Dia de Formatura
No dia seguinte, Harry chamou Rony, Mione, Gina, Cho, Neville e Luna para uma reunião. Nesta reunião ele contou como havia sido a luta entre eles no ministério e o que ele achava que devia ter acontecido.
- Então o “Amor Eternus” não funcionou? – Perguntou Rony, decepcionado.
- Não como eu esperava. – Respondeu Harry.
- E que faremos agora? – Perguntou Gina.
- Bom, como eu disse, eu acho que o feitiço não estava forte o suficiente. Não sei se porque eu estava preocupado com Gina e não me concentrei o bastante, ou porque ele ainda é imortal. O fato é que não podemos correr o risco de não funcionar da próxima vez. Ele deixou bem claro que vem com tudo pra cima da gente.
- Certo. – Disse Mione – Mas você não respondeu a pergunta da Gina ainda. O que vamos fazer?
- Eu quero que vocês ensinem o “Amor Eternus” para todos os integrantes da Armada. Quando Voldemort nos atacar, a idéia é contra-atacar com força total.
- Brilhante Harry! – Disse Rony, socando o ar. – Todos juntos teríamos poder para varrer aquele asqueroso do mapa.
- Mas e se ele não atacar? E se ele armar outra armadilha pra te pegar sozinho? – Questionou Gina.
- Bom, é um risco que temos que correr. Mas eu não acredito que isso ocorra – Tentava se justificar Harry – Ele não é lá muito discreto, não é mesmo? Depois do que aconteceu no ministério, acho que ele vai querer platéia, acho que ele vai querer mostrar pro mundo bruxo o quanto ele é poderoso, acabando comigo na frente de bastante gente.
- Isso quer dizer que você vai enfrentá-lo de novo? Vai servir de isca? – Gina estava com uma cara péssima.
- Você tem alguma idéia melhor Gina? Por que eu não consegui pensar em nada até agora. – Respondeu Harry.
- Escuta aqui Harry! – Começou ela se levantando e apontando o dedo na cara dele – Eu acabei de perder um irmão. Não estou gostando nem um pouco desta história de você servir de isca pro Voldemort, enquanto a Armada o ataca. Eu te conheço Harry Potter e sei da sua maldita mania de ser herói. De se sacrificar pelos outros e tenho certeza de que você vai aprontar alguma.
- Gina me escute! – Começou ele com muito jeito, vendo que ela estava com os nervos à flor da pele – Eu sei que já fiz muita burrada antes, já me arrisquei desnecessariamente e tudo, mas as coisas mudaram. Eu não tenho a menor intenção de morrer. Se você não percebeu ainda, tenho um ótimo motivo pra continuar vivo, quem sabe casar e ter filhos. O nome deste motivo é Ginevra Molly Weasley.
- Eu odeio esse nome. – Ela fez uma careta de nojo.
- Como eu ia dizendo. – Sorriu ele, ao perceber que estava conseguindo quebrar o clima que se formara – Não tenho a intenção de me servir numa bandeja de prata com uma maça na boca pro cara-de-cobra. Estamos aqui para descobrirmos um meio de pegá-lo. No momento a melhor idéia que eu tive foi de servir de isca e usar a sua prepotência a nosso favor.
- Tudo bem. Rendeu-se a ruiva, abrindo um sorriso e abaixando o dedo – Vamos pensar em outra coisa. Mas continuo não gostando nada desta história.
- Finalmente! – Exclamou Rony – Que dureza, hein! Não queria estar na sua pele, cara.
Depois disso todos riram e o clima ficou bem mais ameno. Organizaram a agenda, como passariam para os outros o novo feitiço, mas Harry não pode deixar de dar graças por Gina não poder ler sua mente. Realmente não tinha intenção de se suicidar, mas não contara todo o plano para eles. Gina não concordaria em hipótese alguma.
A partir daquela tarde, os treinamentos começaram. Até mesmo Harry estava instruindo, visto que eles não tinham idéia quando Voldemort atacaria. Mas, contrariando as expectativas, nada aconteceu. Tudo estava calmo e assim o ano escolar estava chegando ao final. As provas estavam se aproximando e os alunos estavam desesperados. Hermione fora a primeira a demonstrar sinais de fadiga e stress, tendo que tomar uma poção calmante feita por Mme Pomfrey. E não foi a única. Vários outros alunos a acompanharam. Os alunos do sexto ano, que não teriam que prestar exames tão pesados neste ano estavam mais tranqüilos.
Harry reparara que Gina estava diferente. Mais quieta, triste, pensativa. Ele sabia que ela ainda sentia muito a morte do irmão e principalmente, sentia que nascia em seu coração um forte desejo de vingança. E isso não era nada bom. Ele sabia o que esse sentimento podia fazer numa pessoa e não queria isso para Gina. Mas, como ela não se abria com ele, ele fingia que não percebera nada, enquanto a vigiava a distância.
