Férias Na França
Capítulo 11
Férias Na França
'I'm not even sure
If there is anyone who is in the sun.'
A semana seguinte passou rapidamente. Os murmúrios pareciam aumentar a cada dia que passava. Ninguém mais conseguia esperar pelas Férias de Natal. Não sei por que, mas tinha a sensação de que aquelas seriam as melhores férias da minha vida.
Era Sexta-feira. O clima parecia bastante excitante. Estávamos voltando para a Estação de King’s Cross. Eu, Harry, Hermione e Rony nos sentamos em uma cabine vazia. A única pessoa diferente que havia abandonado os amigos desta vez, era Cedrico. Sentou-se na mesma cabine que nós. E começamos um animado discurso sobre as férias, onde cada um tentava descobrir o que os aguardava na França. E eu nada revelei, é claro.
Chegamos à estação. Estava voltando para casa, finalmente. Rony despediu-se de nós e seguiu o resto da família Weasley com o olhar triste.
- Mel? Posso te perguntar uma coisa? – perguntou Harry.
- Claro.
- Como é que nós vamos?
- De avião, é claro! Um amigo de meu pai vai nos pegar aqui, e vai nos levar até o aeroporto!
- Ah ta... Entendi... então quando chegarmos na França, iremos caminhar um pouco, lógico porque a sua casa não deve ser muito longe do aeroporto e ... – Harry começou um discurso que arrancou algumas risadinhas de Hermione e Cedrico. Mas esse fato não foi percebido pelo próprio Harry, mas sim por mim.
- Não, Harry! Não é perto! É muito longe!
- Então...
- O meu motorista vai nos pegar no aeroporto e nos levar para casa!
De repente, a mesma expressão no rosto de todos. Harry, Hermione e Cedrico ficaram pasmos ao ouvirem a palavra motorista.
- Ah, vamos lá, gente! Thomas, amigo do meu pai, já está aqui! Vamos?
Os três caminharam atrás de mim ainda com expressões duvidosas.
Cumprimentei Thomas carinhosamente, seguida por Harry, Hermione e Cedrico. Entramos no carro e em cerca de 10 minutos, chegamos ao nosso destino.
Passamos por uma série de processos no aeroporto e finalmente entramos no avião. Hermione parecia maravilhada com a altura a que viajávamos. Apesar dos gritinhos de excitação dela, não fora uma viagem longa.
Ao pisar no chão do aeroporto, me senti em casa. Estava de volta. Sam, meu motorista, já estava nos esperando, perto do encerado carro preto.
- Como vai, Srta. Bittencourt? – perguntou Sam.
- Muito bem, Sam, e já disse que o Srta. não é necessário! Fico muito feliz em te ver!
- Digo o mesmo! – respondeu Sam.
Sam nos levou até a minha casa. Era bem longe, como dissera a Harry, e este, encostado sobre a janela do carro, observava os mínimos detalhes. Ou talvez nem estivesse prestando atenção nesses. Morava em Paris.
- Por que você não me disse que morava em Paris? – perguntou Hermione maravilhada.
- Porque não teria graça! – respondi.
Já estava escuro. Uma noite linda. E é do conhecimento de todos que Paris fica ainda mais linda à noite. Luzes brilhavam intensamente para iluminar a cidade.
Chegamos às 22h36min. Era uma casa grande. Tinha dois andares e um jardim muito bonito, enfeitado com pedras brancas, que faziam caminho até a porta. Sentia saudade. Saudade de um tempo que nunca mais voltaria. Fazia tempo que não me sentia em casa. Deixei os três boquiabertos quando abri a porta.
Tinha um pequeno saguão de entrada, no que dava em uma escada de 15 degraus. Ao lado direito, um lavabo e a sala de visitas. Do lado esquerdo, a sala de TV e a cozinha. Depois a mesa de jantar, e mais uma sala com uma grande lareira com pedras de mármore. O quintal era a coisa mais absurda. Enorme. Quase um campo de Quadribol. E ainda contava com uma piscina. A água, como sempre, límpida e fria.
- Que foi, gente? Você querem, por acaso, dormir aí fora? – perguntei observando a cara de espanto dos três.
Sem pestanejar e parecendo acordar de um sonho muito confuso, eles me acompanharam. Entramos e logo veio ao nosso encontro Maria, a governanta. Era uma gordinha engraçada. E adorou me ver novamente.
- Ah, Mel! Que bom te ver, querida! – cumprimentou Maria dando-me um abraço apertado – E você? – passou a me observar e eu tinha a leve impressão que a qualquer momento ela poderia deixar escapar um ‘como você cresceu!’ - Melhorou?
