Previsão
Capítulo 21
Previsão
Os olhos azuis de Julie estudavam calmamente a caixa diante de si. Com um suspiro pesado e as mãos estranhamente trêmulas, ela retirou a tampa de largura mediana e colocou-a ao seu lado.
Engoliu em seco e retirou o colar que havia dentro dela com um pequeno pingente em forma de coração. Sorriu suavemente, lembrando-se da irmã.
Novamente vasculhou a caixa e retirou algumas fotos. A primeira tinha dois anos... Pelo menos era o que ela achava enquanto vislumbrava o sorriso de Lily com aparelho fixo.
“Ela os odiava.” – pensou tirando-a da frente.
Seus avôs acenavam alegremente, junto dos seus irmãos e ela mesma. Os cinco estavam em frente a sua casa, com malas e roupas de viagem. Aquela fora a última viagem que fizeram todos juntos, quando tinha dezesseis anos.
Seu olhar se demorou na irmã e com pesar, afastou-a. Após mais algumas fotos em família ou com os amigos, encontrou a que procurava.
Julie ainda não era nascida, nem seu irmão Charles. Kristine parecia ter dois anos de idade e estava abraçada com sua mãe.
Era a única foto trouxa que tinha guardada e admitia que não gostava muito dela porque ele estava ali.
A loira mordeu o lábio inferior e estudou o homem durante um instante.
Meu Deus, ele era seu pai! Como doía saber que ele nem ao menos ligava para ela... Que nem ao menos tinha ódio dela...
Será que ela não merecia um estúpido sentimento? Qualquer um que fosse?!
A porta se abriu, fazendo com que a fotografia escorregasse dos dedos de Julie. Jogou o que conseguiu alcançar dentro da caixa com pânico.
-Relaxa, sou eu.
Julie ergueu o olhar e observou Lily se jogar na cama com um sorriso bobo.
-Por que você ainda está acordada? – a ruiva perguntou com o olhar no teto. – Amanhã a gente tem aula, sabia?
A loira assentiu e guardou a caixa na primeira gaveta do cômodo. Sendo Lily ou não, não queria compartilhar aquela foto.
-Insônia. – ela respondeu, deitando-se embaixo das cobertas.
Lílian se sentou num baque surdo e perguntou em meio a um risinho.
-Não vai querer saber por que eu estava fora do quarto?
-Hum...? – fez Julie, puxando o lençol mais para perto de si. A sua cabeça latejava violentamente enquanto ela estudava o papel de parede vermelho do quarto.
-Estava na enfermaria. Com o Po... Digo o Tiago. – Lily riu. – Ou melhor ainda, meu namorado.
A ruiva mordeu o lábio inferior e apertou os olhos, esperando que Julie começasse a fazer seus típicos escândalos, porém, ela continuou sem se mover.
-Você ouviu o que eu disse? Eu e o Tiago estamos namorando!
-Fico feliz por vocês. – Julie respondeu esboçando um pequeno sorriso.
Um pouco chateada, Lily se levantou e andou em direção ao seu armário enquanto jogava o casaco na cadeira.
-Nossa... Esperava mais entusiasmo.
Novamente, silêncio. Lily enfiou a camisola pela cabeça e andou em direção a amiga. Sentou-se pesadamente no pé da cama.
-O que aconteceu?
-Nada. – Julie replicou.
-Como assim nada? Eu falo que estou namorando e você não começava a dar pulinhos? Julie, essa não é você.
A loira se virou na cama e bocejou.
-Vamos dormir? Estou cansada.
Lílian com um sorriso triste nos lábios e um pouco decepcionada se levantou e puxou os cobertores.
-Tem alguma coisa haver com seu pai? Com o fato de ele estar por aqui? Por que você sabe Julie nós vamos...
-Eu disse... – a loira ergueu o tom de voz. – Que estou cansada. Não quero falar sobre isso.
Lily bufou e se enfiou na cama. Esticou o braço e apagou a luz, virando-se para o outro lado. Passados alguns minutos, ela adormeceu.
Julie ouvia sua respiração leve, enquanto observava a lua através da janela. Ela encontraria seu pai, sem sombra de dúvida...
Mas o que faria quando o fizesse?
Será que teria forças para...
Ela balançou a cabeça e se virou na cama. Cinco pessoas haviam morrido... Cinco! Não podia ser culpa dele...
Podia?
“Oh meu Deus.” – Samantha pensou se desencostando da cadeira.
Ele estava mesmo ali. Em carne e osso. Na sua frente. Em Hogsmead.
Sem nem ao menos pensar, ela se levantou.
Belatriz arqueou as sobrancelhas e observou-a sair do estabelecimento. Narcissa fitou-a durante um instante e estralou os nós dos dedos.
-Quer que eu vá atrás dela?
-Não. Deixa que... O que ela está fazendo?
Samantha andou apressadamente pela rua, enquanto uma pergunta martelava em sua cabeça: Qual era o seu nome mesmo?
Subitamente ele parou e sentou-se em um banco com a respiração ofegante. Sem saber exatamente o que diria, a morena se sentou ao lado do homem.
