criança olhando para sua filha. Ele a carregava de um lado para o outro no quarto, nunca estivera tão feliz.
-Posso ver minha filha? – pediu a mãe ainda cansada. Ele levou a criança até ela. Os olhos da mãe se encheram de lágrimas quando viu a cor dos olhos da filha.
Do lado de fora todos esperavam noticias sobre a mãe e o bebê. Quando a medibruxa saiu, ela respondeu a todas as perguntas e foi embora com a enfermeira.
Eles foram recomendados à não entrarem ainda no quarto, mas ficaram olhando pela porta aberta. Mione se emocionou e disse:
-Eu quero um. – e colocou as mãos juntas no peito e olhou para Ron que foi até seu ouvido e disse baixo para que só ela ouvisse:
-Podemos ir fazer uma agora se você quer tanto. – e riu da cara de vergonha dela.

Harry quase não se cabia de tanta felicidade, tinha uma filha. Até os piores pensamentos tinham sumido naquele momento, só podia pensar em sua filha e sua mulher. “O que? Mulher? Ainda não pedi ela em casamento... Como assim, ainda? Harry se acalme.”
Apocalipse ria dessa bagunça de pensamentos, mas não olhou para ele, na verdade quase não ouviu o que ele tinha pensado mas a palavra “mulher” tinha chamado sua atenção. Depois de alguns segundos brincando com sua filha ela fez com a mão para que todos que estavam amontoados na porta entrassem para ver a criança. Depois de muito babarem no bebê, Mione perguntou:
-Qual é o nome? – olhando para os pais.
-É... – disse Harry percebendo que não tivera nem idéia de que nome daria para sua filha.
-Lílian. – respondeu Apocalipse olhando para Harry.
-Lílian? Certeza? – os olhos do menino se encheram de lágrimas e logo acrescentou – Então será Lílian Anita. O nome de duas heroínas que morreram pelo bem e por seus filhos. – e olhou para a amada que também tinha lágrimas nos olhos.
-Está bem. Não morri ainda, mas aceito a homenagem. – disse brincando, rindo e chorando ao mesmo tempo, igual boa parte das pessoas que ali estavam.

A Sra. Weasley estava na cozinha fazendo o almoço, escutando Ron, Hermione e Tonks conversando sobre a criança que nascera naquela manhã.
-Ela tem os olhos lindos. – disse Tonks pegando algumas bolachas de um pacote que estava na mesa.
-Verdade. De quem será que ela puxou aqueles olhos? – disse Hermione olhando para Ron.
-Bom, não sei... Os olhos dos pais de Harry eram claros... Já os de Harry são verdes... Os dela cinza... – e riu da própria confusão – Será que puxaram dos pais dela?
-Não sei. Ela nunca falou nada sobre os pais dela. Eles morreram quando ela era pequena, não é, Molly? – disse Tonks se encostando nas costas da cadeira e olhando para a mulher na pia.
-Sim. – sua voz era arrastada e triste, ainda estava abalada por causa de Gina – Eles morreram quando ela era pequena, foi criada em um orfanato até Dumbledore ir busca-la para estudar em Hogwarts. Pelo menos foi a história que ele nos contou.
-Acho que realmente puxou a família dela. Não vejo outra explicação. – disse Ron.
Nesse momento Harry desceu as escadas, estava feliz, o sorriso não saia de seu rosto. Sentou-se com os amigos e disse:
-Viram como ela é linda?
-Sim. – todos responderam quase juntos.
-Cadê Remus? – perguntou Tonks.
-Apocalipse e ele queriam conversar. Resolvi não atrapalhar.
-Tive uma idéia. – falou Hermione e todos olharam para ela – O que acham de darmos uma festa para comemorar a chegada de Lílian?
-Pode ser. – disse Harry. Tonks sorriu e concordou e Ron balançou a cabeça dizendo que sim.
-O que acha, Sra. Weasley? – perguntou a morena que abraçava Ron.
-Já disse que você é da família Mione, por favor, me chame de Molly. – e sorriu para a garota – Não tenho muito o que comemorar, mas para tirar essas coisas da cabeça, eu acho que é uma boa idéia. - Eles começaram a bolar idéias para a festa que dariam.