Gina por sua vez, não tinha mais paz em sua vida. Toda noite sonhava com a morte de Percy e via Malfoy rindo, debochando dela e se vangloriando do que fizera. Ela tinha que se vingar, tinha que lavar a honra de sua família. Sentia que isso era sua obrigação, que devia isso a Percy. Ela mataria Draco Malfoy, custasse o que custasse. Sentia que só com a morte dele, aquele peso que carregava em seu coração seria removido. Mas como ela faria? Não tinha a menor chance de sair do colégio para ir atrás dele. Depois que saíra atrás da Horcrux prometera a Harry que não sairia de novo escondida. Durante as férias ficaria em casa, sob o olhar atento da mãe. E isso a estava deixando desatenta, distante, amarga. E as pessoas estavam começando a notar.
Harry manteve sua posição por um certo tempo. Mas, como aparentemente Gina só piorava, em meados de abril ele resolveu tomar uma atitude. Aproveitando uma noite em que eles estavam em seu dormitório estudando, ele disse:
- Muito bem Gina, agora já chega!
- Chega do quê? – Perguntou ela, sem entender sobre o que ele estava falando.
- Olha eu respeitei sua dor, te dei um tempo. Sei que você ficou muito chateada pelo que aconteceu com Percy, mas isto já está passando dos limites. Você mudou muito depois daquele dia.Você precisa conversar comigo Gina. Eu quero te ajudar, mas você não deixa. – Harry soltou tudo de uma vez, não queria ser interrompido. Mas não havia esse risco, pois Gina estava ouvindo de cabeça baixa, sem denotar nenhuma reação.
- Foi culpa minha. – Disse ela finalmente, levantando a cabeça, os olhos rasos d’água – Eu provoquei o Malfoy, dizendo nós ficávamos rindo dele, por causa daquela história da polissuco.
- Não foi culpa sua Gina. Você mesma disse no dia, se há algum culpado disso é o Draco. Não foi pelo que você disse que ele matou Percy. Ele já ia matá-lo quando chegamos, você não lembra? Ele o estava torturando e certamente ia matá-lo em seguida. Ele só disse isso pra você para provocar, para plantar esse sentimento de culpa no seu coração.
- Não importa Harry. Eu sinto que só vou alcançar a paz quando pegar o Malfoy. Preciso fazer ele pagar pelo crime que cometeu.
- Você acha que eu não quero pegá-lo? Que eu não tenho motivos mais do que suficientes para desejá-lo morto?
- Mas é diferente Harry. Você não o viu matando seu irmão... Não sabe o que eu estou sentindo...
- Gina, eu não quero minimizar a sua dor. Mas pensa bem no que você está falando. Em dor. Dor pela perda de um ente querido. E pra quem você está falando? Pro cara que teve seus pais assassinados com apenas um ano de idade, e que ouvia sua mãe clamando por clemência a Voldemort toda vez que um Dementador chegava perto. Que viu Belatriz matar Sirius com uma estrondosa gargalhada. Você estava lá no ministério comigo Gina. Viu como fiquei ensandecido e tentei me vingar.
- Então Harry. Você queria se vingar. Por que eu não posso?
- O que eu ganhei alimentando o sentimento de vingança? Só dor e sofrimento. O maior prejudicado fui eu mesmo e as pessoas à minha volta.
- Então quer dizer que estou fazendo você sofrer?
- A mim e a todos que te amam. Eu sofro de te ver assim, de não conseguir aliviar esta dor que você está sentindo. Não se deixe dominar por esta dor, por este sentimento.
- Mas Harry, eles precisam pagar.
- E eles pagarão. Mas não devemos nos precipitar. Tudo ocorrerá a seu devido tempo. A precipitação só causará ainda mais dor.
- Como você conseguiu controlar o seu desejo de vingança? Como conseguiu esquecer?
- Bom, eu tive que escolher. Sabe, não há espaço no coração para dois sentimentos tão grandes. – Ele sorriu, ao ver que ela não estava entendendo do que ele falava – Eu tive que escolher entre o desejo de vingança, que escurecia meu coração e o amor que eu descobri que sentia por você. Não havia espaço para os dois sentimentos, entende. Então optei pelo amor. É muito mais gostoso, posso garantir.
- Bobo! – Respondeu ela, dando um soco no peito dele – Eu não percebi o que estava fazendo. Principalmente com a gente. Você me desculpa?
- Não há o que desculpar, amor.Só espero que você enterre este sentimento ruim bem fundo e volte a ser a garota maravilhosa que você é.
- Pode ter certeza. Com sua ajuda, eu consigo qualquer coisa. – E ela se aninhou no peito do rapaz, respirou fundo e pela primeira vez em semanas seu coração encontrou paz e conforto.
