A Cilada

CAP 3 - A Cilada


- Eu não devia ter vindo aqui! – já era a quinta vez que Harry reclamava desde que chegou a boate – Eu ainda não acredito que deixei vocês me convencerem de vir aqui... Como pude ser tão idiota...

- Cala a boca, Harry! – Luna disse, ao ouvido de Harry, com um sorriso torto nos lábios

Haviam chegado no Night-club à dez minutos. Lá era escuro, onde a única iluminação eram luzes neon de diversas cores. O som era muito alto, e só conseguia se ouvir a voz de alguém quando ficava bem próximo. Uma música nova começou a tocar:

- AHHH! Amo essa música! – Luna disse começando a dançar... e isso era um mistério para Harry... não sabia como alguém conseguia dançar naquele aperto, onde andar era um desafio – “Baby can’t you see?” – ela começou a cantar, e Harry reconheceu a música como Toxic, da Britney Spears. Girou os olhos para o teto... Britney era a última coisa que ele queria ouvir agora. Procurou Rony, pra ver se eles saíam daquela multidão e iam respirar um ar fresco, e levou um susto quando o viu rebolando até o chão junto com Luna. Teve um breve ataque de risos, mas logo voltou a seriedade. Distraidamente, olhou para a portaria... viu quatro pessoas, com vestes negras, entrarem seguidamente na boate.
Olhou desconfiado... “e se fossem eles?”. Pensou em chamar Rony e Luna, para ir com ele verificar, mas não ia interromper a diversão dos dois por causa de uma mera suposição.
Se afastou e foi atrás dos quatro, que haviam entrado muito cautelosamente em um corredor, que Harry nunca entrara antes.

***************

- Mas porque ele não quis vir? – Pansy perguntou à Goyle, enquanto andavam pelo corredor vazio, em que a única coisa que havia, eram quadros diversos pendurados na parede.. Aquele local já era conhecido como “A área deles”. Sempre que chegavam ali, ninguém, ninguém mesmo podia estar em seu caminho... se não, Os Comensais apenas se divertiam com a “cabeça da pessoa”.

- Eu já disse: ele tinha outros assuntos pra tratar! – Goyle disse mais uma vez. Todo mundo sabia que Pansy era apaixonada por Draco, e se ela, ao menos, desconfiasse, que ele não foi ao baile por que estava com Hermione, iria querer voltar e matar os dois. E se ela descobrisse que os dois estavam namorando... iria matar os dois, e o resto de todos os comensais por não terem contado a ela.

- Posso saber que assuntos são esses?

- Como eu vou saber? Pergunte a ele!

- Vocês não podem parar de discutir um só minuto? – Flash perguntou tampando os ouvidos

- Tá incomodado? – ela perguntou fazendo um gesto ameaçador

- E se estiver? O que você vai fazer?

- AH, você também não, Flash! – Crabbe disse aumentado ligeiramente a voz

- Tá aumentando a voz porque? – Flash disse desviando o olhar de Pansy para Goyle – Quer que eu te ensine a falar direito?

- Silêncio! – Pansy disse levantando a palma da mão. Apurou os ouvidos. Ouviu alguma coisa, que não tinha sido eles. Havia alguém no corredor.

***************

Harry entrara no corredor alguns segundos depois das quatro pessoas de vestes negras entrarem. Ainda não tinha conseguido ver o rosto de nenhum deles, mas reconheceu o cabelo loiro de Pansy e o branco de Flash. Não conseguiu ver o dos outros dois, pois estavam mais a frente.
Seguiu sozinho pelo corredor, em uma distância razoável dos quatro, até que teve a confirmação do que supunha.

- Mas porque ele não quis vir? – ouviu a voz de Pansy. Não tinha como não reconhecer a voz esganiçada dessa garota.

- Eu já disse: ele tinha outros assuntos pra tratar! – agora era a voz de Goyle, na sua opnião o homem mais nojento da face da Terra.

Ainda ouviu a voz de Flash e Crabbe. Não ouviu a voz de Draco... e no mesmo instante entendeu o porquê de toda discussão. Ele estava com Mione, e eles não queriam contar a Pansy. Sentiu uma fisgada no estômago ao pensar o que os dois estariam fazendo sozinhos. Sacudiu a cabeça e voltou sua atenção aos Comensais... queria saber aonde eles estavam indo... com certeza coisa boa eles não iam fazer. Distraidamente, encostou sua mão na parede, e só depois se tocou que estava encostando no quadro, que caiu no chão, com um estrondo.

- Silêncio! – ouviu a voz de Pansy ordenar.

Pensou em sair dali... com certeza ela o ouviu. Mas se saísse dali estaria sendo covarde, e não descobriria o que eles estavam planejando fazer... e além de tudo... Harry se garantia. Sabia que eram quatro contra um, mas nenhum deles tinha a experiência que ele tem.
Ficou parado, sem se mexer. Tudo estava em silêncio agora. Ouviu eles correndo, e os passos se afastando... será que estavam fugindo dele? Continuou a andar, e não os encontrou... de fato tinham fugido dele. Finalmente chegou ao final do corredor, onde tinha uma porta aberta. Viu que ali era um tipo de varanda e decidiu passar por ela. No segundo seguinte, quatro pessoas caíram em cima dele... Era uma emboscada... e ele caíra. Crabbe e Goyle pisaram forte na sua cabeça... fazendo-o desmaiar.