Lupin estava sentado na cama e olhava para ela ninando o bebê, que dormia tranqüilamente. Olhou para o rosto de Anita, ela era uma adolescente, mesmo que os anos que já tinha vivido falassem ao contrario.
-Não tenho realmente 31 anos, sabe disso né? – disse ela se levantando e colocando sua filha em um berço que havia conjurado horas antes.
-Já fazem 31 anos que você nasceu?
-Sim. Ainda bem que não envelheço igual a todos. – e se sentou na cama de frente para ele.
-Continua linda. – e viu ela sorrir E sua filha é divina.
-Puxou a mãe. – e riu com ele. Os dois se olharam por um tempo. “Tenho que esquece-la.” pensou o lobisomem sem tirar os olhos dela, que mexia nos cabelos para prende-lo.
-Ainda sente algo por mim? – perguntou a morena sem olhar para ele.
-Sim... Você deveria ter deixado que eu falasse com Almofadinhas naquela época. Talvez hoje eu não sentisse mais nada. – e abaixou a cabeça.
-Talvez. Mas não o fiz e agora é tarde demais. – ela se aproximou dele e o olhou nos olhos, pegou sua mão direita e sorriu – Espero que saiba que minha intenção nunca foi te magoar.
-Eu sei. – se levantou e soltou a sua mão da dela – Mas... não consigo esquecer certas coisas...
-Quais?
-Você, sua profecia, seu destino... qual não posso impedir o fim.
-Não pode e não deve. É meu destino. – disse se levantando e indo até a janela para sentir o sol – E minha profecia é aquela, sabe que não podemos mudar ela. Não podemos mudar nenhuma na verdade.
-Sei disso... Mas tem de haver um jeito... – e chutou a parede com raiva.
-Mas não tem. – a voz dela saiu chorosa e ele a olhou. Foi até ela e a abraçou, sentindo o perfume que exalava de seu cabelo.
-Não poderei te ver morrer. – disse ele abraçando ele com mais força.
-Não verá. Estarei sozinha para enfrentar ele. Não quero ninguém morrer. Ninguém... – e desabou em um choro sincero.
-Não peça para ficarmos longe. Não deixarei que fique sozinha.
-Não. Se você morrer, acabou. Minha única ligação com o passado morre também. Tem que continuar vivo, terá que contar para minha filha quem e como eu era. – e sorriu mais para si que para ele.
-Nada lhe prometo. – e a soltou, olhando nos olhos cinzas dela – Mas se morrermos na batalha, morra sabendo que nunca deixei de gostar de você. Desde o momento que te conheci, até o momento que meus olhos se fecharam.
-Não fale isso. Sabe que não posso dizer o mesmo. – e o abraçou outra vez.
-Morra sabendo que... – ele tremeu, estava perdendo a coragem, ela sempre fazia isso com ele, e mesmo que fosse apaixonado por Tonks, Apocalipse sempre estivera em seu coração.
-Não diga. Não quero morrer e saber que você sentia isso por mim... – e voltou a chorar.
-Morra sabendo que te amo. – e a abraçou com mais força, quando sentiu os braços dela se apertarem mais em seu corpo.
Eles ficaram naquele abraço por minutos, ele não queria soltar ela, não queria que a mulher que amava soltasse de seus braços. Ela não queria soltar ele, era a única pessoa de seu passado eu ainda vivia, mesmo que por muitas vezes não se dessem bem, ela o amava como amigo.
Ela o soltou e enxugou as lágrimas que ainda caiam de seus olhos. Foi até uma cadeira que estava no canto do quarto, pegou sua mochila e de dentro dela tirou um envelope. Sentou na cama e chamou ele para que sentasse ao seu lado.
-O que é isso? – perguntou ele se sentando ao seu lado.
-Fotos. – disse abrindo o envelope e pegando um bolo de umas 20 fotos – Veja. – mostrou para ele foto por foto. Várias eram dela e de Sirius, umas eram de Sirius e Tiago, outras eram dela sozinha e a última era deles.
-Não me lembro dessa foto. – disse sorrindo e pegando a foto da mão dela. Na foto estavam os dois abraçados e ela sorria para ele e depois olhava para a pessoa que segurava e mostrava a língua, beijava o rosto do lobisomem na foto e ele ria da felicidade dela.
-Tiramos nos Dia dos Namorados.
-Quando? – perguntou olhando para ela.
-No mesmo dia em que escutamos minha profecia. Lembra? Eu te dei um beijo no canto da boca e o Sirius ficou emburrado o resto do dia. – e riu lembrando da cena.
-Ahh, me lembrei... Você estava linda. – e devolveu a foto para ela.
-Você também. Sabe porque carrego essa foto?
-Não. – e se levantou.
-Porque você também é importante para mim. – e se levantou também. Eles se abraçaram outra vez, ela voltou a chorar e ele disse:
Você também é especial para mim. Não se esqueça nunca que sempre te amei. – e sentiu os olhos arderem, estava prestes a chorar.
Só não sabiam pela porta que não havia sido fechada corretamente, Harry ouviu as últimas palavras que eles disseram.

-------------------------------------------------------------------------
Espero que gostem...
Valeu...
Bjokas

Compartilhe!

anúncio

Comentários (0)

Não há comentários. Seja o primeiro!
Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.