Capítulo 10



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 10

Severo insinuou-se pela porta do quarto carregando uma bandeja. Olhou para a cama onde Hermione jazia dormindo. Ela estivera acordada por algumas horas naquela manhã e ele providenciara para que ela comesse algumas torradas e bebesse uma xícara de chá. Enquanto ela comia, ele havia preparado um banho morno para ela, adicionando um pouco de óleo em infusão com bergamota e majorana doce.

Com a ajuda dele, ela conseguira chegar ao banheiro e se sentar em uma cadeira que ele havia colocado perto da banheira. Severo sorriu quando ela se inclinou e inspirou o vapor aromático do banho. Ele a observava, sobrancelhas franzidas, enquanto ela tentava adivinhar os aromas. Quando eles foram categoricamente identificados, ela sorrira e lhe agradecera por sua atenção.

Ele lhe permitiu ter privacidade e, após cerca de uma hora, ouviu a sua voz chamando. Hermione estava sentada, mais uma vez, na cadeira, vestida com a camisola limpa que ele tinha deixado pendurada nas costas do objeto.

A pedido dela, trouxe a sua escova de cabelo de cima da sua cômoda, mentalmente notando que ela não a havia chamado com um Accio. Encostou-se contra a beirada da pia enquanto ela começava a trabalhar nos nós dos seus cachos castanhos agora molhados. Quando ela levantou os braços mais alto, para trabalhar nos nós, suas mãos começaram a tremer e a escova caiu ao chão. “Acho que já é o bastante por ora, Hermione.”, ele lhe dissera antes de apanhar a escova e colher Hermione nos braços.

Ele a sentou no centro da cama e se deslocou para se sentar atrás dela. A parte de trás dos cabelos dela era uma massa de nós. Severo empurrou a visão d’ela agitando sua cabeça para um lado e para o outro, lutando, torcendo os cachos à desordem em que eles agora estavam. Cuidadosamente, ele começou a trabalhar com a escova pelo cabelo dela, sem parar, até que o último cacho tivesse sido libertado de seu emaranhado.

Severo viu que ela havia caído um pouco para a direita e estava apoiando o seu peso sobre um braço trêmulo. Ele escorregou para o seu lado e repousou suas costas contra os travesseiros. Os olhos de Hermione procuraram os dele, e um sorrisinho se abriu lentamente em seu rosto. Pestanas leves como pluma tocaram depressões assombreadas enquanto ela rapidamente caía no sono. Ele puxou os cobertores para cima, assegurando o seu calor e passara o resto da manhã lendo no aposento ao lado.

Então lá estava ele, trazendo-lhe o almoço. Severo depositou a bandeja na mesa ao lado da cama e, ao tinido suave, os olhos dela se abriram. “Hora do almoço.”, ele explicou suavemente.

“E o seu?”

Ele sorriu para ela e acenou com a cabeça. “Sopa de tomate e sanduíche de queijo tostado. Isso é o que eu acredito que os trouxas chamam de comida saborosa.” Hermione sorriu abertamente em antecipação e começou a se sentar. A um comando de Severo, os travesseiros sob a sua cabeça começaram a se levantar e se expandir até que ela estava sentada ereta. Ele colocou a bandeja no colo dela e retirou o prato dele. Pela hora em que ele tinha ido buscar a cadeira do banheiro, ela tinha devorado a metade do sanduíche dela.

Severo colocou sua cadeira perto da mesa, se sentou e começou a comer. Ela fez uma cara incrédula para ele enquanto ele mordia o sanduíche seco. “Não, não, não, você está fazendo tudo errado. Você tem que mergulhar o sanduíche na sopa, depois dar uma mordida.” O lábio superior dele se ergueu em aversão enquanto ela demonstrava. Ele olhou ceticamente para o seu sanduíche antes de mergulhar só a pontinha no preparado cremoso. Deu uma pequena mordida e ficou agradavelmente surpreso em descobrir que isso era muito convidativo. Eles terminaram o seu almoço em um silêncio confortável.

