Sinais



Capítulo 13
Sinais


Cinco, quatro, três, dois, um... 30 de julho, era oficialmente maior de idade agora. Teria testes de aparatação no dia seguinte e estava muito confiante, Harry só completaria dezessete anos no dia seguinte então faríamos os testes juntos.

Minhas férias de verão estavam ótimas, mesmo me sentindo sozinha com a ausência de meus pais, Harry não passava uma semana sem me visitar, Hermione mandava cartas semanalmente e em várias delas pedia para que assim que passássemos nos testes de aparatação para que fossemos visitá-la.

Foi quando ouvi um barulho na janela, uma coruja branca como a neve estava no peitoral dando bicadas no vidro, era Edwiges e tinha uma carta e um embrulho amarrados nas patas, abri a janela e deixei a coruja entrar, lhe dei água e retirei o que ela trouxera, abri a carta e nela dizia:

“Helena,
Feliz aniversário! Finalmente você alcançou a maioridade e espero que você saiba usá-la com prudência (olha quem fala...).
Espero que você goste do presente que lhe mandei e não aceito reclamações depois!
Amo você demais!
Saudades,
Harry”.


- Também te amo – pensei e abri o pacote que tinha vindo junto com Edwiges, que por sinal já tinha ido embora.

Foi quando tive um choque, era linda! Uma pulseira de prata com vários cristais coloridos, não merecia aquilo, detestava quando Harry gastava dinheiro demais comigo, mas nunca conseguia impedi-lo de comprar o que ele pretendia para mim.

Logo uma outra coruja chegou, por precaução já havia deixado a janela aberta, peguei a carta e o pequeno embrulho que ela trazia e logo a coruja partiu, abri o envelope e li:

“Helena,
Parabéns pelos seus dezessete anos! Estou muito feliz por você ter chegado à maioridade!
Espero sinceramente que agora você e Harry não inventem mais desculpas para virem me visitar antes do fim das férias! Meus pais estão loucos para conhecê-los!
Também espero que você goste do meu presente.
Hermione”.


Dobrei a carta e coloquei junto com a outra, abri o pacote e nele havia um lindo pingente prateado em forma da letra H, olhei para os pacotes emocionada, nunca havia recebido presentes de amigos, nunca em tanto tempo havia me sentido tão feliz.

Com a certeza de que não receberia mais nenhuma coruja fui dormir, teria que acordar cedo amanhã se quisesse escolher um presente para Harry antes dos testes de aparatação.

--

Na manhã seguinte caí da cama, às seis e meia estava vestida e iria pegar um táxi para o Caldeirão Furado, precisava fazer algumas compras antes de ir ao Ministério da Magia.

Cheguei cedo demais lá, o pub havia acabado de abrir, aproveitei e tomei o café da manhã por lá mesmo já que não havia comido nada em casa.

Acabando, fui ao Beco Diagonal, por sorte Gringots e a loja que eu queria estavam abertas, fui ao banco fazer uma retirada e depois entrei na pequena joalheria que havia no beco, fiquei encantada com tudo o que havia lá, tinha descoberto onde Harry encontrava presentes tão bonitos.

- Posso ajudá-la senhorita? – um bruxo velho me perguntou.

- Sim, estou procurando um presente e...

- Para o senhor Potter?

- Como sabe?

- Reconheci o anel e a pulseira que a senhorita está usando.

- Bem... Isso não vem ao caso agora, poderia me sugerir algum presente para ele?

- Claro, creio... – ele correu os olhos por várias prateleiras até fixar o olhar em uma corrente com um pingente liso – pode ser que funcione...

- Como disse senhor?

- Esta corrente é algo muito especial e apenas aparece um escrito no pingente se houver alguma ligação forte entre as pessoas que serão presenteadas...

- Bem, pode ser que funcione... Posso pegá-la?

