Capítulo 07



A Fortaleza Interior
By Idamae


Negócio de leis: As personagens pertencem a J.K.Rowling. Estou apenas emprestando-as, por razões não-monetárias.

Esta história contém imagens que podem ser perturbadoras para alguns leitores, incluindo estupro, violência, assassinato, sexo, tortura e um grande número de outras coisas mórbidas. Se você não quer ler sobre tais coisas, aperte o botão Voltar, AGORA!!!

Capítulo 07

Eles fizeram seu caminho em silêncio até as masmorras e entraram nos aposentos de Severo. Nenhum deles notou, ou achou isso estranho. Apenas parecia natural, dado tudo o que tinha acontecido a eles naquela noite. Nenhum deles queria encarar o escuro da noite sozinho.

Hermione dirigiu-se até o sofá e se enrolou num canto. Severo moveu-se até a lareira e acendeu, com um feitiço, um fogo tépido. Com um comando silencioso e uma pitada de pó, duas canecas de chá temperado apareceram. Ele não se virou para olhar para ela quando falou, “O banheiro é no cômodo ao lado, se você quiser se arrumar e ficar confortável. Sirva-se do que quiser.”

Ele a ouviu se levantar e mover-se até o cômodo ao lado. Deslocou a caneca fumegante dela para perto de onde ela tinha se sentado e ocupou sua cadeira próxima ao fogo. Pensou sobre tudo o que havia acontecido e percebeu que, de alguma forma, o relacionamento deles havia mudado para melhor, apesar da dor e da degradação que ambos haviam suportado. Ele teria feito qualquer coisa para tê-la poupado tanto do tratamento físico que ela tinha sofrido, quanto da visão dele tirando uma vida inocente. Mas, ainda assim, obteve conforto pelo fato de que ela havia visto tudo e não se afastara dele. De que alguém o podia compreender.

De repente, ele ouviu o som vago de vidro se quebrando e ergueu-se de um salto. Moveu-se velozmente em direção ao banheiro, chocando-se com uma forma pequena ao virar um canto. “O que aconteceu?”, ele perguntou a ela.

“Nada. Só quebrei alguma coisa esta noite. Não se preocupe com isso, não é importante.” Ela se esquivou dele e tomou seu lugar à luz do fogo. Ele não a pressionou por uma explicação, apenas a seguiu e tomou o lugar dele.

Hermione se sentou, encolhida, afundando em um dos trajes de aula dele, de inverno, feitos de lã. Ele sorriu com a visão dela enquanto ela se esforçava para manter a manga fora do seu chá. Notando o divertimento dele, ela respondeu o seu largo sorriso. “Desculpe, você disse ‘sirva-se’. Só estou com um pouco de frio esta noite.”

Severo convocou o cobertor dela do outro quarto, e ele voou pelo ar para cobri-la. Hermione aconchegou-se dentro da camada adicional de calor e suspirou de satisfação. Eles ficaram sentados em silêncio por um tempo, cada um perdido em pensamentos sobre os acontecimentos da noite.

Severo encontrou sua coragem primeiro, “Queria que você não tivesse visto o que eu fiz.”

“Severo, não queira isso. Estou feliz por ter visto. Tinha ouvido histórias sobre seu desejo incontrolável por sangue nos festins. Reclamações de que você pegava os trouxas só pra você, não dividia. Eu não conseguia entender, não conseguia nunca ver esse seu lado. Por mais confuso que isso seja, me conforto em saber que você prefere fazer a coisa com compaixão do que deixar eles sofrerem.”

Os olhos dela estavam perturbados agora, enquanto prosseguia, “Algo está mudando com Lúcio. Ele nunca foi de ser gentil comigo. Mas parecia me valorizar, um troféu nos braços dele. Ele nunca foi respeitoso, mas, ainda assim, me valorizava. Ultimamente, parece que está tentando me provocar. Me instigando a me opor contra ele, vendo o quão longe ele pode ir. Meus favores eram recompensas por trabalhos bem feitos, agora sou oferecida a qualquer um que me deseje.”

Severo pendeu a cabeça, olhando para a caneca em suas mãos. Se o que Hermione estava dizendo era verdade, então a situação estava se tornando mais perigosa para ela, se isso fosse possível. “Ele está com inveja de você. Você é uma ameaça à posição dele. Você exibe confiança diante do Lorde das Trevas. Voldemort obviamente se delicia com a sua sagacidade e com o seu poder. Você está se tornando um igual a Lúcio, ao invés de um brinquedo. A idéia é, provavelmente, perturbadora demais pro Malfoy.”

