Contra uma maldição das Trevas



Tonks aguardava o retorno dos três amigos nos portões de Hogwarts. Correu para eles ao ver que Hermione vinha carregada.

-- Tonks avise Gina e a leve para a enfermaria. Rony vá acordar Madame Pomfrey e nos espere lá. – Falou Harry com urgência sem parar de andar.
Nenhum dos dois discutiu e ambos saíram quase correndo. Só então Harry lembrou-se que poderia conjurar uma maca para carregar Hermione, o fez rapidamente guiando-a para a enfermaria.

Ao chegar lá, Rony já estava sendo atendido pela enfermeira e segundos depois entraram correndo Gina e Tonks ambas nervosas. Harry registrou parcialmente que a namorada carregava um espelho, uma caixinha de jóias e a carta que Dumbledore havia deixado para Hermione. Ele se encarregou de transferir a amiga para uma das camas da ala hospitalar.

-- Hermione pediu para avisá-las assim que chegássemos – disse para as moças. Ele começava a perder o controle, lágrimas corriam por sua face, tremia. Tonks fez com que se sentasse – Não falou mais nada, não sei que feitiço tinha naquele armário! Não sei o que estava escrito lá! – escondeu o rosto nas mãos. – Oh Deus! Eu disse que não queria levá-la! Não queria que ela corresse perigo!

Madame Pomfrey havia trazido um cálice com uma bebida fumegante que agora Tonks tentava fazer com que Harry bebesse. A enfermeira examinava Hermione e estava anormalmente calada deixando o grifinório ainda mais nervoso.

Ele manteve o rosto oculto nas mãos e soluçou em seu devaneio, sentiu alguém tentar consolá-lo, achou que era Gina, mas logo percebeu que era a mão de Tonks que apertava levemente seu ombro tentando em vão lhe passar força. A namorada não estava em parte alguma, porém ele novamente não teve tempo para raciocinar sobre os fatos, pois nesse momento Hermione começou a se debater, falava coisas desconexas e ininteligíveis, lágrimas correram pela face pálida dela e Harry achou tê-la ouvido dizer: sev...., não meu...., logo...... Madame Pomfrey a fez tomar uma poção e ela pareceu retornar ao sono profundo.


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Gina não esperou Harry terminar de falar, assim que recebeu o recado saiu da ala hospitalar e entrou na primeira sala, fechou-a. Já não controlava mais suas lágrimas, porém ainda conseguia falar.

-- Professor Snape! – chamou com urgência para o espelho.

Ele surgiu em um átimo. Gina viu o olhar de desespero dele quando a viu chorando.

-- Ela está desacordada, só disse que eu deveria ser avisada, acho que era para avisar ao senhor. – disse com dificuldade

Ele concordou com um aceno breve. Quando falou tinha a voz firme e controlada, mas Gina viu o esforço que ele fazia para deixá-la assim.

-- Srtª Weasley preciso ir até aí. – ela assustou-se, mas nada disse. – Peça a Srtª Tonks que me encontre nos portões da escola agora e a Srtª retire todos, sem exceção – frisou – da enfermaria. Leve o anel que dei para ela – Gina apenas concordou com a cabeça e saiu apressada.

Ao retornar a enfermaria encontrou Madame Pomfrey tentando explicar algo a um Harry histérico e a um Rony perplexo. Ela não queria, mas ouviu a enfermeira dizer que Hermione estava em coma, ela havia tido uma espécie de crise e agora retornara ao coma. A enfermeira também estava muito nervosa e admitia não saber o que fazer. Achava melhor transferirem a aluna para o St Mungus. Disse que Hermione havia sido enfeitiçada por uma magia das trevas muito antiga. Lupin e McGonagal já estavam na ala hospitalar e tentavam acalmar Harry.

Gina cochichou algo com Tonks e lhe entregou a caixinha de jóias, a auror saiu rapidamente.

-- Preciso da atenção de todos, agora! – falou a ruiva alto e imperativamente.

Talvez pelo tom, ou por ter falado mais alto ou ainda porque todos pareciam perdidos e ela estava um pouco mais segura, todos a olharam. Ela não olhou para Hermione, achou que perderia a coragem, então fixou o olhar em Harry.

-- Eu sei quem pode ajudá-la, mais todos têm de sair – e antes que eles começassem a protestar continuou – Ela só tem uma chance e tem que ser logo – não sabia de onde tinham vindo àquelas informações, só sabia que precisava retirar todos dali e rápido – Vamos, temos que sair, agora!