- É, acho que sim, Maria! Não vou esconder que a morte dos meus pais e alguns acontecimentos em Hogwarts ainda estão presos à minha cabeça.
Apresentei Harry, Hermione e Cedrico para Maria. Ficou encantada com Cedrico, que pareceu ligeiramente envergonhado, o que virou motivo de piadinhas em seguida. Depois de mostrar o andar térreo para os três, resolvi subir.
Subi degrau por degrau. 15 no total. Os três atrás de mim não conseguiam conter a excitação, principalmente Hermione. O andar de cima era ainda maior. Tinha cinco quartos, com suítes, duas salas de TV e um imenso corredor que parecia não ter fim. Um quarto para o computador, e para o rádio que tinha uma coleção interminável de CD’s e DVD’s. Alta tecnologia.
Mostrei o primeiro quarto para Harry. O segundo, para Cedrico, e o terceiro seria ocupado por Hermione. Ficaria no meu antigo quarto, que possuía, assim como os outros, closet, banheira de hidromassagem, TV e cama de casal.
Logo o cansaço tomou conta de mim. Tomei um banho e chamei Harry, Cedrico e Hermione para comer alguma coisa. Os três ainda não tinham descido, então resolvi fazer isso sozinha e esperá-los lá em baixo.
Desci as escadas lentamente e parei no último degrau. Passei os olhos pela casa toda. Lembrei de meus pais. Passávamos os domingos juntos. Quando meu pai não trabalhava, gostava de sentar na poltrona e ficar vendo TV ou lendo jornal. Já minha mãe, se interessava pelas novelas e gostava muito de costurar. Parecia ver a imagem deles ali, nítida, cada um ocupando seu devido lugar. Uma lágrima rolou pelo meu rosto.
- Mel? – chamou.
Harry, Hermione e Cedrico estavam parados no patamar da escada.
Enxuguei rapidamente o rosto e olhei para eles. Cedrico desceu antes, deixando os outros dois ainda parados.
- Você estava chorando? – perguntou Cedrico, ao parar no mesmo degrau que eu.
- Não...
- Não minta! O que aconteceu, Mel?
- Não, juro que não é nada... – respondi – Vamos jantar?
Nós quatro seguimos para a cozinha e sentamos na grande mesa de mármore que havia lá. Era uma cozinha linda. Em minhas férias costumava passar o tempo conversando com Maria. Era um lugar espaçoso e claro...
- Agora, eu pago pra ver se vocês já viram uma comida melhor do que a dela! – afirmei sorrindo para Maria.
- Ah, que isso Mel? Pára com isso! – falou a governanta um pouco corada.
- Eu estou falando sério! Não existe pessoa no mundo que possa cozinhar como você! Vocês vão ver só!
Comemos lasanha. Isso porque já passava das onze da noite! Mas eu não pretendia dormir tão cedo. Tinha algumas coisas a fazer ainda. Como previa, a lasanha estava deslumbrante. Harry parecia que ia desmaiar de tanto comer. Depois, a sobremesa, sorvete de creme com calda de chocolate.
- Eu nunca tinha comido lasanha na minha vida! Isso é um pecado! – afirmou Harry enquanto comia desesperadamente o seu sorvete, como se a qualquer momento ele fosse desaparecer, assim como em Hogwarts – Você tinha razão, Mel! Nem a mãe do Rony cozinha bem assim! Mas não vai contar pra ele, por que ele vai ficar chateado!
- Isso é verdade! – afirmou Hermione.
- Mas, Mel, vocês vão a algum lugar hoje? – perguntou Maria.
- Não, acho que hoje não! Mas, amanhã e o resto dos dias nós vamos!
- Ah é, é? E onde você pretende leva-los? – perguntou Maria parecendo interessadíssima em mostrar Paris a Cedrico.
- Bom, amanhã, nós vamos dar umas voltas por Paris, e à noite, vamos a uma festa! Depois, nos outros dias, vamos a Toulose, Marselha, onde teremos a festa em homenagem a meu pai, no castelo, e por último, vamos a Estrasburgo!
- Não entendi uma palavra do que você falou! – afirmou Harry.
- Harry, Toulose, Marselha e Estrasburgo são cidades da França!
- Ah ta... Entendi! Mas Mel, que história é essa de festa?
- Ahhh, eu não posso privar vocês de uma festa francesa, ou ficarei desiludida com isso! Amanhã, aqui, tem uma das melhores festas do ano, e certamente nós não perderemos! Depois, nós vamos para as outras cidades, e vamos nos divertir!
