Capítulo Único
Eu fiz essa fic pro OBHWF’s day. Pra quem não sabe, isso quer dizer One Big Happy Weasley Family (Uma Grande e Feliz Família Weasley). O que é isso? É quem é R/H e H/G. O dia que se comemora o OBHWF é 16 de julho. Porque foi o dia que lançou o sexto livro e tudo se tornou canon. =D
(Isso quer dizer que faz um aninho lindo desde que as abóboras se ferraram e nós nos concretizamos! \o/\o/)
Pra comemorar o canon, os R/H e H/G shippers fazem todo o tipo de fanstuff, e no meu caso, eu fiz duas fics. São do mesmo momento, mas uma é no ponto de vista R/H e outra H/G.
Eu escrevi primeiro essa aqui, mas se vocês quiserem passar depois na R/H ela tá aí:
http://www.floreioseborroes.com.br/menufic.php?id=12991
De qualquer jeito, as fics são independentes. Mas eu daria pulinhos de alegria se visse comentários nas duas. ^^
Tirou as sandálias e sentou na grama. E daí que sujasse o vestido? Grande coisa. Quem é que iria perceber? Ele não estava lá para perceber. Ela não precisava estar arrumada para ninguém. Ele não foi.
Hermione já estava lá fazia duas semanas. Por que é que ele não estava lá também? Ela tentou perguntar pro Ron; ele disse que só viria para o casamento. Ela resolveu não insistir no assunto. Não queria que os outros pensassem que estava sentindo sua falta.
Mas como? Como é que não estaria? É claro que ela era forte. Ela podia enfrentar tudo e todos, não podia? Ah, por favor. Ela havia sido criada no meio de seis garotos. Como é que ela não ia conseguir dar conta de algo? Ela era Ginevra Molly Weasley, não era?
Mas será que esse algo não era bem maior que tudo que já enfrentou? Desde as peças de seus irmãos até ser possuída pelo maior bruxo das trevas de todos os tempos? Afinal, ela estava lutando contra a maior força de todas. Estava lutando contra o amor.
A cerimônia foi bem bonita. Bill parecia bem mais feliz do que nas últimas semanas. Ela estava feliz por ele. É claro que ainda não havia se conformado com o fato da Fleuma se tornar uma Weasley. Não a perdoava por ter que usar aquele vestido dourado.
Os convidados estavam se divertindo. Aquela festa parecia uma fuga dos problemas reais. Todos riam, dançavam, tentavam esquecer que lá fora se travava uma guerra.
Ela não se divertia, é claro. Não ria, não dançava e muito menos conseguia esquecer os seus problemas. É por isso que ela estava ali.
A claridade vermelha banhava os extensos gramados d’A Toca. O sol estava se pondo e uma música agitada tocava ao longe. Ginny saíra da festa e fora até a beira do lago. Estava sentada lá, com sua taça de hidromel. Ela não se afastara dos outros para poder chorar, ou algo do tipo. Ela só queria ficar sozinha. Talvez para repreender a si mesma por ser tão estúpida esperando que ele estivesse lá.
Ele não veio. Mas, e se tivesse vindo? O que ela esperava? Que ele voltasse atrás em sua decisão, se jogasse aos seus pés e implorasse para tê-la de volta? Ginny riu do pensamento absurdo. Talvez ele não vir fosse até melhor.
No funeral de Dumbledore ela viu em seus olhos sua determinação. Ela sabia que ele tinha que fazer aquilo. Não que ela concordasse com sua decisão, mas ela tinha que aceitar. Sendo forte como somente ela era, aceitou. Ela o conhecia e sabia que ele faria aquilo. Sabia que ele se sentiria culpado se algo acontecesse a ela. Quantas pessoas que ele amava já não morreram? Por mais que achasse sua atitude tola, ela tinha que respeitá-la. Afinal, ele era Harry Potter, não?
Harry Potter. E há quanto tempo ela o amava? Ela sempre foi forte, por que não seria agora? Quando tinha uns seis anos, sua mãe lhe contara a história de um menino corajoso que derrotou um poderoso bruxo malvado. Desde então, Ginny admirava-o. Não era amor, é claro. Era apenas fascinação pelo Menino-Que-Sobreviveu. Mas e quando o conheceu? Ela descobriu o verdadeiro Harry Potter, por trás da máscara de herói que colocavam nele. E foi aí que o amor apareceu.
E ela não conseguiu enganar o amor? Enganar seu coração? Ela não tentou sair com outros garotos e esquecê-lo? E ela o tinha esquecido, não foi? Então por que ano passado ele a olhava daquele jeito? Por que ele estava se aproximando dela? E, oh Deus, POR QUE ele a beijou na frente da Grifinória inteira? Para fazer os sentimentos dela voltarem à tona?