Para seu espanto, Rony se levantou passou por Harry e segurado o braço do amigo disse aos outros.

-- Não importa o que seja se é para salvar Mione nós sairemos. Vamos!

McGonagal e Madame Pomfrey também tentaram resistir, mas Lupin as guiou para fora da enfermaria. Não havia passado despercebido a ele os cochichos entre Gina e Tonks antes da auror sair da enfermaria apressada. Aquelas garotas sabiam mais do que estavam querendo contar, porém no momento tudo que importava era a saúde de Hermione.

E Remo não havia se enganado, foi o tempo deles saírem da enfermaria e todos viram Tonks vir pelo corredor, parecia haver alguém com ela, pois as paredes ondeavam a passagem. Antes que qualquer um pudesse raciocinar eles passaram entraram na enfermaria e a porta foi trancada.

Só então Remo entendeu que havia alguém com Tonks, alguém que estava desiludido. Mil perguntas passaram por sua cabeça, mas Harry as verbalizou primeiro.

-- Gina quem estava com Tonks? Tinha alguém com ela! Quem pode ajudar e não pode ser visto?

A jovem Weasley não conseguia responder, toda a sua força se foi quando ouviu o barulho da porta sendo trancada. Havia cumprido sua parte, não precisava mais ser forte. Chorava copiosamente.

Então mesmo sem querer Harry começou a perceber tudo que há meses vinha acontecendo a sua volta. Hermione defendendo o ex-professor em várias conversas; uma carta encantada que só ela podia ler; informações quase impossíveis de se ter e que eram passadas apenas para a amiga; ela interessada no livro do Príncipe mestiço; um grande conhecedor das artes das trevas; uma pessoa que pode “ajudar”, mas não pode ser vista; Hermione usando o “sectumsempra”!

Como em um grande quebra cabeça todas as peças se encaixaram e naquele momento ele teve certeza de que até havia percebido o ondear da capa Dele ao passar desiludido pelo corredor. Seu rosto se contraiu em uma careta de indignação e raiva. Ele viu que Gina estava sentada no chão e que Rony e McGonagal tentavam acalmá-la. Harry aproximou-se tentando ser gentil.

-- Gina, por favor, quem entrou com Tonks? – ela percebeu a ira contida na voz do namorado – Gina ele vai matá-la!!

Harry não mais conseguiu controlar seus impulsos. Seria possível que ninguém visse como aquele homem era perigoso. Ela havia matado a única pessoa que verdadeiramente confiou nele para salvar sua vida. O garoto-que-sobreviveu não conseguia acreditar que eles estavam deixando aquele comensal se aproximar de sua maior amiga que estava incapaz de se defender. Levantou-se já puxando a varinha.

Rony e McGonagal pareciam achar que Harry havia enlouquecido. Ele apontou a varinha para porta, Gina levantou-se em um pulo e segurou o braço dele.

-- Não Harry, ele é a única chance dela! – gritou desesperada.

Lupin parecia estranhamente calmo, como se também tivesse chegado às mesmas conclusões que Harry, porém sem achar que as conseqüências fossem tão graves. Aproximou-se do rapaz segurando seu braço.

-- Vamos confiar em Hermione, em Gina e em Tonks, Harry!

-- Não Remo, ele vai matá-la! – estava fora de controle, tentava se soltar de Lupin que o segurava com mais força.

Gina encostou-se na porta como que para protegê-la.

-- Quem está lá com ela? – Gritou Rony que até agora não tinha entendido do que aqueles três estavam falando. Harry olhou para Gina que respondeu ao irmão.

-- Prof Snape! – madame Pomfrey deu um gritinho, McGonagal parecia que ia desmaiar estava branca como um fantasma. Rony ficou púrpura e ia se juntar a Harry na tentativa de arrombamento.

Gina encostada à porta com os braços abertos empunhava sua varinha, falou séria, sua respiração estava pesada e entrecortada pelo esforço de não chorar.

-- Ninguém.... entra! Vocês vão..... ter que ......me derrubar! – Rony e Harry se assustaram, este parou de lutar para se livrar de Lupin e o professor pode pegar sua varinha.

-- Gina, mas ele... – tentou argumentar surpreso.

-- Não Harry! – o interrompeu falando mais alto – Hermione me pediu, você lembra. Ela pediu para você me avisar assim que chegasse e me mostrou como me comunicar com ele. Ela sabia que enfrentaria algo muito perigoso esta noite – olhou profundamente nos olhos verdes de Harry – assim como o professor Dumbledore. E ele também pediu que você chamasse Snape e apenas ele naquela noite.

