Escolhas e Decisões



N/A: oiee.. bem, essa eh minha primeira fan fic!
Tive ideia da história no meio da madrugada então não parei de escrever!
Hehe.. espero de verdade que vocês gostem!

***

Nem o comando de sua voz adiantava mais. Seus sentimentos, agora já enlouquecedores e sua vontade de chorar alucinante não podiam mais ser contidos.
Ela já passara inúmeras vezes por situações que a fizeram ter vontade de berrar e chorar até não agüentar mais, esperando que assim algumas de suas frustrações desaparecessem e ela pudesse esquecer. Dormir num sono profundo e sem sonhos para poder se livrar, de pelo menos por algumas horas, do peso da realidade. Mas ela se conteve.
Já era inútil enxugar as lagrimas de seu rosto, já que quase instantaneamente o mesmo já estava molhado novamente.
Já perdera as contas de quantas vezes já dissera para ela mesma deixar de ser tola, engolir esse choro e fazer o que sabia que tinha que fazer, por mais que isso doesse. Era para o bem dele. Agora falar com si mesma nem chegava perto de obter resultados.
As horas continuavam a passar, lentamente, uma por uma, na sua esperança banal que ele pudesse aparecer.
Continuava fitando a janela de seu quarto, observando a rua á luz do luar, esperando que algum vulto, o vulto dele, aparecesse na escuridão. Isso já virara costume de todas as noites. Era melhor do que dormir para ter sonhos confusos e perturbadores sobre o que estaria acontecendo com seus amigos, e principalmente com aquele garoto, há milhas e milhas de distancia. Ela sabia que era impossível isso acontecer... Mas mesmo assim havia uma esperança. Uma esperança de ver seu rosto novamente e poder abraçá-lo de uma maneira que nunca tinha feito antes, e não soltar mais.
A garota se levantou da poltrona encostada na janela, onde passava suas longas noites ouvindo apenas o derramar de suas lagrimas quentes, seus próprios suspiros e o silencio ensurdecedor. Ela foi até o banheiro e por um ou dois minutos, pelo que assim lhe pareceu, se fitou no espelho; seus olhos verdes estavam vermelhos e sem vida. Seus cabelos rubros, desarrumados e ligeiramente á maus cuidados não a incomodavam. Não se importava.
Gina abriu a torneira e deixou a água gelada escorrer. Demorou alguns segundos para poder respirar fundo e jogar a água em seu rosto e olhar seu reflexo novamente no espelho.
“Onde será que ele está agora?”. Esse era seu pensamento mais costumeiro dês do dia de sua ultima despedida.
Foi inevitável se lembrar do dia do casamento de Gui e Fleur. Em Hogwarts as coisas não tinham sido fáceis, mas esse dia foi, sem duvidas, um dos mais difíceis em muito tempo.