O vendedor se afastou e eu peguei a corrente e assim que encostei no pingente, senti ele esquentar, mas continuei segurando-o, o pingente esfriou e quando olhei, na frente estava escrito “Harry” e tinha um coração de brilhantes no canto e atrás estava meu nome, o vendedor admirou-se com o acontecido e disse:

- Sem sombra de dúvidas é esse presente que a senhorita tem que dar ao senhor Potter! Há tempos que não via esse pingente ser inscrito.

Sorri, o senhor embrulhou a corrente para mim e eu lhe paguei, sai do Baco Diagonal muito depressa, se demorasse mais poderia chegar atrasada para o teste de aparatação.

Nove horas, havia chegado à velha cabine telefônica que dava acesso ao Ministério bem a tempo, o teste seria às nove e quinze.

Disquei os números e ouvi a voz da mulher no telefone:

- Bem vindo ao Ministério da Magia, por favor, diga seu nome e o pretexto de sua visita.

- Helena Lejan, teste de aparatação.

- Por favor, pegue seu crachá e aguarde a decida ao saguão do ministério.

Peguei o crachá e senti que estava caindo, foi muito rápido, de repente uma porta a minha frente se abriu e ouvi a voz da mulher novamente:

- O Ministério da Magia agradece sua visita.

Sai da cabine e com poucos passos me deparei com uma espécie de guarita com um bruxo, ele disse que era para eu deixar minha varinha e me juntar aos outros na fonte logo em frente, segui as instruções e assim que avistei a fonte, uma pessoa em especial me avistou:

- Helena! Estava morrendo de saudades!

- Harry! Eu também e a propósito – tirei o pequeno embrulho do meu bolso – feliz aniversário!

- Linda, não precisava! – ele me deu um beijo.

- Abre – falei assim que ele me soltou.

Ele fez uma cara de espanto quando viu a corrente de prata, olhou-me com uma cara de reprovação, ia dizer alguma coisa, mas eu o cortei:

- Sem reclamações assim como você me pediu...

- Ok... Mas não quero que você fique gastando dinheiro comigo...

- Até que enfim você entendeu como eu me sinto quando você me dá esses presentes caros! – e sorri para ele que retribuiu e me deu outro beijo.

Um homem baixinho, gordo e careca apareceu no lado oposto do salão, fez sinal para o seguirmos que os testes iriam começar, era por ordem alfabética então ainda pude conversar um pouco com Harry e Neville, que havia chegado bem em cima da hora para o teste.

Um tempo se passou e ouvi:

- Lejan, Helena.

- Boa sorte – desejou Neville.

- Obrigada.

Entrei na pequena sala e o bruxo fez um grande sermão falando de como eu deveria usar a aparatação sem problemas, quase peguei no sono enquanto ele falava, quando ele acabou disse:

- Primeiramente quero que a senhorita vá até aquele arco.

- Sim senhor.

Concentrei-me bastante, o suficiente pra sentir aquela desagradável sensação de não poder respirar e sentir minha cabeça sendo esmagada, por fim apareci no arco.

- Excelente minha jovem! Agora quero que a senhorita vá até o Departamento de Mistérios e volte, um colega meu estará lá para lhe dizer o nome deste setor tudo bem? Assim que quiser...

De novo tive aquela “agradável sensação” e apareci numa sala circular cheia de portas, não havia ninguém por lá, só encontrei uma prancheta, provavelmente do avaliador que era para estar ali.

De repente comecei a sentir calafrios naquela sala e também senti um sopro, parecia um sibilo incompreensível, foi quando distingui uma palavra daquele sopro – morrer.

Tudo cessou, o avaliador havia voltado, olhou para mim e perguntou:

- Está bem senhorita? Parece pálida...

- Foi... Foi só um mal estar das aparatações, já passa...

- Tudo bem, você terá que ir para a Seção de Aparatação e receber sua aprovação oficial, até aqui você foi muito bem e...

- Certo, obrigada – não estava afim de conversas.

E voltei aonde tinha começado o teste.

- Parabéns senhorita Lejan – o bruxo calvo falou – passou no teste.

- Muito obrigada senhor.

Saí da sala e ouvi o bruxo chamar por Neville Longbotton que tremia dos pés à cabeça.

