Ida ao Beco Diagonal



2ºCapítulo: Ida ao Beco Diagonal


– Harry, Harry, Harry – gritava Rony e Hermione – acorda!

Harry se levantou de um pulo. “Que sonho mais esquisito!”, pensou.

Abriu os olhos, passou a mão na testa limpando o suor que caia sobre seus

olhos, estava suando frio. À sua frente, Rony e Hermione assustados

estavam paralisados.

– Você está bem? – perguntou Rony acabando com o silêncio.

– Sim – respondeu Harry tentando se ajeitar na cama. – Foi só um sonho –

suspirou.

– Um sonho? Você está suando frio. – disse Hermione – E, antes de acordar,

estava tremendo – Harry, – perguntou franzindo a testa – você está

praticando Oclumência?

– Sim. – respondeu ainda com a respiração ofegante. – Harry havia

praticado Oclumência todos os dias de suas férias. Melhorara bastante e até

já conseguia fazer um pouco de Legilimência, utilizando seu primo Duda

como cobaia. – Sim, Hermione, eu pratiquei.

–E, como foi esse sonho? – perguntou Rony curioso.

Harry contou aos dois o sonho esquisito que tivera. Ao terminar o relato

esperou algum comentário.

Os dois olhavam para Harry com cara de incompreensão. Hermione fechou

os olhos e se encostou à cama. Os meninos se entreolharam, à espera do

resultado do comportamento tão estranho da amiga. Passado algum tempo,

ela se levantou e começou a andar pelo quarto falando:

– Mas, Que sonho mais esquisito! É diferente de tudo o que você já sonhou

Harry. Seus sonhos são sempre sinistros, mas esse é pelo que você nos

contou, tão... Diferente!

– É mesmo, Hermione, os sonhos de Harry sempre foram sombrios e esse é

tão estranho – disse Rony confirmando. – Mesmo assim, será que não

significa alguma coisa como os outros que você já teve, Harry?

– Pode até ser – falou Hermione – O problema é que não temos certeza se

podemos confiar plenamente no que esses sonhos dizem, vocês se lembram

do que aconteceu com Sirius...? – Hermione parou de falar e olhou para

Harry. Ele havia abaixado a cabeça ao ouvir o nome do padrinho, sentia

uma pontada no coração, lembrar da morte de Sirius Black era ainda um

corte muito profundo. O que mais doía para Harry era o sentimento de culpa

que carregava pela morte de seu padrinho, afinal fora ele que tinha colocado

todos em perigo.

O silêncio perdurou alguns minutos, Harry foi o primeiro a falar:

– Realmente, esse sonho é muito esquisito – sibilou, mudando de assunto –

Na casa dos Dursley eu não sonhei com nada as férias inteiras, e toda noite

eu me concentrava e praticava Oclumência. E hoje acontece isso.

– Harry, – falou Hermione conclusiva – É necessário que o oclumente esteja

muito concentrado para conseguir praticar a defesa. Talvez com a festa de

ontem você tenha “baixado a guarda”.

– Como assim, Hermione? – perguntou Rony.

– A noite ontem foi muito cansativa, o Harry talvez tenha se descuidado na

defesa, que como eu disse, necessita de muita concentração.

– É talvez tenha isso o que a Mione tá dizendo Harry – falou Rony.

– É, deve ser isso mesmo. – Falou harry – Vamos tomar café? Estou

faminto.

– Está bem, estamos descendo já. Troca de roupa logo. – falou Hermione

saindo do quarto e levando Rony consigo.

Harry se trocou e desceu. Quase todos estavam tomando café. Na mesa só

estavam Fleur, Gina, Rony, Hermione e a Senhora Weasley.

– Dia – falou Harry para todos.

– Harry querido – falou a senhora Weasley pegando um pacote e

entregando a Harry – Ontem nem tive tempo de lhe entregar o meu

presente.

– Não precisava – disse Harry encabulado – Obrigado, Srª Weasley.

O presente da Srª Weasley era uma blusa de lã vermelha com a inicial H

em dourado na frente. Também havia um saquinho cheio de doces.