Joseph puxou a sua manga e estudou os ponteiros do relógio. Observou Samantha pelo canto do olho e respirou profundamente:
-Por acaso sabe como chego a Hogarts?
-Hogwarts, você quer dizer.
-Que seja...
Samantha se acomodou melhor no banco e percebeu que Belatriz a fitava. Ela não podia sair do Três Vassouras... Não naquele instante.
-Escute. – disse Sam, sorrindo amigavelmente tentando disfarçar o pânico na voz. – Não faça caretas com o que eu vou te falar agora, a não ser que queira sair daqui morto.
Joseph arregalou os olhos e riu secamente:
-O que você...?
-Eu sei quem você é e sei exatamente o que fez, e a verdade é que mereceria morrer agora levando em conta que matou pessoas da própria família.
-Como é que...? – Joseph fez menção de se levantar.
-Não se mexa! – Sam pediu rispidamente, dando uma olhadela nos comensais e se voltando para o homem com um falso sorriso. – Infelizmente, eu sou uma idiota e totalmente contra violência física, então faça o que eu mandar: saia tranquilamente e não vá para a escola.
-Você é um deles? – a voz do homem tremelicou de repulsa. – Você também é uma feiticeira?!
Joseph se levantou tremendo. Sam o acompanhou e ficou de pé num salto.
-Não grite. – ela pediu sentindo suor lhe escorrer a testa. – Dentro daquele restaurante existem bruxos horríveis. Se descobrirem que você é um trouxa eles vão querer...
-UM TROUXA?! COMO OUSA ME XINGAR, SUA...
Samantha levou a mão aos lábios ao ver que o homem caíra no chão. Atrás dele estava Belatriz estudando-o com um olhar irritadiço.
A morena olhou para os lados. Bela estava sozinha e ninguém do bar parecia ter notado. Todas as pessoas estavam ocupadas demais – leia-se bêbadas – para perceber o que acontecia na rua.
-Achei que sabia se defender Brewston. – Bela crispou os lábios. – Quem é esse cara?
Samantha estudou o homem inconsciente no chão com o coração disparado. Durante um instante ela realmente tivera medo.
-É um trouxa não é?
-Black, é sério. Não faça nada...
-Por que não? – a morena perguntou risonha. Ela retirou a varinha do bolso do casaco e brincou com ela nas mãos. – Oras Brewston quer você mesma fazer as honras? – Belatriz riu sarcasticamente. - Certo. Duvido que seja isso...
Samantha retirou a própria varinha das vestes e brandiu: “Rictusempra!”
Belatriz voou alguns centímetros e caiu no chão com um baque surdo. Os outros comensais que estavam no bar se levantaram ao ver a cena.
Sam praguejou e tentou acordar o homem, sem sucesso.
-Sua estúpida! – Bela disse rindo violentamente. – Está em desvantagem! Pra quê bancar a heroína, Brewston?! PRA QUÊ?!
Joseph abriu os olhos vagamente e encontrou Samantha sobre ele. Com a voz trêmula, tentou formular uma pergunta, mas não conseguiu.
A mente de Sam estava a mil. Não tinha chance nenhuma...
-Sectusempra! – Belatriz urrou.
Samantha se desviou num salto, quase perdendo o equilíbrio.
-EXPELLIARMUS! - as duas gritaram ao mesmo tempo.
Ambas as varinhas voaram, assim como as duas atingiram o chão devido ao impacto. Narcissa correu até a irmã com um sorriso debochado.
-Amoleceu Bela?
Belatriz levou os dedos ao lábio e percebeu que o ferira. Charly bufou e estendeu a varinha em direção a Samantha.
Lúcio encostou o dedo indicador no pescoço do homem e informou as outras que ele ainda estava vivo.
-Charly... – Sam murmurou com a respiração arfante.
-Ele é um sangue ruim ou não? – Lúcio perguntou pegando a própria varinha.
-É CLARO QUE É MALFOY! – Belatriz rugiu impacientemente.
Charly estudou o rosto de Samantha e sorriu cinicamente. Abaixou-se e murmurou em seu ouvido:
-Está sozinha nessa.
O sangue de Sam esquentou nas veias. Odiava aquela menina! Oh, como odiava!
Belatriz arrancou a varinha da mão do loiro e andou até Samantha.
-Sabe de uma coisa Brewston? – Belatriz disse com um tremor de ódio na voz. Ela limpou a boca com as costas das mãos, fazendo com que ficasse suja de sangue. – Estou cansada de lidar com você. Não agüento mais...
-Bela...
-Cale a boca, Narcissa. Milorde saberá o que fazer...
Samantha sentiu o coração acelerar novamente. O olhar de Belatriz lhe parecia demoníaco:
-Estupeça!
Uma sala ampla se encontrava totalmente escura. Em seu centro, havia uma longa mesa de mogno, junto de várias cadeiras com os assentos forrados de veludo cor do vinho. Todas estavam vazias, exceto pela da cabeceira.
Uma garota se encontrava amarrada a ela, com a cabeça baixa. Parecia estar morta, mas no entanto, seu peito dava alguns solavancos indicando que ainda respirava. Longos cabelos morenos e cheios se embaraçavam em sua face.
