Felizes Para Sempre
Capítulo Dezesseis - Felizes para Sempre
Cinco meses depois...
O sol brilhava naquele dia de verão britânico. O verde das praças londrinas nunca estivera vivo como agora. Pessoas passeavam, pais observavam os filhos correndo e brincando, com rostos corados. Idosos jogavam xadrez perto dos lagos, os cachorros corriam saltitantes, para pegar o frisbee que o dono jogava, casais namoravam sentados nos diversos bancos.
O verão era perfeito. E Gina acertara escolher aquela época do ano, para se casar. Sempre sonhava em se casar em um dia de sol e naquele dia realizaria seu sonho. E Harry Potter era o responsável pela realização daquele sonho.
Harry, cuja vida amorosa e profissional dera um salto incrível, inimaginável. Já não bastava estar vivendo como um adolescente apaixonado (papel que todos - até Sarah - aprovara), nos negócios, mostrou a que veio. Sua empresa havia aberto duas filiais na América do Sul - uma em Montevidéu e a outra em São Paulo - e faturara milhões. Com isso, ele fora colocado como um dos empresários mais bem-sucedidos pela revista Forbes (n/A: não sei se essa revista faz isso, mas tudo bem).
E, pra completar, ele iria se casar com a mulher mais incrível que conhecera. Seu sorriso bobo era a prova de sua felicidade. Os funcionários agradeciam por isso.
Remember those walls I built
Well Baby they are tumbling down
And they didn't even put up a fight
They didn't even make a sound
I found a way to let you in
But I never really had a doubt
Standing in the light of your halo
I got my angel now
- Ok, só mais um pouquinho e pronto. - Molly Weasley estava ajeitando o vestido de noiva no corpo da filha, que tremia mais que vara verde.
- Como estou? - olhou pro espelho e deu uma voltinha.
- Está linda, meu amor. - A Sra. Weasley deu um beijo na filha. - Não está, Mione?
- Sim, Sra. Weasley. Está linda. Deslumbrante. Harry vai ficar hipnotizado ao vê-la. - Hermione já estava pronta para o casamento, que seria daqui a duas horas.
- Duvido. Ele já viu uma noiva antes.
Molly e Hermione se entreolharam.
- Gina... - a mãe a segurou pelos ombros. - Se Harry não quisesse se casar com você, ele não casaria.
- E nem vem com a história de casamento simples, com roupa comum só porque o Harry já casou!
- Mas... - Gina ficou com medo de fazer uma festa enorme. Optara por um casamento simples, embora quisesse um casamento dos sonhos. Suas desculpa era que Harry já passara por aquilo e queria poupá-lo de um deja-vu.
- Gina - a mãe a sacudiu. - muita gente casa-se pela segunda vez e fazem festas como se tivessem se casando pela primeira vez. Se Harry quer fazer uma festa e você também quer, não se sinta incomodada. A festa é o de menos. O que fica é a lembrança. E vocês dois é que vão ter que fazer o casamento dar certo.
Gina suspirou. Sua mãe tinha razão. Estava realizando um sonho. Era isso que importava.
Alguém bateu na porta. Era Sarah, já vestida como uma perfeita dama-de-honra. Usava um vestido azul-perolado e uma tiara da mesma cor.
- Tá linda, Gi. - A "futura madrasta" adorava o apelido carinhoso que a menina lhe dera.
- Obrigada, Sarah. E o seu pai?
- Ah, ele está quase pronto. Posso dizer a ele que você tá linda? - Gina riu.
- Pode, só não peça pra ele vim aqui.
- Por quê? - Sarah não sabia da "velha tradição".
- Oras, meu bem, ver a noiva antes do casamento dá azar. - disse Molly, beijando o topo da cabeça da menina, que deu de ombros.
- Vou me lembrar disso. - fez a três mulheres rirem.
It's like I've been awaken
Every rule I had to break
It's the risk that I'm taking
I ain't never gonna shut you out
- E então, como estou? - Harry deu uma última esticada no seu terno.
- Está ótimo, cara. Um verdadeiro noivo.
- Engraçadinho. Vou me lembrar disso quando você for se casar com a Mione.
Harry e Rony haviam se tornado amigos recentemente, mas era como se conhecessem há anos. Hermione os apresentou antes de anunciarem seu noivado com o ruivo. Harry brincou e ameaçou Rony caso ele magoasse a mulher que considerava uma irmã.