Guardando os presentes, Harry se sentou para tomar o seu café da manhã.

Gina foi a primeira a se levantar, estava muito quieta, não falara nada e

saiu quase aos tropeços da mesa quando Harry se sentou. Harry se lembrou

do que havia acontecido na noite anterior e concluiu que era o motivo de

tanto mau-humor da ruiva.

Fleur e a Srª Weasley terminaram seu café e também saíram. Na mesa

restaram apenas os três.

– Harry, você vai voltar pra Hogwarts? – perguntou Hermione.

– Não. Eu não vou voltar vou me dedicar somente as Horcruxes.

– Dumbledore ia querer que você voltasse. – falou decidida.

– Ele morreu Hermione. – disse Harry exaltado – e não pode mais me

proteger. Nem ele nem o Sirius, todos os que tentaram me proteger

morreram.

– Harry, não se martirize. Eu sei o quanto você sofre pela morte deles. E

também sei o quanto você se sente encarregado de procurar as Horcruxes,

mas para isso é necessário um conhecimento muito grande na magia em

geral para conseguir encontrá-las e destruí-las. Você-sabe-quem é muito

poderoso. – concluiu Hermione.

– Harry, – falou Rony, que até aquele momento estava calado brincando

com o mingau – Você sabe que ela está certa.

– Mas eu estou disposto a aprender o máximo que puder. O tempo é

precioso e não posso perdê-lo mais. – disse enchendo a boca de suco de

abóbora.

– Por que não voltamos com a AD? – Hermione esboçou um sorriso ao dizer

isso.

– E expor mais gente ao perigo? – Harry falou desacreditado.

– Muito pelo contrário, treinaríamos técnicas de defesa avançadas. Ajudaria

muito. – falou Hermione resoluta.

– Então por que vocês não fazem as reuniões e praticam enquanto eu vou

procurar as Horcruxes?

– Você não quer voltar mesmo, não é? – disse Rony.

– Não. – disse Harry definitivo.

– Então vamos com você. – disse Hermione se levantando para ir embora.

– É isso aí. – falou Rony batendo na mesa – vamos com você!

– Já disse para vocês que não precisam vir atrás de mim. – falou Harry

nervoso. – São os meus melhores amigos, tenho medo de que aconteça algo

com vocês.

– Harry – falou Hermione emocionada – Todos nós corremos perigo.

Queremos te ajudar nem que para isso corramos muito mais perigo ainda.

Não podemos ver você se entregar desse modo a nossa causa enquanto

ficamos de braços cruzados.

– Você sabe disso. – falou Rony. – E por sermos seus melhores amigos não

te abandonaremos nessa missão.

Os três se levantaram da mesa e se abraçaram. Estavam decididos e nada

os faria mudar de idéia.



****


Os dias passaram rápido, todos estavam ocupados ajudando na preparação

do casamento.

Faltando uma semana para o dia 11, Harry, Rony, Hermione, Gina, Fleur e

a Srª Weasley foram para o Beco Diagonal comprar as coisas que faltavam.

Chegando ao Beco o ambiente que eles encontraram era totalmente

diferente do normal dos anos anteriores, quando o Beco estava

transbordando de alunos, que entravam e saiam das lojas carregando

grandes embrulhos, cheios de alegria. A situação encontrada agora no Beco

era completamente oposta: as ruas estavam vazias, do mesmo modo que as

lojas (muitas fechadas), e as poucas pessoas que transitavam as ruas não

demonstravam nenhum resquício de alegria e sim de temor.

Horrorizados com a situação encontrada, não restou muito que dizer. A srª

Weasley esboçou um murmúrio, algo parecido com: “Onde é que é que nós

vamos parar?”.

– Meninos nós vamos para o “Recanto das Noivas”. – disse a Srª Weasley

se recuperando do choque – Vamos esperá-los às 16:00 na “Florean

Fortescue”.

– Tudo bem, mamãe. – falou Rony.

Os três foram em direção madame Malkin comprar as roupas. No caminho

havia uma parede com muitos cartazes. Todos com a mesma frase: “Procura-

se”. Dezenas de pessoas já tinham desaparecido, e o Ministério da Magia

pedia cooperação para encontrá-las.