Severo retirou a louça suja, deixando-a próxima à lareira para os elfos. Ele se virou ao som de passos hesitantes para encontrar Hermione fazendo seu caminho até o sofá. Ela tomou sua posição no canto, enrolada em seu cobertor. Severo se instalou no canto oposto e olhou para ela, tentando encontrar as palavras que tinham estado gritando para serem ditas.

Hermione veio ao seu socorro. “Obrigada por tomar conta de mim na noite passada, Severo.” Antes que ele pudesse protestar, ela continuou, “Vi você no salão de baile, podia sentir os seus olhos me seguindo por toda à parte e sabia que você estava me vigiando. Notei aquele homem falando com você. Tentei dar uma volta para onde você pudesse ver em torno dele, mas a multidão estava intransitável. Andei pra trás, em direção à parede mais distante pra dar a volta e, de repente, fui puxada por uma entrada de porta ou um painel, ou algo do gênero. As reações dela tendem a ser mais físicas do que as minhas e ela começou a lutar. Tentei convencê-la a parar de lutar e a pensar, mas ela só continuava me empurrando de volta. Eles me bateram, bateram em nós, o que seja... Por Deus, eu ainda posso sentir o jeito pelo qual cada soco, cada chute explodia pelo meu corpo. A cada um deles, meus poderes ficavam mais fracos e acho que desmaiei.”.

“Quando recuperei a consciência, Lúcio estava em cima de mim, ele teve a sua vez primeiro. Ela estava furiosa e começou a se debater. Foi então que eles me seguraram e Lúcio começou a acompanhar cada estocada com um tapa. Pelo menos isso o fez gozar um pouco mais rápido. Draco foi o próximo, depois mais uns dois que eu não conhecia. Se ela resistisse, então eles batiam nela até que ela desistisse. Não me lembro quem foi que finalmente me fez perder a consciência, mas me lembro de rezar pra que nós morrêssemos. Quando a escuridão veio, pensei que fosse isso, finalmente.”

Ele não sabia quando tinha se deslocado até o lado dela, nem como ela tinha chegado a ficar envolta em seus braços. Apenas percebeu que as lágrimas de Hermione estavam encharcando a frente de sua camisa enquanto ela tentava dar palavras à dor. “Não podia sentir de verdade, não bem perto. Era mais como uma realidade que eu não podia agarrar completamente. Foi ela quem sofreu a dor, sofreu por mim. Ela sempre faz isso. Mas é engraçado, ainda posso sentir o fedor deles em mim. Me esfreguei e ainda posso sentir.”

“Sabe, você é o único homem em quem ela confia. Ela nunca vai demonstrar isso, nunca vai admitir uma fraqueza como essa. Mas, quando abrimos os olhos e você estava lá, ela ficou tão feliz. Enquanto eu estava rezando pela morte, ela tinha estado rezando por você, e lá estava você, nosso grande anjo de preto.”

Severo sorriu a essa imagem. “Não imaginava que alguém algum dia me descreveria como um anjo.”

“Nunca pude falar com Remo desse jeito. Ele não sabia o que eu estava passando. O Sirius disse que ele não entenderia os motivos, e que ele ia apenas se meter em apuros. Então eu nunca lhe contei. Só vivia o momento com ele, não pensava no passado ou no que o futuro ia trazer. Me sentia tão segura com ele, mesmo que fosse só por alguns pedacinhos de tempo. Mas ele sempre me deu tudo, nunca ocultou nada de mim. Mesmo no final, ele me deu tudo. Eu não lhe dei nada, eu só tirei.”

Severo sentiu uma lágrima solitária deslizar por sua bochecha à lembrança do seu amigo querido. “Eu penso que você deu mais a ele do que sabe. Mesmo se apenas o conhecimento de que, em algum lugar, há alguém a quem você pertence completamente, mente, corpo, alma. É o maior presente que se pode conseguir. Um tesouro.”

Ele sentiu a risada curta e amarga dela a isso. “Ele mal sabia que eu tinha vendido minha alma a Voldemort.”

Severo trançou os seus dedos pelo cabelo dela, examinando cuidadosamente o jeito pelo qual ele se enrolava em torno dos seus dedos. “Não, Hermione, você não vendeu a sua alma. Ela foi roubada de você. Prometo a você que vou encontrá-la e devolvê-la a você. De alguma forma, ela vai ser devolvida.”

