A Batalha



O mês de Março chegou ainda frio e ventoso. Todos andavam com os nervos a flor da pele, sabendo que a hora do confronto estava próxima. E o momento chegou. Hermione sentiu sua moeda esquentar e em seguida ouviu a voz de seu marido. O sol ainda ia alto no céu. Ele lhe avisou que Voldemort, seus comensais e seguidores chegariam a Hogsmead após o anoitecer.

Ainda tentou convencê-la a não ir, mas ela apenas sorriu e disse “mais tarde nos encontramos para comemorar nossa vitória” antes de ir. Não o ouviu dizer um “adeus Hermione”.


A Grifinória correu a avisar Harry que deu o alarme. O grupo que viria de Londres aparatou em Hogsmead e se escondeu nos becos. O grupo que sairia de Hogwarts se dirigiu à cidade. Os centauros, Hagrid, Grope e os outros gigantes ficaram escondidos na orla da floresta.

Harry aproveitou a presença de todos e se dirigiu ao grande grupo. Usou um “sonorus” e sua voz se tornou magicamente ampliada.

-- Companheiros, hoje é o dia em que vamos lutar pela liberdade de nosso mundo. Vamos lutar pelo direito de sermos diferentes. – Ele convidou com um aceno e Scrimgeour colocou-se ao lado dele.

-- Muitos de vocês sabem que eu e o Ministro nunca fomos amigos, mas hoje temos o mesmo inimigo.

Enquanto Harry falava todos viram uma enorme ave, do tamanho de um cisne vir voando. Ao chegar mais perto a maioria se espantou com a sua beleza. Ela tinha as penas muito vermelhas, o bico e as garras douradas. Era Fawkes a fênix de Dumbledore. Harry sorriu para ela e continuou falando.

-- Acho importante que todos gastem um minuto para pensar porque estamos aqui hoje. – Parou e ouviu o silêncio, então continuou – Não lutamos por vingança. – e nesse momento ele chamou Draco que estava próximo – A maioria de nós sofreu perdas, mas não viemos aqui hoje atrás de vingança. Viemos atrás de justiça. Não vamos sujar nossas mãos e macular nossas almas. – Ele sorriu ao ver os rostos curiosos e até admirados por suas palavras. – Nós podemos derrotá-los sem sermos iguais a eles. E vamos derrotá-los principalmente porque não somos como eles.

Fawkes começou a cantar e uma sensação de tranqüilidade, e de força encheu o coração de todos.

-- Nós sabemos amar e isso nos faz diferentes, isso nos dá força. Nós temos que tentar levar nossos inimigos presos, mas vivos! Só uma pessoa precisa morrer essa noite e deixem que eu me encarrego de Voldemort, ele é meu destino – todos o olharam com admiração.

A maioria dos que estavam ali acreditava que Harry era o eleito, mas ouvir isto dito por um rapaz de dezessete anos e de forma tão tranqüila os encheu ainda mais de esperanças.

-- Sabemos que nem todos verão a nossa vitória, mas nós vamos vencer! – Ele sorriu confiante, segurou as mãos de Scrimgeour e Draco as levantando.

-- Juntos!!! – Foi um grande barulho de palmas e vivas. Então Fawkes entoou mais algumas notas e parou. Um silêncio opressivo se fez e todos se puseram em posição de ataque.

Quando os últimos raios de sol sumiram no horizonte ouviram inúmeros “pops”. O grupo da ordem que estava encoberto pela noite e aguardando a chegada dos comensais teve a vantagem da surpresa. Os comensais e seguidores foram apanhados com vários “expelliarmus”, “estupore” e “encarcerous”. Aqueles que não foram acertados ou que já haviam se recuperado revidaram com “crucius”, “sectumsempra” e outras magias das trevas.

A última batalha estava iniciada.

Numericamente o grupo que vinha com Voldemort era superior. Ele contando com a fidelidade dos lobisomens havia marcado a invasão para poucos dias antes da lua cheia, quando esses seres tinham seus extintos e sua força exacerbados, porém ainda tinham consciência humana.

A traição do grupo de lobos foi o primeiro baque na estratégia de Voldemort. Mas ele ainda contava com os inferis....

Quando os comensais apresentavam uma pequena vantagem, Harry lançou o sinal combinado, os centauros e os gigantes entraram na luta. Esse foi o segundo baque que a estratégia do Lord das Trevas sofreu.

Em pouco tempo vários corpos estavam espalhados pelo chão, era impossível saber a quem pertenciam e se estavam apenas feridos ou mortos.