– Olha, Harry – apontou Hermione para um cartaz – É o senhor Olivaras.

Harry olhou para o cartaz e em seguida olhou em direção a loja do senhor

Olivaras que continuava fechada.

– Onde será que ele está? – perguntou Harry.

– Sabe-se lá, Harry. – falou Rony – Pelo menos temos a certeza de que ele

está vivo. Afinal com ele Aquele-que-não... – Rony parou se lembrando do

que seu amigo lhe dissera dias atrás – quer, dizer, você sabe, Ele terá

varinhas de qualidade.

– É, – disse Harry – enquanto ele tiver serventia terá vida. Mas, e todas

essas pessoas? – apontou para a parede. – Elas terão alguma chance?

O silêncio tornou-se a resposta para a pergunta de Harry.

Continuaram caminhando lentamente e quando passaram pela Floreios e

Borrões, Hermione parou de repente para olhar a vitrine da loja.

– O que foi Hermione? – perguntou Rony.

– Eu preciso comprar um livro – disse – vamos entrar rapidinho para comprá-

lo?

– Hermione, – disse Rony – Você quer comprar livros numa hora dessas?

– Eu pedi por encomenda pela Floreios, já que pelo meu nome eu não

poderia pedir. O Ministério vem fazendo interceptações rígidas! – falou

Hermione – Vou aproveitar e ver se já chegou e se já, pegá-lo,

aproveitando que estou aqui.

– Você e esses seus livros – Falou Rony. – Perde mais tempo com eles de

que conosco – disse ressentido.

– Vamos – suplicou Hermione – É rapidinho.

Harry pensou bem na proposta de Hermione, sabia que os seus dois amigos

precisavam se entender. “Talvez... Se eles ficassem um pouco sozinhos eles

poderiam se entender”. Pensou Harry. “Pelo menos alguém tem que ser

feliz no grupo.” Um sorriso veio em seus lábios e decidido falou:

– Vamos fazer assim: Vocês dois compram o tal livro enquanto eu vou até a

Madame Malkin e os espero lá.

– Mas, – falou Hermione – por que você não nos espera?

– Porque eu preciso passar num lugar antes. – disse misterioso.

– Aonde você vai? – perguntou Rony.

– Depois eu conto. Tchau!

– Mas...

Hermione falou, mas Harry foi andando com um sorriso ainda maior no

rosto, como se não a tivesse escutado.

– O que deu nele? Perguntou Rony – Para onde ele vai?

– Vai saber Rony... Vai saber. – respondeu Hermione olhando para Harry

que já ia virando a esquina. Olhando para Rony, o puxou pelo braço

adentrando na loja.

Harry caminhava espaçosamente pela calçada do Beco. Estava radiante

com a idéia que tivera e imaginava a cara que seus dois melhores amigos

estariam fazendo ante a sua inesperada ação.

Caminhava sem direção, somente sabia que deveria deixar seus dois amigos

muito tempo juntos. Parou na loja de logros da “Gemialidades Weasley”.

Estava vazia. Adentrou pela porta da loja e se sentiu numa verdadeira casa

de Weasleys, a decoração da loja era totalmente berrante e chamativa.

Milhares de objetos estranhos estavam espalhados por prateleiras tortas,

apesar de a loja estar vazia, o clima era de festa. Ao fechar a porta fez um

barulho ensurdecedor. Os gêmeos apareceram para ver quem tinha entrado.

– Harry! – gritaram em uníssono.

– Que grande prazer recebê-lo em nossa humilde loja de logros. – disse Fred

fazendo uma reverência.

– Realmente meu querido e pobre irmão, é uma grande honra receber o

Menino-que-Sobreviveu em nossa humilde loja. – falou Jorge repetindo a

reverência do irmão.

Os dois começaram a rir e a dançar em volta de Harry.

– Parem com isso! – disse Harry rindo também.

– Sim, Senhor! – os dois falaram batendo continência.

– Vim ver como anda a loja. – disse Harry.

