Capítulo 1



Sombra de Verão

De

Thiago D. Potter

Resumo: Um trio de amigos, já conhecido por todos, resolve alugar uma casa para passarem o verão num lugar diferente, longe do stress da cidade e isolado dos problemas do dia-a-dia. Mas não sabem que na tal casa, algo muito estranho, algo passado, virá a retornar.

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“Muito em breve...

“Você finalmente chegará

“Eu estive esperando por você. Os seus passos se aproximam e você está chegando à porta, meu querido.”

As letras, deformadas, apareciam no vácuo, no escuro, em azul forte.

“E eu, finalmente, encontrarei você, meu querido.”

O texto permanecia escrito na parede num tom azul brilhante. Era possível enxergá-lo na mais profunda escuridão. Curto e aterrorizante.

O céu estava limpo, completamente sem nuvens e o Sol brilhava majestosamente. A brisa era morna e as árvores forneciam ótimas sombras, indo de encontro à grande casa. Os pássaros cantavam e o mar dava para a casa.

Luna parou a frente da porta, com um guarda-sol, não querendo estragar seu bronzeado pálido. Os olhos azuis vivos eram fixos na porta, e havia uma grande rosa vermelha presa às madeixas loiras. Havia crescido e se tornado uma mulher de corpo definido... Bem, era o que se podia ver pelas suas roupas.

- Aqui estamos nós... – disse ela. A casa parecia orgulhar-se de receber as visitas. – Belo lugar, não acham?

- Parece divertido! – disse Ron, logo atrás. Estava maravilhado com o tamanho da casa, e podia-se sentir a maresia. Um sorriso estava estampado no seu rosto, ao contrário de Harry.

- O que é divertido, exatamente? – perguntou este, cansada e impacientemente. Ele carregava “algumas” malas de Luna e duas só dele. Estava exausto e respirava longamente. – Luna, você não está ajudando a carregar nada!

- Se você está cansado só por carregar isso, você é bem patético, não? – retrucou com um sorriso, olhando-o nos olhos.

- Qualquer um ficaria cansado ao carregar isso! – disse ele, mostrando as duas mochilas nas costas e as duas outras em casa mão, tirando a grande bolsa que estava em seu pescoço.

- Rony não ficaria exausto. – respondeu calmamente.

Ao ouvir as palavras de Luna, olhou rapidamente para Rony que carregava duas mochilas: uma sua e outra de Hermione, que vinha ao seu lado. Harry fitou-os assustado e mal-humorado.

- Desculpe, Rony, por fazer carregar minhas coisas. – sorriu Hermione. Como ficava linda ao sorrir junto da luz da manhã. Seus cachos eram definidos agora, e seu corpo acompanha-os também.

- Ah, que isso! Sem problema. – disse ele, sem tirar os olhos da casa.

Harry observou o diálogo com cara de tédio. ... Luna! Olhou rapidamente para a loirinha e continuou.

- Eu não me importaria de carregar alguma coisa de Hermione. – disse ele, olhando para o chão.

- GENTE, O HARRY DISSE QUE QUER CARREGAR TODAS AS BOLSAS! – gritou Luna, causando espanto em Harry.

- Hã? NÃO, EU NÃO QUERO! – retrucou.

Os outros dois vieram a sua direção entregando-lhe as bolsas.

- Já que você quer tanto, obrigado Harry! – disse Ron, colocando suas coisas em Harry que perdeu o equilíbrio por poucos segundos.

- E-eu não... – iniciou ele.

- Você é incrível Harry! Ainda consegue carregar mais? Alguém anda malhando, hein? – disse Hermione, piscando no final.

O rapaz sentiu seu rosto avermelhar. No instante seguinte saltitou para frente, sorridente. Havia conseguido um sorriso e um piscar de olhos de Hermione!

- Ah, é moleza!... Como adivinhou Hermione? – riu ele.

Arrancou o resto das mochilas das mãos dos dois rapidamente. Sem querer, deixou-se levar pelo peso delas. Engoliu seco. Não esperava por isso. Sabia que ficaria mais complicado e pesado, mas nem tanto!

- O que tem nisso? – sussurrou. – Não se preocupe, Hermione.

Ron riu e saiu de perto, arrancando um olhar de reprovação de Harry. Ele considerava Ron um amigo excelente, mas no momento ele o queria bem longe dali.