- Pode entrar. - Alguém bateu na porta. Era dona Glória. - Oh, dona Glória. Que surpresa. - Harry sorriu ao ver a mulher que considerava como mãe. - E então, como estou?
Dona Glória olhou para o ex-genro emocionada.
- Está lindo meu filho. - deu um abraço e um beijo nele. - Na verdade, eu vim aqui pra conversar com você senão depois não vai dar mais.
- Bom... eu vou ver se as moças estão prontas. - Rony percebera que a conversa seria particular e retirou-se.
Harry indicou uma poltrona para a senhora se sentar e fez o mesmo. Ela entrelaçou seus dedos nos dele, olhando no fundo de seus olhos.
- Harry, quero que saiba que sempre o considerei como um filho. Desde que sua mãe morreu, eu o vejo assim. Você foi o anjo que caiu na vida de Patrícia e ela deve está muito agradecida com isso.
"Desde que ela morreu, eu sabia que você seguiria sua vida e era tudo o que eu torcia. Não queria que você sofresse. Não queria que se sentisse envergonhado de se envolver com outras pessoas, com medo de estar traindo minha filha, Harry, porque você não estava. Eu só queria que você fosse feliz novamente. Queria que encontrasse uma pessoa que te completasse te amasse pelo jeito que era, e você encontrou e o que eu mais quero, nesse mundo, é que me prometa que vai ser o mais feliz possível."
Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace
You're everything I need and more
It's written all over your face
Baby I can feel your halo
Pray won't fade away
Harry estava emocionado. Eram palavras que gostariam de ouvir de sua mãe, se ela estivesse aqui.
- Eu prometo, dona Glória. Eu vou ser feliz. - abraçou-a.
- Você sabe que eu sempre tive uma preferência pela Gina. - a senhora piscou, marota. - Mesmo você com aquela... bem, aquela mulher, a Gina era e sempre será minha preferida. - Harry riu divertido.
- Eu sei, dona Glória. Eu sei. E obrigado por saber disso.
A senhora se levantou pra sair.
- Vou sentir sua falta, sabe disso. - Ela resolvera estender sua viagem no cruzeiro por mais um ano. Sentia que um mês não fora o suficiente para descansar a cabeça, mas só iria quando Harry e Gina voltassem de lua-de-mel.
- Eu sei. Mas fiquem despreocupados. Eu vou mandar um postal de cada lugar que irei visitar.
- A senhora merece, dona Glória merece. - ela sorriu agradecida e fechou a porta.
Pouco a pouco, as pessoas chegavam à igreja, que estava enfeitas de violetas, rosas e tulipas (as favoritas de Gina). Hermione e Rony, que seria os padrinhos, já estavam postados no altar ao lado de um nervoso Harry, que esfregava as mãos sem parar.
- Harry, pára com isso! - Hermione lançou um olhar raivoso para o amigo.
- Ela já devia ter chegado. - observou u último convidado entrar e as portas se fecharem.
- E você quer que ela chegue com os convidados? - Hermione revirou os olhos. - Me poupe, Harry! Parece que não sabe como funciona.
- Eu não lembro como funciona. - cochichou impaciente. - Meu primeiro casamento foi há quase dez anos. Muito tempo, você não acha?
Hermione abriu a boca pra retrucar quando a marcha nupcial tocou e as portas de abriram. Os convidados se levantaram e Harry arrumou a gravata. Parecia que o coração sairia pela boca.
Sarah entrou na frente, segurando as alianças numa caixinha sobre uma almofada. Parecia uma princesinha ao andar com classe até o altar. Sorriu contente para o pai, que retribuiu e pegou as caixinhas.
- Obrigada, filha.
- Ela tá linda, pai. – sussurrou a garota, com um sorriso contagiante.
- O quê? - Mas antes que Sarah respondesse, Gina entrou na igreja acompanhada pelo pai. Harry viu uma luz envolta dela e descobriu que nunca vira coisa mais bela em toda sua vida. Gina parecia enfeitiçar o ambiente.
Vestia um tomara-que-caia branco perolado, seus cabelos estavam presos em cachos numa tiara brilhante que pertencera à geração Weasley (sua mãe lhe dera). Seus olhos estavam presos nos de Harry, cheios de emoção. Sarah tinha razão: ela estava linda, deslumbrante.