Ela acenou com a cabeça, concordando, entendendo o raciocínio dele enquanto ele continuava, “Você fez bem hoje à noite, continue subserviente a ele. Não se levante contra ele; apenas desempenhe o seu papel conforme ele precisar. Queria que isso pudesse ser diferente pra você. Nós vamos acabar com isso, e você vai ter a sua vida de volta. Tenha confiança.”

Os olhos dela se encheram de lágrima às garantias suavemente ditas. “Não tenho vida pra reivindicar. Quando isso terminar, tudo vai ser revelado. Meu papel nessa guerra vai ser divulgado por toda a comunidade mágica. Eles espionam quem se prostituiu pros Comensais da Morte. Ninguém nunca vai admitir que os fins justificam esses tipos de meios. Nem mesmo os que me fizeram. Não, eu perdi minha vida, na primeira vez em que me deixei ser tomada. O melhor que posso esperar é morrer ao lado de Voldemort, pelo menos assim eles vão me pintar como uma mártir.”

Severo fechou os olhos, bloqueando a visão das lágrimas dela. Ele não podia argumentar com ela, não naquele momento. Ela não tinha nada a que se agarrar, nenhuma esperança para além da missão. Ele fez um juramento silencioso de encontrar alguma maneira de mostrar-lhe o valor dela, dar-lhe um propósito. Assim que isso tudo fosse passado para eles.

Ele se levantou e pegou a caneca vazia das mãos dela. Com uma palavra suave, dois frascos apareceram nas mãos dele. Ele ofereceu um a ela com uma explicação simples, “Sono Sem Sonho.”

Hermione sorriu para ele e pegou sua oferta. Ela destampou o frasco e bebeu. À palavras dele, os travesseiros dela apareceram e ela se enrolou de lado. Ele se ajoelhou a seu lado, sorrindo gentilmente, e arrumou um cacho que estava na testa dela. Ela o fitou com olhos sonolentos, aceitando o toque leve. Seus olhos se fecharam, deslizando, enquanto a poção fazia seu trabalho. Ele ajeitou cuidadosamente os cobertores em torno dela, assegurando seu calor.

Severo caminhou pelo seu quarto escuro e entrou no banheiro. Antes que ele tivesse uma chance de sacudir sua varinha e iluminar o cômodo, notou um estranho som de algo se moendo sob seus calcanhares. Com um passe de sua varinha, as luzes se acenderam e ele viu que o chão estava cheio de cacos de vidro. Olhou em torno para encontrar a origem deles e, ao erguer a cabeça, seu coração bateu com força em seu peito. O espelho sobre a sua pia tinha sido estilhaçado em um milhão de pedacinhos.

Sua cabeça girava, em vertigens. Antes que pudesse se segurar, ele caiu de joelhos, esquecido dos fragmentos que cortavam através de suas calças. Estava lutando com o horrível reconhecimento do ódio a si mesma que levara Hermione a cometer essa destruição. Como conseqüência dos acontecimentos dessa noite, ela havia ficado face a face consigo mesma. Ele temia que os cacos de vidro fossem um indício daquilo que sobraria dela quando isso estivesse terminado. Apenas pedacinhos afiados sem valor que seriam reduzidos a nada.

Severo recobrou sua compostura, empurrando fundo os sentimentos inúteis para os cantos do seu coração. Com um aceno de sua varinha, o espelho estava inteiro de novo. “Quem me dera fosse fácil assim.”

Após curar seus joelhos retalhados, ele se trocou e se lavou para ir para a cama. Na cama de dossel que dominava o centro de seu quarto, ele parou. Com um suspiro, agarrou um travesseiro e o edredom preto e voltou para a sala de estar. Tomou um lugar no chão, ao lado do sofá onde ela dormia. Enquanto a poção Sono Sem Sonho operava gradualmente pelo seu corpo, ele se confortou tanto quanto pôde, sabendo que, pelo menos esta noite, ela estava segura.

Mais uma vez, ela tinha ido quando ele acordou.

Eles retomaram sua rotina de dar aulas, conversar e esperar. Severo podia perceber que a luta entre as faces luminosa e obscura dela estava esgotando a jovem bruxa. O lado escuro dela começou a se manifestar cada vez mais.

