Um Feitíço para Draco Malfoy
– “Depois disso, quero que se afaste de mim.”. Grr... Garota irritante! – dissera Draco Malfoy para si próprio, enquanto esperava pela castanha na sua sala da monitoria-chefe.
Logo sua frustração passara ao baterem na porta, dando lugar para uma terrível onda de batimentos no peito.
– Entra. – dissera ele tentando manter a voz confiante.
Hermione aparecera com um roupão por cima de seu pijama e com uma óbvia cara de sono, o que fez Draco sorrir ligeiramente. Ela jogara a mochila cheia de coisas no sofá tentando não mirar aquela mesa da monitoria onde haviam se agarrado semanas atrás.
– Espero que tenha consciência do tamanho do perigo que estou correndo agora que não sou mais monitora-chefe. – disse ela, forrando o chão com uma canga redonda e roxa e arrumando os objetos mágicos em cima dela.
Draco se sentara no chão de frente para ela e começara a acender as velas com apenas um movimento dos dedos sobre os pavios.
– Qualquer coisa eu digo que te coloquei em detenção.
– Ah claro, disso não vão mesmo poder desconfiar. – dissera a castanha, abrindo o livro de feitiços furtado da Sessão Reservada por ela. Draco rira. – Se descobrirem que estou com esse livro eu... Ah, não quero nem pensar. Decorou o feitiço?
– Sim, que bom que é em rúnico, estava com medo de decorar algum texto em latim.
– Mas os feitiços usados pelos Comensais não são em latim? – perguntara a castanha, enquanto preenchia o mini caldeirão com os ingredientes.
– Não. Na maioria das vezes são em Blankfads, a língua negra. Latim não é mais usado desde que Merlin purificou a língua. É claro que ainda podemos usar para alguma coisa caso... – então Draco parara de falar, vendo que caíra na armadilha da castanha, da qual o fazia admitir ser um Comensal. A castanha o olhara sarcasticamente e ele apenas engasgara mudando de assunto. – Então, trouxa o pêlo de unicórnio? É essencial.
– Claro. – dissera a castanha olhando de forma vitoriosa pelo desespero dele. – Hagrid tem um estoque cheio. – disse ela mostrando o frasco com o pêlo e jogando-o no caldeirão. – E a escama de Basilisco? – Draco mostrara também um frasco e sorrira vitorioso também.
– Snape tem um estoque cheio.
– Qual é a data específica?
– Hoje, daqui a 10 anos talvez. – ele dissera. A castanha anotara a data num pedaço de pergaminho e jogara-o dentro do caldeirão, que entrou em chamas por alguns segundos e depois começou a produzir uma fumaça azulada.
– Me diga novamente o porquê de estarmos fazendo isso? – pedira Hermione contrariada.
– Tenho que descobrir algumas coisas, no ramo dos Comensais.
– Quer descobrir que lado vai ganhar a Guerra?
– Quero descobrir quem sobrevive de cada lado. – disse ele sombrio.
– O feitiço só vai funcionar por três horas.
– Por que só três horas? – perguntara o loiro chateado.
– Porque eu só estou no sexto ano, Draco. E esse feitiço é para nível superior. Três horas é tudo o que minha mente mágica consegue produzir por enquanto. – o loiro resmungara qualquer coisa terminando de mexer no caldeirão. – Tem certeza que quer fazer isso? Podemos nem estar vivos daqui a 10 anos. – dissera ela encarando-o seriamente. Ele rira de lado.
– Está com medo? – ela suspirara em deboche e fechara os olhos.
Draco fizera o mesmo, ambos deram as mãos em volta do caldeirão. Tentando se concentrarem no feitiço e não no toque de suas mãos. Draco ainda espiara a castanha com um olho só, vendo que ela permanecia concentrada.
– Concentre-se, Malfoy. – dissera ela, ainda de olhos fechados.
Draco fechara o olho rapidamente e começara a se concentrar. Ambos começaram a dizer as palavras mágicas em rúnico, o que repetiam cada vez de forma mais rápida e mais intensa, até que sentiram o chão se abrir e caíram no vazio de forma violenta e logo serem sugados para qualquer outro lugar. A tontura os fez desmaiar, como se batessem a cabeça em algo pesado.
Apesar da grande pancada na cabeça, Draco antes mesmo de abrir os olhos sentia-se tão bem como nunca sentira-se na vida. Seu rosto estava repousado sobre algo obviamente macio e sentia um leve frio nas costas nuas. Tinha preguiça de abrir os olhos, sentira um leve perfume perto de si e afogara o rosto em sua fonte. Abriu de leve os olhos e viu que afogava o rosto em longos cachos castanhos.
Percebera que estava abraçado a um corpo que dormia tão folgadamente quanto ele. Ela estava de costas de modo que Draco a prendia pela cintura. A coberta de qualquer jeito jogada sobre eles o cobria da cintura pra baixo, e a mulher a prendia de qualquer jeito no corpo, deixando as costas nuas à mostra, como um vestido frente-única.
Draco mal conseguia raciocinar direito, tinha noção de que já devia estar no futuro e que devia começar sua busca e descobrir exatamente onde estava e se aquela mulher se tratava mesmo de quem seu coração ansiosamente desconfiava, mas não conseguia se distrair para longe daquele corpo. Mirava cautelosamente cada detalhe daquelas costas nuas, como uma pinta atrás do ombro direito.