- Boa sorte Neville! – falei, ele agradeceu e entrou na sala.

Sentei-me na beirada da fonte novamente ao lado de Harry, estava com o olhar perdido depois do que havia acontecido no Departamento de Mistérios...

- Helena, você está bem?

- Ã?

- Faz um tempão que eu estou te chamando...

- Desculpe estava pensando em outras coisas, como por exemplo, você quer ir visitar Hermione hoje? Ela está impaciente esperando nossa visita...

- Claro que sim! Também quero vê-la, acho que depois do Neville já sou eu, então se você quiser mandar uma coruja...

- Os pais dela são trouxas não são?

- Sim, mas...

- Você tem o telefone dela?

- Tenho...

- Ótimo, lá fora eu vi um orelhão, vou ligar pra ela e avisar, é mais rápido do que pelo correio – ele me passou o número do telefone – e boa sorte no teste.

Sai do Ministério e fui até o orelhão, liguei para Hermione que não se conteve ao saber que eu havia passado no teste e que iríamos visitá-la ainda hoje. Desliguei e fiquei esperando por Harry por mais meia hora e nada dele aparecer, sentei-me num banco e me lembrei do sibilo arrepiante que ouvira no Ministério, seria alguma mensagem? Não, estava muito imaginativa depois de todos os ataques e mortes do ano passado que creio que ainda tinha a palavra morte muito bem gravada na memória, pelo menos era o que eu esperava que fosse.

Harry chegou e também havia passado na aparatação, fomos para um beco deserto e pela quarta vez naquele dia senti aquela péssima sensação de estar sendo esmagada.

Finalmente chegamos à frente de uma casa muito grande, era linda! Os pais de Hermione provavelmente tinham muito dinheiro, tudo parecia perfeito na casa.

Tocamos a campainha e logo ouvimos alguém falar:

- Sai da frente Bichento! – a porta se abriu – Harry, Helena! Que saudade de vocês!

- Também sentimos sua faltam Mione! – Harry falou.

Hermione logo nos fez entrar e apresentou toda a casa, tinha uma grande sala e uma sala de TV ao lado, a cozinha era imensa, o jardim era perfeito, com uma grande piscina com cascata e várias árvores cheias de flores. Depois fomos ao segundo andar, os quartos eram lindos, principalmente o de Hermione, era todo decorado com papéis de parede e tinha vários artigos de trouxas que só reconheci alguns, mas ela logo estava falando para mim o que era o que:

- Isto é um computador, passo horas aqui quando não tenho nada para fazer é muito divertido, isto aqui é um microfone, isto é um DVD para ver filmes... – e me explicou tudo o que os objetos faziam.

Ouvimos a campainha novamente, Hermione falou:

- Devem ser meus pais, eles disseram que chegariam para almoçar conosco, vamos descer, eles estão loucos para conhecê-los.

Quando chegamos ao primeiro andar, Hermione foi procurar pelos pais pela casa e falou para eu e Harry esperarmos por eles na sala, sentamo-nos no grande sofá de frente para a lareira, foi quando avistei um objeto preto em cima de uma mesinha próxima ao outro sofá, um arrepio me percorreu a espinha e perguntei:

- Harry, o que é aquilo?

- Aquilo o quê?

- Aquela coisa preta em cima da mesinha...

- Ah, é um revólver, muito perigoso no mundo dos trouxas, faz várias vítimas por dia... Por que será que o pai da Mione tem um desses?

- Vai ver que é pra se defender...

Assim que acabei de falar senti uma dor insuportável embaixo da costela esquerda, pus a mão no local e vi que estava quente, tive um grande susto quando Harry encostou em mim:

- Helena você está bem? De repente ficou pálida...

- É que eu senti uma dor insuportável aqui – ergui a blusa e notei uma pequena marca vermelha embaixo da costela.

- O que é isso? – Harry perguntou.

- Não sei...

Hermione apareceu logo em seguida.

- Harry, Helena, estes são meus pais.

- É um imenso prazer conhecê-los, Hermione fala muito de vocês – o Sr. Granger falou.