Hermione, como prometido a Harry, lutava próximo a McGonagal, Tonks e Lupin. Harry, não muito longe, lutava com alguns comensais, mas estava sendo protegido por um grande número de aurores. Ele precisava se poupar para enfrentar Voldemort.

Foi Hermione que viu Bellatrix atacar Neville pelas costas com um “crucio”. Como estava se ocupando de dois comensais mais jovens, avisou Tonks que atacou a tia. Padma Patil, já um pouco ferida, aparatou levando o namorado desacordado para fora do campo de batalha.

A luta entre Nimphadora Tonks e Bellatrix Lestrange, foi um show a parte, apreciado por poucos. No final a auror terminou levando a melhor e a comensal morreu ainda no campo de batalha devido aos ferimentos. Apesar das palavras de Harry, Tonks não pode deixar de sentir que havia vingado a morte de Sírius e a perda de seu filho. Apenas por segundos observou o corpo quase sem vida da tia e retornou a batalha.

Gui Weasley também teve seu momento de glória quando viu Greyback entre os comensais e saiu em seu encalço. A luta deles foi algo animal, e o mais jovem terminou levando a melhor, livrando o mundo do lobisomem.

Remo, apesar de não sentir nenhum orgulho do que iria fazer, foi atrás de Pettigrew. Ele sabia que o sentimento que tinha não era nobre e sabia que covarde como era, o ex-maroto provavelmente estaria tentando se esconder. Ele o encontrou e não lhe deu opção, Rabicho teria que lutar. Lupin sabia que o ex-amigo não teria chances, mas não sentia pena dele. Eles duelaram e em poucos minutos o traidor do segredo dos Potter estava morto.

Pouco depois de Hermione avisar a Tonks sobre Neville, ela viu muito longe, Voldemort vir andando calmamente entre as duplas que duelavam alheias a sua passagem. Parecia que passeava em um parque num domingo ensolarado, apenas colocando em dia as conversas com seu melhor amigo. E este era ninguém menos que Severo Snape, vestindo suas pesadas roupas de Comensal da Morte, apenas sem a máscara. Snape parecia igualmente alheio à guerra que acontecia ao seu redor e levemente entediado, porém em alguns momentos ele interviu em duelos, discretamente.

Harry passou correndo na direção de Voldemort. Hermione se distraiu e foi atingida por um feitiço que a derrubou, porém em seguida esse cessou e ela pode ver que o comensal que a havia atacado fora derrubado por Gina. Correu para a amiga, pensando se deveria abraçá-la ou lhe dar uma bronca. Mas não houve tempo para nada, elas lutaram lado a lado por algum tempo tendo sido separadas.

Hermione viu Rony ser atingido, mas antes que pudesse chegar a ele, Luna o retirou da batalha. Os membros da ordem estavam levando a melhor, no entanto aqueles que ainda lutavam estavam exaustos. Inicialmente os comensais estavam em maior número. A batalha estava equilibrada, mas Hermione achou que talvez precisassem de mais reforços. Como que respondendo ao pedido silencioso da Grifinória centenas de “craques” se fizeram ouvir.

Pela surpresa estampada em todos os rostos, ficou claro que aquilo não fazia parte da estratégia de nenhum dos dois grupos. Mais de cento e cinqüenta elfos domésticos, vestidos com velhas e sujas togas e toalhas de chá, todas com emblemas de Hogwarts, surgiram. A frente deles vinha Dobby com sua costumeira combinação de calção, suéter e meias desparelhadas. Ele se dirigiu a Hermione com um grande sorriso.

-- Dobby veio ajudar Harry Potter! Trouxe os elfos que querem lutar pelo Prof. Dumbledore – Hermione lhe sorriu de volta e gritou para os companheiros próximos.

-- Estão conosco e com Hogwarts! Os deixem lutar!

Os comensais, em sua maioria puros-sangues preconceituosos, riram da tentativa de um grupo de elfos os atacar. Foi o último erro ao qual tiveram direito.

Os elfos partiram para o ataque. Nesse momento de distração, Hermione foi surpreendida por mãos gélidas que taparam sua boca e seguraram seus braços as costas. Ouviu uma voz fria e arrastada falar próximo ao seu ouvido. Não teve dúvidas quanto ao seu dono – Lúcio Malfoy.

-- Peguei você sua sangue-ruim. Você será minha glória ou meu passaporte para a liberdade. – Aparatou levando-a.