I can feel your halo
I can see your halo
I can feel your halo
I can see your halo
Os passos de Gina até o altar pareciam automáticos. Seu nervosismo era tanto que não sabia como os pés estavam indo. Seu coração já entrara na quinta marcha mesmo antes de colocar o vestido. Os olhos estavam úmidos e por mais que não quisesse estragar a maquiagem, a emoção era demais para se conter.
Quanto sonhara com aquele momento! Quantas vezes sonhara em se casar com o homem por quem se apaixonou perdidamente, no momento em que o viu pela primeira vez. Quantas noites, no seu quarto escuro, deixava que a solidão a encobria e só o que podia fazer era desejar a felicidade de Harry com aquela mulher, mesmo que isso a corroesse por dentro, dilacerando seu coração.
Embora o sofrimento fosse presente, esquecer seu amor pelo Harry era tarefa árdua e ela teve as esperanças renovadas quando ele se deu conta da roubada que estava entrando. E então aconteceu: ele reparara nela. Ele a convidara pra sair. Ele a beijara, ele a pediu em casamento. E agora, lá estava ela, a um passo da felicidade plena.
Arthur Weasley entregou a filha para Harry e apertou a mão do futuro genro. O casal de fitou intensamente até voltar os olhos para o altar.
Depois das falas do padre, era hora dos noivos declamarem os votos. Harry foi o primeiro. Nervoso, respirou fundo e começou.
- Gina, se alguém me dissesse há dois anos que eu estaria me casando, eu riria na cara das pessoas ou a ignorava. Pra mim, já bastava uma vez. Então, eu resolvi dar uma chance a mim mesmo... - deu uma risada sem-graça. - Foi besteira. Mas dai veio você, quebrando os muros que construí em volta de mim. Não fez som. Não me importei. E eu entrei de cabeça.
“E se alguém me perguntar se estou arrependido eu direi, com todas as letras: Jamais. Eu te amo e sempre vou te amar. Por favor, me perdoe e seu te fiz chorar, sofrer. Prometo que isso nunca vai mais acontecer."
Desta vez, Gina não conseguiu conter as lágrimas que rolavam livremente pelo rosto dela. Olhou a aliança dourada no seu anelar esquerdo. Era real.
Hit me like a ray of sun
Burning through my darkness night
You're the only one that I want
I got addicted to your lie
I swore I'd never fall again
But this don't even feel like falling
Gravity came again
To pull me back to the ground again
- Harry, você não precisa se desculpar. A gente não manda no coração. Eu amei você desde o momento em que te vi, mas eu sabia que você poderia ter outra pessoa e eu não podia fazer nada a não ser torcer pra que você fosse feliz. O que eu sinto por você é muito grande que eu posso vê-lo feliz longe de mim. E o que eu mais quero é você feliz. E eu prometo, daqui pra frente, fazer de tudo pra dar certo. Vamos ser felizes juntos. Pra sempre.
Os convidados estavam todos emocionados com aquelas palavras saídas do coração de cada um e não de um pedaço de papel que muitos casais costumavam escrever. Tudo era mais fácil quando se era espontâneo. Mais verdadeiro.
- E eu os declaro marido e mulher. - finalizou o padre, abençoando o casal. - O noivo pode beijar a noiva.
Harry pegou a mão esquerda de Gina e beijou a aliança antes de unir seus lábios nos delas, selando a união, que foi aplaudida por todos.
Os dois saíram sob uma chuva de arroz. Lá fora, foram cumprimentados por todos os presentes. Sarah abraçou os dois de uma vez e Gina a pegou no colo e deu vários beijos na garota. Não substituiria a mãe dela, mas a relação das duas ia ser de cumplicidade e companheirismo.
- Eu desejo toda a felicidade do mundo pra vocês dois. - dona Glória deu um beijo na testa de cada um. - Cuida bem um do outro, vocês valem ouro.
- Pode deixar, nós cuidaremos um do outro. - Harry sorriu cúmplice pra sua agora esposa, que retribuiu.
A festa do casamento estava como Gina sempre sonhara: simples e elegante. A mansão Potter (que agora, seria sua residência) estava enfeitada para receber o novo casal. Várias cadeiras e mesas foram colocadas no jardim, com toalhas brancas, um vasinho de flores e um retrato do casal tirado antes do casório. No fundo, um enorme buffê e do outro lado, um palco com uma banda amadora de Manchester, que Gina adorava. A festa correu tranquilamente.