Hermione despertara aos poucos também com um imenso conforto como nunca sentira na vida, não queria sair dali para começar a identificar onde estava. Queria apenas continuar deitada naquela cama, afundada naquele sono maravilhoso. Foi quando percebera um braço masculino que a prendia firmemente pela cintura como uma cinta. Percebera também que fora aquele lençol que prendia no tórax, devia estar completamente nua. Começou a sentir um calafrio terrível pela cintura, o que não deixou de ser percebido pelo homem atrás de si, que então percebera que ela despertara. Hermione começou a girar aos poucos o corpo para ver quem era, mas mesmo assim sem conseguir se livrar do braço do homem sobre sua cintura.
Foi quando cinza e castanho se encontraram. Perplexos e tensos permaneceram por mais vinte segundos, até que a castanha conseguisse dizer ainda cautelosamente alguma coisa.
– Malfoy.
– Granger. – respondeu ele no mesmo tom.
Hermione notara o peito nu do loiro que parecera bem mais largo e forte e tentou não se ruborizar a isso.
– Por que estamos na mesma cama? E nus? – perguntara ela num sussurro.
– Eu não sei. – respondera ele no mesmo tom.
Do nada Hermione começara a sentir uma fúria misturada com vergonha crescer dentro de si. Não sabia exatamente o que havia acontecido, mas aparecer nua na mesma cama que Draco Malfoy, era mais do que um motivo para acabar com a raça dele.
– Tire as suas mãos de mim. – dissera ela ameaçadoramente ainda num sussurro. Draco demorara para responder meio que vendo quais seriam as chances de fazer isso.
– Acho que não vai ser possível. – disse ele também num sussurro. Outro silêncio se alastrara pelo ambiente até que o som agonizante de Draco invadisse o lugar. Hermione dera um soco certeiro no nariz. – Ah, Hermione, sua... Sua... – disse socando o travesseiro, sem achar um xingamento à altura para a castanha, que lutava pela posse do lençol enquanto Draco girava arrastando-o.
– Para de puxar! – reclamara Hermione lutando pelo lençol. – Espera! Espera! Espera! Aquelas roupas! Não são suas? – disse Hermione apontando para um monte de roupas jogadas no chão. Draco já ia levantar quando olhou de volta para Hermione desconfiado.
– Você não vai ficar me espionando, vai? – disse ele divertido.
– Ah, com certeza! – disse ela sarcástica com raiva se virando de costas.
Hermione ouvira-o rir e se levantar, escutava com atenção o barulho que Draco fazia para se vestir, mas levou um susto quando o próprio falou ao pé do seu ouvido, estendendo uma calcinha de renda branca a sua frente.
– E acho que isso é seu. – disse ele, Hermione pegara a calcinha com brutalidade e pegara o resto das roupas no chão que pareciam bem espalhadas pelo quarto. – Parece que estávamos com pressa, não acha? – debochara ele se divertindo, enquanto a castanha se enrolava de qualquer jeito no lençol e catava as peças de roupas.
– Cala a boca! – Hermione procurara por um lugar para trocar de roupa, mas não achava. Era um quarto único e fechado, e não era seguro sair porta a fora sem saber onde estava. – Dá pra você se virar? – perguntou ela com brutalidade, o loiro que estava deitado de qualquer jeito na cama com as mãos atrás da cabeça levantara uma sobrancelha.
– Engraçado agora que estou no futuro, eu tenho a impressão de que já te vi nua, e mais de uma vez. – Hermione fechara a cara assassinamente.
Draco rira divertido e com uma das mãos tampara os olhos, levantando a outra de forma rendida. Hermione suspirara aborrecida e virara de costas. Sem deixar cair o lençol vestiu a calcinha e a calça, mas não pôde segurar o lençol na hora de vestir o sutiã e a camisa azul decotada de manga comprida. Draco ao ouvir o lençol escorregar não pode agüentar e espiara por entre os dedos ela vestir o resto das roupas mirando novamente as costas e a curva dos seios. Quando ela se virou ele fechara novamente a palma alegando inocência.
– Estou pronta. – disse ela, ele então a analisara por inteiro naquela roupa.
– É, esses dez anos te fizeram bem.
– Como assim? Era para estamos em corpos diferentes, não nos nossos do futuro. E...
– Que foi?
– Você tem barba. – ela disse mirando o rosto dele com mais atenção.
– Eu sempre tive. – disse ele envergonhado, passado os dedos pelo rosto áspero do qual começava a crescer uma barba. – Tenho que fazê-la.
– Não, mas você está mais alto. Droga... Alguma coisa realmente deu errado naquele feitiço. Estamos nos corpos do futuro! – o loiro fora se mirar no espelho comprido perto do armário.
– E eu achava que não tinha como eu ficar mais irresistível.
– E convencido. Bem, procure por pistas. Precisamos saber onde estamos.
– Onde acha que estamos? Ou na minha ou na sua casa. Ou vai ver nos casamos. Não é como se a gente fizesse sexo na casa de estranhos, não é? Ah, falando nisso, foi bom pra você?
– Apenas cale a boca , Malfoy! – disse Hermione totalmente vermelha e revistando o lugar.