- Ah, festa é? – falou Hermione, parecendo meio desapontada..
- É por quê? – perguntou Harry
- Ah, nada! – respondeu Hermione.
- Então, gente! Vocês querem ver algum filme?
- Filme? – perguntou Harry.
- É... Sei lá! A gente pega um filme pra ver, comendo pipoca, ou vocês estão com sono?
- Eu topo! – falou Cedrico.
- Ah, eu estou com um pouco com sono, mas eu topo sim! – falou Hermione.
- Ah, eu não vou boiar! Também quero! – afirmou Harry.
- Ta, então, vou falar para o Sam nos levar até a locadora! – disse.
- Mas, espera um pouco! – falou Cedrico – Pra quê você quer ir à locadora se você tem uma coleção completa na sua própria casa?
- O quê? Eu não vou ver filmes que eu já vi! Aliás, já estão todos ultrapassados! – manifestei.
- Ultrapassados? – perguntou Hermione parecendo surpresa – Mas eu acabei de ver lá um filme que lançou semana passada...!
- Galera relaxa! Vai por mim! Vocês não vão querer perder isso!
Subimos para nos aprontar, e fomos com Sam até a locadora. No caminho fomos discutindo que gênero iríamos pegar. Harry ainda tentava entender o que era um filme. Hermione e eu queríamos algo romântico, e Cedrico optava por um de terror.
- Ah, Ced! Eu não sou muito fã desse tipo de filme! – falei dando risada.
- Ah, você tem medo isso sim! – ele pareceu se divertir com a descoberta.
- Ah, gente, vamos pegar um romance! – pediu Hermione.
- Será que dá pra alguém me explicar o que seria isso? – perguntou Harry parecendo desesperado.
- Harry! Você morava com seus tios! Não é possível que não saiba o que é um filme! – falou Hermione.
- É... se eu não fosse proibido de sair do meu quarto ou não tivesse passado boa parte da vida trancado em um armário de vassouras... – falou Harry.
- O.k.! Harry, não se preocupe, é que não dá pra explicar o que é um filme... Logo, logo, você vai descobrir! Mas eu continuo achando que o melhor é o de romance! – falei.
- Eu também acho! – afirmou Hermione.
- Eu discordo! – falou Cedrico – Não que um filme de romance não seja legal, mas um de terror é muito melhor!
- Eu não acho nada! – falou Harry que já tinha desistido de perguntar.
- O.k. vamos fazer o seguinte! Nós temos dois dias aqui em Paris, ou seja, duas noites, então, a gente pega um de romance, e um de terror! Assim a gente assiste um em cada dia!
- Ah por mim tanto faz, pode ser... Porque eu já vi que não dá para discutir com o Cedrico! – afirmou Hermione.
- Ah, Ced, e se eu ficar com medo, eu não vou te deixar dormir! – falei.
- Combinado!
Entramos na locadora, que Graças a Deus era 24h, e fomos para a seção de DVD’s. Harry pareceu começar a entender a situação, quando Cedrico o chamou para escolher o filme de terror. Eu e Hermione nos deliciamos na seção de romances. Por fim, escolhemos. (A escolha de Cedrico, a capa era de preocupar qualquer um). Voltamos discutindo que filme iríamos assistir naquele dia. Já não agüentava mais Harry e Cedrico falando. Dei-me por vencida. Hermione também fez o mesmo quando percebeu que iria perder. Subi para o quarto, coloquei um livro dentro de uma gaveta e tranquei-a. Desci tão animada que quase caí na escada. Cedrico riu de mim.
Harry, Hermione e Cedrico foram direto para a sala de TV, enquanto eu fui falar para Maria providenciar a pipoca. Voltei, pensando que eles já tinham colocado o filme, mas me enganei. Harry e Cedrico faziam “montinho” em Hermione, e pareciam animadíssimos, enquanto ela gritava por ajuda. Quando vi a situação, não agüentei e ri.
Voltei para a cozinha, para pegar a pipoca, enquanto Hermione, parecendo meio atordoada, colocava o filme. Deixei a pipoca com eles e subi para buscar uma blusa. Fazia frio. Voltei. A sala era espaçosa. Tinha dois sofás compridos. Em um, deitei e apoiei a cabeça na perna de Cedrico. Ele achou o cúmulo o meu comportamento, mas eu usei das minhas chantagens e ele acabou aceitando. Enquanto isso, sentados no outro sofá, estavam Harry e Hermione, petrificados.