Hermione respondia as exigências de Lúcio por sua presença várias vezes por semana. Ela começou a retornar para o castelo mostrando sinais de abuso físico além de qualquer coisa de natureza sexual. Lábios rachados, olhos pretos, e muitos outros ferimentos. Respondia os pedidos de Severo por uma explicação com frios olhos escuros e uma batida de porta. Pelas manhãs, ela surgia com seu corpo inteiro, e um pouco mais de sua luz ofuscada.

Outro festim foi anunciado no começo de outubro. O programa foi o mesmo que o do último. Eles alimentaram Voldemort com mais informações falsas e começaram a solidificar os planos para apanhar Alvo no Natal. Foram recompensados pelos seus esforços, mais uma vez, com uma noite de sexo, tortura, estupro e sangue.

A Comensal da Morte em Hermione tomou o controle nessa noite. Escolhendo um trouxa, ela usou o corpo dele repetidas vezes. No início, ele foi um parceiro disposto, mas, conforme ela exigia mais, repetidamente, ele tentou rejeitá-la. Severo reconheceu o feitiço que destruía a alma do homem, deixando somente uma carapaça respirando. Ela lançara uma versão do Imperius e a carapaça gritava e lutava. Então, ela pôs mãos à obra. Para Severo, ela parecia descontar sua luta interna e sua frustração no trouxa. Como ele mesmo, Severo notou que ela carregava um punhal afiado em sua bota e era perita em usá-lo. No final, estava montada sobre o homem, como uma figura poderosa salpicada de sangue, e terminou o serviço com sua varinha. “Avada Kedavra.”

Depois desse festim, Hermione parecia, às vezes, estar se desfazendo. Em algumas noites, seus olhos escureciam e clareavam várias vezes durante todo o jantar no Salão Principal. Nessas noites, Severo falava com ela calmamente, usando a voz suave à qual a sua Hermione respondia. Quando ela estava concentrada novamente, ele a tomava pela mão e, na frente dos funcionários e alunos, a conduzia do Salão.

Na tranqüilidade dos seus aposentos, ele a aconchegava no sofá e falava calmamente com ela. Eles compartilhavam histórias de sua infância. Ambos ficavam fascinados com as diferenças entre as crianças trouxas e bruxas. Aprendiam sobre o gosto um do outro por livros e música. Hermione ficou particularmente surpresa em descobrir que Severo tinha uma queda secreta por filmes trouxas. Juntos, eles sonhavam em voz alta em serem capazes de aparatar para Londres algum dia e compartilhar um filme como pessoas normais.

Quando ela se cansava, ele continuava, contando-lhe histórias sobre isto e aquilo até que ela estivesse embalada para dormir. Ele passava essas noites no chão ao seu lado, tentando ser útil a ela, mesmo enquanto ambos dormiam.

Na noite de 15 de outubro, Severo estava sentado em sua escrivaninha corrigindo provas. Era hora do jantar lá em cima, mas ele havia escolhido fazer sua refeição no seu escritório, para pôr algum trabalho em dia. Contara tranqüilamente a Hermione seus planos para a noite e gentilmente sugerira que ela podia fazer o mesmo.

A tranqüilidade das masmorras foi abalada quando a porta para a sala de aula de poções bateu contra a parede, aberta repentinamente pelo monitor do sétimo ano da Sonserina. Tristan Bradley precipitou-se pela sala, sem fôlego e com o rosto pálido.

Severo deu a volta à mesa para encarar o jovem, “O que significa esta intrusão, Bradley?”.

“Professor Snape, senhor, é Marcus Sloane, senhor. A Professora Granger está com ele no patamar do segundo andar, e eu acho que ela vai matar ele.”

Correndo, Severo estava do lado de fora da porta, vestes rodopiando atrás dele. “Chame Dumbledore.”, ele ordenou ao jovem enquanto subia voando as escadas. Embora estivesse em seu sétimo ano, Sloane era tão alto quanto Severo. Ele tinha liderado o time de quadribol da Sonserina como batedor pelos últimos cinco anos e, como resultado, tinha um tronco bem desenvolvido. Não era isto que preocupava mais Severo, no entanto. O jovem, agora, também era um Comensal. Marcus Sloane havia sido marcado por Voldemort no último festim.

Severo alcançou o patamar a tempo de pegar Hermione enquanto ela cambaleava, graças a uma bofetada bem dada. A frente de suas vestes havia sido aberta por rasgos. Severo estava sobre o jovem num piscar de olhos. Com um soco em seu rosto, o garoto estava no chão. Severo posicionou sua bota sob o queixo do jovem e apertou.