– Ta difícil de a gente vender alguma coisa, mas isso está acontecendo com

todo mundo. – falou Jorge.

– Mas não nos deixamos abater com isso. – falou Fred.

– Ao contrário, nossa criatividade aumentou ainda mais. – disse Jorge.

Harry olhava de um para o outro e já esta ficando tonto de tanto virar para

lá e para cá:

– E quando você acabar com Aquele-que-não-deve-ser-nomeado...

– Vamos vender ainda mais do que já vendemos.

– Ah! – Os dois suspiraram olhando para o teto.

– Senhores Weasley – falou uma garota morena de olhos muito pretos,

devia ter a mesma idade de Harry, e estava trajando um jaleco vermelho-

dourado berrante que não retirava em nada a sua beleza descomunal. –

Desculpem-me – disse quando viu Harry – não sabia que estavam ocupados.

– Acho que não te apresentamos ainda a nossa nova assistente, Harry –

falou Jorge.

– Esta é Patrícia Holkes – disse Fred apontando para ela. – E esse Patrícia,

como você deve saber, é Harry Potter, o Menino-que-Sobreviveu. – e

apontou para Harry rindo.

– Prazer – falou Patrícia abrindo um enorme sorriso no rosto e lhe

estendendo a mão.

– O prazer é todo meu – respondeu Harry corando, apertando a frágil mão

de Patrícia.

– Será que você não se lembra dela em Hogwarts, Harry? – perguntou Fred.

– Não – respondeu Harry pensativo –, eu não me lembro de tê-la visto.

– Normal – falou Patrícia – São tantos alunos e eu sou da lufa-lufa, se fosse

pelo menos da Grifinória.

– Você já terminou seus estudos? – perguntou Harry.

– Vou fazer sexto esse ano. – Disse ainda sorrindo.

– E já está trabalhando? – perguntou Harry curioso.

– É só um “bico” – respondeu – Para ter o que fazer. Não gosto de ficar em

casa sem fazer nada.

– Patrícia – falou Fred cortando o assunto deles – O que você queria mesmo

com a gente?

– Ah, sim, me desculpem – falou tingindo a suas face de um vermelho

claro – eu queria avisá-los de que o Ministério da Magia mandou-lhes uma

coruja. – terminou tirando de seu jaleco uma carta de um papel pardo e

entregou-a nas mãos de Fred.

Fred abriu a carta e Jorge se aproximou do irmão para lê-la também. A cara

dos dois, que estava num animado sorriso, foi se dissipando.

Fred, que terminara de ler, falou com profundo desprezo:

– Era só o que faltava! O Ministério decidiu que a loja deve ser fechada

por “conter materiais impróprios e ilegais que levam a deturpação moral e

cívica”. – disse lendo com zombaria um trecho da mensagem.

Jorge mostrava a mesma cara do irmão. Entregou a carta nas mãos de

Harry, dizendo:

– Toma Harry, leia pra você ver como o Ministério está cercado de gente

que não presta! É claro que isto é uma imposição da nossa “amiga”

Umbridge. Ela sempre nos amou tanto!

Harry pegou a carta e a leu:

Caríssimos senhores Weasley,


Por Ordem do Ministério da Magia da Inglaterra é solicitado que a

loja “Gemialidades Weasley”,veiculada no Beco Diagonal, seja fechada por

conter materiais impróprios e ilegais neste principado, que levam a

deturpação moral e cívica de bruxos, trouxas e respeitados doutos de todo o

mundo Bruxo.

A sentença é irremediável e o prazo de seu cumprimento é de sete dias.

Departamento de Sentenças Mágicas.

Norma Cantsburgy, Diretora-auxiliar.


– Como eles podem fazer isso? – perguntou Harry, também pasmo.

– Eu não sei Harry, mas as coisas não vão acabar aqui. – falou Fred ainda

nervoso.

– Ao contrário: apenas começam. – concluiu Jorge.

Harry ficou ainda uns 15 minutos com os gêmeos, tentando tranqüilizá-los.

Desistiu, afinal, pois percebeu que um Weasley quando atacado se arma de

toda forma possível para se defender. O que os Gêmeos fariam Harry não

sabia, sabia somente que seria algo realmente vingativo a lá Weasley.