Seguiram em direção de Luna. Acompanhando-a, ficaram admirando a grande porta de madeira. Não sabiam se falavam da porta ou da casa inteira. Era praticamente uma semi-mansão, e como era bela! ... Agora eu me confundi, estávamos falando da porta ou da casa?

Enfim...

- Nossa! – disse Hermione.

- Pois é. Como está muito quente, achei que devíamos passar o verão aqui. Agora temos que nos divertir! O preço do aluguel não foi um dos melhores, então vamos aproveitar! – sorriu Luna, o que já era um pouco difícil.

- Isso é perfeito! – indagou Harry. Porém, no instante que se seguiu, quase que caiu em seus pés, já que o peso das malas era insuportável.

Luna observou o acontecimento e seguiu em direção à Harry, que respirava fundo. Ela possuía um olhar fixo e um meio-sorriso quase assustador, sério e sarcástico ao mesmo tempo. Era simplesmente difícil resumir o sorriso da moça numa só palavra. Ela sabia que algo aconteceria, mais adiante.

- As malas estão pesadas, não estão? – disse ela, chamando a atenção dos olhos de Harry.

- Bom, eu estou com todas elas... – disse num tom engraçado entre cansaço e irritado.

- Peça ajuda à Rony. Com certeza ele o ajudará. – aconselhou a menina num tom cansado.

-... Não vou fazer isso! Consigo me virar sozinho. – disse ele seguindo em diante.

- Tem certeza que não? – perguntou ela acompanhando-o.

- E como!

- Isso facilitaria as coisas para você, sabia?

- Não, com certeza não facilitaria!

- Está sendo infantil, Harry. – disse Rony, quase num sussurro.

Ninguém conseguiu ver como, mas de repente Harry estava de frente para Rony, olhando-o fixamente. Não tinha aparatado, já que não havia se escutado nenhum barulho. Resgatou forças do fundo de algum lugar e correu, mais que velozmente, a Rony.

- Como é! – disse ele, sem paciência. – Você bem que poderia ajudar um pouquinho, não? Eu estou carregando TUDO! E porque você não está suando?...

- Vamos entrar. – disse Luna, pegando a chave dentro de seu bolso.

Enquanto procurava a chave, Harry continuava falando com Rony, que tentava acalmar “o da cicatriz”, sem sucesso. A chave era muito bem detalhada, e meio grande para uma chave. Grande, dourada e com detalhes avermelhados.

(Você acha que estou carregando tudo isso para ficar saudável?...)

Luna pôde sentir a ferramenta dourada perfurar os entrelaces abrindo caminho para poderem finalmente adentrar-se a casa e refrescar-se com um bom banho frio.

(E sabe de uma coisa? A partir de hoje eu não vou fazer mais comida naquele apartamento!)

“Tão quente... Hoje está tão quente.

“Eu preparei a flor azul só para você.

“Ela me observava do vaso azul

“Nesse calor, será que a flor irá murchar?”

A porta abriu-se e no mesmo momento as janelas, antes fechadas e empoeiradas, abriram-se num só momento iluminando toda a casa fazendo um baque uníssono.

Fato esse que chamou a atenção de todos. Mas, como eram acostumados; e muito bem, obrigado!; não deram muita importância ao fato. Todos passaram pelo portal que limitava o interior da casa ao seu exterior. Por dentro era belamente decorada e os móveis combinavam perfeitamente com o ambiente. Era espaçoso e arejado.

Perfeito para uma temporada de verão.

“É isso. Preciso trocar a água dela.

“Afinal, essa flor é preciosa para você, meu querido.”

- É tão linda... – indagou Hermione sonhadoramente.

- É. Ela tem sido muito bem cuidada, também.

Harry depositou as malas no chão e fez um pequeno alongamento para seus dois ombros. Estavam mais que ardendo. Luna seguiu até a sala e Hermione foi ver os quartos. Rony ajudou Harry a colocar as malas ao pé da escada, que dava para os quartos.

Harry seguiu olhando os móveis, os enfeites... E quando viu, encontrava-se na cozinha. Era muito bem limpa e organizada.

- Nossa, até a cozinha é linda! – disse ele.

Ultimamente, como visto antes anteriormente, Harry estava sempre ligado à cozinha. Havia se especializado mais ainda. Os Dursley’s haviam contribuído para isso. Harry tornara-se um excelente cozinheiro e ninguém reclamava quando este fazia o jantar ou o almoço.

