A Situação Se Agrava

A Situação Se Agrava



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Duas Realidades

Episódio X - A Situação Se Agrava


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Eram 6:17h da manhã quando Severus Snape despertou com um susto naquela manhã de
22 de agosto, um dia após Hermione Granger sofrer o ataque de um comensal no
Beco Diagonal, na manhã anterior. Ninguém sabia ao certo o que acontecera e o
que se passava com a menina, mas ela caíra num sono profundo que nenhum dos
métodos mágicos para despertá-la funcionaram. Agora estava internada no Hospital
St Mungus, sob severa observação de medibruxos. Os dados clínicos sobre seu
estado não eram nada otimistas...





Snape dormira na escrivaninha, sobre os livros em que estava pesquisando na sua
biblioteca particular. O corpo inteiro doía pela noite desconfortável numa
cadeira, pois caíra no sono sem sentir. Procurava em seus antigos livros sobre
magia negra algo que esclarecesse o estado clínico da Srta Granger. Mas não
foram as dores no corpo pela noite mal dormida que o despertaram... mas um sonho
muito estranho, que ele julgava ser uma lembrança alterada.





Sonhou com sua época de trevas, quando era um legítimo Comensal da Morte.
Trabalhava, na maioria das vezes, junto de Lucius Malfoy e, neste sonho
especificadamente, rondava com Lucius pelo Beco Diagonal, que na época, vivia
completamente deserto após o sol se pôr. As trevas estavam tomando conta de tudo
rapidamente e as pessoas se precaviam de todas as formas possíveis. Parecia ser
quase inverno devido a friagem dolorosa que tomava conta do ar...





_A garota... não foi um sonho, foi uma lembrança! Mas por que eu me lembraria
disso agora?!





Severus levantou-se da escrivaninha. Começou a arrancar a camisa que vestia,
pois, apesar das masmorras serem um lugar frio, sentia como se estivesse ardendo
em febre, seu corpo estava muito quente e suava demais. Ele jamais poderia
imaginar o quanto o incidente com a Srta Granger poderia afetá-lo, mas agora ele
via o quanto ainda não conhecia de seu próprio coração. Estava atordoado com a
lembrança que lhe veio em forma de sonho. Estava começando a ficar furioso que
tais lembranças ainda continuassem a nublar-lhe a vista como um filme antigo,
lento e disforme...





_Preciso de um banho gelado!





E foi o que fez. Ainda acompanhado daquelas imagens em sua mente, enfiou-se
debaixo de uma forte ducha de água gelada, que para ele lhe foi misericordiosa.
Seu corpo estava tão quente que sentia algumas partes arderem, como as costas.
Achou-se imprudente em se enfiar debaixo daquela água fria com a temperatura
corpórea elevada daquele jeito, poderia causar um choque térmico tão forte que
acabaria estatelado no piso de mármore negro do chão do banheiro. Achou graça do
pensamento seguinte, imaginando que o encontrariam ali, caído nu e,
provavelmente, afogado. Ao menos, o pensamento idiota sobressaiu-se às
lembranças que não paravam de lhe perturbar a mente, ao menos por alguns
instantes...





Apoiou a cabeça na parede do boxe, deixando que a água fria deslizasse dos
ombros pra as costas, diminuindo sua temperatura e relaxando seus músculos.
Agora tinha plena certeza de que eram lembranças legítimas suas e não apenas
sonhos... aquele fora o dia em que encontrou a garota trouxa, há 21 anos... a
garota que fora a responsável por sua traição às trevas. A garota trouxa que
Lucius iria matar, mas ele impediu e... mas, espere um pouco, há algo de errado!





_...eu jamais me esqueci os poucos dias em que ela esteve comigo, mas no
entanto... tenho toda a certeza do mundo que não a encontrei quase morta no Beco
Diagonal... aliás, nem sequer fora no Beco Diagonal que a encontrei... fora
próximo ao Caldeirão Furado, na parte trouxa de Londres!





Snape levantou a cabeça, deixando o forte jato d’água cair sobre seu rosto.
Precisava espairecer, sabia que sua mente estava lhe pregando peças. A moça que
entrou em sua vida há 21 anos era muito parecida, sim, com Hermione Granger, ao
menos é o que ele sentia, pois, depois de tantos anos e depois de tudo que já
passou, seu rosto lhe fugia a mente, mas... a moça com que sonhara agora e que
povoava aquelas “lembranças” que o estavam perturbando, era exatamente a Srta
Granger!