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Harry passou correndo na direção de Voldemort, que parecia entediado conversando com Snape e eventualmente soltava raios verdes de sua varinha para um lado ou outro sem se preocupar com a pontaria.

Snape viu que o rapaz se aproximava e fez um sinal reforçando a importância dele fechar a mente e manter o controle. Harry parou a uma distância segura de Voldemort e falou alto.

-- Então Tom Riddle – reforçou o nome de batismo do Lord – vamos resolver nossas diferenças hoje! – era uma afirmação.

Ele apertava a varinha com força. A conhecida dor na cicatriz o incomodava, porém ele tentou ignorá-la.

Voldemort ficou furioso com a petulância daquele moleque de se referir a ele pelo nome de seu índigo pai trouxa. Isto o desconcentrou, ele lançou um feitiço em Harry, porém o rapaz desviou sem dificuldade.

O Grifinório viu Nagini vir deslizando em direção ao bruxo, e Snape lhe fez um sinal para que continuasse distraindo Voldemort e que ele cuidaria da cobra. O Lord parecia ter esquecido completamente a presença de seu comensal.

Harry fez um movimento quase displicente com a varinha e um corte profundo surgiu no braço de Voldemort, que soltou um urro de dor. Harry sorriu desdenhoso e viu quando Snape fez um movimento rápido com sua varinha e a cobra caiu aos pés dele partida ao meio. Ele viu o mesmo fenômeno que havia ocorrido na destruição das outras partes da alma do Lord das trevas – um brilho verde, a fumaça branca perolada e era o fim da última Horcrux.

A cicatriz de Harry ardeu muito, Voldemort havia ficado furioso por ter sido ferido, tanto que nem notou a cobra morta quase aos seus pés. Ele atacou novamente o menino-que-sobreviveu, que se desviou, mas não foi tão rápido logo em seguida. Harry sentiu grande dor e suas vestes rapidamente se mancharam de sangue. O Lord parecia estar retornando ao controle. Harry fez parar o sangramento e se preparou para o contra-ataque.

-- Veio resolver nossas diferenças? Não são muitas, não é verdade, garoto-que-sobreviveu? – Desdenhou do rapaz.

Harry ao invés de se deixar levar pela raiva, concentrou-se em fechar sua mente e ignorar a dor na cicatriz que só aumentava. Deu-lhe um sorriso falso.

-- Você se engana Tom! Temos muitas diferenças. Sou mestiço como você, é verdade – falava com uma tranqüilidade que não sentia – Mas minha mãe, nascida trouxa, era uma bruxa maravilhosa e eu fui gerado com amor. Diferente do seu pai – disse quase cuspindo – que era um trouxa idiota e que não só abandonou sua mãe quando soube de você como nunca se interessou em saber se você havia nascido ou não.

O Lord das trevas parecia sem palavras. Harry sorriu e continuou sem piedade.

-- Minha mãe morreu para me salvar, só alguém que nunca soube o que era amor podia achar que ela me entregaria sem lutar. Já sua mãe, pobre dela – balançou a cabeça, teatralmente como que com pena. Voldemort inchou de ira. – não viveu nem para segurá-lo nos braços.

O Lord lançou alguns feitiços contra o garoto, porém em sua fúria e descontrole não mais pode impedir a ligação que havia entre eles. Harry pode ver quais seriam todas as ações de Voldemort, porém como conseguiu manter o controle da oclumência o contrario não acontecia. Facilmente ele desviou e rebateu todas as azarações que o Lord lhe lançou. Finalmente conseguiu atingi-lo novamente no braço e em uma das pernas. Voldemort cambaleou e quase foi ao chão.

-- Você nunca vai se livrar de mim! Eu sou imortal! – deu uma gargalhada alucinada, que gelou os ossos dos que estavam próximos. Os olhos vermelhos como fendas brilharam na noite escura de forma demente. O garoto muito sério respondeu.

-- Você tem certeza disto, Tom? – Os olhos verdes de Harry também brilhavam estranhamente.

Ele puxou de dentro de sua capa as quatro relíquias dos fundadores de Hogwarts. Notou que pela primeira vez havia conseguido surpreender o Lord das Trevas, e por um segundo ele teve certeza de ver medo por trás dos olhos vermelhos.

Voldemort cambaleou em direção a Snape e pisou no corpo sem vida de sua cobra. Viu o olhar daquele que ele acreditava ser o mais fiel de seus comensais e caiu ao chão.