O quarto tinha um quê chique, como um castelo antigo. Móveis meio clássicos e medievais, como se houvesse sido decorado por um sonserino, mas continha também cores alegres, o que dava um contraste. Ela achara uma porta escondida ao fundo e com cuidado a abriu, estando de frente para um banheiro idêntico ao da sala da monitoria-chefe de Draco, o banheiro mais lindo que tinha visto e que sempre desejara ter.
– Parece uma mansão. – disse Draco da varanda do quarto. Ela fechara a porta do banheiro, saindo do seu transe e fora correndo para a varando onde Draco estava. Era uma imensa Mansão com um jardim enorme, realmente um lugar lindo. – Parece que tem uma cidade descendo a estrada. Ainda devemos estar em Londres.
– É.
Draco mirara então um porta-retrato virado pra baixo na cabeceira. Ao levantá-lo vira uma foto em que ele e Hermione estavam abraçados e parecia que era o casamento deles, pelo vestido de noiva dela.
– É acho que moramos mesmo aqui. E pelo visto somos casados.
– O QUE? – perguntara a castanha, pegando o porta-retrato das mãos dele.
Hermione mirara a foto com incredulidade por um bom tempo.
– Não... Não... Não... Não faz sentido.
– Não faz? – dissera ele debochado. Draco mirara então um envelope bege em cima da cômoda que continha uma papelada.
– O que diz aí?
– É a papelada do divórcio.
– Divórcio? Estamos nos divorciando?
– É, acho que sim. – dissera ele agora completamente desanimado, ainda lendo a papelada.
– Aos vinte e seis anos eu já sou casada, estou me divorciando e ainda moro numa mansão. Peraí, se estamos nos divorciando por que eu estava na cama com você?
– Vai ver mudamos de idéia e estávamos fazendo as pazes. – disse ele com um sorriso perigoso.
– Fazendo as pazes? Por que eu faria as pazes com você? – perguntara a castanha totalmente transtornada, foi então que a porta fora aberta com estrondo e uma garotinha, de cabelos loiro escuro bem cheios e de olhos amêndoas, entrara no quarto.
– Mãe! Tristan transformou meu livro de poções em cobra! De novo! – dissera a garotinha ofegante.
Um menino um pouco mais alto que a menina, de cabelos incrivelmente claros e lisos e olhos bem azuis (uma cópia do Draco) entrara também no quarto logo depois.
– É menti... Pai? O que você está fazendo aqui?
Draco e Hermione estavam congelados numa surpresa maior do que qualquer uma de suas vidas. Hermione estava dividida entre a emoção e o transtorno. Era uma vida com Draco Malfoy e COM FILHOS. Não sabia direito o que pensar.
– Eu... Eu tenho filhos? – dissera ela engasgada, quase sem voz. Tudo o que ouvira fora Draco caindo para trás como uma tábua. Logo as crianças foram ao socorro do pai.
– Eu tenho filhos... Tenho dois filhos... Eu tenho vinte e sete anos e tenho dois filhos... Dois filhos e uma mulher maluca... Uma mulher maluca que está se divorciando de mim... – repetia Draco pra si mesmo em transe, sentado na beirada da cama. – Acho que vou me matar...
– O que o pai tem, mãe? Parece estranho. – perguntara o menino loiro para Hermione, que só enxergava o próprio reflexo no espelho em choque, também sentada na beirada da cama.
– Não, não. O estado dele é até bastante compreensível. – respondera a castanha, ainda sem voz. – Acho que vou me matar também...
– Oh, me desculpe, senhora Malfoy! – dissera uma mulher que parecia ser a babá das crianças, entrando no quarto também.
– Senhora Malfoy... – repetira Draco ainda em transe.
– Oh, bom dia, senhor Malfoy... É bem, crianças venham, por favor...
A mulher saíra do quarto com as crianças, que ainda olhavam curiosos para os pais, fechando a porta atrás de si. E o silêncio novamente se alastrara.
– Acho que quero voltar pro passado. – dissera Hermione em tom de choro.
– Eu casei com uma grifinória, meu pai vai me matar. – dissera Draco no mesmo tom, ainda mais desesperado apoiando a cabeça entre as mãos.
– E eu? Casei com um Comensal. Como é que permitiram uma coisa dessas? Por que eu não estou casada com Harry ou coisa assim?! – do nada Draco voltara a sua expressão séria e encarara Hermione censuradamente. – Bem, ele não tentaria me matar enquanto durmo.
– Muito engraçado. – dissera ele, logo outras batidas na porta.
Ambos olharam receosos temendo o que mais poderiam ver. Após Hermione sussurrar um “entre”, um homem de preto e cabelos esticados pra trás entrou no aposento.
– Senhora Malfoy, o Sr. Potter a aguarda na sala de estar. – dissera o homem.
– Como é que é? – dissera Draco com brutalidade, levantando da cama.
– Devo dizer que a senhora não está disposta? – perguntara o homem temendo o loiro.
– É claro que deve! – dissera o loiro.
– Não, não. Fala que já vou descer. – o homem acenara afirmativamente e com medo fizera o mesmo a Draco. “Senhor Malfoy” dissera ele e se fora.
– Você não vai descer! – gritara o loiro para a castanha.
– Olha talvez seja melhor mesmo você ficar aqui. – dissera ela ignorando o comentário dele.
– Ha-ha-ha... – rira ele com raiva.
– É sério, pode ser melhor que Harry não te veja.
