Uma virada do destino



Uma Virada do Destino

Hinge of Fate

Autora - Ramos

Tradução - Clau Snape

Beta reader - Bastetazazis

Disclaimer: Estes personagens são de propriedade de J.K. Rowling. Nenhum lucro foi obtido pelo seu uso.

Cap. 7


Com o alívio que a maioria dos homens sente ao cumprimentar um velho amigo, Severo Snape abotoou o colete preto sobre sua camisa de linho branca, ajeitou-a e vestiu a casaca de colarinho alto. Deixou seu cachecol preto de sempre e o casaco permaneceu desabotoado; assim que reconheceu que a respiração estava mais fácil, ele agora se recusava a restringir suas vias aéreas.

A liberdade para respirar profundamente, para se firmar completamente sem ficar tonto ou sentir o sangue golpeando em sua garganta, eram todas sensações que ele dolorosamente sentira falta. Pelo calendário era 31 de janeiro, mas para Severo o ano novo não começara realmente até apenas alguns dias atrás. Ele não era assim tão sentimental a ponto de considerar que estava começando uma nova vida, mas sua rápida recuperação permitia que ele visse as coisas sob um ângulo diferente desta vez. Outros deleites eram-lhe agradáveis também, como ficar ocioso ao redor do seu limitado quarto ou usar qualquer uma das instalações do pequeno banheiro sem que Pomfrey reclamasse sobre isso do lado de fora da porta, esperando ouvi-lo se afogar. A mera idéia de morrer na banheira era suficientemente humilhante para fazê-lo tomar um grande cuidado para não sobrecarregar, outra vez, seu coração temperamental.

Durante a última visita do Diretor, sua conversa fora centrada em algumas pesquisas que Severo jamais tivera tempo anteriormente para aprofundar-se. Poções que foram sugeridas em recentes artigos da Ars Alchemea e da Potions Monthly tinham provocado sua imaginação e prometido resultados notáveis, e Dumbledore daria todo o apoio para sua realização. Severo estava inteiramente ciente que isso era meramente um suborno, já que de fato, ainda era essencialmente um prisioneiro, mantido sob custódia protetora. A pequena suíte e os aposentos que compreendiam seu domínio atual eram mais agradáveis que Azkaban, com certeza, mas ainda assim, eram limitados.

Ainda assim, com um laboratório razoavelmente completo e uma assistente capaz, ele ansiava por começar os vários projetos que tinha parado. E seria preciso procurar melhor e por muito tempo para encontrar uma assistente mais hábil que Hermione Granger

Para dar seu devido crédito, a menina, ou jovem mulher - ele se corrigiu, salvara a sua vida. A Srta. Granger tinha potencial para se tornar uma excelente Mestre em Poções. Sua recente habilidade nas poções medicinais básicas fizeram com que ele ampliasse seus planos. Endireitando seus punhos e estabelecendo o peso do tecido sobre seus ombros, Severo permitiu a si mesmo considerar Hermione por um momento. Como uma cicatriz perigosa em sua alma, sua mente retornara repetidas vezes à preocupante situação em que Hermione Granger se encontrava, pelo menos até que o desconforto de pensar sobre ela fazia com que seus pensamentos desviassem para outra direção uma vez mais.

Quando recuperou primeiramente a consciência sob os cuidados de Pomfrey, Severo fora incapaz de dizer a Dumbledore o que havia dado errado, e diversos dias se passaram antes que ele recordasse de todos os detalhes. A lembrança de tudo viera subitamente em cima dele durante uma das conversas quietas e investigativas de Dumbledore, e ele finalmente compreendeu por que o Diretor andara pisando em ovos em torno disso.

Ele violentara Hermione Granger.

O retorno completo e repentino da sua memória fez com que ele vomitasse, sentindo-se impotente, rasgando os ferimentos recentemente reparados no seu estômago e bordos até que o sangue se misturou com a bile que expulsava do seu corpo. Pomfrey chamou por Dumbledore, algo que ela quase não fazia, e lançou um encanto nele para deixá-lo impassível.

Assim que recuperou a consciência, Severo segurara toda sua emoção. A raiva fria, que uma vez fora sua válvula de segurança, requeria demasiada energia para seu corpo ferido sustentar mais que um ou dois revides afiados. Na maioria das vezes, ele ignorara os esforços contínuos de Dumbledore para tirá-lo da fria depressão, assim como ignorara os esforços de Pomfrey para envolvê-lo na cura do seu corpo. Do seu ponto de vista, seu corpo o traíra e não merecia nenhum tratamento melhor. Apesar do fato de que Malfoy tinha lançando-lhe a Império, foi o seu corpo que a violentara, e era sua a criança que agora crescia dentro dela.