***************

*din... don* - a campainha tocou.
Draco deu um sorriso, tirou o avental e olhou para o jantar sobre a mesa que ele mesmo preparou. Um delicioso frango assado, bastante apetitoso, iluminado por luz de velas, rodeado por aperitivos, estava em cima da mesa. Se orgulhou dele mesmo, e foi abrir a porta. Levou um baita susto ao ver uma Hermione desesperada, com a maquiagem borrada de tanto chorar, se pendurar em seu pescoço.

- Draco – ela dizia entre lágrimas – Aconteceu uma coisa horrível!

- O quê foi, Mi... – perguntou preocupado, enquanto acariciava os cabelos da garota, achando que alguma tragédia tinha acontecido

- Foi o Harry... nós brigamos, Draco... perdi meu melhor amigo...

- Mas porquê? O quê houve? – mas quando a garota abriu a boca pra falar, este colocou o dedo em seus lábios, a silenciando – Espere... o que você acha de jantarmos, e depois você me conta tudo.
Hermione não estava com o mínimo apetite... mas sabia o esforço que ele fez pra preparar esse jantar.
- Ok... – disse num sussurro

***************

Passaram-se duas horas, e Hermione já tinha contado toda a história a Draco... ou melhor, já tinha até lhe esquecido! Os dois estavam sentados no mesmo sofá, e Hermione dava gargalhadas sobre uma piada que ele havia acabado de contar sobre elfos.

- Eu disse que essa era boa! – Draco disse, rindo da própria piada.

- Só você mesmo pra me fazer rir! – dizia com os olhos cheios de lágrimas, de tanto rir.

Draco neste momento parou de rir, e a contemplou.

- Quê foi, Draco? – ela disse quando viu o olhar estranho que o homem lhe lançava

- Só estou vendo o quanto você é perfeita...

Ela deu um sorriso, enquanto Draco se aproximava e a beijava. Foi um beijo diferente... caloroso... e logo Hermione descobriu que as mãos de Draco passeavam em seu corpo. Ele a abraçava de uma forma tão intensa, fazendo seus corpos ficarem colados em cada centímetro. Ele foi decendo aos poucos, beijando sua orelha, seu queixo, e seu colo. Ela sabia o que Draco queria... já estavam namorando há quase um mês, e nunca dormiram juntos... mas definitivamente, não iria ser agora...

- Draco... eu... eu... – ela tentou procurar uma desculpa

- O quê? – ele disse com a voz sufocada, enquanto beijava seu pescoço

- Eu preciso de um CHÁ! – ela disse levantando-se no mesmo instante, e empurrando Draco para o outro lado do sofá. Ela foi pra cozinha, enquanto Draco ficou largado ali, sem entender nada. Ele foi atrás dela logo em seguida.

******************

- Aonde está Harry? – Rony perguntou alto para Luna, no meio da multidão.

- Não sei... quer procura-lo?

- Eu acho melhor que sim... ele não é do tipo de sumir assim... sem nenhuma explicação...

- Ok, vamos...

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Hermione estava mechendo no armário, sobre a pia da cozinha. Procurava algum tipo de chá para fazer, apesar de não estar com a mínima vontade de beber isso...
Draco entrou pouco depois na cozinha:

- Se você está procurando chá, não vai encontar – ele disse se aproximando, e parando atrás dela, a poucos centímetros – Mas se servir café, você encontra dentro desse pote

- Ah... serve sim... obrigada – ela disse pegando o pote.

Draco não demorou para agir. Afastou os cabelos da nuca da mulher, e deu beijos demorados. Ela sentiu um arrepio, e virou-se.

- Draco... eu não... – ele nem a deixou terminar de falar. Lhe deu um beijo de tirar o fôlego. Ele sabia que ela queria fugir... mas não deixaria... as mãos dele seguravam a pia, deixando-a presa entre elas. Continuou a beija-la e esta não teve outra opção que não fosse corresponder... afinal, ele era seu namorado!
A pegou no colo e a fez sentar em cima da pia, deixando-a um pouco mais alta que ele. O pote de café caiu e se espatifou no chão... mas isso não vinha ao caso agora. Para ela não tinha mais escapatória... a melhor opção era deixar acontecer. Mais uma vez os lábios de Draco desceram para seu colo... e Hermione fechou os olhos. Uma imagem lhe veio a cabeça.

- Ah! – Ela deu um gritinho e levou as duas mãos a cabeça, ainda com os olhos fechados.

- O que foi? – Draco disse, parando de beija-la, e a olhando.

Imagens obscuras vieram a sua cabeça. Parecia que ia explodir! Deu um gemido de dor, e veio-lhe claramente a imagem de duas pessoas pisando na cabeça de Harry, e este, desacordado, com sangue escorrendo da sua boca. No segundo seguinte, ela olhou para o seu namorado, pálida, como quem tivesse visto um fantasma.

- O Harry... está em perigo...

- O quê?

Ela pegou Draco pela gola da blusa, e o puxou, fazendo-o ficar cara a cara com ela.

- Onde estão os Comensais?

- Mas do que você está falando?

Ela o levantou pela gola (com a ajuda dos poderes, claro), fazendo seus pés ficarem fora do chão

- Eu-não-vou-perguntar-de-novo... – disse claramente cada palavra, lhe olhando fixamente nos olhos, uma expressão ameaçadora – Onde estão os Comensais?

- No Night-club – respondeu sem rodeios, com a voz sufocada

No mesmo instante Hermione o largou, desceu da pia, pegou seu casaco em cima do sofá, e sem nenhuma autorização, pegou a chave da moto de Draco. Saiu de casa e já estava montando na moto quando Draco apareceu.

- Ei! – ele disse quando a viu – Aonde pensa que vai com minha moto?

- Eu não penso – disse colocando o capacete – Eu vou.

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