Do outro lado da sala, se encontrava um homem loiro jogado de qualquer maneira no chão. Seu rosto exibia pequenos cortes.
-Você acha que eles são parentes? – a voz de Narcissa invadiu os pensamentos dos outros três.
-Não. – Charly retorquiu secamente. – A Samantha é órfã e não tem parentes vivos.
Belatriz engoliu em seco. Com passos largos, andou em direção ao loiro, e se agachou próximo a ele.
-A feição dele não lhes lembra alguém?
Os outros fitaram o rosto do homem. Sim, ele realmente era familiar...
Subitamente a porta se abriu, pegando Bela totalmente de surpresa. Voldemort se encontrava ao lado da porta, com mais dois comensais encapuzados.
A morena se pôs de pé e sorriu em direção ao homem cobra. Os outros estremeceram suavemente.
-O que temos aqui? – a voz fria e cortante de Voldemort eclodiu na sala.
-Não sei. – Belatriz respondeu. – Samantha estava falando com ele. Queria que ele fugisse...
-Hum... – fez Voldemort andando em direção ao homem desmaiado.
Com o pé, empurrou o rosto do loiro para observar seu perfil. Narcissa mordeu o lábio inferior. Realmente não gostaria de estar no lugar daquele cara.
-Onde está Brewston? – Voldemort perguntou para os adolescentes.
Todos se viraram para a menina no outro canto da sala.
-Desamarre-a Charly.
Sem pensar duas vezes, a loira obedeceu a ordem de Voldemort. O corpo inconsciente de Samantha despencou para frente. Com o braço direito, Charly a salvou da queda.
-Pode deixar ela no chão.
Charly soltou-a e observou Samantha cair no solo. Belatriz sorriu, achando a cena extremamente engraçada.
Subitamente as pálpebras da morena tremeram. Logo os olhos cinzas estudavam a sala nervosamente.
A loira se afastou sem romper o contato visual.
Com uma longa golfada de ar, Sam se levantou sentindo o corpo latejar.
Voldemort sorriu de modo perigoso e retirou a varinha do bolso. Os olhos da garota estudaram a mão do homem.
-Quem é ele?
Sam estudou o rosto de Voldemort e umedeceu os lábios totalmente secos com a língua. Tateou os bolsos disfarçadamente e agarrou a varinha.
-Responda. Quem é ele? – Voldemort perguntou numa voz hipnótica.
Samantha sentiu a mente bastante leve. O corpo nem ao menos latejava como anteriormente... A única coisa que lhe ocupava a cabeça era a pergunta que Voldemort fizera: Quem é ele?.
Não é da sua conta - Samantha respondeu em pensamento.
Um sorriso violento se desenhou nos lábios de Voldemort. Com um longo suspiro, estralou os dedos fazendo com que a consciência da morena voltasse ao seu corpo.
-Você é uma jovem peculiar, Brewston... Alguma fez já usaram a maldição Imperius em você?
Sam não respondeu. Seu olhar estava no pai de Julie. Tinha que tirá-lo dali. Quem sabe ele não acertava as coisas com a amiga?
“Duvido, mas não custa tentar...”
-Ouviu o que eu disse Brewston? – Voldemort tornou a perguntar. O homem se irritou ao perceber que a menina não dava a menor atenção.
-Ele te fez uma pergunta, Samantha. – disse Lucius, trazendo Sam de volta a vida.
Voldemort sorriu e andou até ela. Com a mão direita, acariciou o queixo da morena, fazendo-a sentir náuseas.
-Seu rosto é mesmo bonito, não? Seria uma pena deformá-lo.
Os olhos de Sam faiscaram. Parecia ter perdido a fala. Por que não se movia? Por que não falava alguma coisa?!
Ela estava com... Medo?
O sorriso no rosto do Lord das Trevas sumiu. Os olhos vermelhos pareciam estar banhados de raiva:
-É uma pena, uma grande pena que você não me obedeça. Não lhe fez nada do que foi mandado, nem ao menos teve a coragem de matar esse sangue-ruim! Sabe o que eu faço com ele, Brewston? SABE?!
-Não. – a voz de Sam tremeu tentando alcançar o pulso de Voldemort, mas ele desviou.
Nem um feitiço saíra da boca do homem, mas todos visualizaram o relâmpago verde que saiu de sua varinha e atingiu Joseph.
O coração de Samantha se torceu. O pai da sua amiga... Ela havia deixado ele morrer...
-Crucius! - Voldemort urrou, nem dando tempo para que Sam pudesse finalizar os pensamentos.
Charly fechou os olhos e se virou para a parede. Os gritos de Samantha levaram no mínimo três horas para terminarem.
Lílian gritou, fazendo Julie pular da cama. Não sabia o que acontecera até encontrar o olhar da amiga fixo no chão. Seu queixo caiu.
-SAM! – a ruiva exclamou se jogando no chão para ajudar a amiga.
Julie estava em estado de choque. O braço da morena estava em uma posição impossível e ela tinha um corte imenso na testa, sujando-a de sangue.
-Samantha... Samantha acorda! – os olhos de Lily deixaram escapar grandes lágrimas.
Subitamente alguém bateu na porta. Nenhuma das meninas conseguiu deter quem quer que fosse.
-O que...?