- Muito prazer – falou a Sra. Granger – querido, aquele não é o lugar adequado para você deixar aquele revólver é?

- Desculpe, esqueci de guardar, mas vamos almoçar, depois cuido daquela coisa.

Levantei-me do sofá e perguntei:

- Não vem conosco Harry?

- Vão à frente, preciso ir ao banheiro...

Não disse nada, mas algo na voz de Harry parecia estranho, sem emoção alguma, acordei dos meus devaneios com um grito.

- Vem logo Helena, preciso te contar algumas fofocas que o Harry não pode escutar.

Fomos para a cozinha, Hermione me contou coisas muito cômicas e rimos a beça durante todo o almoço, os pais dela falavam pouco, mas eram muito gentis e educados conosco, Harry chegou um pouco depois, juntou-se a nós e ouviu as fofocas também, assim que acabamos de almoçar, Hermione foi tentar me ensinar a usar o computador, mas foi uma completa perda de tempo, pois a única coisa que consegui fazer foi quebrar o teclado.

- Não esquenta, eu conserto isso... – Hermione fez menção de dizer alguma coisa – esqueceu que agora eu posso usar magia fora da escola?

Saímos da casa e fomos conhecer o bairro, vimos alguns pubs, boates e uma pracinha muito agradável onde passamos muito tempo conversando, quando percebemos estava quase escurecendo, voltamos para a casa para pegar nossas coisas, assim que entramos, a sala estava uma bagunça.

- Papai, o que você está fazendo?

- O revólver, sumiu!

- Bem que mamãe avisou para você não deixar aquilo em qualquer lugar!

- Eu sei, agora me deixe continuar procurando...

Saímos da sala, fomos para o quarto de Hermione e apanhamos nossas varinhas, saímos pela porta da frente e já havia escurecido.

- Tem certeza que vocês já têm que ir?

- Tenho sim, Bubbles está sozinho há muito tempo e ele com certeza está sem comida.

- E se eu demorar muito mais os Dursley não me deixam dormir em casa hoje.

- Tudo bem, mas voltem mais vezes!

- Vá nos visitar também Hermione!

- Claro que sim, esqueci de dizer, meus pais gostaram muito de vocês.

- Que bom, e eu adorei a visita – falei.

- Eu também – Harry falou – Helena, eu vou na frente por que acho que vocês ainda vão demorar, amanhã vou na sua casa tudo bem?

- Claro, almoce comigo, odeio almoçar sozinha.

Ele sumiu, aproveitei para perguntar uma coisa:

- Mione, você não notou nada estranho no Harry hoje?

- Uma coisa só, que ele não deixou você abraçá-lo na hora que estávamos indo à pracinha...

- Pelo menos não é delírio meu – pensei alto.

- Como?

- Esquece, deixa-me ir, e se quiser, vá lá em casa amanhã também tudo bem?

- Verei se posso.

Aparatei para minha casa, assim que cheguei Bubbles pulou em meu colo, esqueci que ele tinha medo do escuro.

Pensando, fui para meu quarto com meu gato no colo, coisas estranhas estavam acontecendo e tinha certeza, algo, mais cedo ou mais tarde poderia acontecer, mas achei melhor deixar minhas “viagens” de lado e pensar em algo realmente útil, precisava limpar a casa antes do dia seguinte, ainda bem que já podia fazer magia...

Acabei bem rápido, mas estava cansada do dia estranho, mas divertido que tive, fui dormir, não demorei pra pegar no sono...

O restante das férias foram ótimas, encontrei com Harry e Hermione toda semana, decidimos ir para King’s Cross juntos, pois no dia seguinte já seria o retorno a Hogwarts, as férias foram muito rápidas, mas tinha certeza, mesmo com todos os contratempos, foram as melhores de minha vida.


N/A: bem como eu havia prometido, a continuação está ai... só terei uns probleminhas pra atualizar a fic pq agora estou em época de aula e a primeira parte da fic eu escrevi nas férias... espero q vcs entendam e gostem da continuação ;]

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