Amores Antigos
_Locucorpos!
Rony e Hermione trancaram a porta, e caíram sentados no chão, sem fôlego. Sentiam os chutes e feitiços contra a grossa porta de madeira, que resistia. Estavam seguros, pelo menos por enquanto. Era uma sala de aula de Hogwarts, onde a batalha acontecia. Haviam ido com Harry enfrentar Voldemort, aquela podia ser a batalha final, que decidiria o futuro do mundo mágico. Os dois haviam se separado de Harry à alguns minutos, e estavam sendo perseguidos por Comensais da Morte e feitiços.
Rony então olhou para Hermione. Ela estava pálida, com olheiras enormes, os cabelos bagunçados. Parecia doente e apavorada, ofegando. Assim que o viu encarando-a, sorriu levemente. Algo quente e bom cresceu no peito de Rony, se espalhando por todo o seu corpo. Se Hermione ainda podia sorrir, então tudo estava bem.
_Rony, - ela chamou depois de se acalmarem um pouco- Você acha que vamos conseguir sair dessa?
_É claro que vamos conseguir! - ele afirmou como se estivesse indignado, embora não acreditasse nisso. Mas, não podia deixa-la sem esperanças, mesmo que ele já não tivesse nenhuma.- Eu vou te proteger Hermione.
_Oh, Rony!- ela o abraçou, chorando- eu sinto... sinto muito! Por todas aquelas brigas estúpidas! Pela implicância! Pelo Victor!
_Você não precisa pedir desculpas por nada! Exceto pelo Krum, talvez.- ele acrescentou pensativo, e ela o olhou feio.- Brincadeira. Também não posso falar muito, por causa da Lilá. O fato é, Hermione, que você é tão encantadora que faz todas essas lembranças de brigas, maravilhosas, só por estar nelas.- e ele sorriu, olhando-a nos olhos vermelhos e inchados, e ela sorriu também.- Mesmo agora, eu estou feliz por estar com você, você me traz esperança, Hermione, como ninguém mais pode.
_Rony... -ela o olhou como se esperasse algo.
_Que foi?
_Você está querendo dizer que me ama?- ela o olhou, as lágrimas parando de escorrer.
_Bem..- ele corou, a verdade é que já achava que eles estavam juntos à meses, desde que ele rompera com Lilá, mas se ela precisava ouvir isso dele... por que não? Aquela poderia ser sua última chance, se algo acontecesse a ele ou a ela, jamais se perdoaria por não ter contado.- É, eu te amo.
_Que bom! Estou esperando ouvir isso à muito tempo! - ela sorriu e ele sorriu de volta, se aproximando e beijando-a. E até mesmo a confusão do lado de fora, parecia ter desaparecido.
Mas, um tranco muito forte na porta os despertou, eles viram que ela se rachara perto da dobradiça, e que continuava a ser sacudida com força.
_Rony, o que você quer fazer, se sair vivo dessa?- Hermione perguntou, preparando a varinha, enquando a porta rachava mais.
_Quero... hum, ser Ministro da Magia. - ele disse aprontando sua varinha também, então sorriu- E me casar com você.
_Eu quero me casar com você também, Rony! E vou oficialisar a F.A.L.E. também.
Rony engoliu o que ia falar. Aquela não era a hora de ter ciúmes daqueles malditos elfos-domésticos. Ele a sentiu segurando sua mão, Hermione parecia confiante, mas estava gelada e tremia.
_Juntos?- perguntou encarando-o com um sorriso, mas absolutamente apavorada.
_Juntos!- ele respondeu e destrancou a porta, que caiu no chão, revelando cinco Comensais da Morte.
zzzzzzzz
8 anos depois -
O lugar estava quente e abafado, o que era ótimo, pois do lado de fora estava muito frio, e a neve caia lentamente. Hogsmead, da janela do bar "Três Vassouras", parecia um cartão de Natal, mesmo à luz das estrelas. Lembranças do que parecia ter acontecido à séculos, passavam diante de seus olhos.