“Agora, acredito que Papoula tenha lhe ordenado descanso. Você deve fazer exatamente isso.” Delicadamente, ele a empurrou de si, para deitá-la sobre o sofá. Verificou se ela estava coberta, e se pôs de pé para se mover até a sua cadeira. “Durma, Hermione. Vou me sentar aqui e ler.”

“Leia pra mim, Severo, só até eu pegar no sono.”

Severo caminhou até as estantes de livro que forravam a parede do outro lado e correu um dedo sobre os livros até encontrar o volume que queria. Puxou o grosso tomo e se sentou em sua cadeira.

Se nos tornasse sábios perguntar
Nenhum olho outro ia fitar;
Se fosse a fala a narrar nosso conto
Nenhum lábio passearia por outro.
Da trama mortal almas fossem livres
O amor não preso a corações de fibras
Por outro não ansiaria nenhum peito
Nem por encontrar êxtase completo.
Pois quem haverá que vive e conhece
As forças secretas pelas quais cresce?
Se é tudo o saber, por que padecemos
Trememos, sangramos, desfalecemos?

Severo ergueu os olhos para ver que ela dormira. O rosto de Hermione estava tranqüilo, um leve sorriso levantando os cantos de sua boca. Ele abaixou a voz e terminou dissonantemente.

Então não busque, amor, “Ses” ou “Porquês”
Amo você agora e até morrer.
Pois porque estou vivendo devo amar
E a vida em mim é o que você me deu.


Ele se permitiu o luxo de observá-la ininterruptamente; o livro jazia esquecido em seu colo. Sua mente passou e repassou a conversa deles, examinando-a, memorizando-a. Ele veria a alma dela devolvida; mas, enquanto isso, pelo menos, ela estava em posse da dele.

Severo não sabia por quanto tempo a observou antes que seus olhos se fechassem, sabia apenas que eles foram ambos assustados em seu sono pelo livro batendo no chão. A escuridão havia se movido pelas janelas altas na parede e a noite estava sobre eles.

Hermione se espreguiçou, arqueando suas costas com um gemido leve. Severo se moveu imediatamente para o seu lado, “Você está sentindo dor?”.

“Não, só estou dura. Sabe, este sofá não é exatamente a coisa mais confortável em que se possa dormir.”

Severo riu e se levantou para acender o fogo. “Você nunca reclamou das outras vezes.”

“Sim, bem... Eu suponho que a noite passada possa ter algo a ver com as minhas costas duras. Espere, deixe-me tentar isso.” A um aceno de seu dedo, os castiçais em torno da sala brilharam com vida. “Viu só? Já estou me sentindo melhor.”

Eles compartilharam um jantar leve enquanto discutiam o assunto de suas matérias para os alunos de segunda-feira. Depois de uma discussão breve e descompromissada sobre a conduta rude de aula dele, Hermione saiu para se lavar e se trocar. Ela voltou com uma expressão confusa no rosto, “Sabia que são quase dez horas? O que aconteceu com o relógio que ficava ali?”.

Severo mudou de assunto bem depressa, “Então creio que você deveria estar se recolhendo para a noite. Pode ter recuperado alguns dos seus poderes, mas só o descanso vai restabelecê-los completamente.”.

“Bem, você mesmo não teve exatamente uns dias fáceis, acho que é melhor você não ficar muito pra trás, Severo.”

Ele esperou até que ouvisse a porta do banheiro se fechar e a água começar a correr. Severo alcançou por debaixo da cama para puxar para fora a cama com rodinhas e em seguida desfez ambas as camas. Ele ouviu o gato irritante dela chamá-la, tendo acabado de entrar pela porta para gatos magicamente camuflada que ela fizera Severo criar. Antes que o gato tivesse chance de alertar a sua dona, Severo andou a passos pesados até a lareira e chamou por sua refeição. Ele a depositou sobre o chão. Bichento andou rigidamente até o prato e olhou para Severo de maneira desconfiada antes de começar a comer.