A notícia de gravidez inesperada de Hermione fora quase o sopro final para Severo. Ele retomou novamente o seu comportamento cáustico normal, o que a fez responder à altura, mas a recusa dela para responsabilizá-lo foi tão imprevista como enganosa. Embora ele a tivesse tratado da pior maneira imaginável, ela apontara sua repulsa preferivelmente para Lúcio Malfoy, e isso deixou Severo incerto de como reagir. Adicionalmente, ele já vira em primeira mão que, quando provocada, ela tinha um temperamento que poderia fazer com que um homem prudente freasse sua tendência a mostrar os dentes.

Durante as duas últimas semanas, eles trabalharam juntos sem atrito, mantendo uma distância respeitável e friamente polida. Ele evitara repreendê-la por qualquer motivo e ela, por sua vez, comportara-se da forma mais profissional que ele tinha o direito de esperar. Isso lhe deu a fraca esperança de que ela poderia estar disposta a ajudá-lo mais com sua pesquisa, e impedindo-o de se irritar muito enquanto estivesse confinado aos cuidados de Pomfrey.

Impaciente para começar seu trabalho, Severo desistiu de arregaçar a última dobra do punho das suas mangas e acenou com a mão. A parede falsa entre seus aposentos e a ala de isolamento se dissolveu. Do outro lado da sala, a outra parede também se dissolveu, levando-o diretamente para o laboratório. Quando a atravessou completamente, a ilusão da resistente parede remanesceu atrás dele. As escadarias não eram as únicas coisas em Hogwarts que ficavam impacientes, e o velho castelo ocasionalmente acomodava o pedido do Diretor reformando uma parede aqui e lá.

Severo mal tinha começado a examinar o laboratório recentemente arranjado quando ouviu uma voz feminina chamando urgentemente por Madame Pomfrey. Era ainda muito cedo para a maioria de estudantes aparecer, e ele sabia que de fato, Papoula não se encontrava na ala hospitalar tão cedo. A voz lhe era familiar, e assim que ele abriu a porta do laboratório secretamente e perscrutou através da abertura, viu que sua suposição estava correta quando travou os olhos em Hermione Granger, parada, dentro da enfermaria.

Parada fosse talvez uma palavra demasiado otimista. A Srta. Granger tentava permanecer de pé com uma mão segurando o batente da porta. A outra estava apertada sobre seu estômago, mas foi rapidamente para a boca quando outra onda de náusea a atingiu. Ela correu de repente para a pia e os sons do seu vômito violento ecoaram pelas paredes ladrilhadas.

**

Hermione mal tinha aberto os olhos quando o enjôo matinal, que geralmente não passava de alguns momentos de ânsia passageira, manifestou-se de repente como uma vingança. Ela teve que correr para o lavatório e vomitar, mal conseguindo chegar a tempo. Escovar seus dentes e beber um pouco de água fria a ajudaram, mas até encontrar seu uniforme escolar foi interrompida duas vezes para orações não planejadas aos deuses da porcelana. Desistindo, arrastou a primeira coisa que achou: uma camisa velha de algodão e um par de leggings, jogando as vestes da escola por cima destas e dirigindo-se para a ala hospitalar.

Ao passar pelo Salão Principal e sentir o cheiro dos alimentos, ela foi empurrada para o banheiro outra vez. A escalada pelas escadarias a deixaram cinzenta e suada e, uma vez dentro da porta, a náusea iminente a lançara para o toalete mais próximo, onde agarrou a bacia branca e fria enquanto os espasmos torturavam seu corpo. Quando o pior acabou, inclinou-se fracamente de encontro à parede e descansou sua testa na bacia, querendo que sua cabeça parasse de martelar.

Um toque frio na parte traseira de sua nuca a fez saltar, mas a pressão de dedos longos na toalha de rosto manteve sua cabeça para baixo.

- Fique ainda, Srta. Granger. Espere até estar certa de que passou. - A voz profunda de Snape carecia de qualquer zombaria, e ela abaixou a cabeça novamente, agradecida. Um outro pano úmido, este confortavelmente morno, foi pressionado em sua mão e ela usou-o para limpar a boca e o nariz gotejante.

Após alguns minutos, ela levantou-se cautelosamente empurrando seu cabelo para trás. Os músculos das suas costas e do abdômen protestaram, mas seu estômago permaneceu calmo enquanto secava o rosto outra vez e tentava, não com muito sucesso, endireitar-se. Quando lavou as mãos e abotoou corretamente suas vestes, deixou o pequeno lavatório surpreendendo-se ao encontrar Snape segurando uma caneca fumegante.