Ainda num clima tenso, convidaram Harry para almoçar. Harry não queria

aceitar, mas seu estômago grunhia de fome. Acabou aceitando e seu almoço

foi pastelão de carne com costelinha de porco. Durante o almoço dos quatro,

não houve nenhum tipo de conversa, era claro que a ordem de fechamento

da loja era algo muito indigesto.

Despediu-se dos Gêmeos e de Patrícia e saiu finalmente da loja. Ainda

faltavam 20 minutos para as 02h00min da tarde, mas já estava

escurecendo, devido às escuras nuvens que prometiam tempestade.

Lembrou-se de Rony e Hermione “onde será que eles estão agora?” Pensou.

Uma leve impressão lhe dizia que seu plano havia dado certo. Ou pelo

menos dado algum fruto, o que lhe fazia sorrir sozinho.

A maioria das lojas que estavam abertas já havia fechado. O que dava ao

Beco o pior aspecto possível. Harry apressou o passo para chegar à loja de

Madame Malkin. Na porta da loja, Harry viu a distância, seus amigos que

pareciam lhe esperar. Estavam sentados no meio fio com três grandes

pacotes a sua volta. Rony, ao erguer a cabeça viu Harry e cutucou

Hermione. Os dois se levantaram e foram até Harry, que já estava perto da

loja.

– Até que enfim! – exclamou Rony. – Estamos te esperando faz um tempão.

– Onde você se meteu Harry? – perguntou Hermione com seu ar de
´
mandona, parecendo a Senhora Weasley. – Já estávamos preocupados.

– Você do nada sai e nem fala pra onde - terminou Rony. – Cheio de

mistério, parece que nem confia na gente.

– Eu não falei que contaria pra vocês?

– O que você está esperando para começar a falar, então? – perguntou

Hermione.

Harry olhou para os dois e em seguida olhando para os dois lados da rua

disse:

– Não é melhor primeiro entrarmos na loja? Ficarmos parados no meio da

rua chamará muita atenção, não acham?

– Não sei de quem se a rua está praticamente vazia. – falou Rony – Mas

concordo com você, está ficando frio aqui e parece que vai chover.

Rony se dirigiu à porta da loja de Madame Malkin junto com Harry e

Hermione, ao passarem pela porta, sinetas tocaram ao fundo e uma jovem

de cabelos muito loiros e olhos cinzentos veio atendê-los.

– Boa tarde... O que desejam?– cumprimentou a atendente apática.

– Bom, viemos comprar roupas! – Disse Hermione tentando conter o sorriso

maroto nos lábios, Rony e Harry chegaram a tapar a boca para segurar o

riso.

– Sim, penso que isto é um pouco óbvio – respondeu a moça ríspida – Mas

não foi isso que eu perguntei. Eu quero saber que tipo de vestimenta vocês

desejam. Entenderam agora? – disse com sarcasmo.

Hermione chegou até a abrir a boca para falar, mas foi impedida por Harry,

que percebera a situação que estava se formando.

– Nós queremos trajes de festa.

– Para um Casamento – Rony concluiu.

– Venham comigo – mandou a loira, chamando-os com a mão.

Dirigiu-se a uma saleta com dois sofás, um de cada lado, marrom felpudo.

No centro da sala havia uma mesa cheia de revistas. Ao Entrarem, com um

gesto da mão, a loira mandou que eles se sentassem.

– Esperem aqui que logo iremos atender vocês – e falando isso saiu da sala.

– Que mulher mais mandona e insuportável! – exclamou Hermione.

– Chiiiiiiii! –cochichou Rony colocando o indicador na frente da boca na

direção de Hermione – ela pode nos ouvir.

– Você acha que eu me importo com isso? – falou Hermione bem alto.

– Parem os dois – interveio Harry imaginando o começo de mais uma

briga. – Vamos fazer algo mais útil.

– Como, por exemplo...? – falou Rony.

– Onde você estava?– perguntou Hermione.