Fechou o chuveiro e saiu do boxe. Pegou um roupão negro de banho e vestiu-o,
jogando uma toalha branca sobre a cabeça, enxugando o rosto e esfregando
vigorosamente os cabelos. Parou por alguns instantes observando a própria imagem
refletida no espelho que ficava acima da pia, procurando encontrar algum traço
físico de insanidade... atordoado, ao menos, sabia que estava.





Saiu da suíte e jogou-se pesadamente sobre sua cama de dossel, que estava
intacta, já que não dormira ali aquela noite. Deixou a toalha caída sobre os
ombros, enquanto apoiava seus braços sobre os joelhos e fitava o nada no chão de
pedra. Tentava ordenar seus pensamentos, separando aquilo que eram lembranças
daquilo que era fato recente. A explicação mais lógica para esse devaneio era
que o ataque a Srta Granger o abalara tão profundamente que ele estava,
instintivamente, misturando as coisas. Afinal, nos últimos tempos, Hermione
ficou tão parecida com aquela moça especial que entrou em sua vida e lhe mostrou
um caminho certo a seguir, que ele começou a nutrir o desejo de que fora ela
mesma quem esteve em sua vida, há 21 anos atrás, por ter sofrido algum acidente
com um vira-tempo talvez... lembrava-se o quanto aquela moça era misteriosa, mas
ao mesmo tempo era tão sincera... jamais chegaram sequer a trocar um afago, um
beijo... mas se apaixonara por ela pela possibilidade que ela lhe apresentou, de
que poderia mudar sua vida, não se entregando às trevas... “Nada é tão nobre que
valha a sua vida! Viva, Severus!” fora a última coisa que ela lhe disse, antes
de partir para sempre. Depois disso, reuniu toda a coragem que nem supunha ter
aquele momento e foi procurar Alvo Dumbledore, que lhe deu uma segunda chance.





_... mas o seu nome... ARGH!! Maldição!





Snape colocava as duas mãos sobre a cabeça, apertando-a firmemente, esperando
que a dor latejante passasse. Era sempre assim, toda vez que tentava se lembrar
do nome daquela moça, sua cabeça doía como estivesse sendo perfurada. Quanto
mais se esforçava para lembrar mais a dor culminava, mas passava tão
instantaneamente como que surgia, no instante que desistia daquela insistência
de lembrar o nome dela... talvez alguém tenha lançado um fortíssimo feitiço de
memória, pois sentia que havia outras coisas desse passado que estavam ocultas,
sentia que havia muitas crateras em suas lembranças... talvez até mesmo o que se
lembrava não fosse exatamente o que aconteceu...





_...então ainda há a possibilidade de ser mesmo Hermione Granger que entrou em
minha vida tão subitamente quanto desapareceu há 21 anos atrás...





_Idiota, Severus! Que espécie de imbecil é você?!





Snape atirava a toalha que estava sobre os ombros para longe, no mesmo momento
em que se levantava bruscamente da cama. Caminhou até o grande armário de
madeira escura, dando um soco forte na porta.





_A Srta Granger está quase morta em St Mungus! Não interessa o que aqueles
medibruxos estúpidos dizem! É tudo desconexo! O que Clara falou é totalmente
improvável! Hermione não viajou no tempo, Severus! Ela está em St Mungus, quase
morta!





Recostou sua cabeça na porta do armário; os cabelos ainda molhados, pingavam
junto com as lágrimas que brotavam de seus olhos. A dor da impotência, da
distância, do medo do futuro daquela menina que tanto ama, rasgavam-lhe a alma.





*





A realidade do passado, agora presente, de Severus Snape, mostrava absolutamente
o contrário do que parecia ser 21 anos à frente. Hermione Granger estava bem
viva e saudável, um pouco aborrecida, mas viva. Continuava dentro da sala do
bibliotáfio da Universidade de Lyon, pesquisando livros antiqüíssimos que
traziam textos e estudos sobre viagens no tempo. Já estava ali há duas horas e,
apesar de já estar mais que acostumada de passar horas e horas imóvel diante de
livros, sentia-se exausta. Seus ombros doíam, seus olhos estavam lacrimejando
por causa da fraca iluminação que a obrigava a forçar a vista, e sua cabeça
começava a doer. Procurara algo que fosse viagens no tempo deliberadas, mas tudo
que tinha encontrado até então ou ela já sabia ou eram apenas teorias infundadas
e retóricas. Talvez não seja o melhor procurar em livros de 500, 1000, 2000 anos
atrás, apesar de terem sido escritos por bruxos, havia, de fato, muita fantasia
a respeito. E a dificuldade do idioma, todos em latim medieval ou arcaico,
deixava muitas coisas incompreensíveis, muitas parábolas, muita história pra boi
dormir...