Lily retirou os olhos da amiga um instante e viu Remo parado em frente à porta aberta com o uniforme de monitor. Estava fazendo uma ronda e ouvira um grito. Porém, não esperava encontrar alguém que adorava naquele estado.
-Ela está... Está...? – Julie gaguejou.
-Morta? – Remo conclui se jogando ao lado da ruiva.
-Não sei... Não sei. – a voz de Lily estava sendo interrompida por longas fungadas. Seu rosto estava inteiramente molhado por culpa do choro.
-Vamos levava-la para a enfermaria e...
-NÃO! – Lily e Julie gritaram ao mesmo tempo assustando o loiro.
-Mas gente!
-Remo. – Lily começou. – Se você gosta da Sam, você vai ficar calado e me ajudar, okay?
O loiro assentiu preocupado. Aquilo era loucura! Mas pelas expressões das garotas, aquilo era sério.
-Será que Voldemort...? – Julie começou, mas se calou ao ver o olhar furtivo de Lílian.
-Voldemort?! – Remo exclamou.
-Me ajuda, Lupin! – Lily pediu nervosa.
Os dois levantaram o corpo inconsciente de Samantha e o levaram em direção ao banheiro.
Julie saltou da cama e abriu a torneira do chuveiro. Remo segurou a morena enquanto Lily enfiou a cabeça da amiga embaixo da água fria.
-Quanto sangue... – disse Julie sentindo que iria ficar enjoada.
-Pega uma camisola, Julie! – Lily pediu irritada, tirando o casacão preto encharcado do corpo da amiga.
-Não! Deixa que eu pego. – disse Remo saindo do banheiro e indo em direção ao armário da morena.
Julie ajudou a ruiva a manter o corpo da amiga de pé. Para o terror da loira, segurar Sam lhe deu ainda mais desespero. Quando um gato de estimação que ela possuía morrera e ela o pegara nos braços, ele aparentava tão mole e leve como a morena estava.
Remo derrubou vários cabides de roupa da amiga, vasculhando nervosamente por algo confortável. Encontrou um vestido branco de alças básico e ele o puxou, derrubando um trilhão de coisas no chão.
Com os pés trêmulos, o loiro voltou para o banheiro e deu a camisola para a namorada. Suspirou pesadamente e fechou a porta. Não iria de modo algum ver a amiga sem roupas, mesmo desacordada. Achava uma total falta de respeito.
Julie desabotoou a blusa branca da morena, enquanto Lily fazia esforço para mantê-la em pé, já que Samantha tinha o dobro de sua altura. Subitamente Samantha abriu os olhos e começou a tossir sangue.
-Merda! – exclamou Julie preocupada.
Um tanto tonta Sam se apoiou na parede do chuveiro e continuou a exalar sangue pela boca. Lily ficou sem reação, com as mãos extremamente trêmulas. Aquilo era muito ruim.
Julie fechou a torneira, diminuindo o barulho. Quase caindo no chão ao escorregar, ela se apoiou na pia e pegou alguns esparadrapos da sua frasqueira:
-Temos que estancar o sangue. – ela disse apontando para a testa da amiga.
-Não. Sei um feitiço... Pegue a minha varinha! – disse a ruiva empurrando a Julie em direção a porta.
A loira assentiu e estudou a amiga que estava de sutiã e saia. Meneou a cabeça e pediu para que o namorado fechasse os olhos.
Samantha não conseguiu entender o que acontecia ao seu redor. Sentiu as pernas fraquejarem e se sentou no chão. Apoiou a cabeça na parede e passou a mão na boca.
“Voldemort fez um ótimo trabalho...” – ela pensou com o coração disparado ao ver os dedos encharcados de um líquido viscoso, vermelho e extremamente familiar.
Julie entrou no banheiro novamente e deu a varinha para Lily. Sam sorriu para as amigas e tentou dizer algo que as deixasse calmas, mas não encontrava palavras... Não conseguia produzi-las.
Sua visão ficou turva e um apito começou a ressoar em seus ouvidos. Sabia que estava prestes a desmaiar novamente.
Desajeitada e tremula, Lily colocou a varinha na testa da morena e disse o mais confiante possível:
-Talvez doa um pouco... Mas vai ficar tudo bem.
Sam nada podia fazer, pois fechara os olhos e caíra inteiramente no sono.
-Não acredito...
-Mas vai ter que acreditar Remo. – disse Lily de braços cruzados.
Os três amigos estavam sentados na cama de Julie observando Samantha deitada em sua própria cama.
Parecia que a cada suspiro, sua vida fosse terminar. O rosto da morena estava pálido e seus lábios rachados. Os seus cabelos estavam quase secos e desgrenhados no travesseiro. Realmente ela lembrava um zumbi.
-Mas quanto tempo faz...?
-Desde o início do ano. – cortou Lily.
-E isso nunca aconteceu antes?
As duas meninas fizeram que não com a cabeça. Voldemort realmente pegara pesado daquela vez... Lílian havia pedido tanto que Sam contasse! Ela poderia estar morta.
Os três respiraram em uníssono.
-O que será que aconteceu? – Julie perguntou.
-Só podemos imaginar. – disse Remo preocupado.