– Eu fui à loja dos seus irmãos, Rony – respondeu Harry.

– E por que não nos esperou?

– Porque eu queria ir sozinho.

– Que livro você foi comprar Hermione? – emendou Harry evitando mais

perguntas.

– Ah, eu comprei...

Uma mulher de idade avançada entrou na sala com um sorriso simpático.

Harry já a vira, Madame Malkin ainda mantinha muita elegância, apesar de

não conseguir disfarçar olheiras que lhe aprofundavam ainda mais o seu

rosto cansado.

– Que bom que vocês vieram – disse abrindo um largo sorriso. – Eu mesma

cuidarei de vocês, minhas assistentes cada dia me desgostam mais. – disse

balançando a cabeça – Mas, deixe isso pra lá. Sigam-me, por favor.

Ela os levou para uma sala maior, num armário havia tecidos de todas as

formas: claros, escuros, berrantes, simples, sedas, camurças; do outro lado

da sala tinha compartimentos de demonstração.

– Vocês disseram que é para um casamento – disse Madame Malkin olhando

para eles buscando confirmação – A que horas será?

– Às 17h00min – respondeu Hermione.

– Hum! Isso pede um vestido de tom claro para você, mocinha. Vou atendê-

la primeiro, pois mulheres sempre demoram mais. – e olhando para os

meninos, disse:

– Vocês podem esperar aqui por um momento?

Harry e Rony confirmaram com a cabeça. Madame Malkin levou Hermione

para um compartimento de demonstração. Logo voltou sozinha.

– Talvez vocês prefiram se sentar – disse pegando a varinha e conjurando

duas cadeiras e um monte de revistas e jornais, que vieram em cima de

uma mesinha. – Pronto! – falou satisfeita consigo mesma – Assim vocês não

se cansarão. – E voltou para o compartimento para auxiliar a Hermione.

Os meninos se sentaram, Harry pegou um jornal, Rony tentou uma revista.

– Esse jornal é muito antigo – comentou Harry – É de 1975.

– Com certeza essa revista é melhor – Rony abriu a revista para que Harry

também pudesse vê-la. Modelos com vestidos de festa passeavam e

rodopiavam na página da revista.

– É – disse Harry olhando interessado

Mas o jornal na sua mão parecia que lhe chamava. Harry começou a folheá-

lo. Uma minúscula tira no caderno de Datas Importantes lhe chamou a

atenção.

Grindelwald: Bruxo das Trevas


Até 1945 nosso mundo se viu ameaçado por Malévolo Grindelwald, que

queria,

Com artimanhas das trevas, dominar o mundo Bruxo e Trouxa.

O Ministério teve muitos problemas para conseguir prendê-lo, sua técnica em

Magia Negra era admirável,

Pois fora antes um astuto douto de feitiços.

Segundo dizem, escreveu um livro com as experiências que realizou na arte

de feitiços,

Mas até hoje não foram encontrados resquícios de que algum dia existiu tal

escrito.

Grindelwald foi transfimortado e preso por Alvo Dumbledore, brilhante bruxo

douto em Magia,

Em 1945.

Grindelwald passou apenas Sete dias na prisão, pois devido a feitiços

malignos seu corpo

Desintegrou-se.

Hoje, 02 de novembro, a comunidade Bruxa comemora Trigésimo

Aniversário de sua Morte.



– Rony, leia esse jornal – disse Harry cutucando Rony que olhava bobo para

a revista.

Rony pegou o Jornal e o leu.

– Nossa Harry! – exclamou Rony – Eu não sabia disso. Interessante. – e

voltou a ver a revista.

– E nada te chamou a atenção? – perguntou Harry – Você sabe o que é

transfimortação?

– Sei lá – respondeu mexendo com os ombros – a Hermione deve saber.

– O que eu devo saber Rony? – perguntou Hermione que entrava na sala

acompanhada de Madame Malkin que carregava um enorme embrulho.

– Depois eu te falo – respondeu – Você realmente demorou lá dentro.

– Mulheres, meu caro, mulheres – Suspirou Madame Malkin – Somos como

rosas que precisam de muitos cuidados. – suspirou com ar de romântica outra

vez – Venha você agora, querido – apontou para Rony que enfim largou a

revista e acompanhou Madame Malkin.