- E... – continuou, num sorriso cansado. – Esta é a primeira coisa que eu vejo, e isso tem algum significado não é?... Mas eu sou o cozinheiro! Eu trouxe todos os ingredientes. E sozinho!

Acenou com a varinha e duas caixas térmicas de isopor vieram ao seu encontro, pairando sob a pia de mármore branco. Estava com as mãos sujas então resolveu lavá-las. Quando começou a executar o movimento horário para a água escorrer da torneira, sentiu o osso de seu pulso deslocar-se.

O negócio estava mais do que emperrado! Além do mais, sabia que no mesmo dia, o pulso ficaria arroxeado. Que dor! ... Mas algo que ele não notara antes chamou a atenção de seus olhos: havia uma flor no final da bancada, recostada à parede.

Era azulada, assim como o pequeno jarro que a mantia. Mas era de um tom azul fortíssimo, que parecia que as folhas eram de mesma cor. Parecia uma flor rara, pois a beleza era tamanha que Harry foi aproximando-se do jarro azul até ver seus olhos verdes no meio de todo aquele “mar”.

Harry levou um susto quando sentiu a água forte da torneira. Mas... ela estava fechada. E não havia usado magia para abri-la ... Mas no segundo seguinte, pôde ver os olhos de Ron acompanhados de seu sorriso.

- Harry, Harry... Pensei que fosse mais forte hein? – brincou o ruivo.

- Ah Ron... – riu Harry, envergonhado. – Eu só segurei! Eu não tentei girá-la.

- Sei... – riu Ron.

- Nossa, ainda bem que estamos perto da praia! – ouviu-se a voz de Hermione.

- Claro! Como é verão, é obrigado a nadar! – agora ouviu-se Luna. – Lembrou-se de trazer o traje de banho, como pedi?

Nesse momento, Harry aproximava-se das duas, lentamente, porém, animado.

- Claro! – disse ela. – Depois me ajuda a esvaziar as minhas coisas?

- Sim, vou num instante.

Dito isso, Hermione subiu com suas coisas acompanhando-a pelo ar. Luna virou-se para Harry com um sorriso nos lábios e piscou.

- Isso é bom, não é?

Harry não disse nada, apenas olhou-a com ar satisfeito, um sorriso vitorioso nos lábios e um símbolo da vitória (ou para muito, o símbolo de “paz e amor”). Ron apenas riu da reação dos outros dois. Sabia o que Harry nutria por Hermione há muito tempo, mas não o ajudava porque ... Bom, nunca pediu ajuda!

“Você finalmente veio.

“Esperei tanto tempo, meu amado.

“Me pergunto se você gostou da flor azul.

“Ficou feliz ao vê-la?

“Então, irá sorrir para mim?”

- Nossa, os quartos também são lindos! – disse Harry ao entrar em seu aposento que era mais que espaçoso, e havia uma cama de casal muito bonita, e a vista dava para o mar!

Jogou a bolsa na cama e foi em direção à pequena varanda. Podia-se ver o mar azul e brilhante. O vento soprou em seus cabelos fazendo ficarem mais bagunçados do que já estavam. O sol brilhava sob a água e o cheiro da maresia era ótimo.

Se bem que, a vista era mais para a mata, porém conseguia-se ver o mar facilmente. Não tão diretamente como podia-se ver no quarto da frente... Isso é, se tivesse algum.

- Ahhhh Hermione! Em traje de banho! Vai ficar mais linda do que já é! – disse ele, sonhador e abobado parecendo uma criancinha. – Será uma oportunidade perfeita para nadar com ela.

Harry foi esticando mais o pescoço e percebeu que não havia mais janelas. Onde deveria haver o quarto mais magnífico da casa, não havia! Era estranho, pois normalmente uma pessoa colocaria um quarto onde pudesse se ter uma linda vista, e esta era a grande oportunidade, porém...

- Alguma coisa... Parece não estar... Certa - disse ele.

- O quê? – disse Ron, dando outro susto em Harry, que quase caiu por cima da grade da pequena varanda. Imagine só: Harry pendurado na varanda, prestes a cair em árvores, arbustos espinhentos e algumas pedras meio pontiagudas.

- O fato de estar no quarto ao lado do meu! – apontou o dedo para o amigo, que o encarava de sua varanda.

- Calma homem. Sei que gostaria que fosse Hermione no meu lugar, mas ... EU TE AMO HARRY!

- Não me venha com gracinhas Ron! – disse Harry num tom raivoso, porém engraçado para quem estivesse olhando.

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