Harry havia evitado a todo o custo olhar para Gina durante a cerimônia, o que até funcionou bem já que a garota estava demasiada ocupada (e entediada) com seu papel de dama de honra, o que a desagradou profundamente. Havia coisas muito mais importantes a fazer do que ser obrigada a repetir á cada dois minutos para Fleur que as cores das flores combinavam perfeitamente com seus olhos.
Mesmo assim seu pensamento continuou voltado para Harry Potter. Ela precisava conversar como ele o mais rápido possível! Explicar (ou pelo menos tentar) o que sentia, mesmo achando que fosse inútil: ele não ia mudar de idéia. Mas ela não deixaria essa chance passar, afinal, poderia ser a ultima...
Ela já havia conversado com Hermione e na festa após o casamento ela ia chamá-lo para um canto a sós.
A cerimônia ocorreu como o planejado: Entra a noiva (parando no mínimo umas 7 vezes no caminho para posar para as fotos), Gui diz como ela está encantadora, ela da algumas risadinhas, Fleur diz um “eu aceito” com um grande sotaque francês, troca aliança, troca aliança, sra Weasley quase se afoga com suas próprias lagrimas e pronto. Nada muito fora do comum, mas Gina também não pode dizer que prestou lá grande atenção. Na verdade passou grande parte do tempo perdida em seus pensamentos e deixando seu olhar cair algumas vezes sobre Harry, que estava um tanto quanto escondido sentado em uma das ultimas fileiras (mesmo a sra. Weasley tendo reservado um lugar especialmente para ele na primeira fileira). Ela se perguntou se ele havia sentado lá para evitar sua presença ou a de todos em geral.
Na festa do casamento houve uma oportunidade perfeita: Gina viu Harry se afastar um pouco de todos, aparentemente querendo ficar sozinho para refletir sobre algo importante. Hermione lhe contara que essa era a coisa que ele mais fazia atualmente.
“Também, não havia outra coisa para esperar dele certo? Ele tem que planejar muito bem seu próximo passo.” Dissera a amiga.
Gina até parou para pensar se seria bom mesmo ela interromper a solidão do garoto, mas ela realmente precisava falar com ele.
Harry ia em direção do quintal de entrada da Toca, onde desapareceu de vista depois de algum tempo. Todos estavam tão integrados á suas conversar que nem repararam o afastamento do garoto.
Gina rapidamente passou por Tonks e Gabrielli (que se divertia ao ver Tonks mudando a cor de seu cabelo rosa chiclete para a exata cor e tamanho do loiro-prateado dela) em direção á entrada da Toca.
Se afastando da conversa alta tanto em inglês quanto em francês, ela andou mais silenciosamente ao ver cada vez mais próxima as costas de Harry.
- Harry? – disse ela com a voz doce – Posso falar com você?
Ele se virou surpreso ao ouvir aquela voz macia e sentir aquele perfume de flores perto de si que só pertenciam sem duvidas á uma única pessoa: Gina Weasley. Ele não sabia o que dizer. Por um lado estava tão contente de encarar aqueles belos olhos que quando os viu deu-lhe uma vontade enorme de abraçá-la e esquecer de todas as preocupações que pareciam tão menores quando ele estava com a garota. Voltar ao passado e ter uma tarde com Gina como as de antigamente, pensar que essa felicidade poderia durar para sempre. Por outro lado ele sabia melhor que todos que esses dias acabaram e que quanto maior sua aproximação com Gina, mais dura seria a despedida.
- Gina, eu...
- Você me evitou o dia todo. Chegou até em cima da hora para não ter que ficar muito tempo perto de mim. – ela disse antes que ele pudesse pensar em terminar a frase. – Pensa que eu não percebi? E... e nós precisamos conversar.
Ela estava certa. Era muito esperta.
Harry planejou cuidadosamente chegar na hora certa do casamento, para não ter que olhar para Gina mais do que o necessário. Também planejava não se demorar na festa; para ele o melhor seria nem ter vindo, mas isso infelizmente era incogitável. Lutar contra seus sentimentos era mais duro do que imaginava e até tirar Gina de seus pensamentos havia se tornado uma difícil batalha. Mas era uma batalha absolutamente necessária. Harry não podia arriscar a segurança de Gina, e sabia que se eles continuassem juntos isso é o que ia acontecer.