Quando ficaram sozinhos Hermione continuou o assunto.

– O que eu deveria saber? – perguntou se sentando também.

– Ah! Eu queria saber se você sabe sobre algo, mas primeiro leia esse

jornal – e a lhe entregou o jornal.

– É bastante antigo... – comentou parando para ler.

Harry esperou Hermione ler, ao terminar Hermione olhou para ele.

– Eu não sabia disso – disse espantada consigo mesma – Mas também só

pensamos em Vol..., – parou abaixando a cabeça – Nele e acabamos

esquecendo dos outros bruxos iguais na ambição pelo poder.

– Você sabe o que é transfimortação?

– Eu já li sobre isso em algum lugar, mas não lembro o que é – falou

coçando a cabeça.

– Não tem importância, apenas achei a matéria interessante. – e jogou o

jornal em cima da mesa – Que livro você comprou?

– Eu? – E mexeu nos pacotes que trouxera – Eu fui comprar um livro pra

você – Um grosso volume foi tirado da sacola e Hermione o entregou a

Harry – Você vai gostar.

– Pra mim?! – Harry não pode conter a surpresa e o desânimo, pois todos os

livros de Hermione eram interessantes.

– Obrigado Hermione. – A capa do livro era preta e letras douradas

diziam: “Magium enfeitiçae”. – É sobre o quê?

– Um livro de feitiços avançadíssimos – respondeu cheia de entusiasmo –

foi este que eu encomendei lá da Grécia, mas por causa da interceptação

não chegou lá casa. Avisei para Floreios que o encomendaram para mim.

Eles não tiveram problemas, é o negócio deles. Comprei um pra mim e pro

Rony também.

Harry abriu o livro, na última página.

– São 2000 páginas! – exclamou – Cadê o nome do autor?

– Engraçado – disse num sorriso – Rony fez o mesmo comentário. São

muitos autores, é uma coletânea de feitiços muito antigos outros modernos.

Tem também feitiços de outras culturas, muito bom mesmo.

– Valeu Hermione – Harry repetiu o agradecimento – Deve ter custado uma

fortuna.

– O importante é que você leia – disse mandona – o Rony disse que muita

coisa pra ele.

– É não é? – perguntou Rony que vinha sozinho do compartimento – Nem

todos são iguais a você, Hermione.

Hermione olhou com uma cara feia para Rony.

– Vocês não vão começar a discutir agora, vão? – Harry falou Alto.

– Não – respondeu Rony – Não vamos. Harry, madame Malkin pediu para

que eu o chamasse, ela te espera lá dentro.

– Tá – disse Harry se levantando em direção do compartimento – E vocês

tomem cuidado para não brigar. – e apontou o dedo indicador para os dois.

Harry entrou no compartimento que era muito maior do que parecia.

Sentada numa cadeira de espaldar alto, Madame Malkin o esperava.

– Feche a porta, por favor.

Ao se virar para fechar a porta Harry viu seus amigos sentados no sofá, um

emburrado de cada lado “O clima não está bom lá” Pensou. Fechou a porta

e Madame Malkin pediu para que ele subisse numa escadinha que havia.

Ela, girando a varinha, atiçou uma fita métrica que o media sem parar.

– Você tem preferência por cor? – perguntou enquanto a fita se enrolava em

sua cintura.

– Preto está bom – respondeu Harry.

– Vou buscar alguns pedaços de pano para você ver. – disse saindo do

compartimento.

A fita métrica parou de medi-lo caindo ao chão. Madame Malkin entrou

quase que instantaneamente trazendo consigo uma quantidade de panos de

cor preta.

– Você pode se sentar agora – disse colocando os diferentes tecidos em cima

da mesa.

Harry se sentou e Madame Malkin pegou a fita métrica do chão.

– Você tem algum modelo em mente, querido? – ela lhe perguntou.

–Não – respondeu Harry.

– Escolha um tecido pra você – lhe disse apontando os tecidos que estavam

sobre a mesa.

