Capítulo 14



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 14

Severo levantou cedo no dia seguinte e saiu cuidadosamente da cama, pois não queria perturbar Hermione, virando de um lado para o outro. Depois de tomar banho e se vestir no banheiro, ele se dirigiu ao seu escritório, parando por tempo suficiente para depositar silenciosamente um beijo na mulher que dormia em sua cama.

Após várias horas corrigindo trabalhos, ele sentiu um par de braços macios escorregarem em torno do seu pescoço e uma boca cálida pousar no lóbulo de sua orelha. "Bom dia, Severo." Severo parou apenas o suficiente para perceber o quão nervosamente ele esperava, a cada manhã, ouvir o seu nome escapar dos lábios dela.

Com um movimento suave, Hermione se viu sobre o colo de Severo. Ele ficou um pouquinho desapontado ao encontrá-la de banho tomado e vestida para o dia também. "Decidiu dormir até tarde esta manhã, huuummm?"

Hermione brincou com os botões da frente das vestes dele, "Sim, parece que me permitiram dormir até tarde. Um tanto quanto estranho acordar sozinha, nada me cutucando nas costas". Pela expressão endiabrada dos olhos dela, ele pôde perceber que ela estava brincando com ele.

Severo fingiu um rosnado e deu uma mordida no seu lábio inferior, recuando rapidamente quando ela se moveu para aprofundar o beijo. "Ora, ora, não creio que você queira isso, minha querida. Quem sabe com o que você pode ser cutucada ainda, o dia ainda está começando."

Um gracioso lábio inferior muito cheio se projetou para fora. "Eu não disse que não gostava, só disse que era estranho." Sentiu-a sorrir quando ele encontrou a sua boca e continuou a beijá-la ardentemente.

Eles ouviram uma tossida vinda da porta da sala e, em momentos, a manhã estava despedaçada. Harry Potter estava parado à entrada.

Em um salto, Hermione estava fora do colo de Severo e começara a andar de um lado para o outro. Ela não teve que dizer uma palavra para Severo saber que a Comensal da Morte havia tomado o controle.

Severo se pôs de pé e se moveu entre os dois. "O que diabos você está fazendo aqui, Potter?"

Harry parecia um pouquinho embaraçado e ainda mais nervoso. "Só vou dizer isso depressa e, depois, eu saio. Alvo e eu conversamos por um longo tempo ontem. Com a ajuda dele, preparei isso pra você. O que está contido nisso nunca será o bastante e eu realmente sinto muito por isso, Hermione. Duvido que você será capaz de me perdoar um dia, ou que nós possamos mesmo passar por cima de tudo isso. Mas, talvez, possamos, pelo menos, tolerar a companhia um do outro por curtos períodos de tempo. Algum dia."

Severo viu uma penseira ser forçada em suas mãos e Harry correu da sala. Quando o som dos seus passos havia desaparecido no nada, Severo se virou e a colocou sobre a sua mesa.

Hermione caminhou devagar até ela, olhando-a como se ela fosse saltar e mordê-la.

"Você não tem que fazer isso.", Severo sugeriu.

"Ah, mas eu tenho sim. Nós precisamos saber."

Por um longo tempo, ela fitou a tigela com pezinhos. Então, sua mão se moveu, polegada por polegada no caminho em direção às névoas que rodopiavam. Parando bem perto de tocá-la, ela ergueu os olhos para Severo. "Você vai comigo?"

Pela primeira vez, a Comensal o procurou. Ele pegou a mão que se oferecia e, juntos, eles fizeram a jornada.

Quando as névoas que rodopiavam desapareceram, eles ficaram surpresos ao se verem em um Festim das Trevas. Harry estava parado próximo ao grupo, invisível ao aglomerado de Comensais. Através dos ouvidos de Harry, eles podiam ouvir o Lorde das Trevas. "Esta noite, damos as boas vindas a um novo servo."

Os olhos de Harry se dirigiram repentinamente para o espaço ao seu lado, e eles ouviram uma voz sussurrada. "É verdade, então." Sirius Black estava parado ao lado de Harry, sua forma igualmente coberta por uma capa. "Reforce o Feitiço Silenciador e ande devagar, não tropece em ninguém."

Cuidadosamente, Harry fez seu caminho, serpenteando pelo grupo. Murmúrios rolaram pelo grupo da frente ao fundo enquanto uma figura traçava o seu caminho até a frente. "Ronald Weasley, ajoelhe-se diante de seu Senhor.", veio a voz de Lúcio Malfoy. Harry parou uma vez, incerto, somente para sentir um puxão em seu braço enquanto Sirius o instigava para a frente.

