Ameaças E Mortes



Capítulo 9
Ameaças e Mortes

'Lágrimas escorrem pelo seu rosto quando você perde algo que não pode substituir.
Lágrimas escorrem pelo seu rosto quando você ama alguém, mas não dá certo.
Poderia ser pior?'


Passei a manhã toda trancada no banheiro. Vomitei até não ter mais o que por pra fora.
Cambaleei um pouco meu corpo pelo banheiro. Estava difícil de andar. Meu coração batia rapidamente.
Precisava de alguém. Neste momento a porta do banheiro se abriu e Melanie Addam parou frente à mim.
- Ah, que coincidência, não? Você por aqui, francesa?
- O que você quer? – perguntei.
- Apenas te dar um aviso! Toma cuidado comigo garota! Que eu não estou brincando!
- Isto é uma ameaça?
- Não, apenas um aviso!
- Ah, sim, e se eu não cumprir este aviso?
- Você estará brincando com fogo! E uma hora quem vai se queimar é você!
- Vamos ver... Você nem me conhece! Eu posso parecer idiota, mas sou mais perigosa que você, acredite! – provoquei.
Estávamos no banheiro da Murta Que Geme.
- SECTUMSEMPRA! – gritou Melanie.
Ela me pegara de surpresa. Não consegui me proteger.
- Mais perigosa, é? Vamos ver...
Ela saíra do banheiro. Meu corpo inteiro sangrava. Cortes profundos foram feitos, e a dor era intensa. Murta para ajudar começou a abrir todas as torneiras existentes no banheiro. Em segundos, meu corpo estava todinho molhado. A água batia mais ou menos na canela de alguém que estivesse em pé. Não era o meu caso.
Quanto mais tentava me levantar, o fluxo de sangue parecia aumentar.
Consegui me apoiar em uma das pias, e com a ajuda de minha varinha, fechei os cortes, e consegui ficar em pé. Minha roupa estava molhada de sangue. Uma coisa horrorosa. Corri pelo corredor vazio, a procura da garota. Aquilo não podia ficar assim. Não mesmo.
- Mel! Ei, Mel! O que aconteceu? – era Olívio Wood.
- Nada. – fui curta e grossa.
- O que aconteceu que você não fala mais comigo?
- Porque você fez uma coisa errada, e eu me decepcionei muito com você! Afinal, como é que você tem a cara de pau de vir falar comigo?
- Calma, o que é que eu fiz?
- O que é que você fez? VOCÊ DEVE SABER, AFINAL FOI VOCÊ QUEM FEZ!
- Do que é que você está falando?
- SOBRE VOCÊ TER PEDIDO PARA FICAR COM A CHO!
- Eu, Mel, eu... Nem sei o que dizer! – falou Olívio com uma triste expressão.
- Pois não diga! Não esperaria uma coisa dessas de você! Estou decepcionada!
- Mas você não gosta mais de mim?
- O QUÊ? DEPOIS DE TUDO QUE VOCÊ FEZ, VOCÊ AINDA ESPERA QUE EU GOSTE DE VOCÊ? POIS SAIBA QUE NÃO! EU NÃO GOSTO MAIS DE VOCÊ! – estava alterada – E quer saber? Dá licença que eu tenho mais o que fazer!
Saí de cara amarrada. Ainda queria encontrar com aquela idiota da Melanie. Ela me paga. Ah se paga! Como aquela garota era covarde! Apronta e depois foge?
Desci correndo até o Salão Principal. Entrei que nem louca e meus olhos pararam sobre a mesa da Sonserina. Melanie estava lá. Ela me encarou e deu um sorriso. Cochichou alguma coisa com Malfoy e olhou para mim.
Sentei-me ao lado de Harry.
- Ei, o que aconteceu? – perguntou Harry.
- Por quê? – estava fuzilando Melanie.
- Com a sua roupa!
- Ah, Melanie Addam!
- O quê? A namorada do Malfoy? – perguntou Harry me encarando.
- É, a própria! Eu tava passando mal no banheiro da Murta, depois ela foi lá e lançou um feitiço contra mim! – contei.
- Que feitiço?
- Sectumsempra!
- Sec o quê?
- Ah, pelo visto você não prestou atenção na aula de DCAT hoje não é? O feitiço que provoca cortes, lembra?
- Ah, lembro! Mas é ilegal usá-lo!
