Festa de Hallowen
Harry deixou a ala hospitalar quinze dias depois de ser internado. O mês de outubro já ia pela metade. No primeiro final de semana após a reunião na sala da diretora, Remo, Rony e Mione revistaram a casa do Largo Grimmauld, revirando todos os cantos, buracos e frestas que podiam imaginar, mas nada encontraram. Quando no relataram isso no domingo à noite, Remo lembrou-os que Harry era dono de Monstro agora e que ele seria obrigado a lhe dizer onde estava o colar se lhe fosse diretamente perguntado. Harry então o chamou, que apareceu de má vontade, trazido por Dobby.
Harry, que ainda não perdoara o elfo, perguntou-lhe sobre o medalhão. Monstro, muito a contragosto e só depois que Harry ameaçou enviar Rony para atear fogo no quadro da srª Black, revelou onde estava o colar, escondido sob uma tábua solta no chão de sua pequena toca, na cozinha da casa. Remo retornou à antiga mansão da família Black e retornou, algum tempo depois com o colar.
Agora eles tinham duas Horcruxes para destruir, mas não sabiam como fazê-lo. Decidiram guardá-las até terem certeza de como destruí-las.
Os dias que se seguiram foram os melhores dos últimos meses para Harry e Gina. Eles aproveitavam o tempo que tinham livres para conversarem. Harry se sentia muito bem em finalmente poder desabafar com a mulher amada seus mais profundos segredos e Gina agora conseguia perceber o grande homem que Harry estava se tornando. Em pouco tempo, ela deixou de ser a ex-namorada magoada, ressentida dos últimos meses e voltou a ser a grande companheira, amiga e confidente que Harry precisava e ela sonhava em ser. Voltou a ser bem humorada e estava cada dia mais linda.
O primeiro dia em que os dois entraram no salão principal - depois da alta de Harry - abraçados, todo o salão prorrompeu em aplausos, não só pela recuperação dele, mas também porque todos (menos os sonserinos) torciam pelo casal.
Enquanto isso, Rony e Hermione continuavam na mesma. Hermione tentara se insinuar um pouco mais depois que eles haviam voltado do orfanato, dizendo que o considerava um herói, mas o máximo que ela conseguiu foi deixar o rapaz ainda mais envergonhado, achando que ela estava tirando um sarro da cara dele.
Assim o mês foi chegando ao fim, o outono deixando sua marca, as folhas das árvores caindo e cobrindo o chão com um tapete de folhas secas.
Como as saídas para Hogsmeade e o campeonato de Quadribol haviam sido cancelados, os alunos estavam aguardando eufóricos a festa de Hallowen. Hagrid havia cultivado abóboras gigantescas para enfeitar o salão.
Na hora do jantar, a maior parte dos alunos já se encontrava no salão, conversando e se divertindo. Harry estava sentado á mesa da Grifinória, ao lado de Gina, quando de repente ouviu-se uma explosão a distância. Todos se calaram, tentando entender de onde viera a explosão e Rony já estava se dirigindo para a porta quando Justino, que estava de guarda na torre de astronomia entrou correndo e se dirigiu a Harry e a diretora, que vinham em sua direção, dizendo:
- É um ataque! Estão atacando Hogsmeade.
- Você tem certeza? – Perguntou Harry.
- Tenho, vi Gigantes e Comensais. Eles explodiram alguma coisa no centro da cidade e estão atacando os moradores.
- Não podemos deixar as pessoas de lá à mercê dos Comensais. – Disse a diretora – Devemos ir até lá ajudá-las.
- É uma armadilha. – disse Harry, agora com Gina e Mione se juntando a eles – Uma distração. A intenção deles é atacar a escola.
- Como você sabe, Harry? – Perguntou Lupin, também se aproximando.
- É o que eu faria se estivesse no lugar deles. Eles sabem que não deixaremos que coloquem vidas inocentes em perigo. Eles sabem que vamos sair da escola para ajudar aquelas pessoas e vão nos atacar. – Disse Harry.
- Concordo plenamente. – Disse Lupin, não escondendo um sorriso de orgulho perante o raciocínio lógico e rápido do rapaz.
- Mas não podemos deixar aquelas pessoas sem ajuda! – Disse Minerva.
- Também acho, Harry. – Disse Gina, olhando para o namorado, sabendo que ele não faria uma coisa destas e que já tinha algo em mente – O que você está pensando em fazer?