- O que é isso? - perguntou, pegando-a cuidadosamente e aspirando o vapor perfumado.

- Uma mistura exótica: chá de hortelã e raiz de licorice, com uma colher de mel. Deve acalmar seu estômago, e não há nenhum risco de efeitos colaterais que possam prejudicá-la.

- Obrigada - ela murmurou fraca, experimentando um pequeno gole. Estava quente, mas o calor acalmou sua garganta e estabeleceu-se em seu estômago sem argumento.

Severo segurou a porta aberta do pequeno laboratório e indicou que Hermione deveria segui-lo. Ela sentou-se fracamente em um dos bancos e inclinou-se na bancada.

- Eu acho que não vou conseguir chegar à aula de Poções na hora esta manhã - ela observou.

- Não vai perder nada - ele comentou sem inflexão.

Hermione deu de ombros e sorveu cautelosamente o seu chá. Quando o silêncio a atingiu, ela inquiriu: - Posso lhe perguntar uma coisa?

Ele assentiu de forma marginal.

- Você voltará a ensinar Poções?

- Não - ele respondeu rapidamente, adicionando então -, eu lecionei apenas como um favor ao Diretor, e minha posição em Hogwarts dava um suposto acesso para Voldemort saber o que acontecia aqui.

- Eu entendo.

**

Embora sua resposta fosse meramente educada, Severo podia ouvir o desapontamento fraco na voz dela. Ele sabia bem que não era a sua pessoa que provocava tal emoção, mas sim o fato de que ela perderia realmente a chance de aprender qualquer coisa nas aulas.

- Haveria alguma possibilidade de eu ter apreciado ensinar se a maioria dos estudantes estivesse remotamente interessada no assunto. Mas havia Longbottoms demais e não tantos alunos como você.

- Eu pensei que você me odiasse - Hermione revelou. Antes que ele pudesse formular uma resposta, ela empalideceu abruptamente e correu para o banheiro mais uma vez. Deixado para trás olhando fixamente para ela, Severo saiu em busca de outra toalha de rosto.

- Eu acho que eu estou pegando o jeito disso - Hermione declarou fracamente quando ele apareceu na entrada. Pegou o pano molhado que ele lhe ofereceu e pressionou-o na testa. - Você apenas tem que deixar vir e não lutar.

- Eu entendo. Mas você não vai a lugar nenhum esta manhã, a não ser numa destas camas. Assim que você terminar, é o que vai fazer.

Quando Hermione assentiu, Severo pegou-a pelo cotovelo e a puxou, franzindo um pouco a testa pela falta de peso dela. A menina não era terrivelmente alta, mas se pesasse mais que trinta e oito quilos ele estaria surpreso. Conduziu-a até a cama oposta à porta do seu laboratório, onde poderia ouvi-la se ela o chamasse. Madame Pomfrey sem dúvida nenhuma chegaria em breve, logo seguida pelo contingente da manhã de fedelhos idiotas, mas até então ele queria ficar de olho nas coisas. A pedido de Hermione, pôs um dos biombos sempre presentes entre a cama dela e o resto da enfermaria.

Quando ele se virou, a veste preta da estudante caiu ao lado do pé da cama, e ele ficou momentaneamente surpreso ao ver uma de suas alunas mais estudiosas com uma camisa excessivamente grande de algodão, enfeitada com uma cara sorridente. Assim que ela puxou as cobertas para cima e ficou confortável, ele certificou-se de que um balde estava perto de seu alcance e virou-se para sair. A voz quieta de Hermione o parou.

- Posso lhe perguntar mais uma coisa?

- Hermione - ele começou -, você pode perguntar qualquer coisa que esteja ao meu alcance de responder.

- Oh - ela respondeu, e quando ele olhou-a de relance, ela pareceu levemente confusa. - Eu ia justamente dizer que ouvi o Prof. Dumbledore dizer a Madame Pomfrey que você vai começar alguns projetos de pesquisa. - Sua voz serenou com respeito. - Eu gostaria de saber se você permitiria que eu o ajudasse.

- Você deseja continuar trabalhando comigo? - perguntou, um tanto surpreendido.

- Sim, por favor. Os NIEMS serão daqui a poucos meses, e eu preciso de uma nota boa o suficiente em Poções se quiser ser admitida em Aleford.

- Cluny não será de nenhuma utilidade para prepará-la para seus exames, Srta. Granger. Mas certamente você deve saber que passaria sem nenhuma dúvida se fizesse os exame dos NIEMS amanhã.