– Eu não vou me esconder na minha própria casa!
– Minha casa, Malfoy! De acordo com aquela papelada, estamos nos divorciando. Se vir você aqui vai pensar que... – Draco a olhara desafiador. – Fique aqui, ok? – disse ela saindo e batendo a porta atrás de si.
Hermione descia as escadas da mansão percebendo cada detalhe do ambiente, como grandes quadros da família em movimento, e quadros da época em Hogwarts. Via que tinha muitos cômodos e acabou por se dar conta de que não fazia a mínima idéia de onde era a sala de estar.
– Tristan! A mamãe disse não! – disse a garotinha de cabelos cheios correndo atrás do próprio.
Se os cabelos da garotinha fossem mais escuros ela poderia jurar que estava se vendo correndo atrás de Draco, mesmo que naquela idade ainda não tivesse ido para Hogwarts. Até que Hermione identificara o objeto na mão do garoto.
– Eieieiei... Ham... Tristan! – dissera ela chamando o garoto, as crianças foram até ela. – Essa varinha por acaso não é minha? O que está fazendo com ela. É muito perigoso!
– Eu disse a ele, mãe. – disse a garotinha com o nariz em pé.
– Mas papai sempre deixava a gente brincar com a dele. – brigara o garoto que cada vez parecia mais uma cópia perfeita de Draco.
– Ah, eu não duvido. Agora me dê isso antes que alguém se machuque. – Tristan acabara por entregar a varinha à castanha a contra gosto.
– TIO HARRY! – disse a menininha correndo.
Hermione se virara e vira Harry Potter tão lindo e maravilhoso como sempre, porém mais forte e alto e com um porte mais elegante também.
– Hey Íris! – disse ele agarrando a garotinha que se jogara aos braços dele enquanto Hermione observava a cena emocionada. “Íris? De onde eu tirei esse nome?” – O que é que minha madamezinha Norra quer de Natal?
– Ratos! Para eu devorá-los. Grr... – respondera a menininha fazendo uma imitação perfeita da gata do Filch. – Quando eu for para Hogwarts poderei vê-la?
– Não, graças a sua mãe. – disse ele, olhando agora para Hermione. – Bendita seja. – Hermione rira. – Tristan, oi. Não vai me dar um abraço?– dissera ele sorridente para o garoto que o olhara com imenso desprezo. “Pelo visto foi perfeitamente criado por Draco.”
– Não. Solta ele, Íris. Papai não gosta dele. – dissera o loiro para a irmã.
– Mas a mamãe gosta. Não liga pra ele, tio Harry. Papai disse pra ele que você era um babaca. Mas eu sei que não é.
– Disse é? – disse Harry encarando Hermione que revirara os olhos. – Eu sou o melhor amigo de sua mãe, Tristan.
– Sei. O Santo-Potter! – dissera o menino com nojo, sem se intimidar pelo tom grave do próprio.
Harry e Hermione não conseguiram segurar o riso diante do mini Draco Malfoy.
Draco vira a própria varinha jogada ao chão e a pegara sentindo sua raiva crescer só de imaginar os dois lá embaixo. Eles estavam se divorciando e agora Hermione estava com o Potter? Maldito. Então Draco começara a sair do quarto disfarçadamente olhando os cantos e os quadros.
Não era a mesma mansão em que crescera, no mínimo devia ter comprado outra, uma vez que na primeira teria de bater de frente com sua família que nunca devia ter aceitado Hermione. Até que encontrara as vozes do Potter e de Hermione.
Hermione ainda olhava para Íris e Harry juntos com emoção até que Tristan fora todo decidido puxando a garota pela mão para longe de Harry, tirando risos dos dois.
– Vamos lá pra fora. – dissera o menino puxando Íris. Até mesmo o jeito autoritário de Draco ele tinha.
– Tchau, tio Harry.
– Tchau, Íris. Tchau, pequeno Draco. – dissera Harry, mas Tristan não respondera, apenas olhou feio para ele.
– Tristan... Íris... – dissera Hermione para si mesma, sem perceber que Harry a ouvira.
– Você realmente fez, não é? – disse ele divertido.
– O que? – perguntara ela olhando-o.
– Colocou o nome dela de Íris. Desde o sétimo ano você dizia que se tivesse uma filha a chamaria de Íris. Por causa daquela “música sei lá” que o Malfoy fez pra você quando...
Hermione acompanhava o que ele dizia com atenção. “Fez uma música pra mim?”. Até que o moreno parara de falar do nada meio que receoso.
– O que? Quando o que?
– Nada, pra que ficar lembrando essas coisas, não é? Quero saber... Você já se decidiu quanto aquele assunto? – dissera o moreno se sentando no grande sofá verde escuro da sala.
– Assunto... – dissera Hermione totalmente perdida se sentando no sofá à frente.
– Olha, eu sei que você quer lutar por Conl legalmente, mas as chances são praticamente nulas. Acho que infelizmente dessa vez Draco tem razão. O jeito é tirarmos ele de Azkaban na marra! – Hermione ficara em silêncio por um longo momento sem acreditar no que estava ouvindo. Dan? Preso? Em Azkaban? – Hermione!
– Sim... Eu... Eu concordo.
– Concorda? – perguntara ele confuso. – Quero dizer, você desiste da ação contra o ministério?
– Sim... Acho que sim. – respondera ela mais confusa ainda.