_Eu não vou encontrar isso em livros! Nem ao menos sei exatamente o que me
aconteceu... como eu teria conseguido viajar no tempo sem qualquer artefato, sem
um vira-tempo, pó de flu... como eu consegui regressar vinte anos?!





Hermione fechava com raiva o grosso livro, levantando uma leve poeira que a fez
tossir. Precisava sair dali, não agüentava mais aquele cheiro de poeira e mofo.
Estava sentindo-se exausta, a cabeça já latejando, um zumbido estranho nos
ouvidos.





Naquele momento, entram dois bonitos rapazes na biblioteca, que agora acomodava
algumas pessoas nas mesinhas dispostas pelo grande salão. Aghata, a
bibliotecária, que estava arrumando alguns livros na prateleira próxima à porta
de entrada, olhou de esguelha para os dois, que ela sabia ser John Michaelsen e
o intragável Severus Snape. No entanto, Michaelsen viu a bibliotecária e se
dirigiu a ela todo sorrisos.





_Minha adorável Srta Aghata! Como vai esta vida maravilhosa?





A bibliotecária bufou, dando-lhe um ar de desprezo: _Sr. Michaelsen, esse seu
galantismo barato não me comove nem um pouco! Pode ir perguntando logo o que
quer saber!





Enquanto o amigo e a bibliotecária conversavam “amigavelmente”, o jovem Snape
percorria o salão, procurando por Hermione por entre as prateleiras, não a
encontrando... talvez não tenha encontrado o que queria e já não estivesse mais
ali... ou seria algum truquezinho da garota que ele, tão burramente, acabara de
cair? Talvez a garota apenas estivesse sondando sua vida de perto e...





John chamava a atenção de Snape, que se surpreendeu ao ver a bibliotecária num
largo sorriso contente. Será que finalmente o amigo conseguiu dobrar a velha
megera? Andou rapidamente até ambos, movido mais pela curiosidade do fato do que
qualquer outra coisa.





_Severus, Hermione está no bibliotáfio... você nem sequer me falou que ela
estuda em Havard! Grande amigo é você, heim?! - John finalizava com um falso
soco no peito de Snape, que o olhava atônito.





_Oh, sim! É uma menina maravilhosa! Reconheço uma grande pessoa assim que a
vejo! E espero que sendo amiga de vocês, coloque-os no bom caminho que tanto
precisam, principalmente você, Sr Snape! - Aghata dirigia um olhar mordaz ao
jovem Snape, que ainda olhava tudo sem entender nada.





Hermione levantara-se da escrivaninha, sentia-se estranha. Talvez aquele
ambiente escuro e mofado não estivesse lhe fazendo bem. Seus ouvidos zuniam e a
respiração lhe doía a garganta, além da dor de cabeça conseguida por forçar a
vista naquela penumbra. Passou as mãos pelo vestido, para espaná-lo e
desamarrotá-lo e seguiu para a saída. Ao abrir a porta para a biblioteca, a luz
do ambiente feriu ainda mais sua vista, turvando-a. Apoiou-se no batente da
porta, levando uma das mãos sobre os olhos. Estava começando a suar frio, sentiu
seu coração acelerando e a respiração ainda mais difícil. O zumbido do ouvido
abafava o som externo, mas parece que ouviu alguém chamar-lhe o nome...





Snape apressava-se em sua direção, com John e Aghata em seu encalço. Hermione
apenas pode perceber as imagens desfocadas, mas julgava ser por causa da sua
exposição àquela fraca luz do bibliotáfio. Parecia que Severus estava preocupado
com algo, então deu dois passos para se adiantar a ele. Ao fazer isso, sentiu
tudo girar ao seu redor velozmente que lhe chegava a doer ainda mais a cabeça, e
ouvia sons estranhos, como que de despertadores, lhe abafando a audição. Parecia
com o que lhe aconteceu dentro do Antiquário quando fora atacada pelo comensal,
se repetia.