Hermione ignorou o elogio implicado e pressionou-o: - Eu preciso ganhar uma bolsa de estudos, professor. Meus pais não são abonados e para dizer a verdade, eles não estão de todo felizes com a idéia de eu freqüentar uma universidade bruxa.
- Você já escreveu para eles? Sobre a gravidez - esclareceu, mascarando sua ansiedade tensa com um tom suave.

- Não - ela admitiu, baixando sua cabeça ligeiramente. - Eu ainda não sei o que dizer.

Incapaz de responder a isso, Snape retornou à pergunta precedente: - Eu não tenho nenhuma objeção quanto à sua participação, Srta. Granger. Realmente, eu tencionava pedir o seu auxílio. Madame Pomfrey precisa de um pouco de ajuda com suas obrigações atuais de medibruxa; mantenha seus suprimentos em dia e ela lhe dará carta branca enquanto estiver aqui.

- Obrigada, professor. Você não sabe o quanto eu aprecio isso. - Hermione puxou o cobertor áspero sobre seus braços e virou-se de costas. O rosto dela faria um bom par com a fronha branca e, mesmo estando próximo ao pé da cama, Severo podia ver as poucas sardas através da base do nariz dela.

- É minha vez, eu acho, de lhe fazer uma pergunta pessoal, Srta. Granger. Você já decidiu o que você vai fazer... com o bebê, eu quero dizer? - gaguejando ligeiramente quando disse a palavra.

Hermione arrancou o cobertor e não respondeu imediatamente. - Realmente não. O Prof. Dumbledore me disse que há algumas famílias bruxas que poderiam estar interessadas em adotar um bebê bruxo. E com sua genética e a minha, não há muita possibilidade de que seja um aborto, certo? Mas eu não estou confortável com essa opção, porque da maneira que as coisas estão, eu realmente não sei como teria certeza que a família que ficar com o bebê será a família certa.

- Você não quer uma família de Comensais da Morte ou algo assim, certo?

- Exatamente. Eu não poderia viver comigo mesma se eu pensasse que minha criança poderia terminar em uma família como a dos Malfoy. - Hermione suspirou profundamente e Snape poderia dizer que ela estava exausta. - Eu não consigo me concentrar em tudo isso, por alguma razão. Ainda há Voldemort para se preocupar. Se nós o derrotarmos, eu tenho certeza que alguma coisa poderá ser feita a seguir. Se nós não o derrotarmos, bem, eu terei mais com que me preocupar além do pequenino, não é?

Os olhos dela estavam vagamente fechados, e Snape absteve-se de mencionar que a última mensagem dos centauros para Dumbledore era a respeito dos sinais que apontavam este novo ano como o ano em que seria empreendida a batalha final contra Voldemort.

Hermione ainda estava falando, mal acordada: - E se as bruxas e os bruxos vivem tanto quanto as pessoas dizem… Então tomar conta de uma criança até que ela esteja pronta para Hogwarts não será tão terrível, a longo prazo, será?

- Durma, Srta. Granger. Eu estou certo de que você estará dispensada das aulas hoje.

Recebeu apenas um murmúrio indistinguível como resposta.


Somente depois do toque de recolher para os estudantes naquela noite que Severo pode deixar os limites da ala hospitalar e vaguear pelos corredores de Hogwarts. Usou um feitiço de não-observação e pôs um encanto silenciador nos seus sapatos, mas aquilo eram apenas inconveniências menores que ele enfrentara muitas vezes antes. Nem mesmo Madame Norra, farejando ao redor dos corredores em busca de estudantes fora da cama, captou um ligeiro perfume dos seus passos.

A gárgula abriu caminho para a escada em espiral que levava ao escritório do Diretor, e ele subiu os degraus de dois em dois, apenas porque podia. Dumbledore ofereceu-lhe chá com biscoitos e mais de seus horrendos doces trouxas. Não discutiram nada em particular por algum tempo, até que Severo bateu seus dedos no braço estofado da cadeira e começou a sentir necessidade de ir ao banheiro.

- E como você e a Srta. Granger estão progredindo? - Dumbledore perguntou por trás dos olhos azuis.

- Desculpe?

- Eu mencionei a Srta. Granger. Você me disse que ela aprendeu todas as poções que vai precisar preparar para ajudar a Papoula. Se vocês conseguissem trabalhar juntos, você poderia considerar torná-la uma assistente para sua pesquisa.

- Sim. Eu considerei isto - Severo encarou de forma tênue. - Ela concordou em trabalhar comigo, com tanto que sirva como ajuda à sua contagem nos NIEMS.