– Você está bem?
– Estou... Mas, por que Dan está preso?
– É exatamente o que eu digo! Ele não fez nada de errado... Quero dizer, ele é um espião, era dever dele ainda acompanhar os Antigos Comensais até que o paradeiro de todos eles fosse revelado. Mas acusar Conl de ser um Comensal... Ah, isso é ridículo!
– Comensais? – perguntara Hermione totalmente transtornada. – Como assim? A guerra ainda não acabou?
– Do que está falando? Começou há uma semana! Hermione... O que você tem?
– Ah, Merlin! Preciso descansar. – disse ela encostando-se no sofá, tentando ligar os pontos. Harry sentara ao lado dela segurando a mão da castanha.
– Me desculpe, às vezes eu me esqueço que nada disso tem sido justo com você. Eu sei que você e o Conl eram muito amigos. Você e Draco andavam com ele desde Hogwarts, ao contrário de mim e Ron que só o conhecemos de verdade no trabalho. E você ainda tem o divórcio... – Hermione o olhara do nada, acabara de se lembrar desse fato.
– É isso... Me diga, por que estamos nos divorciando?
– Como assim? Vocês não se amam mais... Foi o que você disse...
– Foi? – perguntara Hermione quase num sussurro. Harry franzira o cenho sem entender.
– Bem, Hermione, depois a gente conversa sobre... “Isso”, tá bom? Gina está me esperando e eu realmente preciso informar a Ron que você finalmente concordou com o plano e...
– O que? Como assim? Que plano? – perguntara Hermione sobressaltada.
– O de invadir Azkaban e tirar Daniel de lá! Merlin... Hermione, agora estou realmente preocupado.
– Invadir Azkaban? Ficou maluco? É impossível! – Harry a olhara desconfiado. E notara a varinha na mão da castanha.
– Por que está usando uma varinha? Céus, não a vejo com uma desde a guerra de Voldemort.
– Por que? Eu deixei de usar magia?
– Você deixar de usar magia? – falou ele sorrindo – Não conheço ninguém que goste mais de ser bruxa do que você Hermione. Bem eu tenho que ir. – disse Harry de pé vestindo sua capa e dando de frente com Draco que mantinha as mãos nos bolsos.
– Draco? O que está fazendo aqui?
– Como assim “o que estou fazendo aqui”? Eu moro aqui. Lembra-se? – dissera o loiro com brutalidade, mas sem abandonar sua elegância. – E que porcaria é essa de me chamar pelo primeiro nome? – Harry franzira o cenho e olhara confuso de Draco para Hermione que estava sem falas.
– Vocês dois estão estranhos... Mas esquece. Hey... – ele disse pra Draco que o olhara torto. – De qualquer forma, parabéns. Não sei exatamente como você fez, mas conseguiu. Hermione vai com a gente para Azkaban.
– Azkaban...
– Agora temos poder necessário para tirarmos Conl de lá. – Draco franzira o cenho para Harry.
– Daniel Conl está preso em Azkaban?
– É Draco, não lembra? Pensam que ele é um dos “Antigos Comensais” por causa da espionagem. – dissera Hermione para Malfoy com o olhar significativo.
– Antigos Comensais – repetira Draco com um pequeno tom divertido. – Ok, vamos lá então... Vamos invadir Azkaban. – terminara Draco não muito seguro.
– Como assim “vamos”? Você não está pensando em dar as caras por lá, está? Se você entra em Azkaban não sai nunca mais. Só o soltaram porque você e Hermione são a família mais importante do mundo mágico. E Hermione estava fazendo um pequeno escândalo...
Draco ainda mirara Hermione que parecia estar somando e registrando tudo o que o amigo dissera.
– Falando nisso, que época vocês foram escolher para se divorciarem hein... Francamente. Tchau pra vocês. Hermione, Draco... – ele acenara para cada um.
Draco se forçou a fazer um cumprimento com a cabeça e nunca percebera o quanto isso era difícil. Ele cumprimentando Harry Potter.
– Até mais tarde. – dissera Harry saindo porta a fora.
Hermione começara a procurar por alguma coisa desesperada. “Onde está minha capa!” brigara ela até que a própria aparecera do nada na mão dela.
– Como é que você fez isso? – perguntara Draco pasmo.
– Parece que agora fazemos muito mais. – dissera ela indo em direção a porta.
– Onde você pensa que vai?
– Onde você acha? Azkaban! Preciso ver Dan. – ele rira sarcástico e pegara uma capa que vira no cabreiro.
– Espero que isso seja meu. – dissera ele acompanhando Hermione porta a fora.
– Você não vai! Ouviu o que Harry disse! – dissera ela já fora da mansão.
– Hermione, querida. No dia que eu seguir algum conselho do “Santo-Potter” vai chover dragão.
Draco e Hermione estavam de frente para as altas grades negras de Azkaban quando um bruxo de olhar cansado viera em sua direção. Hermione sentia o calafrio alastrar pelos seus poros ao notar os dementadores que sobrevoavam a prisão. Já Draco parecia não se importar com a presença deles.
– Sr. e Sra. Malfoy. – cumprimentara o homem notando agora Draco com ansiedade.
Como se ele fosse de fato um bandido a solta, o qual precisava ser caçado. E levara sua mão até as vestes à procura de sua varinha, mas a voz de Draco cortara friamente o ar de modo debochado.