As semanas continuaram passando rapidamente, agora muito mais felizes. Gina logo retomou sua naturalidade, e assim chegaram os testes de final de ano letivo. Como já era esperado, os testes para os alunos do sétimo ano foram bem difíceis, mas nada que os garotos não conseguissem fazer. Os resultados dos NIEMs só seriam enviados em julho, durante as férias. Mas todos estavam eufóricos com o final do ano e nas férias que estavam por vir. A formatura dos alunos estava marcada para o dia dez de junho, e os familiares dos formandos estariam presentes para o evento.
No dia da formatura, o castelo estava muito bonito. Todo enfeitado com as cores das casas. Apesar de não haver nenhum formando de Sonserina, a casa também era homenageada. No final da tarde começaram a chegar os convidados, que se espalharam pelo saguão, ampliado magicamente para que todos coubessem ali dentro. Entre eles, obviamente, o casal Weasley, Gui e Fleur, entre outros. Os alunos estavam com seu traje completo. Harry, sentado à mesa dos professores trajava a capa que Gina lhe dera. A cerimônia começou com a diretora anunciando a casa vencedora do ano, Grifinória.
Após o banquete, as mesas foram retiradas e as pessoas começaram a dançar. Harry pediu licença aos professores e se juntou a Gina e os amigos, para aproveitar a festa.
- Harry, como será no ano que vem? – Perguntou Gina, enquanto girava pelo salão, levada por ele.
- Como assim? – Perguntou ele.
- Ainda tenho mais um ano na escola. A gente não vai poder ficar junto, não é mesmo? Como vai ser?
- Bom. Eu estava combinando com o Rony que quando chegarem os resultados dos NIEMs, se tivermos passado, nós nos inscrevermos no curso de Auror. Serão mais três anos, se não me engano. Eu estava pensando em alugar alguma coisa aqui em Hogsmeade para ficar mais perto de você, assim a gente poderia se ver com uma freqüência maior do que apenas os finais de semana em que for liberado o passeio. Mas isto depende de autorização da diretora, é claro.
- Que bom. Não quero ficar longe de você. Eu estou pensando em ser Auror também. O que você acha?
- Acho uma ótima idéia. Você será uma ótima Auror.Já tenho até pena de quem se meter no seu caminho.
As pessoas continuaram dançando e se divertindo. Harry, Gina, Mione e Rony agora estavam sentados numa mesa, quando de repente Harry sente uma fisgada na testa. Ele não deu muita importância, apenas sacudiu a cabeça e continuou conversando. Então a dor voltou. Tão forte e aguda, que Harry caiu de costas da cadeira. Parecia até que ele havia levado um soco, que fora lançado de costas no chão. Ele imediatamente levou as mãos à cabeça. Contorcia-se e gemia no chão, lutando contra um inimigo invisível. Logo foi cercado pelos outros. A música no salão parou e todos ficaram olhando, preocupados com o que poderia estar acontecendo.
- Será que é um ataque? – Perguntou Rony.
- Não sei. – Respondeu Mione, preocupada – Harry! Harry está me ouvindo?
- Sai! – Gritou ele – Sai da minha cabeça!
E num movimento brusco, como se estivesse empurrando alguém com as mãos, ele parou. Abriu os olhos, sentou-se e depois, com a ajuda de Rony ficou em pé, a face extremamente séria.
- Tudo bem Harry? – Perguntou Gina se aproximando e tocando-o no peito. Ele estava suando frio, o corpo extremamente gelado.
- Eu estou bem. – Disse ele em resposta, afastando a mão da namorada e se dirigindo para a mesa dos professores.
Enquanto ele caminhava, todos olhavam para ele, pressurosos sobre o que estava acontecendo. Assim que chegou na pequena escada que levava ao patamar ode estava disposta a mesa dos professores, Harry se virou.
- Tenho uma notícia para dar a vocês. Como devem ter percebido, acabei de sofrer um ataque. Infelizmente ou felizmente, não sei dizer, eu me distrai hoje e não estava preocupado em me defender de uma incursão de Voldemort. Ele se aproveitou disso e invadiu minha mente pra me mandar um aviso.
- Aviso? Que aviso Harry? – Perguntou a diretora Mcgonagall, que estava atrás dele.
- De que hoje é o dia. Hoje o enfrentaremos de forma definitiva. Ele está vindo para cá, pessoal. Estará nos portões da escola em dez minutos.
Um silêncio sepulcral tomou conta do grande salão de Hogwarts.
N.A: Este capítulo ficou pequeno, né? Na verdade não era nem pra ser um cap. mas o teor dele não se encaixava nem no anterior e muito menos no que está por vir. Além disso, estou louco pra terminar de escrever o próximo ( Já comecei e está ficando muito bom, modéstia à parte ) que eu espero postar ainda esta semana.
Abraços, beijos e até mais.
Claudio
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