- Diz isso pra Melanie, não pra mim! Aquela imbecil! Ela me paga!
Voltei ao dormitório sob muitos olhares, para trocar de roupa.
Depois, desci pelo corredor do 2º andar. Onde encontrei Malfoy e Melanie dando o maior amasso. Era ridículo de ver. Quer dizer, era mais pornografia do que qualquer outra coisa. Os dois estavam encostados na parede, e não paravam de se beijar. Ops desculpe, Malfoy estava quase engolindo Melanie, mas tudo bem. A minha vontade era de pular no pescoço dela e arrancar os seus cabelos, mas aproveitei que nenhum dos dois tinha reparado que eu estava ali. Continuei andando, mais rápido agora.
Passei pelo saguão de entrada, onde Pirraça estava. Passei direto, e não reparei em nada. Pronto. Pirraça acabara de jogar uma bomba d’água em minha cabeça. Xinguei muito e voltei para o dormitório outra vez. Passei outra vez pelo corredor do 2º andar, pensando que Malfoy e Melanie já haviam saído de lá. Mas, ao passar pela porta de uma sala, ouvi duas pessoas conversando.
- Isso pode acabar dando errado! – era a voz de Malfoy.
- Pára de ser covarde! – era Melanie quem estava falando – Se não vai dar tudo errado! Você tem que fazer tudo o que a gente combinou!
- Mas...
- Mas nada, Malfoy! Escuta uma coisa! Você tem que tomar cuidado com algumas pessoas! E outra coisa! Aqueles seus dois vermes incapacitados, não prestam pra nada! Eles são mais covardes do que você!
- Ei, também não precisa ofender! – falou Malfoy.
- Você sabe exatamente o que fazer, e não vai amarelar, hein? Se não o senhor vai ter que se ver comigo! Agora, vamos sair daqui, vamos para a aula antes que alguém escute!
Saí correndo para a Torre da Grifinória. O que será que Melanie e Malfoy planejavam? Coisa boa não deveria ser. O que é que Melanie quer que Malfoy faça, que ele não quer fazer?
Troquei de roupa mais uma vez e voltei, ainda questionando, para a aula de Transfiguração.
Narrei a Harry, Rony e Hermione o que havia acontecido.
- O que você acha que eles vão fazer? – perguntou Harry.
- Ah, gente! Vocês sabem como o Malfoy é... – falou Rony.
- Rony, nós sabemos como o Malfoy é, mas não sabemos como a Melanie é! – respondeu Hermione.
- Garanto a vocês que coisa boa ela não é, por que já tentou várias coisas contra mim! – respondi – Desde que ela virou namorada do Malfoy, fica me encarando! Ela tem alguma coisa contra mim. E vai tentar alcançar os seus objetivos!
- Mas, ela sabe que você é muito poderosa e inteligente! – falou Harry.
- Mas, às vezes, a maldade pode ser pior! Vocês não sabem do que ela é capaz! – respondi.
- Chega de conversa aí no fundo? – chamou a professora.
Ficamos em silêncio, cada mente trabalhando assiduamente sobre o que Malfoy iria aprontar junto com Melanie. Exceto Rony, que não cansava de observar Hermione.
Não estava afim de prestar atenção em nenhuma aula. Estava cansada. Parecia não estar conseguindo sustentar o corpo. Deveria ser por que passara mal naquela manhã.
Naquele dia haveria treino de Quadribol. Não estava nem um pouco a fim de encontrar com Wood.
Também não tinha esquecido o que a querida Melanie havia feito. Eu posso parecer uma santa, mas eu sei fazer os outros pagarem pelo que fizeram. Vou descobrir qual é o plano desta garota e o que ela tem contra mim.
Saí da aula de Transfiguração, caminhei lentamente, quase parando, pelo corredor. Estava tão desligada que esbarrei em alguém.
- Mel? – chamou o garoto em que acabara de esbarrar.
Olhei para ver quem era.
- Ah, Ced! É você? Nem tinha te visto!
- Percebi... – Cedrico deu uma risadinha – Você está indo pro Salão Principal?
- Sim, estou!
- Ah então eu vou junto com você!
- Beleza.
Caminhamos um pouco em silêncio.
- E aí, Mel, o que me conta?
- Eu? Difícil... Nada! E você?
- Também nada.
Ficamos discutindo sobre Quadribol o caminho inteiro até chegar ao Salão. Depois Cedrico foi conversar com seus amigos.