-Não conte para ninguém, Lupin. – Lily pediu. – Para ninguém...
Samantha caminhava sozinha pelos corredores. Três aulas já haviam se passado e todos, menos Sirius, a observavam com outros olhos.
Pareciam achar que ela estava terrivelmente doente. Sim, era bom ter alguém se preocupasse com ela, mas não que ficasse perguntando a cada cinco segundos se ela estava bem.
Tiago, no entanto, parecia o mais irritado de todos. Ele gritara com ela como se fosse seu próprio irmão, ou até mesmo um pai dando sermão. Graças a Merlim Lily estivera por perto para fazê-lo ficar calado.
O pior de tudo, é que Sam estava escondendo o porque realmente fora castigada...
Julie provavelmente desabaria.
-Samantha.
A morena virou o rosto na direção de que a voz a chamara. Com um sorriso debochado nos lábios, ela deu as costas e continuou a andar.
-Sam! Sam espere!
-Não me chame de Sam, Charly! – disse a morena parando bruscamente de andar, fazendo com que as duas meninas quase colidissem. – Eu precisei da sua ajuda ontem e você não fez nada. Você olhou ele me enfeitiçar várias vezes. Você viu meu braço torcer até quebrar. Você viu a hora que minha testa bateu no chão e abriu. Você viu tudo e não fez absolutamente nada!
Charly mordeu o lábio inferior e com um suspiro pesado murmurou:
-Você mereceu.
-‘Tá aí, Ackles. ‘Tá aí a prova de que você não presta! – Samantha sussurrou irritada e recomeçou seu caminho.
“Humf.” – Charly pensou cruzando os braços observando a morena se afastar. – “E ainda continua a mesma... Vai demorar para aprender.”
-Hey Ju. Posso falar com você? – Samantha perguntou se sentando ao lado da amiga na biblioteca.
-Claro. O que aconteceu? ‘Tá enjoada?!
-Não. – disse Samantha com um sorriso. – Estou ótima, acredite. Apesar de não saber o que mentir exatamente para as pessoas que me perguntam do braço quebrado. Acho que vou pedir pra Dumphyl arrumá-lo ao sair daqui.
Julie assentiu com um suspiro. Ela observou Sam encher as bochechas de ar, algo que ela geralmente fazia quanto estava nervosa.
-O que foi?
Sam passou a língua sobre os lábios.
-Não contei tudo a você... Sabe? Sobre todos os estudantes que morreram e como era culpa dos comensais?
Julie assentiu. De manhã quando a morena contara tudo aos amigos, ela se sentira mais leve. Não fora culpa de seu pai no fim das contas!
- Ontem, eu encontrei uma pessoa. E bem... Foi meio que culpa dela eu estar assim.
Os olhos azuis de Julie tiveram as pupilas dilatadas. Samantha engoliu em seco apreensiva.
-Foi meu pai?
Samantha mordeu o lábio inferior. A voz de Julie parecia chorosa e apesar de tudo, lhe partia o coração contar à amiga que estava órfã.
-Foi meu pai, Samantha? – Julie perguntou ríspida.
Sam suspirou e começou a dizer com a voz trêmula:
-Eu tentei salvo-lo, Ju! Eu juro que tentei, mas não tinha como! Eles estavam num número muito maior!
O ar começou a entrar com dificuldade no peito da loira. Ele estava morto. Ele estava morto.
Sem saber o que responder, Julie puxou a sua mochila e saiu da biblioteca apressada. Perdera toda a cor dos lábios assim como do rosto. Samantha levantou um pouco depois e seguiu-a.
Julie corria pelo corredor totalmente tonta e sem rumo. Chegou aos jardins com muita dificuldade de respirar. Foi então que para sua salvação, encontrou Remo. E sim, ele não estava sozinho. Sirius, Tiago e Lily estavam com ele, mas Julie precisava abraçá-lo. Precisava se sentir segura.
-Julie? – Sirius fora o primeiro a notar.
A mala escorregou do ombro da loira e ela se jogou nos braços do namorado, fechando as pálpebras com força e deixando duas gordas lágrimas escorrem pelo rosto.
-O que houve? – Lily perguntou preocupada.
Logo, todos viram Samantha se aproximar. Tiago se voltou para ela preocupado, mas ela apenas meneou a cabeça.
Julie precisava de silêncio. Tiago, Lily, Samantha e Sirius se afastaram, deixando-os sozinhos.
-O pai dela morreu. – Sam explicou assim que estavam longe.
Sirius se virou para trás e observou Remo acariciar os longos cabelos de Julie. Nunca a vira daquela maneira e desejava com todas as forças que não precisasse ver...
-Sabe... – Remo murmurou no ouvido da namorada após descobrir o problema. – Existe um clube. O clube dos pais mortos. O meu também morreu quando tinha seis anos. É uma droga, eu sei, mas acontece. Todos nós morremos. Mas mesmo assim... Bem vinda.
Julie riu fracamente:
-Você é um idiota.
-Obrigado... Acho.
Julie riu baixinho novamente e se aconchegou melhor em Remo.
-Podemos ficar aqui um pouco? Quietos?
-Claro, Ju. O tempo que precisar...