O rosto pálido de Snape era uma máscara vazia de emoções, mas seus olhos tinham o maior dos brilhos de ódio que Harry já vira. A expressão de Voldemort era de surpresa. Snape, ou porque leu a mente de seu mestre, ou porque adivinhou o que ele queria saber, respondeu com sua voz mais baixa e letal.

-- Por quê?! Apenas porque eu a amava! E você a matou, covarde. Você, Lord das Trevas – falou como se isso fosse um insulto – sempre menosprezou o poder do amor. – Sorriu sarcástico – Você perdeu esta guerra no dia que ousou se aproximar da minha Lilly.

Harry nem pensou em se intrometer naquele acerto de contas. Manteve-se atento e em guarda, observando o ódio que emanava de Snape. Em uma fração de segundos, os pensamentos de Voldemort penetraram em sua mente novamente e o rapaz viu a mudança na expressão do Lord, a dor em sua cicatriz o fez ver estrelas, mas ele ainda conseguiu gritar:

-- Cuidado Snape! – o professor só teve tempo de se mover, e um jato roxo o atingiu no peito. Ele foi lançado a uma grande distância contra uma árvore e lá ficou caído como um boneco de pano.

Voldemort não gastou nem mais um segundo para olhar para aquele que ele julgava ser seu servo mais fiel. Virou-se para Harry sem conseguir se mover muito, mas dizendo com ferocidade.

-- Acho que você venceu Potter! Mas vou levar algo seu comigo – Deu-lhe um sorriso cruel – apontou a varinha para o céu e Harry viu a mais de dez metros de altura, Gina flutuando. – Você não tem escolha, moleque. Eu vou matá-la! E se você me matar ela cairá ao chão – Soltou novamente aquela sua gargalhada demente.

Ele não deu a Harry tempo de pensar, apontou a varinha para Gina e começou a murmurar um feitiço. No mesmo instante, Harry segurou as relíquias em uma mão e a varinha em outra, dizendo um encantamento. De sua varinha saiu um espectro da espada de Griffyndor, com as asas da taça de Hufflepuff, o punho formado pelo cetro de Ravenclaw e no centro o medalhão de Slyterin.

Antes que Voldemort pudesse terminar o feitiço, a espada encantada atravessou seu coração seu corpo se consumiu em chamas. Era o fim do Lord das Trevas.

Harry viu Gina cair em direção ao solo com uma velocidade assustadora. Antes que pudesse fazer algo, no entanto a velocidade diminuía, ela planou e aterrissou no chão graciosa. O garoto viu que havia sido Snape que impedira a queda de Gina, parecia que esse último esforço havia consumido o resto de suas forças.

Harry e Gina correram na direção do ex-professor. Ele tinha um grande corte no peito, pouco abaixo do coração e que sangrava muito. Com um barulho de asas, Fawkes surgiu e deixou cair algumas lágrimas peroladas no ferimento que se fechou. Entretanto a grande quantidade de sangue próxima a Snape dava-lhes a certeza da gravidade da situação.

Terêncio Boot surgiu correndo na direção de Harry.

-- Potter! – chamou com urgência – O Sr. Malfoy... – falou ainda recuperando o fôlego – ... levou Hermione. – Só então o corvinal percebeu que o Prof. Snape ainda estava vivo.

Quando chegou próximo aos colegas e viu quem estava caído de encontro a árvore, ele teve certeza de que Harry havia ido contra suas próprias palavras e se vingado do assassino do ex-diretor. Não teve tempo para tecer teorias.

Snape abriu os olhos, o desespero era nítido naqueles orbes negros. Harry olhou para Gina já se levantando, a garota apenas concordou com um aceno.

-- Vou trazê-la, professor! – Era uma promessa.

Um “craque” e Dobby se materializou entre Potter e Boot.

-- Eu sei para onde o Sr. Malfoy levou a amiga de Harry Potter – guinchou o elfo – Harry e Terêncio, ainda sem entender nada, saíram correndo no encalço de Dobby.

Fawkes já não estava mais ali. Gina viu que a respiração do professor estava superficial e irregular. Produziu seu patrono – ela sabia que era assim que os integrantes da ordem se comunicavam – Logo Remo e Tonks vieram correndo atrás da bela gata de luz.

Lupin apenas pegou Severo e aparatou com ele para o St Mungus. Gina não se moveu e apenas algum tempo depois Tonks conseguiu convencê-la a seguir para o castelo em companhia de alguns elfos.