O seu avanço era lento, enquanto as pessoas no grupo se moviam constantemente, tentando obter uma vista melhor. Lúcio continuou, "Você promete ser fiel a Voldemort?".

A voz de Rony era suave, mas segura, "Prometo.".

"Beije as minhas vestes.", ordenou Voldemort. "Muito bem, Weasley. Levante-se e receba a sua marca."

Nesse momento, eles estavam se aproximando da frente. Rony estava de joelhos, a cabeça inclinada em subserviência. Ele forçou o seu antebraço esquerdo para fora. Com um aceno de sua varinha, Voldemort rasgou o tecido para revelar a pele sardenta. "Receba a minha marca, sabendo que traí-la significará a sua morte."

Eles alcançaram Rony exatamente quando a varinha tocou a sua pele. Agarraram-no pelos dois braços e desaparataram juntos.

Os três homens reapareceram na Casa dos Gritos. Imediatamente, Sirius alcançou a manga de Rony e apoderou-se de sua varinha. Levou um momento até que Rony se orientasse e, quando ele o fez, voltou-se contra Harry. "O que pensa que está fazendo?"

"Eu, eu?! O que diabos você pensa que está fazendo, Rony?"

Rony andou violentamente até a janela e, por um minuto, pareceu que ele ia escancará-la e pular. Ao invés disso, ele falou agressivamente, "Não sei. Saindo de debaixo da sua sombra, primeiro. O famoso Harry amaldiçoado Potter. Queria nunca ter visto você na estação naquele dia. Passei sete anos seguindo você por aí feito um cachorrinho. Harry derrotou o Lorde das Trevas de novo. Harry, o campeão do Tri-Bruxo. Harry, o famoso apanhador. O verão inteiro, a Gina papagueando sobre o quão maravilhoso você é. Estou tão enjoado e cansado disso".

Severo e Hermione puderam sentir o coração de Harry se partir. "Eu nunca notei."

Rony voltou olhos enormes na direção dele. "Você nunca notou? Devo dizer que não. Você estava sempre tão preocupado com o que todo mundo estava dizendo de você. Você alguma vez parou pra pensar, ao menos uma vez? Pelo menos, Hermione tinha o cérebro, ela podia ficar quase perto do topo do seu pedestal. Eu não tinha nada. Pelo menos, ele me ofereceu alguma coisa. Um lugar, um propósito, significado."

"Propósito, significado? Rony, olhe para o seu braço. OLHE PRA ELE!"

Um choque de cabelos flamejantes tombou sobre os seus olhos quando Rony olhou para a mínima alusão de uma cabeça de serpente queimada em sua carne. A percepção súbita era evidente quando sua boca se abriu.

Harry continuou, instigado pela rachadura na máscara do amigo. "Caso você não se recorde, isso é o começo da Marca Negra. Você vai se lembrar de ter visto ela no braço do Snape também, e você sabe o tormento que ela causou a ele." À menção de Severo, o rosto de Sirius se tornou sombrio e ele escapuliu da sala.

"Ele nunca vai escapar dela, não importa o quanto ele tente. Não há volta, uma vez que você a recebe. Pense nisso, Rony. O quão maravilhosa é a vida dele? O quão feliz ele é? Ele percebeu o erro dele tarde demais. Não é tarde demais pra você. Essa marca não está completa."

Rony afundou em uma cadeira, ainda observando a serpente. Finalmente, atormentados olhos cheios de lágrimas se ergueram. "Sinto muito."

As névoas rodopiaram ao redor deles mais uma vez. Eles apareceram no escritório de Sirius no Ministério.

Harry estava furioso. Ele estava gritando na cara pretensiosa do seu padrinho. "Você não pode estar falando sério. Você quer que eu faça o quê? É sobre a Hermione que estamos falando. Está lembrado, a minha amiga?"

"Ah, eu me lembro da sua amiga Hermione. Também me lembro do seu amigo Rony. Se você se recorda, ajudei você a arrancar ele de lá e mantive a minha boca fechada sobre todo o incidente. Agora, te ofereço uma escolha. Esta pode ser a nossa última chance. Ou você concorda com isso, ou vou revelar tudo. Não apenas para o Ministério, não apenas para a família do Rony, mas para o Profeta Diário também. Imagine as manchetes. ‘O melhor amigo de Harry se volta para Você-Sabe-Quem.’ O que isso fará dele, da Gina, do resto da família dele?"

Harry andou para trás, fitando Sirius incredulamente, "Você não ousaria".

