Esclarescendo Tudo
- Como vocês me acharam?- perguntou Harry aos amigos assim que teve oportunidade.
- Bem... Juliah estava procurando você e quando nós dissemos que você recebeu uma coruja dela ela negou que tinha te enviado ficou muito preocupada e saiu feito uma louca.- respondeu Rony.
- Eu fiquei muito desconfiada e resolvi segui-la, quando ela entrou na passagem secreta sob o salgueiro lutador eu fui correndo chamar o Sirius, ele se transformou num cachorro e foi para lá, então nós o seguimos.- falou Hermione.
- Ela sempre esteve tentando me salvar, não foi?- perguntou Harry triste se referindo a Juliah.
- Como você mesmo me disse- começou Rony- ela não é uma pessoa má.
- E ela gosta muito de você!- completou Hermione.
*
- Meu caro amigo. – disse Dumbledore a Sirius- você já deve imaginar o motivo dessa nossa conversa.
- A mãe de Juliah.- respondeu Sirius.
- Imagino que você já saiba também quem ela é!
- Angelita Gowdak!
- Exatamente!- disse Dumbledore- Sempre achei Juliah parecida com ela, mas quando a vi ontem no baile não tive mais dúvidas.
- Eu- interrompeu Sirius- suspeitei desde quando eu vi o colar que Juliah usa, era o mesmo que Angelita usava.
- Pedi para que você ficasse Sirius, porque acho que você dará razão as minhas suspeitas. Você conhecia bem a Angelita?
- Sim, nós trabalhamos muito tempo juntos lutando contra Voldemort. Ela era uma Auror extremamente competente e lutava com todas as suas forças contra os comensais da morte e contra Voldemort, por isso é difícil acreditar que ela tenha se unido de bom grado com ele.
- E não se uniu.
- O que? Ela foi julgada e assumiu ter se juntado ao Lord por vontade própria, por isso ela foi mandada a Azkaban, onde morreu alguns anos depois.
- Sim, sim Sirius. Isso tudo realmente ocorreu, mas como você mesmo disse é difícil aceitar que ela o fizesse por vontade própria e agora os motivos dela estão claros para mim.
- Juliah?!
- Sim.
- É claro!- exclamou Sirius- Ela deixou Juliah na porta dos Settlers com seu talismã de proteção, acredito também que tenha posto um feitiço para que Voldemort não pudesse achar a menina. Logo depois deve ter sido apanhada e levada a julgamento, porque muitos bruxos a haviam visto com Voldemort, e lá ela se disse culpada, porque assim iria presa e como ela era a única pessoa que sabia onde Juliah estava e que ela era filha de Voldemort o seu segredo morreria com ela.... pobre Angelita se ela tivesse procurado ajuda...
- Foi a solução que ela encontrou, só tem mais um detalhe que a inocenta- completou Dumbledore- eu suspeitei durante o julgamento que ela mentia e depois que foi dita a sua sentença, um pouco antes dos dementadores chegarem, eu pedi para falar com ela. Ela me afirmou que era culpada e que seria melhor ir para Azkaban, nenhum culpado diria uma coisa dessas, mas o que me chamou atenção foi que ela me pediu um tinteiro, uma pena e um pedaço de pergaminho, escreveu uma carta e me pediu para entregá-la, perguntei quem era o destinatário e ela apenas me disse que eu saberia assim que o visse. Tenho esse pergaminho até hoje, mas nunca soube para quem entregá-lo, agora eu sei.
- Senhorita Settlers, foi grande o susto que a senhorita nos deu.
Dumbledore havia entrado na enfermaria, onde Juliah já havia acordado e estava repousando.
- Oi professor!- disse a menina um pouco encabulada.
- Eu vim aqui porque precisamos conversar.
- É eu sei! Se o senhor quiser que eu vá embora de Hogwarts por causa do meu pai eu irei.
- Eu nunca pediria uma coisa dessas, meus motivos aqui agora não são seu pai e sim sua mãe.
- O senhor a conheceu, sabe quem ela é?- perguntou Juliah ansiosa.
- Calma. Calma menina. Sim Juliah eu conheci sua mãe, e ela era uma excelente pessoa e você é muito parecida com ela.
- Mas porque ela se envolveu com Voldemort?
- Isso eu não sei ao certo, só sei que não foi por vontade própria, mas talvez você ache as respostas nesse pergaminho que ela deixou para você.
Dumbledore entregou o pergaminho, velho e amarelado, a Juliah. Ela estava um pouco receosa mas abriu e começou a lê-lo, as lágrimas imediatamente escorrendo pelo rosto.