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Harry, Terêncio e Dobby chegaram rapidamente à casa dos gritos. Logo ouviram as vozes de Hermione e Lúcio que a insultava. Foram em direção a elas, mas Malfoy percebeu a aproximação deles e colocou Hermione a sua frente como um escudo.

-- Ora, ora! Então o incrível garoto-que-sobreviveu venceu o Lord das Trevas – Tentou ser sarcástico, mas Harry viu o brilho de medo em seus olhos. – Devo admitir que fiquei impressionado – Mantinha a varinha apontada para o pescoço de Hermione.

-- Vamos Malfoy, solte-a e se entregue. Você terá um julgamento justo – Falou sério, tentando não deixar transparecer a ansiedade em sua voz. O comensal deu uma risada curta.

-- Boa proposta, Potter, mas vou ter que declinar. Não me anima nada ter que voltar para Azkaban. – Sorriu cruel – Vou levar essa sangue-ruim comigo. Qualquer dia desses entro em contato para saber como receberei imunidade por devolvê-la. – Os olhos azuis gélidos brilharam insanos – Posso até me divertir com ela um pouco – disse passando a língua no pescoço de Hermione em um gesto obsceno – ela é bem gostosinha, não é Potter? – Riu para os dois rapazes.

Harry estava sem ação, se tentasse atacar Malfoy, tinha grande chance de ferir Hermione, mas também não poderia deixar aquele louco levá-la.

Ao ver Dobby, uma idéia surgiu na cabeça de garota. Ela lançou a Harry um olhar lhe dizendo que tinha tido uma idéia e falou baixinho e imperativamente.

-- Folk! – um “craque” e o elfo de Snape apareceu no meio do aposento e olhou assustado para a cena. Antes que tivesse qualquer reação, Hermione se comunicou com ele apenas mexendo os lábios.

Lucio reconheceu o elfo de Severo e soltou uma gargalhada, o que facilitou ainda mais o plano de Hermione. Folk fez uma grande reverência e falou para Malfoy.

-- O amo manda oferecer sua humilde casa ao velho amigo. – nova reverência.

Malfoy tinha a expressão ainda mais insana, olhou para Potter, Boot e Dobby e se alegrou ao ver que não entendiam o que estava acontecendo. Sorriu sarcástico.

-- Thauzinho, Potter! – O elfo tocou no comensal e sua prisioneira e os três sumiram.

Harry olhou apreensivo para Dobby.

-- Era Folk, Harry Potter. O elfo do prof. Snape – Harry sorriu ao entender a idéia de Hermione.

-- Vamos rápido. Gina me falou que era uma casa na periferia de Hogsmead, próximo a floresta.


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Folk e Malfoy ainda segurando Hermione apareceram no interior da casa dos Snape. Imaginando que aquele era um lugar seguro e que logo veria seu amigo, Lúcio permaneceu segurando apenas um dos braços de sua prisioneira. Aproveitando-se da distração, Folk pulou sobre o comensal que com o susto se desequilibrou e caiu soltando sua varinha. Rapidamente a moça se apossou desta. Malfoy deu um safanão em Folk que voou longe. Esses segundos perdidos foram cruciais. Hermione convocou sua varinha das roupas do comensal e em seguida ele estava preso por cordas encantadas.

A expressão da grifinória era indefinida, já o ex-Sonserino, não parecia entender o que o havia acontecido como elfo de Snape. Hermione certificou-se de que Folk estava bem antes de se dirigir ao seu prisioneiro.

-- Sabe Malfoy – falou sarcástica – acho que meu marido – e reforçou a última palavra – não vai gostar nadinha de saber o que você andou pensando em fazer comigo – Enquanto falava puxou displicente o colar para fora do colarinho, permitindo também que ele visse a aliança – Sorriu cruel. – O que você prefere que o entregue aos aurores ou que o deixe aqui e você tenta explicar a Severo – falou acariciando o nome – suas intenções comigo.

O choque daquela revelação poderia tê-lo feito desmaiar, mas o pavor que ele sentiu ao compreender o que estava acontecendo o fez permanecer bem lúcido. Ele conhecia Severo Snape o suficiente para saber que era melhor enfrentar dez aurores a ele irritado, principalmente por ciúmes. Olhou-a suplicante e ela sorriu.

-- Muito sensato de sua parte. Vamos! – Com um aceno de sua varinha ele flutuou a frente dela. – Folk, por favor, tente descobrir onde está Severo e me avise em Hogwarts, ok?

