Dumbledore...



- Posso entrar, Milorde? – disse a voz atrás da porta do escritório de Voldemort.

- Entre, Severo – respondeu o Lorde, questionando logo em seguida - o que deseja?

- Bom... - disse Snape, a voz fria como gelo - Gostaria de alguns dias de folga.

- Folga?! Como assim, Severo? Você é meu servo ou o quê? Comportando-se desta maneira, logo estará pedindo férias remuneradas - disse Voldemort em tom de escárnio.

Mesmo ao perceber que o Lorde estava de bom humor, coisa muito rara, Snape se concentrou, reuniu toda a força de seu grande poder de Oclumente e disse:

- É que preciso resolver alguns problemas particulares. Saí de Hogwarts de repente e...

- Hoje tenho revelações da máxima importância para fazer aos meus comensais – disse Voldemort, interrompendo as explicações de Snape. – Mas, como você tem se demonstrado meu servo mais fiel, abrirei uma exceção. Você pode se ausentar da reunião de hoje, mas amanhã quero que esteja aqui. Tenho planos para você e desejo colocá-los em prática o mais rápido possível.

- Obrigado, Milorde. Serei breve, prometo, amanhã estarei aqui a sua disposição. - dizendo isso, Snape saiu rapidamente do escritório.

Quando percebeu já estava fora da Mansão que servia de refúgio para Voldemort e alguns de seus Comensais.No caminho ele refletia a melhor maneira de fazer o que estava planejando. Deveria ir a Hogwarts e entrar no escritório de Dumbledore para pegar uma carta que o diretor havia escrito antes de morrer. Nela estariam as informações necessárias para encontrar a misteriosa mulher que Snape tinha prometido proteger. Como fazer isso ele não sabia. Neste momento ele deveria ser o segundo homem mais procurado pela comunidade bruxa, só perdia para Voldemort.

“Que Merlim me ajude” - pensou Snape.

A uma boa distância da Mansão, Snape olhou para os todos lados para se certificar de que não estava sendo seguido.Vendo que não havia ninguém por perto, ele se transformou em um morcego. Snape era um animago ilegal. Apenas Dumbledore sabia, e ele pretendia manter isso em segredo. Seria mais seguro assim.

Snape vôou até Hogwarts, passou pelos portões encantados e de longe avistou as janelas da sala do Diretor abertas. Ele conseguiria entrar mais fácil do que imaginava. Naquele momento estava se sentindo um homem de sorte, o que no caso de uma pessoa que passou pelos mais diversos tipos de sofrimento e provações era raro.

O morcego entrou voando no escritório, iluminado apenas pelo luar.Lá dentro assumiu novamente sua forma humana. Snape observou a sala que conhecia muito bem, e sentimentos confusos começaram a tomar conta de todo seu ser. Sentia remorso, ódio, vergonha, tristeza, até mesmo saudade. Sabia que não encontraria mais ali, nem em lugar nenhum, a única pessoa que foi capaz de confiar nele. O melhor homem, o bruxo mais poderoso, o mais digno de ocupar aquele escritório e aquele cargo estava morto pelas próprias mãos de Snape. O ex-professor sabia que carregaria aquela morte para o resto da vida, e que nada nem ninguém poderia aliviar essa culpa.

- Demorou mais que esperava, meu caro - disse uma voz familiar que assustou Snape, deixando-o atônito. Não podia ser, o dono daquela voz estava morto, ele mesmo o matou.

Então, depois de alguns segundos naquele transe, Snape percebeu que a voz só poderia vir de um lugar.Virou-se então devagar e se deparou com o retrato do Diretor sorrindo para ele.

- Professor...eu...não entendo... por quê? - Snape estava mais pálido que de costume, não sabia o que dizer, pensar ou fazer, até que foi interrompido pelo retrato de Dumbledore.

- Você tem que ser rápido, Severo, não temos tempo a perder. Abra o armário onde está a penseira e tire-a de lá. Embaixo da pedra há um fundo falso, abra-o e pegue o que tem lá dentro.

Snape fez o que o diretor mandou e retirou do fundo falso uma pesada caixa retangular.

- O que é isso? -ele perguntou com a caixa na mão.

- Isso ajudará a cumprir a promessa. Mas como você descobrirá aos poucos, infelizmente não poderei te ajudar muito. Já tem alguma pista da garota?

- Não, Alvo, nem sei por onde começar.

- Você conseguirá, meu caro. Apenas tenha paciência, faça tudo com calma e logo vai encontrá-la.Depois, é só protegê-la. Você é o único capaz de realizar essa tarefa. Não se preocupe, vai dar tudo certo. Agora vá, Severo, deve levar a caixa e a Penseira, por isso não poderá se transformar em morcego e deverá ser mais cauteloso para sair sem ser visto.

- Tomarei cuidado, conheço bem o Castelo. Mas, antes de ir, me diga pelo menos o nome dela.

Dumbledore sorriu e respondeu:

- Júlia.A doce Júlia é quem deve proteger. Agora vá!

Snape saiu cautelosamente, carregando os pesados objetos. Desceu a escada em espiral e logo estava do lado de fora da gárgula que guarda a entrada do escritório de Dumbledore. Ele continuou caminhando pelos corredores escuros do Castelo com todo o cuidado. Por um instante teve vontade de descer e rever sua masmorra, onde vivera por quase quinze anos, mas resistiu à tentação e retomou seu caminho até ser interrompido pelos gritos de um cavaleiro maluco:

- PARE E LUTE, SEU CÃO SARNENTO! - berrou o retrato de Sir Cadogan, que empunhava sua espada e apontava para Snape.

- Ah, cale a boca, seu idiota – disse Snape, irritado.

O cavaleiro fitou o homem por uns instantes e de repente começou a gritar:

- ASSASINO! ASSASINO SOLTO NO CASTELO!

Os brados ecoaram por todo o corredor, acordando outros retratos que também se punham a gritar.

Ao perceber o que estava acontecendo, Snape correu feito um louco, sem olhar para trás.Quando se deu conta, estava entrando cada vez mais na Floresta Proibida. Ele parou e se encostou a uma árvore, já sem fôlego para continuar. Observou a sua volta, e percebeu que não conhecia aquela parte da Floresta.Alguns passos a sua frente havia uma gruta, para onde ele caminhou e adentrou.

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