_Então, concluímos que o senhor tem grandes chances, Sr. Weasley! - o rapaz do outro lado da mesa sorriu abertamente- Sr. Weasley? O senhor me ouviu?
Rony desviou o olhar da janela, sacudindo a cabeça e tornou a se concentrar em Charles.
_Desculpe, me distraí. Então, o que foi que disse?
_Que decidimos o aceitar.- Charles respondeu devagar- O senhor vai concorrer a Ministro da Magia conosco!
Algo cresceu dentro de Rony, e ele riu. Riu de verdade, de alegria! Estava dentro, dentro do partido do próprio Ministro da Magia, para concorrer como seu substituto, já que o Ministro estava se aposentando. Suas chances deveriam ser muito boas! Estava o mais perto da felicidade desde... desde a partida de Hermione. Queria tanto que ela estivesse ali, com ele. Fazia cinco anos que não a via, que não a tocava, não a beijava ou pelo menos a via sorrir. E que sorriso maravilhoso ela daria se recebesse a notícia, a dupla notícia, ele no Ministério e a F.A.L.E. aprovada e oficalizada!
Depois de se despedir de Charles, marcando uma reunião logo para a tarde seguinte, eles teriam que começar os preparativos o mais rápido possível. Rony começou a caminhar por Hogsmeade, estivera procurando alguns presentes de Natal, e agora que já os comprara, apenas caminhava na neve fofa. Estava congelando, mas não se importava. Estava em paz ali, o que raramente acontecia. Iria ser Ministro!
De repente deu-se conta de onde estava, em frente à sua velha casa. A casa onde morara com Hermione, nos três anos de casados. Se aproximou, se apoiando no portão de ferro. Havia anos que não ia ali! O velho balanço continuava na árvore, mas a roseira de Hermione havia sido cortada. Havia uma luz passado pelas cortinas fechadas da sala. Rony sentiu um enorme vazio por dentro, lembrando-se de tudo o que acontecera naquela sala, do quanto haviam sido felizes, de quando a vira pela última vez. Parecia que ele não estava só do lado de fora, mas dentro da casa também. Rindo e conversando com Hermione, em uma noite qualquer. O vazio aumentou, aquilo fora à muitos anos...
Relutante, deu dois passos para trás e virou de costas. Aquela sensação era horrível, precisava sair dali, parar de pensar em Hermione. Mas, será que queria isso? Estava no meio do quarteirão, indo para a rua de comércio, quando a luz da vela dentro do globo, que servia de poste de iluminação, se apagou. Rony parou por um tempo, e voltou a andar. As luzes se apagaram quase todas de uma vez.
"É o vento. O vento!" Rony pensou, suspirando, e estava recomeçando a andar, quando viu um vulto a frente, a poucos passos. Apertou os olhos para poder enxergar melhor. Seu coração disparou. Não era ela, não podia ser! Sua mente dizia. Ela havia ido embora, para sempre.
_Oi, Rony.- Hermione sorriu, os olhos marejados. Estava um pouco afastada, mas era ela. Ele a reconheceria em qualquer lugar.- Como você está? Faz tanto tempo!- ela parecia segurar o choro enquanto falava. Retomando o fôlego, uma lágrima escorrendo pelo seu rosto, ela continuou- Sinto sua falta, sabia? Te amo tanto! - falou como num lamento.
O choque que Rony sentiu ao vê-la ali, como se tudo não tivesse passado de um pesadelo, que ela ficaria para sempre, começou a passar. E o medo de perde-la voltou. À tantos anos não a via! A saudade parecia despedaça-lo. Queria andar e toca-la, empedi-la de ir embora, mas não conseguia, estava paralisado. Com uma voz baixa e falha a chamou:
_Hermione?- e deu um passo na direção dela.
No mesmo instante ela desapareceu e todas as luzes se reacenderam. Ele ficou ali parado, então como se despertasse, recomeçou a andar.
NA_ Finalmente essa fan fic vai se movimentar. Com o tempo mais coisas irão acontecer. Mais aparições, entende? Espero que estejam gostando. Comentem, por favor, para eu saber se atualiso ou não. Beijos.
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