– Vai mesmo apontar essa coisa pra mim? Vai em frente a escolha é inteiramente sua. – dissera o loiro ameaçador, apesar do óbvio deboche.
O homem parecera considerar a questão, se perguntando se seria uma boa idéia duelar com o Inominável mais perigoso e poderoso do mundo mágico. Logo outro homem viera em seu alcance, um homem de mais ou menos quarenta anos que vestia vestes negras e um olhar zombeteiro.
– Hermione Granger... – dissera ele para a castanha.
– Malfoy. – corrigira Draco sem se conter, não gostando nada daquele cara.
– Estás mais bela que nunca. – disse beijando a mão dela após abrir os portões e ignorando o comentário de Draco. – E... Sr. Malfoy. – ele disse, substituindo o sorriso por uma expressão fria. – Achei que nunca mais o veria aqui... Não por livre e espontânea vontade.
– Viemos ver Daniel Conl. – dissera Hermione firme, se metendo entre os olhares afiados dos dois.
– Sr. Conl não pode receber ninguém, sua acusação é muito grave.
– Pois ninguém vai me impedir de entrar nesse castelo. Vou ver Conl custe o que custar.
O homem pareceu meditar por um tempo até que olhara amigavelmente para a castanha, que não conseguia olhar menos grossa para o homem.
– Como eu poderia não abrir uma exceção para você, não é mesmo Miss Granger?
– Malfoy... – corrigira o loiro.
– Afinal, metade dessas celas estão preenchidas por sua causa.
– Muito bem... – disse ela passando pelo homem e tentando esquecer seu deslumbramento.
Ela enchera metade das celas de Azkaban?! Merlin! Draco tentara passar também, mas o homem não permitira.
– É melhor que o Sr. Malfoy espere aqui...
– Não vou deixar minha mulher entrar sozinha em Azkaban! – dissera o loiro entre dentes, desejando matar aquele cara.
– Sua mulher? Achei que estivessem se divorciando. De qualquer forma...– completara o homem antes que Draco dissesse alguma coisa. – Como ex-presidiário é mais seguro que não pise no território dos dementadores, isso os afetaria. Não queremos nenhuma confusão, queremos?
– Eu acho que quero. – mas já era tarde demais, pois os portões já haviam se fechado.
Hermione olhara de volta para Draco e esse acenara, contrariado, que ela podia ir, ele ficaria esperando.
Daniel que estivera jogado na cela suja de Azkaban se levantara ao ver a castanha. Seus cabelos não estavam mais curtos e espetados, mas sim parecidos com o de Harry, bem despenteados. Estava com uma barba loira crescida, e apesar de sujo e totalmente maltratado ainda mantinha o charme com o seu olhar verde tentador e seu sorriso divertido de sonserino.
– Hermigatinha. Não devia estar aqui, metade desses prisioneiros te querem morta, a outra metade não está lúcida – ele disse indo em direção as grades.
Hermione entrelaçara suas mãos nas do amigo de forma protetora.
– Que foi? Está preocupada comigo? Já estive em situações piores... – ele dissera num sorriso maroto, enxugando uma lágrima da amiga. – Draco está lá fora? – Hermione afirmara com a cabeça. – Imaginei que não o deixariam entrar. Então promotora... Quais são as minhas chances de sair daqui de forma legalizada?
Hermione estava perplexa cada vez descobrindo mais sobre si. Então não era auror, era promotora. “Nossa!” pensara ela...
– Não muitas... Harry disse que o melhor será te tirarmos na marra.
– Não precisa se envolver nisso, não precisa arriscar seu emprego por mim.
– Dane-se meu emprego! Você é meu amigo! Vou te tirar daqui, te prometo. – ela dissera o encarando nos olhos.
– Eu sei. Eu confio em você. – ele dissera num sorriso que muito a fizera se lembrar de Sirius. – Então como anda o divórcio? Quanto tempo está durando dessa vez?
– Quanto tempo? – ela não entendera.
– Já é a sétima vez que vocês começam com essa palhaçada de divórcio, com papelada e tudo, mas vocês nunca conseguem ir adiante, não é? – ela tentara rir com ele. – Hey... Não importa o quão famosa você seja pelo seu cargo na promotoria, ou pelo seu sobrenome, pra mim... Você sempre será o novo símbolo sexual pop de Hogwarts.
A castanha rira, apertando mais ainda as mãos do amigo.
– E você não poderia estar em melhores mãos do que as do meu irmão Draco. Tudo bem que ele é meio teimoso e paranóico às vezes, mas te ama demais. E no domingo, eu estarei na mansão Malfoy comemorando o Natal com vocês e todo aquele bando de grifinórios amigos seus que eu e Draco fingimos aturar por amor à você. Ensinando a Norra e o Draco Clone a como serem incrivelmente irresistíveis em Hogwarts daqui a cinco, seis anos. – ele disse com um sorriso de orelha a orelha.
Hermione retribuíra, enxugando as lágrimas e o loiro beijara-lhe a testa.
– Vai lá, e manda Draco te manter longe da cozinha esse ano. Eu realmente vou sair faminto daqui. Você pode ser boa com poções, Hermione, mas sorte do planeta não depender da sua comida.