-Clube do pai morto? – Sirius perguntou irritado. – Isso foi o melhor que pôde fazer, sua anta?!
-Dá um desconto, Almofada! Não tem o que dizer quando alguém morre. – Tiago disse para o moreno e depois se voltou para Remo. – Você foi legal, Aluado.
O loiro suspirou.
-Gente, nós vamos chegar atrasados pra caramba! – Pedro avisou olhando no relógio.
-Mas já chegamos. – Sirius apontou a porta da sala de aula de Transfiguração.
-Hã. É Advinhação agora. – Pedro disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
Os quatro marotos se entreolharam durante breves minutos.
-SEBO NAS CANELAS! – gritou Tiago, fazendo os outros rirem.
Os garotos saíram correndo pelo corredor. Esbarram em várias pessoas, mas continuavam da mesma maneira. Tiago estava na dianteira do grupo, seguido de Remo, Sirius e Pedro que estava extremamente ofegante.
Tiago começou a subir a escada em caracol de dois em dois degraus, com Remo em seu encalço.
-Anda, Rabicho! – exclamou Sirius pulando os três primeiros degraus.
Pedro parecia estar a ponto de morrer.
Tiago terminou de subir as escadas e respirou durante um instante. Assim que pegou um pouco de ar, recomeçou a correr. Finalmente chegara na frente da sala.
Parou abruptamenete na frente da grande porta de madeira.
-Pronto. – disse satisfeito.
No entanto, nenhum dos outros garotos conseguiu frear:
Remo batera em Tiago com força, que por sua vez fora atingido por Sirius que fora totalmente derrubado por Pedro. Como se fosse um monte de peças de dominó, cada um derrubara o outro.
Tiago não conseguira equilíbrio, resultando então apoiar todo o peso na porta que se abrira com estrondo.
Os quatro marotos caíram no chão da sala, fazendo com que a sala caísse na gargalhada. Bismark os estudou com uma enorme reprovação.
-Muito bem, Potter, Black, Lupin e Pettigrew. Qual é a desculpa dessa vez?
-Achávamos que era Transfiguração. – disse Remo conseguindo se desenroscar dos amigos.
-Ai. – murmurou Sirius. – Minha cabeça...
Tiago riu se levantando com dor nas costas.
Bismark bufou e mandou-os sentar com um olhar de reprovação. Samantha observou Sirius se sentar do seu lado.
-Bem. – fez ele. – Todos já se resolveram... Não ‘tá na nossa hora não?
Samantha estudou os dois casais e se voltou para o moreno.
-O Pedro ainda ‘tá solteiro.
Sirius revirou os olhos, fazendo a morena rir.
-E a Ju? – ele cochichou, encostando o seu joelho no de Sam.
Assim que ela abriu a boca para responder, o professor colocou uma bola de cristal na mesa dos morenos:
-Brewston, Black! – ele exclamou cruzando os braços. – Já que estão falando tanto, suponho que já saibam a matéria. Que tal uma demonstração?
O braço de Lily pairou no ar.
-Eu disse que queria um deles dois, Evans.
A ruiva abaixou o braço chateada. Tiago acariciou a coxa da namorada:
-Você não muda.
Samantha sorriu para o professor e puxou a bola para si. Sirius riu e cruzou os braços. Duvidava que a morena conseguisse ler alguma coisa.
No entanto, Remo, Julie, Lily e Tiago, pareciam interresados em descobrir se ela conseguiria...
Sam passou a mão na bola uma vez e observou a fumaça começar a sumir. Espremeu os olhos e tentou desvendar o que passava. Tudo começou a ter mais clareza...
A noite estava extremamente escura. Pelas folhas alaranjadas caídas na rua e a forte neblina que invadia algumas ruas, era óbvio que estavam no outono.
Uma pequena casa de dois andares com um jardim muito arrumado e paredes azuis impecáveis era o melhor enfeite da paisagem.
Duas janelas, uma do primeiro e outra do segundo andar, estavam acessas, indicando que alguém estava em casa.
Subitamente, um vulto apareceu no meio da calçada. Era impossível identificar a tal figura. O capuz preto lhe cobria inteiramente o rosto.
O homem olhou para os dois lados da rua antes de andar em direção a casa. Não era difícil perceber que ele carregava uma varinha.
Com um aceno, o pequeno portão enferrujado da casa se abriu e quase caiu da sua grade. O vulto continuou a andar em direção a casa com passos firmes.
Assim que chegou perto da casa, ele fez um aceno com a varinha e ela se destrancou.
Uma voz masculina urrou dentro da casa: “Vá Lily! Eu o distraio!”.
O vulto riu secamente e abaixou o capuz. O homem que estivera na sua frente mirava-lhe os olhos.
-Boa noite Potter. – o vulto disse numa voz fria. Sua pele era branca e tinha duas fendas horripilantes o lugar das narinas. Os olhos eram vermelhos e esbugalhados, e sua boca parecia apenas um rasgo.
Potter engoliu em seco. Os olhos castanhos miravam o adversário por trás de óculos redondos e o cabelo castanho estava bastante bagunçado.
-Saía daqui Voldemort.