Querida filhinha:
Antes de qualquer coisa, eu gostaria de pedir desculpas por tudo que fiz. Espero que tenha escolhido uma boa família de bruxos para tomar conta de você. Quero que saibas que no momento eu não tive outra escolha. Se você ainda não sabe seu pai é o Lord das trevas, Voldemort, e eu fiz tudo isso para protegê-la dele. Eu trabalhava como Aurora e lutava contra as forças das Trevas. Capturava comensais da morte, mandei muitos a Azkaban, mas um dia fui capturada por um bando deles e levada a presença de Voldemort, nada do que ele me fez foi pior do que anunciar que eu iria ser mãe do seu Herdeiro, ele me dominou com a maldição imperius e me fez fazer coisas horríveis, como torturar colegas e amigos. Me horrorizava a idéia de ter um filho com aquele homem, mas quando eu senti você crescendo dentro de mim, quando eu sentia você mexer, tudo mudou. Eu te amava mais que qualquer outra coisa no mundo e não deixaria você com seu pai. Quando você nasceu ele queria te matar porque ele queria um menino com herdeiro, mas ele acabou não fazendo, te entregou para mim, me livrou da maldição, mas me ameaçou dizendo que se eu tentasse fugir ele nos matava. Um dia anunciaram que Lord Voldemort havia sumido, todos os seus seguidores entraram em pânico e nesse momento eu fugi com você em meus braços. Quando eu vi aquela casa, eu deixei você ali, com meu diário e com meu talismã, que eu enfeiticei com o feitiço mais poderoso que sabia e que faria ninguém conseguir encontrá-la através de magia. O único meio de encontrá-la seria através de mim, então deixei me capturarem, confessei meus crimes, mas nunca disse nada sobre você. Eu te amo, eu te amo muito e o que acontecer comigo quero que saiba que não foi culpa sua. Só quero te pedir para se afastar de Voldemort, nunca deixe ele te encontrar, use sempre o colar que te dei e por favor minha filha me perdoe, me perdoe!
Com muito amor
Angelita Gowdak
P.S.: a chave para abrir o diário é você!
Quando Juliah terminou de ler a carta de sua mãe foi impossível conter o choro. Dumbledore apenas a olhou e esperou que a menina se acalmasse para voltar a falar.
- Espero que ela tenha esclarecido suas dúvidas.- disse Dumbledore calmamente.
- Sim professor!
- Agora tenho outro assunto para tratar com você. É sobre Voldemort, você sabe o que aconteceu a ele?
- Não, mas....eu sei que ele está vivo, eu sinto.
- Eu mandei uma coruja para seus pais adotivos, explicando o que aconteceu e pedindo que eles se protejam de Voldemort. Também mandei uma coruja a seus avós, o Sr. e a Sra. Gowdak.
- Meus avós?!
- Sim, os pais de sua mãe, acredito que eles não sabiam de você e eu acho que vocês tem muito o que conversar. Bom... Juliah é de extrema importância que você tome cuidado com Voldemort ele ainda virá atrás de você, mas quero que saiba que estaremos sempre ao seu lado na luta contra ele.
- Obrigada! Professor, eu tenho uma pergunta!
- Faça!
- Porque eu não morri? Quer dizer eu senti o feitiço entrando em mim e depois eu não me lembro de mais nada.
- Eu tenho uma teoria sobre o assunto. De certa forma, sua mãe morreu para salvá-la, o símbolo disso é o seu talismã e ele a protegeu do feitiço. Ele e o seu poder. Sabe Juliah porque Voldemort queria matá-la?- a menina balançou a cabeça negativamente- Porque você é muito mais forte do que ele, pois além dos poderes você tem o amor de sua mãe. E amor é uma coisa que Voldemort não entende, portanto ele não sabe a força que tem.
Juliah sorriu enquanto lágrimas corriam pelo rosto.
- Tem uma pessoa querendo muito ver você, vou pedir que ela entre.- disse Dumbledore saindo.
Em seguida entrou Harry Potter.
- Oi!- disse ele- Como você está?
- Bem!- respondeu Juliah secando as lágrimas.
- Eu...- disseram os dois ao mesmo tempo, Juliah sorriu e Harry continuou.
- Queria te pedir desculpas por ter suspeitado de você.
- Eu é que te devo desculpas, por não dizer que Voldemort era meu... pai... e que ele estava atrás de você.
- Obrigado por me salvar.- disse Harry.
- Obrigada por confiar em mim.- disse Juliah.
E os dois se abraçaram e ficaram assim por um bom tempo, sem nada mais para preocupá-los a não ser o calor um do outro.
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