Harry se levantou para escolher um tecido. Cada um era mais bonito e

esquisito que o outro. Havia um que se assemelhava à água de tão mole

que era. Por fim Harry escolheu um que era sensível, mas não tão maleável.

– Já escolhi – disse.

– Ah! – falou sorrindo – Boa escolha. A Camurça da China é de muito bom

gosto. Dê-me, por favor.

Harry lhe entregou o tecido.

– Essas são suas medidas – conferiu no papel – vamos ao trabalho.

– Tripiliare – disse tocando no pano com a varinha.

O pano parecia ter ganhado vida. Começou a tomar a forma de uma roupa

parecida com um Smoking. Quando terminou de se moldar, dobrou-se e se

aconchegou novamente inerte nas mãos de Madame Malkin.

– O vista – Disse-lhe estendendo a roupa.

Harry entrou num compartimento menor e se trocou. A roupa lhe caíra

perfeitamente bem, Harry gostou muito do efeito que o pano causava, era

muito aconchegante.

– Gostou?

– Sim, vou ficar com ele.

– Que bom! – disse Madame Malkin – Deixe-me dar os toques finais.

Madame Malkin Acabou de retocar manualmente a roupa de Harry. Quando

ela terminou, Harry se trocou novamente e saiu, deixando madame Malkin

arrumando os tecidos esparramados sobre a mesa.

Harry foi para junto de seus amigos carregando o embrulho que Madame

Malkin preparara. Eles se despediram dela e pagaram pelas roupas. E saíram

da loja.

Harry percebeu que seus amigos ainda estavam de cara emburrada.

– Por que vocês brigaram agora?

– Por nada – disse Hermione.

– É – falou Rony – por nada. E se calaram durante o percurso.

Harry se convenceu de que o silêncio seria o melhor no momento.

Estavam passando perto da loja do Senhor Olivaras, quando Harry

percebeu uma movimentação de dentro da loja. E parou de andar.

– Vamos, Harry – Chamaram Rony e Hermione ao verem que ele parara.

– Precisamos nos encontrar com a mamãe às 16h00min – Falou Rony.

– Eu vi gente dentro da loja do Senhor Olivaras – disse Harry apontando

para loja.

– Serão Comensais, Harry? – Perguntou Hermione afoita.

– Só tem um jeito de descobrir – disse Harry se aproximando da porta.

– Harry, não faça isso – pediu Hermione.

Harry sacou a varinha do bolso e apontou para a porta.

– Alor...

– Harry, pare! – disse Hermione se colocando na frente da porta - Se você

abrir esta porta, eles saberão que alguém está entrando por causa da sineta.

– É mesmo – disse Rony.

– Eu nem havia pensado nisso – disse Harry – E como faremos para entrar?

– Se fosse por mim eu não entraria, mas... – E se voltando para frente da

porta Hermione sacou sua própria varinha.

– Intranca Vilegium – Disse tocando de leve na porta.

Houve um pequeno estalido e a porta se abriu sem barulho algum.

– Que feitiço é esse? – perguntou Harry.

– Tirei do livro que eu comprei. – respondeu num sorriso maroto.

– Vamos, então? – disse Harry entrando na loja sendo acompanhado por

Rony e Hermione.

A anti-sala da loja estava muito escura. Eles foram caminhando lentamente

até a sala das varinhas, onde havia uma verdadeira bagunça. Quem estava

ali procurava algo e não estava se importando com o que poderia causar.

Foram se adentrando na loja, uma luz parecia vir do fundo, como se alguém

estivesse lá.

De repente se ouviu o barulho de passos que vinham de trás deles.

Tentaram se esconder dentro do balcão, mas os passos foram rápidos de

mais.

–Ora, ora, ora... Mas que visita mais interessante! – exclamou em alta voz

um homem encapuzado.










vocês gostaram?
Acharam algo ruim ou que precise modificar?
Comentem,por favor para que eu saiba sobre tudo isso.
Um grande abraço a todos vocês.
Se Deus quiser e eu tiver tempo o terceiro sai semana que vem,também na quarta.
Até mais!!!

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