- Um policial? - Luna perguntou enquanto Hermione a puxava para perto de Rony, que conversava um rapaz alto.
- Sim, um dos melhores. - Hermione piscou pra Luna. Já fazia tempo que insistia para que Luna arrumasse um namorado, mas a loura falava que estava bem solteira e com suas invenções para DEVON. Hermione queria demovê-la da ideia.
As duas se aproximaram dos rapazes, que pararam de conversar. Hermione deu um beijo no rosto do noivo e um abraço no outro rapaz.
- Luna, este é Neville, o policial que lhe falei.
- Oi. - Luna o cumprimentou sem graça e recebeu um sorriso simpático, que a fez corar.
- Prazer, Luna.
- Neville é muito competente no que fez. - Hermione passou os braços em torno dos ombros do noivo, que abafou um riso. Sabia aonde Hermione queria chegar. Neville revirou os olhos.
- E o que você faz? - perguntou Luna. Sempre imaginara que policiais usavam fardas, independentemente de onde iam, mas o rapaz de terno escuro e postura elegante a deixou espantada.
- Patrulhamento nas estradas.
- E não é perigoso? - Luna quase tampou a boca ao perceber a besteira que perguntara. Neville deu risada.
- Acredite: é um pouco. Muitas vezes você tem que dominar uma pessoa embriagada que não aceita de jeito nenhum ser detida. É chato, mas vale a pena. Mas... caso você tiver algum problema, é só me chamar.
- Ok! - Luna ficou um pouco mais à vontade, pois desde pequena os policiais a assustavam. Esse era diferente: a encantara.
Bingo! Neville gostara dela e vice-versa. Hermione conseguira! Ela disse alguma coisa a Rony e os dois saíram de fininho, deixando os dois se conhecerem melhor. Logo estavam dando risadas ao descobrirem que tinham muita coisa em comum.
- Você, hein? - brincou Rony, lançando um olhar repressor para a noiva, que riu.
- Oras, meu amor. Luna precisava de alguém legal. E Neville é a pessoa certa. - os dois riram e o ruivo a calou com um beijo apaixonado.
It's like I've been awaken
Every rule I had to break
It's the risk that I'm taking
I'm never gonna shut you out
Sarah parecia estar num parque de diversões. Olhava radiante seu pai e sua nova madrasta rindo felizes. Ela estava feliz.
Agora tinha uma família novamente. Gina não seria sua mãe, mas sua amiga e a mulher que faria seu pai feliz.
Viu a antiga colega de trabalho do seu pai, Cho, tentando dar comida à filha, que estava agitada com toda aquela movimentação.
A menina olhou pra ela e sorriu.
- Ela gosta de você, Sarah. - Cho conseguira colocar papinha na boca da pequena Lin.
- Posso pegar ela?
- Claro, mas cuidado. - Cho pegou a filha do carrinho e deu pra Sarah segurar. A pequena Lin riu e fez Sarah sorrir.
- Oi, Lin. Meu nome é Sarah. Vamos ser amiga? - a bebê sorriu em resposta. - Que legal. Posso mostrar minha coleção de ursinhos, que tal? - A menina riu e foi com a menina - com Cho no seu encalço - no seu quarto. As duas meninas se deram bem logo de cara.
Everywhere I'm looking now
I'm surrounded by your embrace
Baby I can see your halo
You know you're my saving grace
Harry e Gina estavam conversando com os pais da ruiva, quando a empregada os interrompera.
- Senhora Potter, aqueles dois senhores querem conversar com a senhora. - Gina achou estranho como seu novo nome soara agora.
Olhou e viu dois homens com fisionomias sérias e parecendo constrangidos por interromper a festa. Pediu licença e foi até eles. Harry a seguiu com olhos curiosos.
- Pois não? - Gina aproximou dos dois homens, que aparentavam ter uns 40 anos.
- Senhora Potter, eu presumo. - A ruiva assentiu com a cabeça. - Sou Irmann Mackenzie e esse é meu assistente, Armand Jules.
- Ela apertou a mão dos dois. - somos da Guarda Imperial e queríamos oferecer um serviço para a senhora.
Gina pareceu não entender. Que tipo de serviço a guarda mais competente do Reino Unido poderia oferecer a uma simples assistente de comunicação da DEVON?