Parabéns, Harry Potter, você conseguiu.
Por mais que ela estivesse sendo forte até ali, ela sabia que tinha uma coisinha dentro dela chamada esperança, que queria, que ansiava, que não via a hora desse maldito casamento chegar para poder revê-lo. Ela só queria olhá-lo mais uma vez. Tocá-lo talvez. Um último beijo não seria nada mal, não é?
Pare com isso, Ginevra! Esqueça-o! Não fique alimentando esperanças se você sabe que depois vai se machucar!
Mas, e se ela nunca mais visse Harry? E se ele saísse por aí, para confrontar Voldemort, e... E... Morresse?
Não! Não pense nessas coisas!
Já era noite. Ela tinha que voltar para a festa. Já deviam ter sentido sua falta. Tudo o que ela menos queria no momento era fofoquinhas que ela estava lamentando a ausência de Harry.
Por mais que seja exatamente isso o que eu estou fazendo...
Levantou, tomou um último gole de hidromel, passou a mão no vestido para tirar terra que talvez tenha ficado ali, calçou as malditas sandálias, ergueu a cabeça e andou na direção da música.
Diga à ela que eu me perdi
Na neblina que cobre o mar
Mas que me deixa te ver partir
-Hey, Harry! Finalmente, hein?
-Harry! Por que demorou tanto? Eu já estava preocupada. Achei que algo ruim tivesse te acontecido.
Harry sorriu. Ali estavam seus dois melhores amigos olhando felizes para ele.
-Está tudo bem, Hermione. Só tive um probleminha quando fui sair.
-Seus tios não queriam que você viesse?
-Os Durleys? Há! Não, só faltava eles pularem por me ver pelas costas depois de dezesseis anos.
-Então o que aconteceu?
-Nós, am... Discutimos. Mas, bem... Eu estou aqui. Isso é o que importa, não é? E eu nunca mais vou precisar olhar para aquelas caras nojentas...
-Você perdeu toda a cerimônia... – Hermione começou a falar, mas foi interrompida.
-Você tinha que ver a Fleur entrando de branco, cara. Ela estava incrível... – Ron tinha um olhar sonhador.
Por algum motivo, Hermione estava emburrada.
-Mas o que importa é o Bill, não é? – Disse ela com a voz seca. – Ele está bastante feliz pra quem foi...
-Harry, querido! Até que enfim você chegou! – A Sra Weasley vinha em sua direção.
Depois de um forte abraço da mãe dos Weasleys, vários cumprimentos de conhecidos e desconhecidos, Harry se viu sozinho. Ron havia dito que ia buscar cerveja amanteigada, mas agora Harry o via discutindo com uma Hermione extremamente vermelha.
Harry olhou em volta. Onde será que ela estava? Até agora não tinha visto sinal de suas mechas ruivas balançando por aí. Será que ela estava trancada em seu quarto se debulhando em lágrimas? Por sua causa? Não. Ele a conhecia muito bem e sabia que ela provavelmente estava implicando com Fleur em algum lugar, ou rindo com Fred e Jorge, ou...
Seu queixo caiu. Lá estava ela.
Parecendo mais poderosa que o normal em suas sandálias de salto fino, Ginny era claramente a garota mais absolutamente perfeita em todo o universo. E não só na opinião de Harry.
Ela usava um vestido dourado de tecido fino, coberto por dezenas de pontinhos brilhantes que contrastavam adoravelmente com as inúmeras sardinhas que começavam em seus ombros e se estendiam por seus braços. Suas maravilhosas mechas rubras estavam presas em um coque relaxado. Ela tinha uma flor nos cabelos.
Harry passou a mão pela boca, com receio de que talvez tivesse babado. O olhar de Ginny percorria todo o local como se estivesse a procura de algo. Até que seus olhos castanhos pousaram nos verdes dele.
Uma sensação inexplicável tomou conta dos dois. Eles queriam ao mesmo tempo rir e chorar. Sentiam alívio e medo. Felicidade e dor. Queriam correr para os braços um do outro e beijarem-se até o mundo explodir. Queriam sair correndo para longe dali. Queriam se tocar, se sentir. Queriam se amar.
Vi o sol acordar
Ginny não podia acreditar. Ele veio. Oh Merlin, ela podia morrer naquele instante que ela morreria feliz. Harry estava lá. Olhando para ela como se enxergasse sua alma. Olhando para ela como se através de seus olhos pudesse ver seu coração. Ó, maldito coração que batia tão rápido! Maldito coração que fazia suas pernas tremerem e seu corpo suar. Maldito coração que amava tanto Harry Potter!
