Vem ao Baile Comigo
Capitulo 24 – Vem ao Baile Comigo
Talvez Harry tivesse ficado menos chocado se Hermione não estivesse sendo tão fervorosa. Rony estava caído no chão, sangue lhe escorrendo da boca, mas ainda sorria. Se levantou devagar, a varinha pendendo frouxamente na mão cheia de cortes.
–Vamos, Mione, esse ainda não é o seu melhor! –exclamou ele, manchando ainda mais a roupa.
Hermione chorava, não conseguia fazer mais nada, ela já usara mais da metade se seus feitiços e qualquer outro que tentasse usar causaria dano demais para que Rony pudesse se levantar mais uma vez.
–Desista, Ronald! –gritou ela, o rosto lavado pelas lagrimas. –Eu não quero te machucar mais!
–Machucar? –perguntou Rony, zombeteiro. –Você não pode mais me machucar, Mione.
A garota parecia aflita, fitou Rony por alguns segundos.
–Impedimenta! –exclamou a garota.
–Protego! –defendeu-se Rony.
O feitiço de Hermione desapareceu no ar. A garota começou a soluçar, parecia desesperada.
–Tá bom, Ronald, se você não quer ir ao baile comigo é só dizer, eu desisto do duelo! –choramingou a garota.
Rony riu pelo nariz.
–Por que você acha que eu não quero ir ao baile com você, Mione?
–Por causa dessa sua insistência em duelar!
As penas de Rony fraquejaram e o garoto caiu de joelhos. Harry se adiantou para ele, mas foi puxado pelo ombro. Gina o segurava fazendo que não com a cabeça.
–Eles precisam se resolver. –disse ela, tranqüilamente.
–Talvez, mas desse jeito ele vai acabar morto. –protestou Harry.
–Ele não vai morrer, fique tranqüilo.
Harry não disse nada, apenas voltou-se para os dois amigos no meio do corredor lotado, todos queriam ver o duelo de Granger contra Weasley.
–Ronald, por favor... –pediu Mione. –Eu... Não...
–Mione, durante seis anos você me tratou como um trasgo, só porque nunca estive a altura de suas capacidades, tudo o que conseguia fazer era jogar xadrez...
–Não é assim, Ronald, eu... –começou ela.
–Espere! –interrompeu. –Me deixe terminar... Eu simplesmente não podia ver que o problema não era eu e sim você, simplesmente não tentei mudar, não tentei melhorar, continuei o mesmo: brigão, estúpido, ignorante e você me aturando, talvez só por causa do Harry... Nessas férias alguém me disse que talvez fosse a minha vez de tentar fazer algo... De tentar mudar... De provar meu valor.
–Mas eu sempre te dei valor, Ronald!
–Não, você só me via como o garoto que andava junto do seu melhor amigo.
–Não diga besteiras! –gritou ela.
–NÃO MINTA PRA MIM!!! –a voz de Rony ecoou como um trovão.
Rony respirava com dificuldade, estava muito vermelho e olhava para Hermione com uma determinação que Harry nunca vira ali antes.
–Ronald... –balbuciou Mione, vendo o garoto se erguer devagar.
–Vamos, Mione, você ainda não me derrubou. –disse o garoto, com um sorriso vermelho de sangue.
–Ronald, por que você não desiste logo de uma vez? Você nem está me atacando, só se defende! Eu não quero te machucar mais! Por que você não desiste logo de uma vez?
–Por que eu te amo, droga! –exclamou Rony, lagrimas lhe vieram ao rosto. –E não vou desistir enquanto não provar que estou à sua altura!
Hermione ficou em silencio por alguns segundos, parecia estar em choque, olhava para Rony com os olhos desfocados. Então sorriu. Caminhou em direção a Rony, devagar, mantendo seu sorriso, a varinha apontada diretamente para o coração do rapaz.
–Que você vai fazer, Mione? –perguntou ele.
Ela não respondeu, continuou se aproximando ate seus rostos estarem a menos de um palmo de distancia um do outro, com a varinha encostada na barriga dele, aproximou sua boca do ouvido dele:
–Você sempre esteve a minha altura, Rony... –disse ela, carinhosamente. –desculpe, mas você vai me entender mais tarde... Estupefaça!
Os olhos de Rony se arregalaram e então ficaram completamente desfocados. O garoto pendeu pesadamente sobre Hermione, que o segurou com calma, aparentando possuir uma força muito superior a que realmente possuía.
–Hermione, você..? –começou Harry se adiantando em direção ao casal.
–Calma, Harry, eu só o estuporei. –disse a garota com um sorriso. –Agora ele vai ao baile comigo.
Harry tentou sorrir, mas não conseguiu, não entendera ainda como é que aquilo acontecera, Rony e Hermione estavam conversando normalmente, falavam sobre o baile, Hermione convidou Rony e o garoto sorriu, fazendo-a lembrar-se das regras, então simplesmente começaram a duelar, ou melhor, Hermione começou a duelar, pois Rony simplesmente se defendia, e tudo acabou exatamente como estava agora.
–Ele vai ficar bem? –perguntou Harry, que estava muito preocupado com o amigo.
–Claro que vai, ele só estava um pouco cansado. –respondeu Mione, passando Rony para os braços de Harry. –O Ronald só chegou a este estado por que fez questão de não me atacar nem se defender.
–Mas por que, Mione? Ele não poderia se mostrar digno de uma outra maneira?
–Você conhece ele, é cabeça dura, só queria mostrar que é forte o suficiente pra me proteger.