Neste exato momento, Rony acabara de passar na minha frente.
- Ei, Rony!
- Fala! – tinha um ar desanimado.
- Cadê a Mione?
- Está tirando algumas dúvidas com a McGonagall!
- E o Harry?
- Foi falar com o Wood sobre Quadribol!
- Ah tá... Ah Rony! Quero te fazer um convite!
- Convite?
- É... Onde você vai passar as férias de Natal?
- Vou para a Austrália! Por quê?
- Ah, porque eu ia te convidar para ir comigo, com a Mione e com o Harry para a França! Na minha casa!
- O quê? Pra França?
- É! Vê com a sua mãe...
- Tá pode deixar Mel! Ah obrigada, viu?
- Ah de nada...
Sentei-me sozinha na mesa. Comecei a comer lentamente.
- Ei, pessoal! Vocês já souberam? – chegou Dino falando para a mesa da Grifinória inteira.
- Do que? – perguntaram Hermione e Harry ao chegarem.
- Crabbe morreu! – contou Dino.
Afoguei com o suco.
- O que você tá dizendo? – perguntei levantando.
- É Crabbe foi encontrado morto no corredor do segundo andar!
- Como isso aconteceu? Quem fez isso? – precisava de respostas.
- Ninguém sabe... Mas se foi provocado propositadamente, a pessoa deve ser muito inteligente!
- Por quê? – perguntou Harry.
- Por que praticou um feitiço que não deixa marcas!
Sentei-me outra vez.
- Avada Kedavra... – sussurrei baixinho.
Neste momento, Melanie acabara de chegar ao Salão. Tinha uma expressão estranha. Parecia ter vontade de rir, mas ao mesmo tempo demonstrava certa preocupação. Meus olhos se encontraram com os dela. A expressão de preocupação pareceu aumentar.
Então me lembrei de quando ouvi Melanie conversar com Malfoy, no corredor do segundo andar.
“Aqueles seus dois vermes incapacitados, não prestam pra nada! Eles são mais covardes do que você!”
Será que as minhas suspeitas estavam certas? Então Melanie havia matado Crabbe? Mas por que mataria Crabbe e não mataria Goyle? Talvez Goyle servisse para alguma coisa. Não. Ouvi Melanie dizer que nenhum dos dois prestava. Então, isso significa que...
- Mel?
- Hã?
- Mel!
- Quê?
Era Harry.
- O que foi? – perguntou ele.
- Nada estava só pensando...
- Ah, OK! Mas a aula de Herbologia é em 5 minutos! – avisou Harry.
Quando levantei, Melanie levantou junto. Ela estava com os cabelos presos em um rabo-de-cavalo. Quando ela virou para dar um beijo em Draco, que parecia estar em choque com a morte do amigo, vi algo em seu pescoço. Demorei mais para sair da mesa, fingindo que conversava com Hermione.
Deixei Melanie sair primeiro. Ela caminhava rapidamente como se tivesse pressa. Fui um pouco mais perto para saber o que havia no pescoço dela. Parei. Não. Ela não podia ter aquilo. Vi Melanie se distanciar bastante.
Melanie tinha uma tatuagem no pescoço. Uma tatuagem de cobra.
Aquilo era proibido em Hogwarts. Desci os gramados em direção as estufas.
Perdi completamente a explicação da professora Sprout. Tinha que pensar.
Por que a morte de Crabbe? Por que a tatuagem? Melanie pedira a Malfoy para não amarelar. O que será que ela iria aprontar? O idiota do Malfoy não deve saber que a namorada dele é uma assassina.
Bom. Teria de guardar todas as suspeitas para mim. Não poderia dizer a ninguém. Nem a Harry.
Teria de vigiar Melanie freqüentemente. Antes do término da aula, Cátia entrou correndo na estufa.
- O que houve Srta., Bell? – perguntou Sprout.
- Professora! O professor Dumbledore mandou chamar a Senhora! Outro menino da Sonserina foi encontrado morto na floresta!
- Outro aluno? – perguntou a professora, já tirando o avental – Quem?
- Goyle! Amigo de Crabbe! O menino morto hoje na hora do almoço!
Pamona Sprout saiu correndo da sala. Todos os alunos saíram das estufas.
Como eu não previra, Melanie tinha agido rápido demais. Se matara Crabbe e Goyle, quem seria o próximo?
As perguntas se formavam na minha cabeça.

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