Hermione ouvira o portão negro de Azkaban se fechar atrás de si quando ela levantou o rosto derrotado em direção a Draco e vira-o encostado numa tenda que ele mesmo transfigurara para protegê-lo da neve.
Não conseguia tirar Dan da cabeça, lembrava tanto Sirius, só então percebera que o próprio devia ter sido como Dan na adolescência. Draco se endireitara e fora até ela não se importando com a neve, preocupado ao vê-la se aproximar de forma derrotada. E do nada Hermione se jogara nos braços do loiro abraçando-o tensa. Ele se surpreendera, mas a abraçara de volta de forma protetora afogando-se novamente nos cachos dela.
– Me diga que vamos tirá-lo de lá. Por favor, me diga. Não conseguirei viver no passado sem essa certeza.
– É claro que o tiraremos de lá. Ninguém se colocaria no caminho do Sr. e Sra. Malfoy. – ele disse tentando acalmar a castanha com a brincadeira. – E ainda temos o “Menino Que Sobreviveu” com a gente.
Ela rira tentando enxugar as lágrimas, saindo dos braços do loiro, já bem melhor. Só então notando o que fizera.
– Me desculpe. Eu... – ela começara, mas ele a cortara, envolvendo-a num abraço novamente.
– Nunca mais me peça desculpas por um abraço. – ele a censurara. – Nunca faltarão abraços meus pra você. – ele dissera a abraçando ainda mais forte, ela ainda não parara de chorar.
– Eu só estou vulnerável... – ela dizia sem fazer esforço para se afastar, ainda acalentada por ele. – Mas isso não muda nada, Draco. Isso não apaga tudo o que você me fez...
– Eu sei... E vou te esperar. – ele dissera ainda prendendo o corpo dela como o de uma criança. Ela chorava ainda mais, não conseguia vê-lo assim também tão exposto, tão desarmado.
– Por quê? – ela chorara ainda mais. – Não precisa fazer isso... Não quero que sofra, eu também não quero mais sofrer. Não entende que o melhor é nos afastarmos...
– Você quer se afastar agora? – ele dissera ainda abraçando-a.
A castanha meditara por um momento e não conseguira responder. Apenas se prendera ainda mais ao corpo dele, que retribuíra ao abraço ainda mais apertado.
– Só temos mais uma hora.
– Vou nos levar para casa então. Que passemos essa última hora com aquela pessoinha mandona e meu clone. – brincara ele. E antes que Hermione parasse de rir, já haviam aparatado juntos na entrada da Mansão Malfoy. – Então, como Daniel está? Ainda mantém aquele cabelo horrível?
Hermione descia as escadas da mansão e ia em direção a sala de jantar, de onde vinham as vozes de duas crianças e Draco. Ela vira a mesa bastante carregada de comidas e Draco todo de preto sentado na cadeira principal com Íris no colo. Que não parava de ler um livro pesado sobre a mesa.
– Quem te ensinou a ler tão cedo? – perguntara Draco, Hermione apenas observava a cena.
– Mamãe. Eu serei a primeira da classe, como ela. – dissera a menina, fazendo Hermione rir.
– Desde que você não seja chata como ela. – brincara Draco.
– Mamãe sendo chata ou não você se apaixonou por ela.
– É, o mundo não é justo... – brincara ele novamente, bagunçando mais os cabelos dela. – Por que te chamam de Norra?
– Como assim? Foi você que começou a me chamar assim, desde que nasci.
– É?
– É. – respondera Tristan, fechando o livro da garota e jogando-o longe. Ela olhara com raiva pra ele. – Porque ela sempre ficava engatinhando pela casa na espreita, só espionando, como a gata do Filch. E porque no aniversário da mamãe ela acabou vendo a surpresa e foi correndo contar pra ela. Dedo-duro como Madame Norra. – Draco caíra na gargalhada.
– E qual era a surpresa?
– Aquele vestido rosa de tecido elfo que você deu no Na... – mas Tristan não terminara, tanto ele quanto Draco e Íris estavam perplexos mirando o quanto Hermione estava linda, vestindo o próprio vestido cor-de-rosa com sandálias prateadas.
– Desculpem-me a demora. – ela disse envergonhada se sentando de frente para Draco. Tristan e Íris em cada lado da mesa.
E ficaram os quatro ali jantando como uma família comum e feliz. Draco e Hermione só aproveitando e brincando com os filhos. Brincaram tanto que as crianças acabaram por cair no sono em cima deles. Tristan deitado sobre as pernas de Hermione e Íris sobre as de Draco. Ambos sendo acariciados pelos pais.
– Acabou que não descobrimos o que você queria... – dissera Hermione num sussurro.
– Tudo bem, eu que não quero descobrir mais nada. O que falta descobrir agora? Que a Lovegood virou ministra da magia? – dissera ele. Hermione rira de leve.
– Será que os veremos novamente? – perguntara Hermione.
– Eu não sei até que ponto o futuro pode ser mudado. Mas sinceramente... Eu não quero que mude. – disse ele se perdendo nos cachos loiros escuros da filha, que dormia serenamente.
Hermione não respondera, ela também sabia o quanto desejava aquela vida, aqueles filhos e Draco Malfoy. Mas não queria mais pensar nisso. Precisava ficar sozinha... Esquecer o que ele lhe fizera, pensara ela de olhos fechados, quase pegando no sono também.