- Ah, sim. A maldição do sétimo-ano em toda parte. Bem, então a Srta. Granger parece estar lidando tão bem quanto era esperado em suas circunstâncias extraordinárias. Não tenho nenhuma dúvida que ela enfrentará de forma magnífica o bebê.

Era o uso jovial de “magnífica” que fez suas mãos comicharem no impulso de estrangular o velho bruxo. - Enfrentar, você diz. Essa menina tola! Eu lhe ofereci qualquer coisa, e ela quer contagens melhores nos NIEMS.

Dumbledore resmungou e agitou seu chá, a colher de prata fazia um pequeno tilintar de encontro às paredes finas da porcelana de sua xícara.

- Deve haver uma maneira fazê-la compreender a gravidade da sua situação - Severo continuou, embora verdadeiramente não tivesse considerado fazer com que Hermione Granger fizesse qualquer coisa desse tipo até agora.

- Talvez ela não queira nada do que você esteja oferecendo.

- Ela tem todo o direito de pedir. Ou ela realmente não tem nenhuma idéia da minha situação financeira, ou está sendo incrivelmente valente e teimosa.

- Severo - advertiu Dumbledore, brandindo sua colher de modo ameaçador, - se você disser “como uma grifinória”, eu vou bater em você.

Ele encarou o homem mais velho e manteve seu silêncio, já que estivera prestes a dizer exatamente isso. Arrumando-se para a ação, encheu sua xícara novamente e bebeu os frios e amargos sedimentos com uma satisfação cruel.

- Se você deseja dar a sua criança qualquer coisa, eu sugiro que um pai e um nome seriam as melhores escolhas - Dumbledore sugeriu seriamente.

Severo manteve o escárnio fora de sua voz com alguma dificuldade. - Sua confiança em minha existência continuada é tocante, Diretor. Sem mencionar sua suposição particularmente otimista de que a Srta.Granger abandonaria seus sentimentos excepcionais para me aceitar.

- Eu tive a impressão que sua mãe o estivesse perturbando para providenciar um herdeiro logo.

- Deixe o nome Snape morrer.

Dumbledore suspirou. - Pare de ser assim melodramático, Severo. Alguém poderia pensar que você é um aluno do segundo ano que não foi convidado para participar do Baile de Inverno. - Snape fixou o olhar meramente em Dumbledore, que respondeu com um sorriso genial. - Se você não quer dar à criança seu nome, não dê. Foi simplesmente uma sugestão. - Terminou seu chá ruidosamente. - Embora eu deva dizer que prefiro Granger, de qualquer maneira.

Ignorando a zombaria, Severo o encarou pensativamente. - Talvez haja uma maneira de incluir Hermione e a criança em meu testamento. Então se algo infeliz me acontecer, o que é bem provável - ele falou lentamente -, eu poderia deixá-la muito confortável.

- E a partir do momento que a alteração do testamento esteja arquivada no Ministério, ela e o bebê se transformarão num alvo para todos aqueles que não o consideram com tanta estima, meu menino - Dumbledore se opôs. - Para não mencionar o que um inquérito oficial será feito sobre a existência irregular desta criança. Você sabe como o Ministério é sobre nascimentos ilegítimos entre famílias de raça pura.

- Se pensarem numa população que foi devastada como a nossa foi, aqueles velhacos estariam mais dispostos a perdoar a população adicional que veio a existir. Mas não, querem que puro-sangue se casem puro-sangue e que semeiem famílias de puro-sangue.

O Diretor resmungou com a estupidez de todos os ministros. - Não, Hermione seria envolvida num processo interminável, e a criança teria sorte de ver qualquer dinheiro antes que estivesse na hora de vir para Hogwarts. Você terá que simplesmente dar um jeito de ficar suficientemente vivo para entregar-lhe os galeões pessoalmente - ele concluiu de maneira improvisada.

- E conte meus dedos mais tarde? A senhorita Granger é tão orgulhosa quanto inteligente, e se recusa a ser ainda mais intimidada por mim. Eu teria sorte de sobreviver se apenas tentasse lhe dar algum dinheiro.

- Bem, eu estou certo que você pensará em algo.

Severo colocou sua xícara de chá com uma batida. Suspeitou que o Diretor o manipulava, mas não poderia se decidir em que sentido.



N/T – Severo começando a cuidar dela, tão fofo. Mais uma vez gostaria de agradecer à Ramos por ter escrito uma história tão cativante. E claro não podia esquecer da minha Beta ligeira BastetAzazis. Fortes emoções no próximo capítulo. E não se esqueçam, reviews deixam meu dia mais feliz!

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