Os pelos de sua nuca se arrepiavam só no pensamento de a ver nas mãos de Voldemort. Ele não podia deixar isso acontecer. Não ia deixar. Mesmo que para isso tivesse que se afastar permanentemente da garota que mais gostava nesse mundo.
“Pelo menos até Voldemort estar derrotado e minha missão concluída” pensava Harry. E ele não fazia a mínima idéia de quanto tempo isso poderia levar, e se ele mesmo estaria vivo no final, para poder reviver dias como o do passado com Gina.
- Gina, não torne isso mais difícil. Não há mais o que conversar. Achei que você tivesse entendido quando conversamos em Hogwarts.
- Entender eu entendo, Harry, mas não me conformo! – disse ela contendo bravamente as lagrimas que estavam por vir.
- Gina, sua segurança é uma coisa que não posso abrir mão de jeito nem um! Não percebe isso?
- Minha segurança? Harry, quantas vezes eu vou ter que repetir? Eu não me importo se Voldemort vai me matar, quantos feitiços vão conjurar em mim, ou quais Maldições Imperdoáveis vão me jogar! Eu só quero estar com você! Quero enfrentar isso junto com você!
- Gina, NÃO! – ele falou alto, numa mistura de raiva, preocupação e tristeza.
- Mas Harry, eu enfrentaria o mundo por você! A morte por você! Eu só quero te ajudar! Quero estar do seu lado quando chegar à hora de acabar com Voldemort, e se houver alguma maneira, qualquer maneira de te ajudar, eu quero fazer!
- Gina, me escuta! Eu não vou poder fazer nada contra Voldemort se você estiver comigo! Eu preciso enfrentar coisas terríveis que você não imagina, passar por lugares, enfrentar bruxos, e como você acha que eu vou conseguir me concentrar nisso sabendo que sua vida está em perigo do meu lado?! Eu não quero isso! Isso é uma coisa que eu tenho que fazer sozinho entende? E eu só vou conseguir fazer o que tenho que fazer tendo a certeza que você está bem! Que está a salvo!
- Mas Harry, Rony e Hermione vão com você! Mione me contou! E eu sou tão capaz quanto eles, Harry! Eu quero estar com vocês não importa o que aconteça!
- Gina, você não percebe? Como você acha que eu estou me sentindo em arriscar a vida dos meus dois melhores amigos em uma missão que deveria ser só minha? Deveria ser MINHA responsabilidade! Mas a verdade é que eu preciso deles comigo, porque existem coisas que não posso fazer sozinho! Mas por que eu vou arriscar mais a sua vida? Não faz sentido Gina! E como você acha que eu vou me sentir se... se acontecer qualquer coisa com você? Gina... Gina, por favor me entende... Eu... eu te amo. E não posso fazer isso com você! Não posso arriscar mais uma pessoa assim! Gina... se acontecer alguma coisa, qualquer coisa com você, como você acha que eu vou me sentir? Como eu vou conseguir viver sabendo que você... que você morreu pra me ajudar? Que a culpa é minha! Que eu sou responsável pela morte de uma das pessoas que eu mais gosto!
Gina que estava ouvindo tudo com a máxima atenção ficou paralisada enquanto Harry falava. Agora ela estava finalmente entendendo mais do que nunca... E entendia perfeitamente o porquê dela não poder ir. E a verdade é que ela devia isso a Harry. Ela não se importava de verdade se ia morrer para ajudá-lo, mas agora ela via que não era só com o que ela sentia sobre a morte que devia se importar. Ela nunca se perdoaria se Harry se sentisse culpado pelo resto da vida por sua morte, como se fosse responsabilidade dele. A verdade é que não era, é claro que não era. Gina sabia muito bem que se ela fosse poderia morrer, e essa foi uma das escolhas que ela fez. Mas também sabia perfeitamente que se algo acontecesse com ela, Harry de cara sentiria que foi por sua causa, culpa sua. E ela não podia nunca fazê-lo sentir isso. Nunca.
Agora já não conseguindo conter as lagrimas, ela pode apenas abraçá-lo. Um abraço forte e significativo, que ela sabia que poderia ser o ultimo. Pelo menos, o ultimo por muito tempo.
E enquanto abraçava o garoto, sentindo lagrimas quentes caírem em sua face, ela sussurrou em seu ouvido:
- E como você acha que eu vou me sentir se alguma coisa acontecer á você enquanto eu fico presa nessa porcaria de casa sem poder fazer nada, sem poder te ajudar?
- Se você gosta de mim, pelo menos a metade do que eu gosto de você, vai fazer o que eu te peço. – ele sussurrou também.
- Você sabe que eu te amo...
- Então você ficará aqui.