Remo e Mde Pomfrey correram para amparar Minerva que agora desmaiara. Harry sentou-se no chão. Gina não saiu de frente da porta.


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Tão logo passaram pela porta Tonks a trancou. Snape desfez o feitiço de desilusão. Hermione acabava de iniciar uma outra crise com tremores, falava coisas desconexas e se debatia. Ele a tocou, estava fria. Pegou a poção que estava na cabeceira, cheirou-a e então pôs nos lábios dela. Em seguida ela retornou ao sono profundo.

Tonks postou-se do outro lado da cama. Snape olhou Hermione rapidamente percebendo o dedo cortado com sangue coagulado. Ele sempre soube que sua grifinória não fugiria diante de um desafio.

-- Srtª Tonks – dirigiu-se a auror que apenas aguardava suas ordens – preciso que mantenha todos fora daqui por uma hora após o término do feitiço. Depois se conseguir me acordar ótimo, senão chame Madame Pomfrey – ela apenas concordou com um aceno de cabeça.

Snape olhou Hermione com tanto amor que Tonks sentiu vontade de chorar, viu o desespero e a culpa nos olhos dele. Ele começou recitar um feitiço, muito baixo, balançava a varinha com movimentos precisos. Tocou sua testa, seus lábios, a fez soltar o pingente e pôs seu braço ao longo do corpo. O único sinal do esforço que aquilo exigia eram as gotículas de suor que começavam a surgir na testa do ex-professor de poções. Tocou o tórax no local do coração, estremeceu e uma lágrima caiu de seus olhos. Ele balbuciava palavras que Tonks não entendia e com certeza eram de uma língua antiga. Ela sentiu a aura de magia se formando, era algo poderoso. Tonks achou que Hermione havia ficado mais corada e que a respiração dela estava mais tranqüila, mas poderia ser apenas impressão.

Snape pegou a caixa e retirou a aliança do interior. Tonks notou que ele usava uma igual em seu dedo anelar esquerdo, ele pôs a aliança nela, beijou-a e levou a dele aos lábios dela. Com mais um movimento preciso de sua varinha surgiu uma luz branca brilhante que envolveu os dois por segundos. Novas palavras sussurradas e essas Tonks pode reconhecer sem dificuldade. Então ele fez um corte em seu dedo, a luz continuava circular, porém cada vez menor. Severo pegou a mão esquerda de Hermione e Tonks prendeu a respiração já sabendo o que todo aquele ritual significava. O círculo branco envolveu apenas as mãos deles. Ele tocou o seu dedo que sangrava no dedo machucado dela. Lágrimas desceram pelo rosto de Tonks.

Severo estremeceu ao toque do dedo dela, ela arqueou as costas e abriu a boca como se quisesse respirar depois de um longo tempo submersa. A luz branca se desfez em uma cortina de fumaça e Hermione descansou na cama novamente. Agora seu rosto era sereno, tranqüilo e ela parecia sorrir. Severo caiu sentado em uma cadeira ao lado dela. Estava mais pálido, mas também sorria:

-- Desculpe-me meu amor. – Tocou a face de Hermione – Se eu tivesse tido escolha não teria permitido que você passasse por tudo isso. Mas agora está tudo bem – beijou seus lábios de leve. Deitou-se sobre os braços e adormeceu.

Tonks afastou-se em silêncio e sentou-se próxima a porta da enfermaria para protegê-los, porém pouco depois também adormeceu.


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Harry ficou sentado no chão anormalmente sério e quieto. Rony sequer teve a capacidade de sentar. Madame Pomfrey chorava baixinho a um canto. McGonagal acordou e olhou para Gina.

-- Como vocês puderam?! Como puderam trazê-lo para dentro da escola – a boca de Minerva McGonagal mal se movia, seus olhos estavam arregalados em fúria.

Gina tinha novamente lágrimas nos olhos.

-- O Prof Dumbledore... – Não precisou terminar, a Diretora se levantou e saiu quase correndo em direção a antiga sala do Diretor onde ainda estava seu quadro.

Lupin pediu que Rony a acompanhasse e este saiu correndo no encalço dela. Gina manteve-se na frente da porta.

Quanto tempo se passou nenhum deles pode definir, mas foi o suficiente.