Sirius escarneceu dele, "Oh, não? Experimente. Hermione não vai ser forçada a fazer isso, ela vai ter uma chance e, se disser não, então que seja."

"Ela não vai dizer não. Ela nunca fugiria de nada que fosse jogado pra ela. Não é da natureza dela, parece muito com fracassar."

Com um meio-sorriso e uma sobrancelha erguida, Sirius sacudiu a cabeça devagar, "É com isso que estamos contando".

Mais névoa os tragou e, outra vez, eles se viram com Rony. "Harry, você não pode estar querendo dizer o que acho que você está. Não posso fazer isso com a Hermione. Não posso fazer isso com a Hermione. De jeito nenhum!"

A cabeça de Harry estava nas mãos dele enquanto ele se sentava na sala de estar de Rony. Mãos nervosas se arrastavam pelo seu cabelo perpetuamente bagunçado. "Rony, se a gente não fizer, o Sirius vai contar pra todo mundo sobre aquela noite. O Ministério, os jornais, a sua família, todo mundo."

Mais uma vez, as coisas giraram e eles estavam cara a cara com a própria Hermione. "Hermione, você não tem que fazer isso."

Hermione olhou para Harry, aparentemente chocada por ele sugerir tal coisa. "O que você quer dizer com eu não tenho que fazer isso? Claro que tenho. É a minha chance de fazer alguma diferença nessa coisa toda. Vou fazer isso e vou fazer direito. Agora, vamos."

"Crucio."

Antes que fossem libertados das névoas pela última vez, eles viram mais uma cena. Harry Potter estava sentado sozinho em seu quarto. Lágrimas escorriam livremente e Harry estava se embalando. Uma palavra saía raspando de sua garganta repetidas vezes. "Hermione."

Suas mentes tombaram da penseira. Hermione agarrou a beirada da mesa para recuperar seu equilíbrio. "Bem, isso com certeza ajudou a abrir os olhos um pouquinho. Não vai longe o bastante pra merecer qualquer tipo de perdão. Ainda assim, explica bastante coisa."

Ela parou por um momento, formulando um pensamento. "Você sabia? Sobre o Rony, você sabia que ele tinha quase mudado de lado?" O seu tom de voz beirava a acusação.

Severo respondeu amargamente, "Não, eu não sabia. Deve ter sido durante uma das minhas muitas quedas nas graças do Lorde das Trevas".

Severo se abaixou até uma cadeira. "Imagine, a idéia de se tornar algo como eu foi o que dissuadiu o Weasley. Idiota, a gente pensa que ele poderia ter calculado isso por conta própria."

Hermione se sentou no lado oposto da mesa. "Você não é tão ruim, Snape. Eles não conhecem você como eu conheço."

"Oh, bem, isso significa muito, vindo de você."

"Imaginei que sim. Acho que eu gostaria de sair pra caminhar. Nós temos muito a absorver." Hermione se levantou e saiu. Severo andou atrás dela, permitindo que ela tivesse alguma privacidade, mas ainda não confiando nela sozinha. Especialmente uma vez que o Potter, muito provavelmente, ainda estava na propriedade.

Hermione vagueou até o lago. Por um longo tempo, ela ficou parada olhando através da água. Severo percebeu quando os ombros dela ficaram frouxos e começaram a tremer um pouquinho. Pegando essa deixa, ele se moveu para ficar atrás dela. Ela não disse uma palavra, apenas se recostou contra ele, permitindo que seu corpo sustentasse o dela. Estava frio e nenhum deles havia pensado em levar uma capa. Ainda assim, ele somente esperou.

Finalmente, ela falou. "Deve ter sido uma escolha difícil pra ele. Trocar um amigo por outro."

Severo se inclinou para a frente, sua boca próxima à orelha dela, "Suponho que sim". Seus braços se enlaçaram em torno dela, acasulando-a em seu abraço tépido.

Isso pareceu satisfazê-la, ao menos por ora. Após mais uns poucos minutos, ela se virou e enroscou um braço ao redor da cintura dele. "É melhor a gente entrar, está ficando frio aqui fora."

Eles caminharam juntos de volta ao castelo, cada um com um braço em torno do outro. Nenhum deles se importou com os alunos que os viram. Hermione apoiou a cabeça contra o ombro dele, "Estou realmente cansada".

"Eu sei. Nós voltamos e você pode deitar um pouco." As trocas entre a luz e a escuridão sempre a deixavam esgotada. Isso era, então, algo que ele esperava, uma parte de sua vida; exatamente como ela era, uma parte inseparável de sua própria vida.

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