Hermione ia desabando ao chão, quando Snape se adiantou numa passada mais longa
e abraçou-a, antes que se estatelasse. A menina, no entanto, ainda estava
consciente, apesar de não ver e nem ouvir quase nada. Sussurrou algo como “vai
acontecer tudo de novo”, fazendo com que a espinha de Snape se gelasse. Ele
ajeitou-a em seus braços, apoiando sua a cabeça de Hermione em seu ombro,
enquanto retirava alguns cachos que caiam sobre o rosto pálido e muito suado da
menina. John e Aghata alcançaram Snape nessa hora, olhando afoitos para a
garota. A bibliotecária espalma sua mão sobre a testa de Hermione, assustando-se
ainda mais.





_Por Merlin! Ela está gelada! Levem-na imediatamente para a enfermaria! A
pressão dela deve ter desabado!





Sem pensar duas vezes, Snape desaparata com Hermione semiconsciente em seus
braços para a enfermaria. John aparata instantes seguintes a ele.





A enfermaria era uma pequena sala com apenas dois leitos e Snape foi
recepcionado imediatamente por uma jovem medibruxa assustada com seu repentino
aparecimento. O rapaz deitou Hermione em um dos leitos. A menina estava ensopada
de suor e muito fria. Sentiu a mão gelada como de um cadáver, quando ela segurou
com força as suas mãos. Ela parecia com medo. Algumas lágrimas desciam por seu
rosto.





_Por favor, não me deixe! Não quero passar por isso de novo! - Hermione
sussurrava com dificuldade, apertando firmemente a mão de Severus, que a olhava
atônito, sem muita certeza do que se ouvia era certo.





A medibruxa se armava com alguns artefatos bruxos que pareciam simples tiras
grossas e curtas de couro, que ela pôs sobre a testa suada de Hermione e
envolveu os pulsos da menina.





_Afinal, o que aconteceu? Onde você estava, senhorita? - perguntava a medibruxa.





John, que estava muito nervoso, respondeu tropeçando nas próprias palavras,
enquanto Snape não desviava os olhos da menina e apertava firmemente sua mão.



_Estávamos na biblioteca quando encontramos Hermione nesse estado! Meus deus!
Ela parece ter acabado de sair de uma cruciatus!





Snape estremeceu ao ouvir aquilo... será que alguém teria feito algo à garota
dentro do bibliotáfio? Ou havia algum livro amaldiçoado? Lembrou-se com certa
amargura da noite que a encontrou no Beco Diagonal, enquanto voltava de um
ataque de comensais... deveria ter levado a garota ao hospital, ele não é
medibruxo e a medicou apenas por suposições.





A medibruxa arfou ao ver os gráficos de luzes coloridas que se formavam no
artefato que pôs sobre a testa de Hermione, que ainda estava consciente. Os
gráficos em forma de pequenas barras, como um equalizador, mostravam a
temperatura, pulsação e pressão do paciente. Sem conseguir disfarçar, exclamou
num tom um pouco alto demais...





_OH, Merlin! Essa menina não pode estar viva! - Sentindo a estupidez dita, a
medibruxa leva a mão à boca, deixando os dois rapazes ainda mais assustados.
Apesar do zumbido, Hermione conseguiu ouvir vagamente, mas o suficiente para
alastrar-lhe um temor. Subitamente, reunindo todas as forças restantes, pôs-se
sentada na maca, agarrando-se ao pescoço do jovem Snape que, atordoado,
instintivamente a abraçou, apertando-a contra si, mas lançando um olhar mordaz à
jovem medibruxa.





_Você enlouqueceu, Chris?! - Perguntava um ainda mais exasperado John Michalesen,
em tom de reprovação. _Isso é coisa que se diga a um paciente?! Que medibruxa é
você, heim?!





_Perdão, perdão! - Tentava se consertar, a medibruxa. _É que ainda sou
estagiária e, bem, algumas coisas ainda me surpreendem...





A jovem coloca a mão sobre o ombro de Hermione, tentando confortá-la e colocá-la
de volta a maca. Snape, calmamente, deita Hermione de volta ao leito, mas a
menina ainda segura firmemente sua mão. Já conseguia ver nitidamente, apesar da
vista embaçada pelas lágrimas, e ouvir também. Não estava mais suando, mas as
raízes de seus cabelos estavam molhados, assim como seu vestido, na altura do
peito. Aos poucos, sua respiração também se normalizava e o ar entrava mais
facilmente pelos pulmões.





_Oh, querida, me perdoe! Esses aparelhinhos estúpidos devem estar começando a
dar defeito... mas você se sente melhor, não é? Vejo que os equalizadores estão
se normalizando... você teve uma queda violenta de pressão. Tem se alimentado
direito? Dormido bem? Você está... hã... naqueles dias?