–Ele tava indo tão bem te superando nos estudos.
–Não gostei do comentário.
Harry sorriu, mas ainda estava tenso, sentia alguma coisa ruim em seu peito, um pressentimento estranho, decidiu por ignora-lo, talvez não fosse nada. Agradecendo por, coincidentemente, estarem no mesmo andar da enfermaria ele seguiu com Hermione ao seu lado, rumo a uma quase certa bronca de Madame Pomfrey.
Ainda havia pessoas que os seguiam, pareciam querer ver o que aconteceria quando chegassem a ala hospitalar, mas notou uma ou duas garotas hesitando com suas varinhas em punho. Sorriu para uma delas: uma Corvinal de cabelos dourados e olhos cinzentos, muito parecida com Malfoy, a garota recuou um passo.
–Harry! –disse Hermione beliscando-lhe nas costelas.
–Mione! –exclamou Harry. –Eu vou derrubar o Rony.
–Desculpe...
Eles seguiram, já estavam quase no corredor da ala hospitalar, um corredor vazio e amplo que terminava numa porta blindada, tanto física, quanto magicamente, onde ficava a enfermaria da escola. A visão que Harry teve da porta não lhe foi nada agradável: Madame Pomfrey estava parada, provavelmente esperando por alguém.
–Quando Minerva me contou sobre sua idéia eu imaginei quanto tempo demoraria ate que me trouxesse alguém desacordado, Potter. –disse a enfermeira em tom brincalhão, abrindo a porta quando eles estavam a mais ou menos cinco metros de distancia.
–E acertou? –perguntou Harry, ironicamente.
–Não, chutei quatro horas a mais. –responde a enfermeira.
Ela já estava ajeitando um leito para que Harry pusesse Rony, mas se assustou ao notar quem estava nas costas dele.
–Eu, sinceramente, achei que fosse trazer uma garota, Potter.
–Não! –Harry exclamou prontamente. –Não fui eu que deixei o Rony assim!
O garoto olhou para Hermione, que ficou imediatamente vermelha, olhando para a ponta dos pés.
–Srta. Granger, isso tudo por que ele não quis ir ao baile com você? –perguntou madame pomfrey, em reprovação.
Hermione não respondeu, continuava fitando o chão, deixando os cabelos crespos lhe caírem sobre o rosto.
–Na verdade, Madame Pomfrey, ele queria tanto ir ao baile com ela que ficou assim. –respondeu Harry, livrando a cara da garota.
A enfermeira olhou de um para o outro, e então para o corpo inerte de Rony no leito.
–Acho que não entendi. –disse ela.
–Nem queira. –disse Harry.
A mulher nem ao menos se deu a esse trabalho, simplesmente seguiu ate o fundo da enfermaria, provavelmente para pegar poções e, quando voltou, seu costumeiro habito de resmungar estava junto. “Esse garotos e essas encrencas em que eles se metem... Que deu na cabeça da Minerva na hora em que propôs uma coisa dessas?”.
Ela parou ao lado de Rony, com um aceno da varinha limpou todas as feridas que estavam abertas pelo rosto do garoto, então ela abriu um olho do garoto, aproximando a varinha com a ponta iluminada. Então abriu a boca dele e enfiou garganta adentro um liquido verde musgo, Hermione deixou escapar um ruído de nojo.
–Daqui a pouco ele acorda... –murmurou a enfermeira.
–Ainda bem... –comentou Hermione.
–Não graças a você, não é Srta. Granger?
Mione ficou muito vermelha e baixou mais uma vez a cabeça. Madame pomfrey os deixou, Harry se deixou cair em uma das poltronas em volta do leito de Rony, o garoto pesava muito.
–Temos poções daqui a quinze minutos. –comentou Hermione, consultando um relógio na parede.
–É... Sabe, já tava na hora de vocês se acertarem.
–Hãn?
–Você e Rony, já tava na hora de se acertarem.
–Nos acertarmos?
–Isso, já faz o maior tempão que vocês estavam desse jeito... Quase lá.
Ela, que já estava um bocado vermelha, corou ainda mais, voltando a fitar os próprios pés.
–Você acha que estava tão na cara assim? –perguntou ela.
–O Rony não, parecia mais que ele tava só se defendendo, mas o jeito como você implicava com ele...
–É que ele era tão irresponsável! Tão...
–É o jeito dele, Mione, mas ele é um cara legal.
–Eu sei... Mas ele não podia tentar se esforçar um pouquinho mais?
–Ele não só tentou, como conseguiu.
–É.
Os dois ficaram em silencio, olhando para um Rony desacordado, talvez fosse só impressão de Harry, mas as feridas de Rony pareciam estar ficando curadas muito rapidamente, o corte no canto da boca do garoto já ate sumira. Ele se levantou e rumou ate onde estava a amiga.
–Vamos, Mione, a prof ª Hunter não curte muito atrasos.
–É... Mas nós ainda não pegamos os livros! –exclamou ela, aterrorizada.
–Mione, parece que você não me conhece.
O garoto estalou os dedos, fazendo Hermione sorrir, ao se lembrar das habilidades do amigo.
–Você vai nos ensinar isso, não é? –perguntou ela.
–Pode crer que vou.
O sorriso de Hermione amarelou, ela sentiu um certo mas no ar, mas preferiu não comentar, Harry parecia não estar afim de comentar aquilo.
AE GALERA!!!! NAUM DEIXEM DE COMENTAR!!! ABRAÇOS, VLW!!!
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