Um novo Ronald Weasley
Um novo Ronald Weasley
Gina encostou a cabeça no vidro da cabine, observando a chuva cair do lado de fora do trem. Aquela chuva caia desde o dia em que voltara com Dino, às vezes mais fraca, às vezes tempestades que surgiam do nada. A garota suspirou, sentindo-se estranha ao lembrar daqueles últimos dias de férias, nos quais suas mãe a obrigara a convidar Dino para ficar em sua casa. Rony não gostou muito da idéia, mas não pode reclamar muito, pois Hermione também estava na casa para vigia-lo.
–Gina, você está bem? –perguntou Dino, pondo uma mão em seu ombro.
–Bem... Eh, estou... –responde a garota, de modo não muito convincente.
–Não parece... –rebateu o garoto, ligeiramente alterado. –Você não está..?
–Não, Dino, pela milésima vez, eu não estou pensando no Harry!
–Então como é que você sabe que eu estou falando dele?!
–Porque você passou as duas ultimas semanas falando dele! Tá pior que a Mione e o Rony!
Dino calou-se.
–Eu só pensei que... –começou ele.
–Você pensa demais. Eu estava só pensando nessa chuva... E em Dumbleodore.
–Que tem a ver?
–Nada, é só que essa chuva me deixa mais sem vontade ainda de voltar para Hogwarts.
–Por quê? Tudo o que eu queria era voltar!
–Eu também... Mas não desse jeito... Sabe, com Você-Sabe-Quem solto e tudo o mais...
–É... Mas faz quase dois meses que não temos noticias dele...
–Desde a morte de Dumbleodore.
–Por que será, hein?
–Ele deve estar esperando.
–Pelo que?
–O mesmo que todos nós.
–E o que todos nós esperamos?
–Harry.
Dino a fitou por alguns segundos. Depois, com o rosto ligeiramente rosado perguntou, num tom ligeiramente afetado:
–O que você quis dizer com isso?
–Harry sumiu há exatamente dois meses. Ninguém sabe o que aconteceu, ninguém sabe pra onde ele foi, ninguém sabe o que ele foi fazer... Nem mesmo ele.
–E por que ele estaria esperando.
–Para não agir por premeditação.
A voz de Gina soava muito fria, como se em, ponto algum de sua vida a garota tivesse se importado com Harry Potter. Comentava quase como se conversasse sobre uma cena de novela.
–Gina, do que você está falando.
–Voldemort –Dino tremeu a menção do nome. –subestima Harry, mas não o bastante para sair comemorando sua morte antes de ver o corpo.
–Você acha que..?
–Eu, Rony e Hermione.
Nesse exato momento a porta da cabine se abriu e por ela entraram uma sorridente Hermione e um absurdamente zangado Rony.
–Detesto calouros... –bufou ele, se jogando no banco em frente a Gina, Hermione se sentando ao seu lado.
–Ninguém mandou ser Monitor chefe. –zombou Hermione.
–Mandou sim. –murmurou ele. –McGonagall mandou.
Hermione soltou uma gostosa gargalhada.
–Que aconteceu, Rony? –perguntou Gina, se ajeitando no banco.
Dino também parecia interessado, pois esticou o corpo para frente para ouvir melhor a conversa.
–Esses moleques que entraram agora... Dois deles, gêmeos, filhos de bruxos excepcionais –Rony fez questão de fazer aspas com os dedos – Johan e Lênin O’Hara, tocando fogo na saia das meninas do terceiro ano... Eles deveriam proibir o uso de magia por menores...
–Ahn... Rony! Isso já é proibido. –lembrou Mione. –Mas só fora de Hogwarts.
–Ta, eu sei, mas eu não acredito que estejamos em Hogwarts. –respondeu ele, sarcástico, apontando para a janela.
Hermione riu mais gostosamente do que antes.
–A vida é bem irônica, né? –perguntou Rony, ajeitando o nó da gravata.
–Por que? –perguntou Hermione.
–Ate o ano passado você dava bronca nos calouros e eu ria, agora...
Desta vez quem riu foi Gina, mas de maneira um tanto estranha, apesar da careta de reprovação da parte de Hermione. Rony fechou os olhos, suspirou e olhou para Gina.
–Todos nos sentimos assim, Gina.
–Assim como? –perguntaram Hermione e Gina, ao mesmo tempo.
–Hogwarts sem Dumbleodore não é a mesma coisa. –respondeu ele, se levantando. –Mas eu aposto a minha vassoura nova como ele iria querer que nós olhássemos para frente e prosseguíssemos.
Ele andou ate a porta e parou:
–Mas se vocês precisarem de alguém –sorriu para Hermione e Gina. –meu ombro está à disposição.
Então ele saiu. As duas se olharam, tão confusas quanto Dino, que não entendera absolutamente nada
–Ou a guerra, ou o cargo de monitor chefe o fizeram amadurecer, não? –perguntou Gina.
–Creio que nenhum dos dois, foi a separação. –respondeu Hermione, sentindo que deveria seguir como Rony seguiu.
Gina assentiu, sabendo exatamente de que separação ela estava falando.
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