“Este é um gato bonzinho. Acha que vai entrar lá e espalhar mais malditos pêlos laranjas por todas as minhas roupas limpas? Acho que não.” Severo caminhou para dentro do quarto e fechou a porta. Para completar, lançou um feitiço silenciador, só para o caso de o gato decidir começar seus gritos rangentes por sua dona.

Logo após sua tarefa estar completa, a porta do banheiro se abriu e Hermione saiu, enrolada em um roupão quente de lã de carneiro. “Severo, você acenderia a luz antes de se trocar?”

Severo caminhou até a lareira e, num piscar de olhos, tinha uma chama rugindo acesa. Ele saiu para tomar banho e se trocar, aparecendo um curto tempo mais tarde em calças de lã de carneiro e a camiseta preta habitual. Apagou as luzes e se voltou para ela. Hermione estava na cama, deitada de lado, de frente para a porta. Ele olhou para baixo, para onde a cama com rodinhas tinha estado quando saiu, e, então, olhou de volta para ela.

Hermione sorriu timidamente e puxou as cobertas, emitindo um convite silencioso. Não confiando em sua voz naquele momento, ele deslizou para a cama, ao lado dela. Virou-se de lado na sua direção, completamente esperando que ela se virasse da mesma maneira e retomasse sua posição da noite anterior. Ela não o fez, no entanto.

Os olhos de Hermione examinavam os dele, procurando alguma coisa. Ela ergueu uma mão hesitante e empurrou o cabelo do rosto dele, parando para entremear seus dedos nele. Seus olhos se moveram para examiná-lo, quase como ele havia examinado o dela mais cedo.

Mais uma vez, ela examinou a expressão dele. “Me ajude a apagar o fedor deles, Severo. Me ajude a esquecer, ao menos por esta noite.” Ela se moveu um pouco para mais perto então, suas pernas encontrando as dele por baixo dos pesados cobertores. “Me ajude a viver.”

Com um movimento sereno, ela estava sob ele. Ele examinava a sua boca, traçando o lábio inferior com um polegar trêmulo antes de se mover bem devagar para capturá-lo. A macieza se partiu imediatamente, sem precisar de estímulo algum. A língua dela encontrou a dele hesitantemente, convidando-a a se juntar a ela. Os braços de Hermione se levantaram, colocando-se ao redor das costas dele, começaram a explorar, passeando para cima e para baixo pelo tecido áspero.

Dedos hesitantes encontraram a parte inferior da camisa dele e a puxaram, desejando ardentemente o toque de pele nua. Os lábios dele deixaram os dela, e o ruído surdo que se deslocou através dela gritou pela perda. Severo se sentou para trás, ergueu o tecido e o retirou. Hermione se levantou, erguendo os braços acima da cabeça, permitindo-lhe a liberdade de deslizar sua camisola, bem devagar, pelo seu corpo. Ela se juntou à camiseta dele no chão, esquecida. Com um clamor desesperado, ela o puxou para baixo para cobrir o seu corpo mais uma vez. Ao toque de carne sobre carne, ela gemeu e arqueou as costas, tentando imprimir o corpo dele no seu.

Severo traçou um caminho com a boca, provando a pele do pescoço dela, fazendo uma pausa para sugar delicadamente a maciez côncava do seu pescoço. Suas mãos se estenderam para baixo para encontrar as dela e ele enroscou os seus dedos juntos. Ergueu as mãos dela até o travesseiro e as deixou lá, permitindo acesso mais completo ao seu corpo.

Abaixando a cabeça, ele retomou seus experimentos. Uma busca mordiscada descobriu o seu mamilo. Ele o puxou profundamente em sua boca, endurecendo-o. Outro gemido encontrou seu caminho dos lábios dela direto até a virilha dele. Capturando o outro seio, ele espelhou as atenções. Mais uma vez, uma súplica escapou dela. O corpo dele estava gritando em resposta.

As mãos dele se moveram mais para baixo, esperando encontrá-la adequadamente vestida. Quando descobriu que ela estava nua, sua cabeça se ergueu e ele encontrou o rosto dela com um sorriso. Ela se ergueu do travesseiro para reclamar sua boca, puxando-o para baixo com ela de novo. Os braços dela estavam novamente agarrando-o desesperadamente.