Ele notou com satisfação o rastro sangrento que as unhas de Hermione haviam deixado pelas bochechas do garoto. Olhou penetrantemente, com ódio, para o jovem homem que jazia sob seu pé, lutando para respirar. “Seu bastardinho, o que pensou que estava fazendo?”

Assim que Severo ouviu a voz atrás dele, soube quem estava lá. “O bostinha pensou que, só porque recebeu a marca, tinha o direito de me tomar, também. Mesmo eu tendo certeza de que está se divertindo, Snape, acho melhor você cuidar do ferimento dele antes que ele sangre até a morte.”

Severo riu friamente ao comentário dela, assumindo o papel ao qual ela havia dado início. “Nunca ouvi falar de ninguém morrer por causa de umas poucas marcas de arranhões, Granger.”

“Talvez não, mas a faca espetada num dos lados dele - bem, isso é completamente uma outra história.”

Severo olhou para Hermione, incrédulo, e, então, de volta ao homem no chão, que, para seu horror, agora estava inconsciente. Rapidamente, ele se abaixou para puxar a pequena lâmina com a cabeça de leão no cabo, retirando-a do corpo do agressor de Hermione. Com um feitiço de cura simples, foi capaz de estancar o fluxo sangüíneo.

O Diretor e Tristan Bradley chegaram correndo ao patamar. Com um olhar perturbado na direção de Hermione, Dumbledore ordenou ao monitor que fosse buscar Madame Pomfrey. Quando o jovem estava fora do alcance de escuta, ele voltou-se para o Mestre de Poções. “Leve Hermione aos seus aposentos e espere por mim lá.”

Hermione sorriu com desdém, abertamente, para Alvo e, intencionalmente, se abaixou para pegar o punhal coberto de sangue. Ela voltou seu olhar, em seguida, para Severo, enquanto limpava o sangue em suas vestes de aula. Introduziu, furtivamente, a lâmina de volta à sua bota, girou sobre os calcanhares e dirigiu-se para a escada. No patamar seguinte, ela parou e pegou sua varinha, a qual, ele notou, estava no chão, num canto.

Ele a seguiu até seus aposentos. Lá dentro, ela rapidamente acendeu o fogo e nele atirou as vestes esfarrapadas. Tomou seu lugar no canto do sofá e avaliou Severo, com olhos apertados. Severo tomou o lugar dele e se dirigiu a ela, mal contendo o veneno em sua voz, “O que diabos pensou que estava fazendo, Granger?”.

“Eu estava tentando nos proteger. Nós estávamos saindo da minha sala de aula depois de termos terminado o nosso trabalho, quando o bastardo saltou sobre nós. O filhotinho de gato grifinório teve problemas em usar mágica nele e decidiu correr ao invés disso. Ele nos atacou e nossa varinha saiu voando.”

Severo manteve seu rosto impassível ao jeito pelo qual ela agora se referia aos dois lados de sua personalidade como “nós”. Entretanto, as implicações eram claras para ele. Parecia que a separação estava, agora, completa e as duas estavam competindo pelo controle.

Hermione continuou, “Pra uma criança, o bastardo com certeza é forte. Ele ficou falando sobre o quanto queria um pedaço do que tinha visto no festim, e que, já que agora era um Comensal, tinha direito a isso. Ela ainda passou um cadeado nos nossos poderes, insistindo que ele era um aluno e que nós não podíamos. Bem, ela pode ser capaz de me trancar pra fora da nossa mágica se quiser, mas eu tomei conta dele, não tomei? Cara, mas ele tem um belo de um golpe firme, mesmo quando está sangrando pelo chão todo.”

Severo passou devagar as mãos trêmulas pelo cabelo. Ele falou em voz baixa agora, “Hermione, eu sei que é difícil. Me diga o que aconteceu, meu bem. Fale comigo.”

Quase imediatamente, ela começou a tremer e puxou os joelhos até o peito, enrolando os braços em volta deles. Lágrimas escorriam pelas suas bochechas e sua voz tremia, “Ele me atacou, Severo. Eu não podia deixar que ela usasse mágica nele; ele é só uma criança confusa. Ele tomou o controle e ia me forçar, bem ali na escada. Ela... Eu... Não podia fazer mais nada. Isso não pode acontecer aqui, não aqui.”