Vamos, Ginny! Pare de olhar para ele! Ele não quer nada com você! Pare agora mesmo! Ele terminou com você! Ele também quer te esquecer! Ele... Ele está vindo pra cá?
Sem perceber, Ginny prendeu a respiração. Aquele era mesmo Harry Potter, vestindo um terno trouxa, com seus inconfundíveis olhos verdes e cabelos espetados, andando em sua direção?
E com esse olhar extremamente sexy?
No momento em que ela estava certa de que ia desfalecer sem ar, tudo parou. A música não tocava mais. Ela também não ouvia o som das pessoas. Aliás, onde estavam as pessoas? Onde estava tudo? Onde ela estava?
Ela não sabia. Não sabia e pouco se importava. O fato é que Harry estava ali. Na sua frente. Ele, o garoto que ela amava e sempre amou, estava ali. A olhando intensamente.
Por que é que o mundo parou e ninguém me avisou? Por que é que ele tem que me olhar desse jeito? Por que é que a porcaria do meu coração não desacelera pelo menos um pouquinho?
Ela não conseguia pensar em mais nada. Aquele olhar a dominava como nada havia dominado antes. Tudo o que o ouvido dela conseguia escutar eram as batidas frenéticas de seu coração e as respirações descompassadas de ambos.
Mas por que tudo aquilo? Saudades? Ou vontade de se atirar no pescoço um do outro?
Oh, Deus. Como eu o amo.
Harry lhe estendia a mão. Sem pensar no que estava fazendo, Ginny colocou graciosamente sua mão sobre a dele. Era incrível como sua pequena mão se encaixava tão perfeitamente com a grande mão dele. Era incrível o que um simples toque era capaz. Um gostoso arrepio percorreu o corpo de ambos. Ginny sorriu.
Era Harry. Segurando a mão dela.
O mundo voltou! Há! Olha! A música está tocando! Todo mundo está aqui! E ele está me levando pra...
-Harry?
Ele não a respondeu. Simplesmente sorriu.
Me fazendo lembrar
Estavam na pista de dança. No meio de todos. Mas para eles, não existia ninguém ali. Talvez alguns vultos. As pessoas deviam estar em um universo paralelo. Ou eles estavam, o que era mais provável. Num lugar único e exclusivo deles. Um lugar onde só cabia Harry, Ginny, e o turbilhão de emoções que os acompanhava.
Harry a enlaçou pela cintura ao som de uma música lenta. Como sentira saudade de Ginny, do seu corpo. Tocar inocentemente a cintura dela daquele jeito fazia seus dedos formigarem e seu corpo todo tremer.
Ginny estendeu seus braços envolta do pescoço dele e colocou sua cabeça em seu ombro. Como sentira falta disso! De estar abraçada nele, envolvida por seus braços, sem se preocupar com nada, além de querer que o momento dure pra sempre.
Ela inspirou o perfume de Harry e lembranças de belos momentos que passaram juntos chegaram flutuando em sua mente. Ela o abraçou com mais força. Moviam-se independentemente da música. Estavam mais se abraçando do que dançando.
Ginny fechou os olhos. Por que o mundo não parava mais uma vez? Ela podia ficar para sempre ali. Protegida pelos braços de Harry, sentindo seu perfume.
Por que ele estava fazendo isso com ela? Chegar de repente, a tomar em seus braços, e tirar todo e qualquer pensamento racional de sua cabeça? Logo agora, que ela estava determinada a esquecê-lo. Esquecê-lo mais uma vez.
Mas ela sabia que isso era impossível. Harry estava gravado nela. Cravado em sua pele. Tatuado em seu coração. Ele a completava. Sem ele, ela não era Ginny Weasley. Ela não ia esquecê-lo. Nem que quisesse, nem que pudesse.
Ele era dela. Ela era dele. Nada nem ninguém ia mudar isso. Nem eles mesmos.
Mas você sempre será
A onda que me arrasta, que me leva
Pro teu mar
Ginny enterrou a cabeça no peito de Harry. Ele instantaneamente sentiu a aroma floral que vinha de seus cabelos. Aquele cheirinho que era só dela. Ele seria capaz de viver sem aquele cheiro? Seria capaz de viver sem aquela garota que estava sem seus braços? Viver sem a sua garota? Sua Ginny?
Era impossível saber o tempo que eles ficaram assim. Duas, três, seis músicas? Não importava. Eles estavam juntos, e quando estavam juntos, o tempo não era medido em minutos. Nem em músicas.
Quando estavam juntos, o tempo parava e tudo trabalhava em função deles. Nada mais no mundo importava. Eram só os dois.