Tinha razão. O filme era horrível e até Cedrico parecera convencido que aquela não fora uma boa escolha. Fizemos a maior zona e Hermione estava tão cansada que não percebeu a bagunça e acabou dormindo no colo de Harry.
- Harry acho melhor levar a Hermione lá pra cima! – falei – Você consegue?
- Claro! Por acaso você está duvidando da minha força? Está pensando o quê? – respondeu Harry rindo e pegando Hermione no colo.
- Não, estou falando isso porque tem que subir quinze degraus, e eu sei que isso não é fácil!
- Não, pode deixar que eu levo ela!
- Depois, pode ir descansar que eu termino de arrumar aqui, o.k.?
- Você tem certeza?
- Tenho. – Harry parecia exausto.
Harry saiu da sala, e começou a subir lentamente os degraus.
- Mel! – chamou Ced.
- Oi!
- Você está bem?
- Estou, por quê? – respondi, parando abruptamente o que eu fazia.
- Não, você não está! É por causa do Wood?
- Não... Não tem nada a ver com ele! – sorri, mas este logo desapareceu – Na verdade, eu não acho que vir pra cá tenha sido uma boa idéia, sabe? Me trás muitas lembranças! – desabafei.
- Olha você não pediu pra eu te prometer uma coisa?
- Pedi.
- Então. Essas vão ser as melhores férias de Natal que a gente já teve! Vamos aproveitar! Promete que vai tentar? – perguntou Cedrico.
- Prometo.
- Então vem cá...
Não disse mais nada. Apenas me abraçou. Ficamos assim por uns 20 minutos. Era bom ficar assim. Gostava demais de Cedrico. Era uma pessoa especial pra mim. Uma das raras que conseguia me entender. Ainda abraçados, ele se afastou um pouco para poder ver meu rosto. Viu que lágrimas haviam saltado descontrolada e silenciosamente do meu rosto.
- Melhor? – perguntou compreensivamente.
- Sim... – suspirei.
Ele deu um beijo em minha bochecha e apoiou novamente a minha cabeça sobre o seu peito.
- Ced? – chamei.
- Sim?
- Desculpe pela camisa... – uma voz fraca e quase inauditível saiu da minha boca.
Ele sorriu e senti seus músculos se contraírem.
Eram 3hs da manhã, quando nos despedimos e fomos dormir. Estava cansada. Meu corpo pedia uma cama.
Estava caminhando por um corredor. Era o corredor do segundo andar de Hogwarts. Passei pelo banheiro da Murta Que Geme que, para variar, estava inundado. Só que desta vez, de sangue. Entrei cautelosamente, e percebi que havia um corpo ali. Estava reencostado na pia. Cheguei mais perto e... Era Hermione! Hermione estava morta! Não, não podia ser. Não havia sido morta há muito tempo, pois o sangue ainda escorria. Tinha vários cortes no corpo. Sectumsempra com certeza. Mas como poderia morrer? Cheguei bem perto, e balancei Hermione, para ver algum sinal vital. Nenhum. Estava morta. Um grito abafado saiu da minha garganta.
- Não! – acordei assustada.
Estava suando. Ainda ocupava a minha cama. Não conseguiria dormir outra vez, então me troquei, passei pelo quarto de Hermione para ter certeza de que nada acontecera. Ela continuava dormindo tranqüilamente, parecia até estar sonhando com alguma coisa boa. Estava sorrindo.
Cedrico foi o primeiro a acordar aquele dia, depois de mim. Hermione, ao contrário, demorou muito e acabou acordando só para o almoço. À tarde, saímos pelas ruas de Paris para fazermos algumas comprinhas.
- Ei, vocês já sabem que roupa vão à festa em Marselha? – perguntei para os três.
- Eu não vou! – falou Hermione.
- Não vai por quê? – perguntei, incrédula.
- Não tenho roupa!
- Não seja por isso! Enquanto Harry e Cedrico, vão até aquela loja ali – e apontei para um pequena loja de paredes cor pêssego – E experimente vestes a rigor! Já encontro com vocês! – falei.
Peguei Hermione pelo braço e entrei com ela na loja à nossa frente. Compramos um vestido. Ela ficou abismada com o preço, mas deixei pra lá, afinal, era um presente para ela.
Paguei os ternos dos garotos, e voltamos para casa. Assistimos ao filme de romance, e desta vez quem dormiu foi Harry. E depois, fomos para uma festa. Um lugar maravilhoso, lotado e com música excelente. Harry, Hermione e Cedrico pareceram estar realmente se adaptando à vida na França. Voltamos para casa eram mais de 4hs.
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