Harry olhou em sua volta. Todos no salão estavam atentos à conversa, teria que tomar uma decisão imediatamente, não havia tempo a perder.
- Diretora, minha sugestão é que façamos o seguinte: Os professores, Grope e alguns membros da AD vão ajudar a vila. O restante da AD e a senhora ficam e protegem o castelo.
- Eu não posso ficar aqui enquanto todos vão para a vila lutar, Potter. – Respondeu a diretora ofendida.
- Profª Mcgonagall, seria muito ruim para a escola se houvesse um novo ataque e a diretora não estivesse presente para defender sua escola. Sem contar que eu acredito que nós seremos atacados aqui também.
- Eu concordo novamente com Harry, Minerva. – Disse Remo – Pelo menos em parte. Acho que nem todos os professores devem ir, Eu e Filio devemos ficar para ajudar a defender a escola.
- Apoiado!Apoiado!- Disse a voz fininha do pequeno professor de feitiços.
- Muito bem então. – Cedeu a diretora Minerva Mcgonagall – Vamos nos organizar. – Virou-se para os alunos, ainda sentados nas mesas das casas e disse – Todos os alunos, com exceção dos membros da Armada devem se dirigir aos seus dormitórios. Os monitores dirão quando poderão sair.
Imediatamente todos os alunos se levantaram e seguiram para a saída, seguindo para seus dormitórios. Os membros da Armada se reuniram na mesa da Grifinória, aguardando instruções. Harry se aproximou e disse:
- Pessoal, chegou a hora. Os comensais estão atacando Hogsmeade e certamente virão atrás de nós. Preciso de voluntários para ajudar os professores na defesa da vila. Se ninguém quiser ir eu entendo, vai ser perigoso. Eles trouxeram gigantes e não sabemos o que mais.
- Eu vou Harry! Disse Neville, surpreendendo a todos.
Na seqüência se apresentaram Miguel, Dino, Terêncio e Justino. Enquanto harry conversava com a Armada, a diretora conversava com os professores. Mal ela informou o que deveriam fazer, Hagrid saiu correndo para chamar Grope e se preparar, Firenze foi para seus aposentos fazer o mesmo. Logo estavam de volta, Firenze com seu conjunto de Arco e Flecha e Hagrid com sua Besta.
Saíram apressadamente do castelo, Harry ainda passando instruções.
- Só deverão sair comigo os maiores de idade. Não podemos correr o risco de ter algum menor ferido do lado de fora. Gina, você...
- Nem vem Harry.Não adianta tentar me deixar pra trás que eu não vou ficar. – Respondeu a ruiva, enfaticamente, interrompendo-o – Tanto eu quanto Luna somos Fundadoras da Armada como vocês e já lutamos contra os Comensais.
- Muito bem então. – Concordou Harry, a contragosto. Ela não queria que Gina corresse perigo, mas ela estava certa – Colin, você fica responsável pela turma do sexto ano, farão uma linha de defesa logo após os portões do castelo. Se alguém passar por nós será sua responsabilidade impedir que continue. Denis, você ficará com o pessoal do quinto ano, aqui nas portas do castelo. Se passarem pelo seu irmão, vocês entram em ação. Entenderam?
Todos concordaram e começaram a se posicionar. Os alunos do quinto ano eram em torno de quinze. Estavam nervosos, mas se posicionaram ao longo da entrada do castelo. O grupo de Colin tinha mais dez, que se posicionou uns 5 metros antes dos portões.
O grupo se posicionou em frente aos portões, olhando para a vila pouco mais abaixo, ardendo em chamas. Um sentimento de revolta atingiu Harry, um nó se formou em sua garganta. Eles perderam tempo demais. Uma grande matança poderia estar acontecendo ali, bem próximo a eles. Harry sabia que havia aurors na vila, mas não sabia quantos eram e certamente não estavam preparados para um ataque daquela magnitude. Ele olhou para Gina, a seu lado e disse:
- Promete que vai tomar muito cuidado e que não vai sair de perto de mim?
- Nem precisa pedir pra ficar do seu lado. Nada nem ninguém me tirariam daqui. – Disse ela, segurando em sua mão – E você, me promete que não vai fazer nenhuma loucura?
- Vou tentar. Você me conhece, às vezes não dá pra evitar. – Respondeu ele, dando um sorriso e um beijo na testa da namorada.