Voldemort riu gostosamente:
-Você é mesmo corajoso, não é? Escute: tenho algo a propor. Saía da minha frente. Leve Lílian e me dê o garoto. Nenhum de vocês precisa morrer... Somente o pequeno Harry Potter.
Tiago contorceu os lábios e com uma raiva incontrolável fechou o punho e deu um murro certeiro no rosto de Voldemort.
Os olhos vermelhos estavam agora bem abertos. Um sorriso perigoso se desenhou e as fendas se abriram.
A varinha que Tiago segurara com tanta força havia voado de sua mão, assim como ele próprio cambaleara para trás. Já sabia que o outro fazia feitiço com a mente, mas mesmo assim continuava em estado de choque.
Voldemort riu, empunhando a varinha:
-Te dei uma escolha, garoto.
-ME MATE! – urrou Tiago. –ANDE SEU COVARDE! NUNCA QUE ENTREGARIA MEU FILHO A VOCÊ!
Voldemort começava a perder a paciência. Com a voz firme e sem nenhuma dó, exclamou:
-Avada Kedrava!
Em questão de segundos, Tiago caíra no chão. Seus olhos estavam vazios e o corpo enrijecido.
Voldemort o fitou um segundo e se voltou para as escadas. Apertou a varinha e suspirou, andando em direção aos degraus.
-Vejamos... – ele murmurou e cantarolou numa você debochada. – Lílian! Saía da onde estiver...
Os pés de Voldemort se moviam pelo corredor fazendo com que o chão rangesse. Encontrou uma porta fechada e recostou a cabeça perante ela. Podia ouvir uma respiração baixa e uma vozinha de bebê.
Murmurou um feitiço, fazendo a porta cair no chão. Logo, vira uma linda mulher ruiva de costas, como se quisesse acobertar o berço.
-Olá, pequena Lily... Acabei de cruzar com seu marido. Mandou lembranças... – ele disse sem conseguir conter o riso.
-Monstro. – disse Lily com nojo e com muito medo. Sentia vontade de chorar, mas não daria esse gostinho aquele homem. Se virou e o estudou com os olhos verdes. – Não vou deixar você machucar Harry!
Voldemort respirou profundamente, fingindo estar cansado com alguma coisa. Massageou as têmporas e disse tentando sorrir amigavelmente:
-Lá vamos nós de novo. Você pode sair com vida. É só o gar...
-VOCÊ É UM MONSTRO! NUNCA QUE DEIXARIA HARRY AQUI! VOCÊ É UM MONSTRO SEM AMOR NO CORAÇÃO! VOCÊ É RÍDICULO!
O choro de Harry irrompeu no silêncio do quarto. Lily respirava ofegante, segurando o berço com as mãos com tanta força que os dedos haviam perdido a cor. O olho esquerdo de Voldemort piscou de nervosismo e irritação. Como ela ousava...?
-Eu tenho pena... – Lily gaguejou. – Eu tenho pena de você. Você pode matar Tiago, pode matar a mim, a quem quiser, mas nunca se sentira completo, sabe por quê? Porque você é um insensível.
Voldemort respirou profundamente e apontou a varinha para Lily. Com uma velocidade incrível, Lílian se virou e tentou pegar o filho, mas não conseguiu:
Um choque lhe envolveu as costas, fazendo com que não conseguisse mais respirar. Não podia fazer mais nada. A única coisa que conseguiu dizer foi: HARRYYY!
Os alunos da sala de Advinhação estavam conversando alegremente. Nenhum deles imaginava o que Samantha Brewston acabar de ver. Nem ela própria conseguia imaginar.
Seus olhos piscaram de modo vacilante e ela observou o professor. Bismark tinha um olhar intrigado. Sam sabia que ele também havia visto tudo.
-E então? – Sirius perguntou. – Viu alguma coisa?
Samantha se virou para ele e não soube o que responder.
-Brewston. – Bismark a chamou de volta.
Estranhamente, o sinal bateu. Todos os alunos correram como um bando de gazelas, contentes por que era a última aula do dia.
-Vamos? – Tiago chamou Sirius e Samantha, junto dos outros ao lado da porta.
-Brewston vai ficar durante um instante. – Bismark anunciou sem tirar os olhos da menina.
Charly ouvira o professor e ficara curiosa. De modo discreto ela guardou as coisas na mochila e fingiu ter derrubado algo. Com cuidado, ela se abaixou para pega-lo.
Sirius e Sam trocaram um olhar, mas ela sorriu tentando despreocupar os amigos. Os cinco saíram da sala conversando alegremente.
Bismark fez um aceno para que Samantha o seguisse. O senhor se sentou na cadeira de sua mesa com estrondo e esperou que a morena se acomodasse diante dele.
Sam o estudou, esperando que ele começasse a falar. O professor roçou os dedos no lábio inferior e perguntou:
-Há quanto tempo têm o dom de mediunidade?
A morena engoliu em seco e arrumou a franja atrás da orelha.
-Desde que eu nasci.
-Entendo...
Samantha se mexeu desconfortavelmente na cadeira e aproximou a mochila de seu corpo.
-Você tem idéia do que acaba de fazer?
-Não senhor.
-E tem idéia de quem eram aquelas pessoas?
Sam pensou durante um instante antes de responder. Baixou o olhar demoradamente e respondeu:
-Tiago Potter... Lílian Evans...
-E Voldemort. – ele completou.
-É.
-Pois bem, Brewston. Você acabou de prever o futuro.
-Mas... – fez ela. – Se isso for verdade... Então eles serão...
-Assassinados.
O queixo de Sam caiu.
-Professor! Mas se isso for verdade... Não há nada que possamos fazer?! Não há uma maneira de impedir?!
-Receio que não. – Bismark respondeu pesaroso. – Mas espero que você tenha percebido porque visualizou isso.
Samantha deve ter feito uma careta, porque o professor riu.
-Não senhor. Por quê?
-Terá que descobrir sozinha.
Os dedos de Samantha apertavam o zíper da mochila. Aquilo tinha um propósito? O que poderia ser...?
-Uma coisa, Brewston. É essencial que isso fique apenas entre nós, ouviu?
Samantha assentiu nervosamente. No entanto, mal sabia ela que alguém escutara tudo.
Os olhos de Charly se arregalaram debaixo da mesa. Ela apertou sua bolsa perto de si e descobriu que ganhara na loteria.
“Que babado!” – pensou. – “Mas o que será que eles têm de tão especial?”
N/A: Oi gente! Cara, estava com saudades da Floreios! Nem li os comentários, nem entrei em outras fics para ver se tinham sido atualizadas... Tinha que postar!
Vou fuçar todas e comentar, viu gente?
Sobre meu capítulo, prefiro não dizer nada. Estou com uma incógnita na cabeça... Sei lá se está bom.
Mas escutem... Sabem para onde eu fui? *olhinhos piscando alegremente*
Londres! Oh sim, terra da nossa amada J. K. Rowling! Mas escutem o melhor...
Meu tiozinho querido sabia do meu fanatismo pelo Harry (quem não sabe?) e então me deu de presente um tour só de Harry Potter.
Eu sei.
SE MATAAAAAAAAAA!
Continuando.
Então lá fui eu e minha mãezinha querida em Oxford. Sabem? A universidade, mais conhecida como o cenário de Hoggy.
Gente, lá é lindo. Não sei se estou embasbacada com a universidade que é perfeita, ou com o refeitório deles, que é o salão comunal de Hogwarts. Aliás, meu mouse-pad (assim que escreve? Abafa o caso...) é uma foto do refeitório.
Encontrei uma amiga ainda mais pottermaníaca do que eu hoje no clube e ela me perguntou: “ ‘Cê tocou as cadeiras?! Você sentou nelas?!”
Imaginem minha cara, não? Tipo, eu amo HP e tudo, mas pelo amor de Deus, Merlim, Buda, ou sei lá mais quem...
Menos.
Mesmo assim. Aí nós fomos à estação e foi tão mágico. Tipo, entre as plataformas nove e dez, eles colaram metade de um carrinho entrando na parede e escreveram em cima: “Plataforma nove três quartos.”
Imagina se não tirei foto?
E vocês não imaginam o quanto todo mundo me confundia com francesa. Tipo, TODO MUNDO falava comigo em francês, que aliás não fala nada.
A não ser as coisas básicas tipo obrigada, quanto custa isso (compras né?) etc. e tal.
Imaginem o susto quando eu dizia: “I’m from Brazil, and I don’t speak french att all.”
Eu sei que sou branquinha - leia-se pálida - e tal, mas gente... Não tenho culpa se eu não queimo! Ou de ser de família alemã, diga-se de passagem... ¬¬ Sou muito frustada com Hitler, não perguntem.
Sério. Eu descasco. Depois de ficar um pimentão e toda ardida, claro.
E cara, eu fiquei muito puta. Tem noção que os caras acham que nós vivemos na selva?!
Tipo, o guia levo a gente no zoológico do primeiro filme, sabe? Aí eu falei: “A cobra era brasileira sabia?”
Aí ele respondeu: “Mas vocês devem ver muitas, não é?”
E eu fiquei assim: ¬¬.
Como eu disse, para eles nós vivemos na selva. Então eu falei que São Paulo era uma metrópole e tal tal tal (discurso ensaiado) e que nós tínhamos mais de quinze milhões de habitantes.
E aí ele quebrou a cara. O que foi legal, porque eu odeio quem xinga o Brasil, por pior que nossos políticos sejam.
Então ele disse que em Londres nem tinha tudo aquilo de gente e que eram no máximo onze milhões e tal.
Eu sei, amigo. Nós somos melhor do que vocês imaginam.
Oh, e tem uma ainda pior! Uma vez uma americana me perguntou se eu sabia usar escadas rolantes. Não consegui me segurar: “Não, não. Nós ficamos pelados e saltamos de árvore em árvore com cipós.”
É sério. Se mata.
Estou com mania de falar Se mata, o que não é exatamente gentil... Não reparem.
Uau, falei um monte! ‘Tá. Vou ter que parar por aqui por que minha mãe tá gritando que eu tenho que me arrumar porque vamos jantar com sei lá quem...
Desculpa se tiver qualquer erro porque não reli...
Beeijos,
Kiki Ravenclaw
26/01/08
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!