As lembranças do casamento vieram á tona na mente de Gina, que já estava novamente sentada em sua velha poltrona. Ela agora olhava para o jardim de entrada, para o exato lugar onde ela esteve com Harry pela ultima vez, o que pareceu anos, para o que realmente era.
As lagrimas já estavam de volta em seu rosto e ela segurava com força o pedaço de pergaminho; a carta que obrigara Hermione a escrever para lhe dizer se estava tudo bem. Gina já havia decorado cada palavra, de tantas vezes que a lia. Essa carta foi a ultima que recebeu em muitas semanas... E esperava que o conteúdo ainda fosse valido para os dias de hoje.
E ela conseguiu se lembrar com clareza o dia que recebeu a carta no mês passado. Era como assistir suas memórias voltando. Como em uma penseira.

Era um domingo escuro quando uma coruja cor de terra desconhecida pousou levemente na janela da Toca. Os dias que se seguiram pouco tempo depois da partida de Harry, Rony e Hermione haviam ficado estranhamente escuros. As manhas, que antes não eram tão brilhantes, mas consideravelmente claras agora foram substituídas por estranhas nuvens, que não permitia a passagem do sol.
Gina até já havia brincado consigo mesma que os céus estava refletindo seu humor, já que não era nada comum ter um verão com ventos como aqueles. O Profeta Diário, por seu lado, apostava que isso era resultado das ações de Voldemort, que não eram poucas, pelo contrario.
Ela sentia o pânico das pessoas de volta, como no seu 4º ano em Hogwarts. Todos procuravam a cada manha a lista de corpos encontrados no jornal, com medo de ver algum nome reconhecível.
Fleur já havia desistido de curtir sua lua de mel no sul da França; parecia que toda a Europa, no mínimo, estava na mesma vassoura, e muitos apostavam que ela estava indo bater diretamente no Salgueiro Lutador.
Ela e Gui voltaram para a Inglaterra e estavam temporariamente resididos no Caldeirão Furado, para o aparente desgosto da leve falta de conforto de Fleur.
Gina estava tomando um chá que a sra. Weasley tinha preparado para ela, sentada no sofá olhando para a lareira apagada.
A sra. Weasley tinha constantemente seus momentos de “depressão” e se podia se ouvir ela suspirar e dizer “Ai, Rony...” muitas vezes por dia.
O animo da casa e da família em geral tinha sido afetado. Excerto, talvez, por Fred e Jorge, que sempre que faziam vinham para casa faziam questão de dizer: “Ah, por que a tristeza pessoal? O Rony foi embora! É motivo de festa! Trouxemos até algumas cervejas amanteigadas e uísques-de-fogo!” ou “Eu não estou surpreso. O Rony é o mestre de achar a desgraça e a infelicidade. Vocês nunca olharam para a cara dele?” o que fazia a sra. Weasley ficar tão irritada que sempre ameaçava a colocar um Feitiço de Expulsão na casa, proibindo que os gêmeos entrassem. Mas a garota sabia que os irmãos também estavam preocupados.
Gina porem, havia meio que se excluído das conversas. Preferia ficar quieta á mesa, e também não gostava muito de conversar quando estavam fora dela. Todos haviam percebido que o brilho dos seus olhos havia desaparecido há algum tempo.
E mais uma vez ela estava sozinha na sala. Era muito cedo ainda, mas ela não agüentava mais ficar no quarto olhando para a bendita rua sem vida. Isso já havia ficado sufocante.
Às vezes ela se perguntava se valia à pena sofrer tanto. Mas o que mais ela poderia fazer a não ser esperar... Esperar que em um dia ver o trio de volta e imaginar todos dando risadas sem preocupações no mesmo sofá que estava agora.
Sem aviso ela foi despertada de seus pensamentos por alguns “pios” incômodos na janela. Era uma coruja de igreja com um pedaço de pergaminho amarrado á perna.
Em um pulo Gina saiu correndo na esperança de receber noticias dos qual estavam em seus pensamentos. Largou a caneca de qualquer jeito e foi em direção ao parapeito.
- Graças á Merlin. – sussurrou ela aliviada quando se deparou com a caligrafia reconhecível que estava na parte de trás da carta com o seu nome.
Preocupada o suficiente em receber noticias, não se hesitou em não fazer barulho. Ao abrir a carta começou a ler desatenta pulando para as linhas abaixo, até que seus olhos focalizaram as palavras “Estamos todos bem, não se preocupe”.
Ela deu um suspiro de alivio e agradeceu apertando a carta com força.
Voltou para o sofá que estava, se sentou, e agora leu todas as linhas com a máxima atenção, chegando a reler a carta no mínimo umas três vezes antes de baixá-la dos olhos. A carta dizia:

Querida Gina,
Você sabe muito bem que se Harry ou Rony souberem que eu estou escrevendo essa carta para você eu estou morta.
Espero de coração que ela chegue diretamente á suas mãos, sem que ninguém mais a tenha lido. Se o contrario acontecer, ai que eu estou morta mesmo.
As coisas estão indo bem até agora.
Estamos todos bem, não se preocupe.
Conseguimos destruir um dos objetos de Voldemort, uma taça antiga que pertenceu á Helga Hufflepuff. Você ainda não sabe o que os objetos são e não sou eu que irei te contar, muito menos por carta, mas posso acrescentar que eles são realmente muito importantes, como já deve saber.
Não foi nada fácil achar o local desse e conseguir tê-lo em mãos. Nós sofremos feitiços muito fortes em nossa procura e Rony acabou ficando de cama por longos dias. Harry ficou absolutamente desesperado até Rony conseguir abrir ligeiramente os olhos e falar algumas palavras. Acho que se acontecer alguma coisa com um de nós, ele vai enlouquecer. Por isso continuo achando uma sabia e corajosa decisão sua de não ter vindo. Estou orgulhosa de você.
Sei que deve estar sendo muito difícil, mas agüente firme está bem? Está tudo certo.
O objeto já foi destruído e logo vamos começar a procurar o próximo.
Te deixo pedindo que não responda essa carta para não corrermos o risco de sermos interceptados ou seguidos.

Atenciosamente
Hermione.



“Agüente firme está bem?” ela lia novamente agora.
“Sei que deve estar sendo muito difícil...” .
Hermione não fazia nem idéia do inferno que ela estava passando.
Gina se lembrou perfeitamente do quanto estava angustiada antes de receber um sinal de vida dos três (e também da falsa alegria que teve ao ver uma coruja se aproximar duas semanas depois deles terem partido e como ficou brava ao ver que na verdade eram suas notas dos N.O.M.s).
Agora, pelo menos, sabia que o que eles tinham ido fazer estava dando certo, até agora, mas não conseguia deixar de ficar triste por não estar lá.
Rony de cama, Hermione machucada, Harry desesperado.
E ela na solidão da casa sem nem ao menos poder responder uma carta.
Sentia-se inútil. Uma vergonha.
Esse pensamento era comum, mas ela costumava encará-lo como aqueles diabinhos da consciência de desenhos trouxas, como Hermione lhe contará sobre uma vez.
“Por isso continuo achando uma sabia e corajosa decisão sua de não ter vindo. Estou orgulhosa de você.” Orgulhosa. Orgulhosa de mim.
Mesmo assim isso continuava a não fazer sentido.
Gina não estava fazendo nada, a não ser enfrentar a tristeza todos os dias, todas as noites, todas as horas e a cada minuto, mas quase conseguia ouvir a voz da amiga lhe dizendo o quanto estava sendo corajosa ao enfrentar tal coisa.
- Por que você não manda outra carta Hermione, POR QUE? – disse sem perceber o alto tom que saiu de sua boca.
Por que?
O que poderia estar acontecendo? Se Hermione sabia, como se dizia saber, o que Gina estava passando, não deixaria a garota afogada em sua angustia.
Ao menos que...
Ao menos que algo tenha acontecido.
Esse pensamento fez Gina gelar da cabeça aos pés.
Amassou a carta ainda em sua mão com força, como se descontasse sua tristeza e raiva no papel que nada tinha feito.
Se acontecer alguma coisa com eles...
Sentiu lagrimas grossas e quentes contornarem seu rosto e um aperto em seu coração ao ver um trecho não conhecido no pergaminho amassado. Um pós escrito. Um P.S.
Como ela poderia não ter percebido isso?
Como? Ela estava com essa carta á semanas e não tinha visto um P.S.? Que tipo de trouxa ela era? Estava tão entretida em ler e reler a mesma carta que não percebeu que à parte de trás da folha continha mais escritos?
Ficou com raiva de si mesma.
Mas ignorou isso por um minuto para ler o que vinha. A mesma letra fina e bem feita de Hermione estava em mais dois parágrafo na parte contraria da folha. Nele estava escrito:

P.S. : Gina, por favor, fiquei ai. Em setembro vá para Hogwarts, normalmente, mas até lá, fique na Toca. Eu não sei realmente pelo que você está passando, mas posso imaginar. Se você vier Gina, Harry vai ter um ataque. Por ele, fique ai e não corra perigo.
Harry anda muito pensativo esses dias e eu acho que se acontecesse alguma coisa com você... não sei o que ele poderia fazer. Então não pense em nos procurar, não pense em nos ajudar. Estamos bem ok? Mas o que importa para o Harry é como você, eu e o Rony estamos. Tome cuidado para o bem dele, o meu, o de Rony e o seu próprio.

Ficar em casa e se cuidar. Estava cansada de ouvir isso! Harry havia mostrado bons motivos para levar Rony e Hermione, mas Gina sabia que mesmo que Harry proibisse que eles o acompanhassem, eles iriam. E por que ela, a irmã mais nova, a amiga, a “ex”-namorada, tinha que permanecer em casa tomando cuidado até ir para a escola enquanto eles corriam um dos maiores perigos existentes? Por que?
Estava cansada, estava exausta de todos pedindo a mesma coisa. Tratando-a como uma criança que não pudesse se defender e que só atrapalharia!
E a vontade crescente de dar um basta, de ignorar o pedido dos amigos e de correr para ajudá-los estava se tornando cada vez maior, cada vez mais incontrolável e Gina agora não sabia se ia conseguir continuar onde estava.
Sabia o que Harry sentiria se acontecesse algo á ela, mas agora isso parecia muito, muito menor do que a dor que ela estava sentindo ao passar cada noite olhando estupidamente para uma rua vazia, esperando como uma donzela indefesa que seu príncipe viesse á salvar de um dragão. A dor de ter um bom motivo para não ajudar e ficar presa naquele lugar já estava alucinante e ensurdecedora. Seus dias não tinham mais sentido á não ser esperar com esperança, como uma boa menina, cartas chegarem avisando-lhe que estava tudo bem. Mas e se a carta chegasse avisando más noticias? E se os próximos nomes na lista de corpos encontrados fossem dos três? Como ela ia se sentir sabendo que ela poderia ter feito algo?! Poderia ter mudado alguma coisa, ajudado e com isso os amigos poderiam estar bem. Como ela iria conseguir continuar vivendo com aquele pensamento na cabeça? Não iria conseguir.
E agora, mas certa que nunca, Gina se levantou e olhou para a janela tão conhecida.
Tinha tomado uma decisão.

***

N/A: então, gostaram?
Podem ser sinceros viram? ;)
Quando eu tive a ideia para essa fic ela ia ser de capitulo unico, mas ela foi indo para um rumo que agora acho que preciso continuar...
O que acham? Devo parar por aqui ou continuo escrevendo?
Por favorr, respondam!!!
E mtooo obrigado por lerem minha 1ª fic!

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Comentários (1)

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