A mão de Harry que fazia pequenos círculos nas costas de Ginny se ergueu e segurou o queixo dela. A garota levantou a cabeça e o encarou. Há muito tempo não olhava Harry tão de perto assim. Há muito tempo não se entregava àqueles olhos verdes como estava fazendo agora.
Tirou uma mão dos cabelos de Harry, a qual estava deixando-os mais despenteados do que já eram, e tocou sua face. Com o polegar fez pequenos círculos em sua bochecha.
Toda a energia em seu corpo estava voltada para olhar em seus olhos. Tudo o que importava no mundo era olhar em seus olhos. Tudo o que ela queria fazer era olhar em seus olhos. Sua vida dependia disso. Ela tinha que olhar aqueles olhos. Cada vez mais de perto. Talvez fosse a última vez que fosse rendida por aquele verde...
Harry não ia agüentar. O jeito que ela o encarava era entontecedor. O seu fino dedo brincando em seu rosto o fazia esquecer de tudo.
Ele queria aproveitar aquele momento. Talvez fosse a última vez que estivesse vendo Ginny. Ele tinha que gravar cada sarda do seu rosto.
Ele encarava aqueles olhos cor de mel. Ele admirava aquele delicado nariz e aquela boca carnuda. A boca. Harry estava dominado por aquela boca. Ele não conseguia tirar os olhos daqueles lábios entreabertos. Ele sentia o olhar dela em sua boca.
O teu vento vem me perturbar
Me envolve e me leva daqui
Me afoga de novo no mar
Eles estavam muito perto. Tão perto a ponto de suas respirações falhadas se transformarem em uma única só. Tão perto que seus narizes se tocavam e seus olhos estavam se fechando...
E daí que eles estivessem fazendo algo errado? E daí que eles deviam estar tentando se esquecer? Eles tinham como resistir àquilo?
Seus corpos tão próximos, suas respirações misturando-se, seus corações batendo como um só. A pele de um acariciando a do outro. Seus lábios se roçando de leve. A música romântica ao fundo. A noite estrelada. A luz do luar. As dezenas de velas acesas.
Por que tudo tinha que ser tão perfeito? Pra fazer eles se entregarem aos seus sentimentos? Pra fazer eles se esquecerem da realidade e se deixar levar pela emoção? Pelo coração? Sem se preocupar com mais nada?
E mergulho sem pensar
Se voltarei
O roçar de lábios não era suficiente. Toda aquela situação simplesmente os fazia desejar mais um ao outro. Eles queriam se entregar. Queriam sentir o gosto um do outro ao menos uma última vez.
A mão de Harry segurou com mais firmeza a cintura de Ginny e ele pressionou seus lábios nos dela. Enquanto uma mão da garota envolvia seu pescoço, a outra agarrava o cabelo.
Eles entreabriram seus lábios e suas línguas se encontraram. Um prazer indescritível tomou conta de Ginny. O seu corpo inteiro estava em chamas e ela sabia que a qualquer momento iria flutuar tamanha a leveza e plenitude que sentia.
Eles se completavam e mais do que isso, eles se amavam. Seus corações iam se arrebentar se continuassem no ritmo em que batiam. Ginny ia despencar no chão se suas pernas continuassem tão fracas.
Amor era o que estavam dando um ao outro. O mais puro, singelo e verdadeiro amor. A alegria que sentiam era incalculável, assim como a tristeza, pois sabiam que esse beijo poderia ser o último.
Por isso que eles não queriam que ele terminasse, e não deixavam que terminasse. Era o medo da perda que não os separava, assim como era o amor que os unia.
E se beijavam. Se beijavam como se suas vidas dependessem disso. Se beijavam como se o objetivo de suas vidas fosse demonstrar o imenso e inabalável amor que sentiam. Se beijavam como se suas almas pedissem maior contato com a alma do outro pra que pudessem ser uma alma só.
Mas já eram. Harry Potter e Ginevra Weasley eram uma só alma. Um só coração. Juntos, eles entravam em harmonia perfeita. Juntos, eles eram um casal de jovens apaixonados que acima de tudo queriam se amar.
Eles precisavam um do outro, porque juntos eles podiam tudo. Juntos eles eram fortes. Eles eram perfeitos. Eles podiam qualquer coisa.
E eles se beijavam esquecendo de tudo. Tudo o que eles precisavam era um do outro.
N/A: Tenho só três palavrinhas a dizer: Comentários, por favor. ^^’
Editado: Sabem que dia foi última segunda? 16/07/07. Exatamente; 2º OBHWF's day. 2 anos de canon, 1 ano de fic. Obrigada a todos que comentaram! ;]
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