Harry permaneceu quieto e Lupin já havia devolvido a varinha dele. Gina adormeceu encostada na porta da enfermaria. O diretor da Grifinória distraiu-se olhando o céu estrelado e tentando adivinhar o que estaria acontecendo dentro da Ala Hospitalar.

-- “Alohomora”! – gritou Harry aproveitando-se do momento de distração de todos.

Antes que alguém pudesse impedi-lo, passou por Gina e entrou. Seus olhos brilhavam de ódio. Ao ouvir o estrondo da porta sendo arrombada, Severo se pôs de pé, Tonks caiu da cadeira. Porém antes que o ex-professor pudesse reagir, Harry já tinha a varinha apontada para o peito dele, seus olhos se cruzaram.

Gina e Remo entraram correndo, mas Harry já começava a pronunciar um feitiço quando ficou rígido. Ia cair ao chão, mas Tonks o amparou. Todos viram Hermione recostar aos travesseiros e fechar os olhos. Tinha a varinha de Severo nas mãos. Ele a segurou pelos ombros.

-- Vá Severo. Eu converso com ele – falou com a voz sumida ainda de olhos fechados.

Apenas Harry havia sido enfeitiçado por um “petrificus totalus”, mas todos pareciam paralisados. Puderam ver as lágrimas que se formavam nos olhos de Snape, mas ele não as deixou cair.

-- Eu estou bem agora, meu amor. – ela respirou fundo e lhe deu um sorriso breve, sua voz ainda era muito fraca. – Eu sabia que você viria. Tinha certeza de que tudo daria certo.

Madame Pomfrey chorava baixinho e levou um susto quando Severo lhe dirigiu a palavra.

-- Papoula, a poção revigorante de hora em hora, por favor – lhe disse em tom de ordem.

Apesar do susto a enfermeira correu para dentro de seu escritório. Ele a olhou novamente.

-- Qualquer coisa me chame. Eu te amo – Ela sorria e ele lhe deu um beijo rápido dizendo baixinho – Sobre Lílian, sem detalhes, ok. – Hermione concordou com a cabeça.

Madame Pomfrey voltou trazendo um cálice fumegante enquanto Severo saía com sua capa esvoaçante acompanhado por Tonks.


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Erikitxa – Que bom que gostou da ação. Realmente o Tom Riddle sempre foi perigoso mesmo quando só tinha 11 anos. Obrigado pelos comentários.

Leyla Poth – vou tentar ser mais rápida nas atualizações. Beijão.

Vivvi Prince – ainda não é nesse capítulo que vem às explicações. E acho que nem no próximo! Hi Hi Hi (Diana Black deixando todos ansiosos)

Carla Rosa – Aí garota, você pegou o espírito da coisa! Mas será que era só por isso que o Severo estava tão nervoso? Aguardem o próximo capítulo!!!!

Doninha Gomes – Sem ansiedades!! “A pressa é inimiga da perfeição”, mas vai acontecer, pode ficar tranqüila.

Dark Mell Lestrange – Viu só ele salvou!!! O Sev é demais não é mesmo?! Ele é o cara!!! Mas ainda teremos novidades no próximo capítulo.

Mohzika Black – Uma leitora nova!!!! Viva! Não pude passar na sua Fic no fim-de-semana, mas tentarei passar hoje. Deixo um comentário. Um beijão.

Aninha Granger Snape – Você esteve sumida! Mas que bom que voltou e em uma boa hora. Nesse capítulo ainda não dá para saber muita coisa, mas no próximo tem mais explicações.

Helena Paiva – valeu pelos muitos “5” eu adorei!!!

Rosy Paula – Ainda terá duvidas que só serão sanadas nos dois próximos capítulos, mas não se preocupe tudo tem uma explicação.

Lety Snape – Valeu amiga!!!

Agora tenho que contar algo ruim. Eu perdi meu bebê. Na última quinta-feira fui fazer uma USG (de rotina, não estava sentindo nada) e o bebê estava morto. Esses últimos dias foram muito difíceis para mim, para o meu marido e para as nossas famílias. Pode até parecer estranho que eu tenha conseguido atualizar a minha Fic em um momento como esse, mas é que assim fujo um pouco de tudo e consigo não ficar chorando o tempo todo. Ainda não sei o que minha médica vai querer fazer, mas se eu precisar ser internada talvez suma uns dias. Sei que tudo vai terminar bem e obrigada por todos os votos de felicidade. Um Beijão Diana Black.

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