- Na verdade, senhora Potter, estamos precisamos de alguém habilitado para monitorar nossos satélites de observação que são implantados por todo o Reino Unido. Nós usamos esses satélites como uma forma de comunicação com nossos reinos vizinhos, observando como anda a rotina de cada espaço, visando o bem estar da nossa população. E como nós sabemos que você é uma pessoa do setor de comunicação bem qualificada, queríamos saber se está interessada em nossos serviços?
Gina olhou para os dois homens como se não acreditasse no que ouvia. Trabalhar para a Guarda Imperial, no setor que era o sonho de qualquer formado em comunicação como ela. Era um prestígio, sem contar no salário: o triplo que ganhava na DEVON.
Mas quem a indicou? Olhou pro lado e viu Harry surpreso. Não fora ele. Mas... claro! Gina lembrava-se perfeitamente! O professor de pós-graduação a elogiara pelos seus serviços prestados na empresa em que fizera estágio e insinuou alguma coisa de trabalhar no Parlamento. Um sonho distante, Gina concluira. Mas que agora poderia virar realidade.
- E então? - o senhor Irmann esperava uma resposta de Gina. - Aceita ou não?
- Meu deus... eu nem sei o que dizer?
- Olha, porque não passa no meu escritório mais tarde? Não queremos atrapalhar seu casamento. - Irmman deu um cartão pra Gina e pediu licença pra se retirar.
Gina olhou para o cartão, ainda atordoada. Harry foi para o lado dela.
- E então... vai aceitar?
Gina encarou Harry sem-graça. Antes de ser seu marido, ele era seu patrão e parecia meio constrangedor receber uma proposta de emprego com ele presente. Mas também trabalhar com ele agora, nas condições que se encontrava, poderia atrapalhar um poucos, embora ambos prometeram separar o trabalho da vida pessoal.
- E-eu... eu não sei... o que você acha? - Harry acariciou os cabelos da esposa, solidário.
- Se esse for seu sonho, não posso te segurar. Claro, poderia dobrar seu salário, mas não seria a mesma coisa. E trabalhando com a Guarda Imperial, você poderá crescer profissionalmente. Mas não depende de mim, Gina, e sim de você.
Harry deixou a função de chefe e marido se misturar ao aconselhar Gina a escolher o melhor caminho para vida dela. Seja qual for, ela a apoiaria sempre.
- Vou decidir sobre isso mais tarde. - guardou o cartão com ele. - Agora, está na hora da nossa valsa? - Gina apontou os músicos se posicionando para tocar a valsa nupcial. - O senhor aceita dançar comigo, senhor Potter?
- Ei! - ele sorriu. - Você roubou minha fala! - deu um pigarro e ofereceu a mão pra esposa. - A senhora Potter aceita dançar comigo.
- Claro. - Gina pegou a mão dele e ambos foram até o centro da pista. A sintonia entre os dois era perfeita, que parecia que estavam flutuando pela pista. Quando a música acabou, todos aplaudiram e começaram a dançar, como manda a tradição. Hermione dançava e se divertia com as brincadeiras de Rony; Neville hesitou um pouco, mas chamou Luna para dançar, meio envergonhado, pois se conheceram não fazia uma hora.
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It's written all over your face
Baby I can feel your halo
Pray won't fade away
A festa correu tranquilamente bem. Até a hora de jogar o buquê, foi uma confusão só. Pois todas as mulheres solteiras queriam pegar o buquê e se amontoaram na frente. Gina jogou e pra surpresa de todos, foi dona Glória quem o pegou. Surpresos, todos aplaudiram, deixando a senhora sem-graça.
- Parabéns, dona Glória. - Gina abraçou aquela mulher, que considera muito.
- Oras, minha querida, eu nem tenho mais idade pra casar... E nem quero...
- Mas quem sabe você não encontra alguém no cruzeiro. - a ruiva piscou pra ela e se afastou, deixando a senhora atordoada.
I can feel your halo
I can see your halo
I can feel your halo
I can see your halo
Foi a festa dos sonhos de Gina. Tudo saíra perfeito, sem nada no lugar. Estava feliz. Mais feliz porque se casara com o homem de sua vida. Agora sua vida começaria de fato. Não só o casamento, mas o novo emprego. Sim, ela decidira aceitar. Prometera conversar com os homens quando chegasse da Lua-de-Mel, que seria em Paris. Agora, Harry e Gina iriam lá pra se divertirem e namorarem um pouco.