Minerva Mcgonagall se aproximou dos portões para abri-los, Grope à frente, para dar cobertura aos demais. Assim que a diretora abriu os portões, ele saiu e se posicionou. Imediatamente ouviu-se o som de várias pessoas aparatando e uma chuva de feitiços começou a atingi-lo.Logo atrás dele começaram a sair os professores e alunos que iriam para Hogsmeade, desaparatando assim que saiam dos terrenos da escola. Assim que o último havia desaparatado, Harry olhou para os amigos e gritou:
- Vamos!
Ele foi o primeiro a sair, disparando feitiços em direção aos comensais, sendo seguido por Gina e Luna à sua esquerda, Mcgonagall e Remo à direita e logo depois, Rony, Mione e os demais. Assim que se posicionaram, a diretora mandou Hagrid, que ficara com o irmão, para irem ajudar os outros. Um tanto a contragosto, este chamou Grope, que o pegou e colocou no ombro e em seguida saiu correndo para a vila.
Harry olhou em volta. Percebeu que a situação não era boa. Havia pelo menos trinta comensais e os defensores eram em torno de vinte. Logo se formaram pequenos grupos batalhando. Gina e Luna já estavam duelando com um comensal cada. Mcgonagall encontrou Belatriz travava um duelo feroz com ela. Ele perdeu Mione e Rony de seu campo de visão, mas não tinha como se preocupar com eles agora precisava se concentrar nos dois comensais que vinham pra cima dele.
Um pouco à direita de Harry, Remo Lupin avistou Severo Snape, e correu diretamente para ele:
- Como ousa Severo? – Perguntou ele – Depois de tantos anos dedicados a Hogwarts e Dumbledore, como ousa atacar esta escola?
- Ora, Lupin. – Respondeu o outro, sarcasticamente – Você realmente achou que eu não voltaria para destruir este lugar que tanto odeio? Onde tive que viver durante tantos anos fingindo para aquele velho idiota?
- Não ouse falar assim de Dumbledore na minha frente, Snape. – Disse Lupin, lançando um feitiço, facilmente repelido por Snape.
- E para completar meu prazer, tenho a chance de acabar com o último dos marotos. Esta noite tem tudo pra ser gloriosa.
Os dois continuaram lutando, lançando feitiços como loucos. O professor Flitwick, que era muito bom em duelos já conseguira derrubar dois comensais. Porém, sua baixa estatura era um ponto negativo contra ele, que foi o primeiro defensor a tombar, quando foi atacado por Greyback, que o pegou e jogou a vários metros, onde caiu totalmente inerte. Cho e Marieta lutavam contra um comensal loiro e alto, o mesmo que participara da invasão anterior. Elas estavam tendo muito trabalho, pois o homem parecia totalmente ensandecido, disparando feitiços sem direção e rindo sadicamente. Próximo a elas, Rony e Mione lutavam lado a lado, cada um enfrentando dois comensais cada.
Harry conseguira derrotar os dois comensais com quem lutava quando ouviu Gina chamá-lo:
- Harry! Veja. Dementadores.
Harry olhou em direção à vila de Hogsmeade e gelou. Uma onda de Dementadores vinha voando em direção a eles. No mínimo cem deles, voando baixo e rapidamente. Harry sabia que eles não os atacaria, que tentariam seguir em direção ao castelo, e gritou para Colin para que ele usasse os patronos para impedir o avanço dos Dementadores.
Colin conjurou seu patrono, mas foi um dos poucos que conseguiu. Mais dois ou três patronos se formaram e partiram em direção à horda de seres que se aproximava, mas a maioria não conseguiu conjurar. Criar um patrono em um ambiente fechado, em treinamento era uma coisa. Conjurar em um campo de batalha, sob pressão, com tantos dementadores vindo em sua direção era totalmente diferente. Os Dementadores passaram rapidamente pelos patronos, que não duraram muito. Passaram sobre as cabeças dos combatentes, sendo incentivados por Belatriz, que dizia:
- Avancem! Ataquem o castelo e suguem a vontade a alma deles. Vão! – E ria, muito satisfeita.
Denis, ao ver os Dementadores atacando o grupo do irmão, tentou conjurar seu patrono, mas também em vão. A situação estava saindo do controle, os alunos mais jovens e menos experientes estavam entrando em pânico. Gina, que a esta altura se aproximara mais de Harry disse:
- Harry! