Volta Turbulenta
A noite já ia alta, quando um sonoro craque foi ouvido no fim da rua. Da origem do som vinha andando um vulto alto, que carregava em uma das mãos um malão e na outra uma gaiola em que uma coruja alva estava empoleirada. Sua aparência não era das melhores. E os olhos fundos vermelhos de quem não parecia dormir a dias, denunciavam as preocupações e anseios que vagavam por seus pensamentos.
O caminhar vagaroso antevia uma aproximação dolorosa ao seu destino. A silhueta do nº4 já era visível aquela distancia. A cada passo que aproximava daquele lugar o rapaz se sentia mais deprimido, quanto mais perto chegava mais longe desejava estar.
Sua verdadeira casa não se encontrava ali, e sim a quilômetros de distancia onde a morte e a dor haviam suplantado a força que residia em seus moradores. Por uma noite ele pensou que nunca mais conseguiria voltar ao local onde se encontrava agora, sua promessa parecia ter acontecido a anos sem conta, e a uma pessoa que não mais poderia ajuda-lo em sua intrépida jornada.
Com um profundo suspiro, ele apertou a campainha da casa dos tios. “Pela ultima vez” pensou Harry Potter. Era impressionante como sua vida dava voltas cada vez mais vertiginosas sem contudo haver nenhum sinal de mudança naquele lugar monótono e que por dez anos ele pensou ser sua casa: Rua dos Alfeneiros nº4 – Little Whinging, Surrey, Inglaterra. Ou simplesmente a casa de Valter, Petúnia e Duda Dursleys, seus tios e primo.
O som dos passos apressados na escada o fez sair de seus devaneios. Seu tio apareceu na soleira da porta, com a cara vermelha e inchada de indignação para com a pessoa que tivera a ousadia de bater em sua porta aquela hora.
- Você?! – Disse Tio Valter, ao ver o sobrinho – O que faz aqui a esta hora e por que voltou tão cedo?! – Perguntou a guisa de boas vindas, tapando a entrada da casa com seu volumoso corpanzil – Anda moleque pode ir se explicando.
- Eu só vim pra cá, porque não tive outra opção, ou você acha que vim para apreciar sua agradável companhia? - Perguntou o rapaz já irritado com o homem em sua frente.
Ao ouvir isso Valter Dursley começou a bufar enquanto seu rosto ficava cada vez mais roxo, a medida que sua raiva aumentava.
- Moleque insolente, depois de tudo que eu e sua tia fizemos por você, ainda tenho que ouvir desaforos? Agora vou te dar uma lição! – falou com os punhos ameaçadoramente cerrados e se virando na direção do rapaz.
Com uma rapidez surpreendente Harry sacou a varinha e com um aceno displicente fez o tio afrouxar o corpo anulando o soco que certamente atingiria-o em cheio fazendo com que ficasse desacordado por algum tempo.
- Mais uma gracinha e eu te mando pelos ares assim como sua irmã e um bando de outros engraçadinhos ! – falou o garoto olhando para o tio com uma raiva além do normal.
Tio Valter já havia se recuperado do feitiço recuou e disse:
- Eu sei que você não pode fazer ISSO longe do hospício que você tem a ousadia de chamar de escola ou então aquele velho idiota o expulsaria – mesmo percebendo que o sobrinho não mais aparentava ligar para isso já que usara uma azaração contra ele.
- SAIA DA MINHA FRENTE AGORA OU ENTÃO... – a lembrança de Dumbledore ainda causava muita dor e angustia ao rapaz.
- Ou então o que?????!!! Vamos fale !!!! Igualzinho ao pai....AHHHHH – mal teve tempo de terminar a frase Valter Dursley já estava suspenso pelos tornozelos no ar – Me tire daqui ! Duda ! Petúnia ! Socorro! Me ajudem ! – gritou começando a sentir o sangue fluir em direção a sua cabeça.
Mais passos soaram no andar de cima abrindo caminho para Duda, que definitivamente se assemelhava aos javalis que ladeavam os portões de Hogwarts, e sua mãe Petúnia. Ao deparar-se com a cena, a Tia deu um berro desesperado e o primo começou a ter espasmos involuntários, o que sempre fazia quando se deparava com a magia.
Quando começou a se acostumar com os espasmos Duda pôde perceber a situação constrangedora que seu pai se encontrava. Reunindo toda sua ínfima coragem mesclada ao repudio que sentia pela magia e por Harry, cerrou os punhos e partiu pra cima do primo.
Tia Petúnia correu pra cima do filho afim de segurar o filho e seu ímpeto que poderiam acabar com um rinoceronte. Ela também estava ciente de que seu Dudoca poderia correr graves perigos caso o sobrinho recorresse a varinha.
- Parem ! – conseguiu gritar ao mesmo tempo que tentava parar Duda, sobrepujando a algazarra que havia se instalado em sua sala de estar com a súbita chegada do sobrinho no meio da noite – Desça seu tio agora rapazinho! E você – apontando para o filho – volte pro quarto! Vamos ! Andem !
Com um aceno da varinha Harry mentalizou “Liberacorpus” fazendo o tio cair estatelado no chão com o bigode em desalinho e a cara perigosamente vermelha. Duda subia as escadas pisando duro irritado com a atitude da mãe por não tê-lo deixado ir para cima do primo.
- Agora moçinho, pode ir falando! – disse o Tio se recompondo – E se você ousar usar esse troço novamente dentro de minha casa...
- Pare Valter! – disse a Tia prevendo uma nova confusão – Amanha resolveremos isso. Vá para seu quarto imediatamente Harry!
O rapaz fez seu malão e a gaiola de Edwiges levitarem provocando irritação em seu tio que supostamente segurou a raiva, e assim foi par ao quarto, largou as coisas após um longo dia, sem perceber as surpresas que o aguardavam literalmente em baixo de seu nariz!
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Comentem ai vlw !
Fred e Jorge
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