Então quando os abrira vira assustada que estava novamente na sala da monitoria-chefe e Draco que abrira os olhos a sua frente já não era mais o homem maduro, e sim o adolescente sonserino de sempre. Eles soltaram as mãos e respiraram pesadamente, sentindo-se vazios por terem se separado de um futuro tão importante.
Hermione começara então a guardar suas coisas dentro da mochila sem dizer uma única palavra. Draco observava com atenção. Ela o olhara uma última vez sem conseguir encará-lo por muito tempo.
– Tchau. – ela dissera simplesmente, mas ele não a deixara sair segurando a castanha por trás pela cintura.
Assustada ela deixara a própria mochila cair, sem conseguir dizer qualquer coisa. Sem conseguir raciocinar direito.
Ele a prendia pela cintura firmemente enquanto com a outra mão tirava os cachos do lado esquerdo do pescoço da garota. Tocando os lábios num canto da orelha da garota que a fizera entrar num colapso mental.
– Sinto muito, mas não poderei cumprir com o combinado. – ele disse com a voz rouca beijando-lhe a beirada da orelha e o pescoço de forma tensa.
Hermione não conseguia disfarçar, mas tentara dizer qualquer coisa mesmo que isso não a salvasse dos braços dele.
– Mas você prometeu... Foi o trato. Deu a sua palavra. – dissera ela nervosa, sem conseguir sequer reunir forças para tentar sair dos seus braços.
Causa perdida. Ele mordera o pescoço com mais vontade de forma quente e avassaladora, que a fizera exclamar e não conseguir manter os olhos abertos.
– Sou um sonserino. Processe-me. – dissera ele ainda com a voz rouca e perigosa, só então virando Hermione com brutalidade para de encontro à ele.
Possuindo-lhe os lábios com mais fervor do que qualquer outra ocasião.
Hermione perdera a sensibilidade dos joelhos, o que quase a fizera cair, mas Draco a pegara nos braços. A mente de Hermione trabalhava ferozmente em tentativas desesperadas de fazê-la prestar atenção para onde Draco a estava levando a toda velocidade, mas não conseguia forças para resistir. Como se aquela mordida no pescoço a fizesse perder todo seu mecanismo de defesa.
Quando dera por si Draco já a estava deitando na cama se sobrepondo sobre ela, sem conseguir parar de beijá-la. Ele não tinha mais nada em mente além da vontade de torná-la sua. Agarrava-lhe os cachos sem parar de beijá-la, enquanto seus corpos não pareciam capazes de largar um do outro. Ele abrira o roupão dela num gesto automático. Mantendo-a apenas no seu pijama de calça de moletom e camiseta de manga. Ele arrancara fora a própria camisa branca num gesto rápido.
Os beijos cada vez mais possessivos e ansiosos, Draco sugava-lhe o pescoço enquanto sua mão direita pressionara a curva da cintura da castanha por de baixo do pijama. A mente de Hermione agora conforme mais perigosa ficava aquela cena, mais tentava lutar por juízo em sua cabeça. Ela chamara roucamente por Draco, mas ele não ouvira, ou apenas não entendeu como uma demonstração de protesto, beijando-a ainda mais arduamente em seguida. Então Hermione segurara o rosto de Draco com as duas mãos firmemente, obrigando-o a encará-la.
– Calma, Draco! Calma! Me escuta... – ela dissera e enquanto ambos se encaravam totalmente transtornados e sem ar.
Draco se apoiava na cama num braço a cada lado de Hermione e olhava-a confuso, porém disposto a tentar prestar atenção no que ela queria dizer. Começara a perceber a situação em que estavam e entender o receio dela.
– Estamos fazendo besteira... Eu... Eu preciso ir. – ela dizia com dificuldade.
Ele concordara de início, mas mal deixara ela levantar cinco milímetros e a agarrara de novo. Em uma outra onda de desejos e falta de controle.
– Não posso deixá-la ir. Passe essa noite aqui comigo. – ele dissera num sussurro. Hermione não acreditava no que ele a estava pedindo.
– O que? Ficou maluco? Eu não posso ficar. Não vou ficar... O que pensa...
– Não vou tentar mais nada, eu juro. – ele dissera então a encarando sério. – Eu não vou sequer beijar você. Apenas fique aqui. Só por ficar. Se amanhã de manhã ainda quiser que eu me afaste de você, juro pelas vidas futuras de Tristan e Íris que o farei.
Draco nunca parecera tão verdadeiro como naquela hora. Apesar de não entender o pedido dele, não tinha como desconfiar de sua palavra. Engolindo em seco sentiu seu coração doer e respondera depois de longo silêncio, apenas encarando aquele olhar cinza.
– Está bem. – ela dissera quase sem voz. Draco respirara aliviado e com certa alegria jogando os cabelos quase brancos pra frente enquanto encostava sua testa na dela sorrindo confortado.
Então a beijara na testa e Hermione fechara os olhos se sentindo tranqüila e logo sentira que fora calorosamente puxada para adormecer nos braços dele. E nunca se sentira tão protegida na vida. Sua mágoa não conseguia chegar perto dela quando ele a abraçava daquele jeito.
Adormeceram rápido. Os sonos mais tranqüilos que alguém conseguiria ter naquela guerra. E por uma noite... Para eles... Ela não existia mais.
Continua...
Comentários (1)
ameiiiiiii..esse ep.
2011-04-28