Hermione friccionou círculos, devagar, descendo pelas costas dele e murmurou em frustração quando encontrou flanela e não carne. Uma palavra sussurrada dentro da boca dele e seu obstáculo desapareceu.

Mais confiantes agora, as mãos dela retomaram seu caminho e o puxaram para mais perto, roçando seu desejo molhado contra o calor estendido sobre seu quadril. Foi a vez dele de gemer. Quase ao mesmo tempo, mãos encontraram sua meta. Ela acariciava, ele submergia, ela apertava, ele friccionava. Eles acompanharam o ritmo um do outro, juntos, imitando um desejo final, até que estavam ambos próximos ao ápice.

Novamente, os dedos dele encontraram os dela e os soltaram de sua carne pulsante. Um leve movimento do quadril dela, no entanto, e ele estava implorando por entrada. Uma estocada rápida o viu em casa. Ela puxou suas mãos, libertando-as das dele, e o envolveu firmemente em seus braços. Com um movimento imitado, ele a ergueu da cama para escorregar braços fortes sob ela. Eles se agarraram um ao outro, se embalando, se alcançando, e escalando como uma única alma. De repente, os movimentos dele sossegaram e ele a soltou de volta contra os lençóis. Enquanto ainda unidos pela cintura, ele os fundiu pelos olhos. Beijos reverentes foram cumulados pelo rosto dela antes de se entregarem à sua boca novamente. Quando era seguro fazê-lo, ele começou a se mover de novo, devagar, saboreando cada puxão. Os quadris dela respondiam aos dele com os mesmos movimentos deliberados.

Ele escapou da sua boca para examinar as emoções estampadas sobre o rosto dela. Eles permaneceram presos como um só, ambos resistindo ao anseio de jogar sua cabeça para trás e ceder à necessidade que os pressionava. Deixaram-se levar juntos nas sombras dançantes, como um só ser.

Severo assistiu a ela chegar ao clímax primeiro, sorrindo ao ouvir o seu primeiro nome escorregar suavemente dos lábios dela. O seu próprio clímax respondeu o clamor dela, olhos escuros ainda presos aos dela. “Mea Uxor.” A ternura escapou carinhosamente de sua boca.

Eles continuaram as suas suaves explorações um do outro, muito tempo depois que ele tinha escorregado do corpo dela. Beijos suaves, carícias gentis, tudo se estendia na escuridão da noite, enquanto dois corações reduziam a sua batida gêmea.

Finalmente, Severo notou a fadiga nos olhos dela e rolou para o lado, carregando-a consigo. Hermione se acomodou contra o peito dele e traçou círculos preguiçosos através da fina camada de pêlos nele.

À luz do fogo, eles repousavam satisfeitos, ainda enrodilhados um com o outro. Nenhuma palavra foi dita, apenas um ocasional suspiro satisfeito quebrava o silêncio. Finalmente, eles se entregaram ao sono reconfortante que segue tal fusão de dois seres.

***
N/T:

meus -a -um [meu, minha]; uxor -oris f. [esposa]
Não sei se isso é latim “correto”, mas soa bem pra mim.

Passei por certas “dificuldades” ao traduzir esse capítulo. O poema que Severo lê para Hermione, em particular, foi um desafio. Fiz o que pude para respeitar o original, que é todo metrificado e rimado. Espero que o resultado não tenha saído muito ruim, pois é um texto muito bonito mesmo. Abaixo, segue o original.

Because She Would Ask Me Why I Loved Her
- Christopher Brennan (1870-1932) -

If questioning would make us wise
No eyes would ever gaze in eyes;
If all our tale were told in speech
No mouths would wander each to each.
Were spirits free from mortal mesh
And love not bound in hearts of flesh
No aching breasts would yearn to meet
And find their ecstasy complete.
For who is there that lives and knows
The secret powers by which he grows?
Were knowledge all, what were our need
To thrill and faint and sweetly bleed?
Then seek not, sweet, the "If" and "Why"
I love you now until I die.
For I must love because I live
And life in me is what you give.

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