Ele cruzou, então, as fronteiras não-ditas que eles haviam construído. Moveu-se para o lado dela no sofá e a puxou para si. Falou com ela calmamente e a embalou em seu colo. Ele podia sentir as lágrimas dela encharcando a frente das vestes dele enquanto ela esgotava a sua dor.

Por fim, os soluços dela cessaram e ela caiu num sono profundo, esgotada mais uma vez pela batalha disputada no interior de sua alma. Ele a deitou sobre o seu travesseiro e ajeitou o seu cobertor em torno dela. Ambos eram, agora, artigos permanentes no sofá.

Severo se levantou silenciosamente e viu que Alvo estava de pé na entrada da porta de seu escritório. Os dois bruxos deixaram a garota adormecida e se sentaram, em lados opostos, à escrivaninha de Severo. “Quanto você ouviu daquilo tudo?”, ele perguntou ao Diretor.

“O suficiente pra saber que ela agiu em autodefesa.”, veio a resposta grave.

Severo sentiu que um obstáculo tinha sido, então, removido, mas havia mais alguns no caminho. “E o Sloane?”

“Marcus Sloane vai ser expulso por ataque a um professor. Ele não viu mesmo o Sr. Bradley e não tem idéia de que foi ele quem o denunciou. Ele vai ser informado de que um grifinório não identificado relatou o incidente pra mim, e um sonserino não identificado o relatou pra você. Você, claro, sendo mais jovem do que eu, chegou primeiro à cena e ficou extremamente aflito pela estupidez dele em ser pego. Antes que você pudesse dar cobertura a ele, no entanto, eu apareci, e você e a Professora Granger não tiveram escolha, a não ser concordarem com a expulsão ou se arriscarem a se exporem. Soa como uma história aceitável?”

Severo sorriu para o seu amigo de confiança. “Tem certeza de que você não foi selecionado pra Sonserina, Alvo?”

O Diretor respondeu o seu sorriso, brevemente. As coisas ficaram, mais uma vez, sérias. “Agora, sobre Hermione. Ela está se arruinando, não está?”

Severo somente pôde fechar os olhos e concordar com a cabeça.

“Notei, esta noite, que você parece ser capaz de controlá-la em um certo grau. Ela tem capacidade de continuar lecionando?”

“Sim, Alvo, eu acredito que ela vai ficar bem em sala de aula. O lado grifinório dela permanece bem concentrado no que se refere aos alunos.”

Alvo aceitou a opinião de Snape nesse assunto. Ele tinha algumas instruções, entretanto, para Severo. “Muito bem, ela pode continuar dando aulas. Mas, Severo, é hora do seu romance ‘esquentar’.”

Severo não podia acreditar no que estava ouvindo e se levantou para desfazer qualquer mal-entendido com o bruxo mais velho.

Alvo não conseguiu evitar rir discretamente ao ver o quão pálido o rosto do Mestre de Poções tinha ficado. “Acalme-se, Severo, acalme-se.” Severo se sentou lentamente de volta sobre o seu assento. “Eu só quis dizer que, aparentemente, vocês dois estão levando seu relacionamento romântico a um novo nível agora. Você vai ficar ao lado dela a toda hora, fora das aulas. Não podemos arriscar outro episódio como hoje à noite. Ela vai mudar as coisas dela pra cá, onde você pode ficar de olho nela; tente mantê-la em um nível equilibrado.”

Severo não tinha escolha, a não ser aceitar. Balançou a cabeça, concordando. “Acho que, como resultado do ataque à Professora Granger, nós dois merecemos o dia livre amanhã. Não concorda, Diretor?”, ele perguntou, com uma ponta de velhacaria na voz.

Alvo se levantou para sair, rindo baixo, levemente. “Certamente, Professor. Sei que você precisa de algum tempo pra mudar a sua namorada para os seus aposentos.”

Severo cerrava e descerrava os punhos enquanto Alvo saía do seu escritório. Ele sentia um ímpeto de estraçalhar alguma coisa, mas a única coisa que isso faria seria acordar Hermione. À lembrança da jovem dormindo sobre seu sofá, ele foi examiná-la. Ela estava encolhida em uma bola tensa, de lado, coberta por lã até o queixo.

Ele trocou de roupa e fez sua cama no chão, notando que, se ela devia ser transferida para os seus aposentos, algo tinha que mudar quanto aos arranjos para dormir.

De baixo, examinou cuidadosamente o rosto dela, assistindo à luz do fogo saltar sobre as suas feições. “Sombra e luz sobre seu rosto, sombra e luz no interior.”

***

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