Hermione pôs-se sentada novamente na maca, sentindo-se quase normal. Retirava os
aparelhinhos da testa e dos pulsos, olhando diretamente para a medibruxa, que
parecia ainda nervosa.





_Me diga o que você viu, pra dizer que não era possível eu estar viva? -
Hermione falava duramente com a estagiaria, num tom que fez Snape lembrar-se do
fato ocorrido pela manhã, quando encontrou a garota em prantos.





_Bom, n-não se preocupe com isso, deve ser defeitos dessas coisas, já são bem
velhinhas... - Chris gaguejava ao pegar os artefatos, jogado-os sobre sua mesa,
apressando-se para pegar uma garrafa com um líquido escuro.





_Tudo bem... Chris -Hermione tentava ser o mais dócil possível. Ela sabia que
aquilo poderia ser importante, afinal, ela viajara num espaço de tempo muito
longo e isso pode ter afetado seu organismo.





_Mas, por favor, me diga o que você viu? Como você espera que eu conte a todos o
que me aconteceu sem esses detalhes? - terminava esboçando um sorriso falso.





Snape e Michaelsen olhavam estupefatos para Hermione, pela facilidade de
representar para persuadir alguém. Já Severus, constatava isso mais uma vez,
pois ela usara de mesma artimanha para com ele, na noite passada. Sua
desconfiança, antes esquecida pelo fato recente, voltava a palpitar-lhe. A
medibruxa virava-se para Hermione, lhe alcançando uma taça de metal com o
líquido escuro dentro, que fumegava um pouco. Hermione reconheceu aquilo como um
revitalizante a base de cacau e café.





_Tome, senhorita, beba isso... se sentirá bem melhor! E sugiro que depois vá até
a lanchonete e coma algo salgado acompanhado de um chocolate quente...





Hermione ao pegar a taça, segura firmemente a mão de Chris, que ainda está
vacilante com o que lhe dizer.



_Por favor, Chris... o que tinha de tão estranho nos equalizadores?





_Olha, senhorita... você já está bem, sua pressão, pulsação e temperatura se
normalizaram, então não é pra se preocupar com isso, tá bom? Bem... é que o
equalizador mostrou a sua temperatura em 17°, isto é, temperatura ambiente e...
a pulsação e pressão estavam a quase zero. Com certeza, foi um erro do aparelho.
Me desculpe por assustá-la desse jeito.







*





Hermione caminhava lentamente pelo corredor principal da universidade,
acompanhada por Severus e John. Estava distraída em pensamentos, olhando para os
pés enquanto andava, alheia ao seu redor. Lembrava-se do dia que foi atacada no
Antiquário e todos aqueles sons de relógios despertando e ensurdecendo,
deixando-a tonta. Das dores e da tontura que sentiu ao acordar dentro da loja
ainda, mas com o ar tão frio que lhe doía a pele. Constatou que desde esse dia,
tem estado exausta, cansando-se facilmente e, agora, teve essa queda de
pressão... justamente ela que sempre gozara de saúde perfeita, sem sequer pegar
um resfriado qualquer.





_Estamos encima da próxima aula, Severus... o que faremos?





_Você, eu não sei, mas eu irei faltar... levarei a Srta Granger para casa, ela
precisa descansar...





Apenas a menção de seu nome fez com que Hermione despertasse para o que
acontecia ali, mesmo assim ainda incapaz de compreender qualquer outra coisa
dita por aqueles dois, que ela apenas via-os falando e gesticulando, mas sem
entender qualquer palavra. John aproximou-se dela, colocando a mão em seu ombro
e lhe dirigindo um olhar desamparado.





_Você está bem mesmo, não é Hermione? Quero que se cuide, entendeu? Mandarei uma
coruja mais tarde pedindo notícias...





John afastou-se alguns centímetros da menina, desaparatando logo em seguida.
Snape voltava sua a atenção à Hermione, com um olhar que era um misto de
preocupação e desconfiança. Passou o braço pelos ombros da garota, puxando-a
para mais junto de si. Enquanto sua expressão era séria e dura, a de Hermione
era de surpresa, pois tinha a impressão de que ele tinha outras intenções
naquele abraço...





_Vamos para casa, Srta Granger.





Ambos desaparataram em meio ao corredor da universidade, que começava a se
encher de alunos que saiam e entravam nas diversas salas.



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Fim do Capítulo X - continua...

By Snake Eye's - 2004

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OBS: O personagem John Michaelsen é de autoria de Sarah Snape -
www.sarahsnape.cjb.net 



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