O elfo fez uma grande reverência.

-- Sim Srª Snape, minha senhora – desapareceu.


Quando Hermione abriu a porta, viu Harry, Terêncio e Dobby virem correndo em sua direção e logo atrás um grupo de aurores liderado por Tonks a quem a garota entregou Malfoy.

Hermione abraçou Harry com força e ele sentiu as lágrimas dela molharem sua roupa. Ele precisava lhe falar sobre Snape, mas não sabia como. Ela afastou-se ainda com os olhos marejados.

-- Parabéns, Harry! Você conseguiu. Nos livrou daquele monstro – Sorria radiante.

Ele a pegou pela mão e guiou-a lentamente em direção a escola, tentando falar com tranqüilidade.

-- Mione, olhe... durante a batalha. Você sabia..... nós sabíamos – Hermione estava se preocupando, porque Harry estaria falando daquela forma, como se quisesse consolá-la.

“Craque” e Folk surgiu ao lado de sua senhora. O desespero estampado em seus enormes olhos.

-- O amo, Srª. Snape! – Hermione o olhou com urgência – No St Mungus! Muito mal, minha senhora! Muito mal! – A grifinória lançou apenas um olhar a Harry e aparatou.

Harry ficou parado olhando para o lugar de onde Hermione havia desaparecido. Foi trazido de volta a realidade pela voz um tanto preocupada de Boot.

-- Harry, isso é o que eu estou pensando? – O rapaz não conseguia acreditar na conclusão que sua mente corvinal havia chegado.

-- É Boot – disse sorrindo do atordoamento do colega – Hermione e Snape estão casados.

Harry e Dobby começaram a andar de volta ao castelo.

-- Você está bem? – O elfo concordou radiante. – Peça aos outros elfos que levem os feridos para o castelo, inclusive os elfos e os comensais, certo? – Dobby lançou-lhe mais um sorriso e desapareceu.

Tonks passou rapidamente apenas para avisar a Harry que Gina já havia sido levada para a escola.

Terêncio já estava ao lado do colega, mas aguardou até estarem sozinhos para perguntar.

-- Foi.... hum... por causa dele que vocês brigaram? – parecia um pouco mais pálido que o normal.

-- Não – balançou a cabeça para confirmar a negação – eles estão juntos desde o início do ano letivo. Eu sempre estive com Gina – Sorriu. Respirou fundo vendo a confusão de Boot. – Eu estava namorando Gina escondido, porque ela estava em risco, quando aconteceu aquela confusão na aula de DCAT. – Boot confirmou que se lembrava – Mione achou que seria melhor fingirmos o namoro e depois brigar. – O corvinal olhava Harry assustado. – Naquela época eu também não sabia quem era o verdadeiro namorado de Mione. A carta era de mentira só para ter um motivo para brigarmos.

Terêncio parecia estar raciocinando, então tomou coragem e perguntou.

-- E, bem sobre o beijo – falou mais baixo e corando – Ele soube?

-- Sim. – Concordou sorrindo com o constrangimento do outro. Boot escondeu o rosto com as mãos.

-- Sou um homem morto! – falou imaginando que era capaz de Snape se recuperar do ferimento quase fatal só para vir atrás dele.

-- Não se preocupe! – falou colocando a mão amigavelmente no ombro do outro. – Tenho certeza de que Mione irá querer conversar com você, mais tarde – O corvinal arregalou os olhos. Desde o acontecido que evitava ficar perto de Hermione, ainda não sabia o que o tinha feito agir daquela forma tão estranha. Harry reforçou – Não se preocupe mesmo Terêncio. Vamos voltar a Hogwarts, talvez precisem de nossa ajuda por lá.

O colega concordou em silêncio e os dois aparataram para os portões.

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Sei que a demora foi quase imperdoável! Quase, porque eu tive um bom motivo. Há muito tempo que queria participar de um Challenger, mas ou não tinha tempo, ou não tinha uma boa idéia. Estava escrevendo uma Fic para o Fic100 quando me toquei que ela encaixaria perfeitamente no Challenger Angst. Por sorte o prazo de entrega havia sido estendido e eu pude participar. Conto com a torcida de todos!

E então o que acharam da última batalha? Será que o Snape sai dessa? Sei não, o ferimento era mesmo muito grande....
Novamente não prometo nada, mas tentarei não demorar para postar os últimos capítulos.
Um beijão a todos que comentaram e para aqueles que leram e são tímidos também.
Até breve, Diana Black.

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