- Olha, eu sei que esse não é um lugar muito romântico de se visitar, mas é que aqui estão as pessoas que fizeram história.
- falou Gina enquanto entravam no Père-Lachaise.
- Não, eu entendo porque é muito visitado. Também estava curioso pra conhecer.
Père-Lachaise era um dos cemitérios mais famosos do mundo. Lá estavam enterradas diversas personalidades, como a cantora Edith Piaf, o escritor Alan Kardec e o cantor Jim Morrison. Vários turistas viajavam pra lá para visitar esses túmulos. Como todo cemitério, era um lugar triste, mas o que contava era a arquitetura e os moradores. Gina sabia que era um lugar estranho de se visitar, mas seu sonho era conhecer por ser famoso. E Harry topou ir com ela.
Á noite foram jantar no mesmo restaurante que foram da última vez que tiveram na cidade. Harry lembrou-se da música que tocara, o beijo que quase dera em Gina, a confusão de sentimentos agora resolvida. Ele teria prazer de dançar com ela novamente.
- Gostei desse lugar. Um ambiente aconchegante e a comida é maravilhosa. Mas desta vez, tem um sabor especial - Gina o olhou intrigada. - Estou aqui, jantando com a mulher mais maravilhosa que conheci e não num jantar de negócios.
- Brilhante observação - Gina sorriu sem graça.
Realmente, a comida tinha outro sabor. Era um jantar romântico, merecido. Gina estava nas nuvens. Quando dançaram como da outra vez, não fora necessário esconder os sentimentos. Ambos estavam felizes, realizados.
- Sabe o que eu estava pensando? - sussurrou Harry no ouvido de Gina, enquanto dançavam a segunda música. - Que poderíamos encomendar um irmãozinho para Sarah quando voltarmos pra Londres, que tal?
Gina o olhou surpresa. Ela não imaginava que ele tocaria no assunto tão cedo.
- Bom... é um assunto pra se pensar. Mas não pense que eu não gostei. - Completou, ao ver o olhar de Harry. - Eu quero sim, e muito.
- Podíamos começar a treinar um pouco quando sair daqui, que tal? - O sussurro malicioso de Harry deixou Gina toda arrepiada.
- Boa ideia. - respondeu no mesmo tom.
Harry beijou-a tensa e docemente. E naquele momento ele viu o que era ter uma Segunda Chance. Algo que todos merecem, que te que ser aproveitado.
Ele que havia se fechado para o amor desde a morte da primeira esposa e quando se permitiu amar novamente, quase caíra numa cilada. E resolveu se fechar novamente, mas Gina surgiu em sua vida. E não tinha mais volta. Por que não a notara antes de se evolver com aquela mulher perigosa? Por causa de sua teimosia, quase perdera sua filha, tivera um estresse emocional e recuperou as forças para corrigir o seu erro.
A felicidade era algo complexo. Tinha que desejá-la. E Harry a desejou novamente no momento em que se relacionara com Gina. Ele sabia o que estava fazendo, desta vez. Gina nunca o machucaria. Gina era o que ele precisava.
Agora ele sabia: tinha sua segunda chance. Com a ruiva do seu lado, a felicidade estava garantida.
Felizes para sempre poderia ser um clichê, quem sabe. Mas o amor era infinito, até durar.
Todos mereciam uma Segunda Chance. Seja no amor, no trabalho, na vida. E Harry nunca perdeu as esperanças, por mais que prometesse não amar novamente. Com a ruiva ao seu lado, ele reaprendeu a amar e a ser feliz. E com a Segunda Chance, nascia um novo Harry, agora mais feliz realizado. Pai de família e um homem novamente apaixonado e amado.
N/A: Pessoal, eis o último capítulo. Desculpem pelo atraso, mas o bloqueio e a falta de tempo ajudaram a atrasar a fic. Agora, só falta o epílogo e ai sim, a fic está terminada.
PS: Quem lê “Amor Cigano”, fiquem tranqüilos que, quando terminar essa fic, eu vou trabalhar nela, dessa vez sem demora.
Deixem comentários. Críticas, sugestões, elogios.
Bjos e até o epílogo. Juh.
PS 2: A música combina perfeitamente com o momento, né?
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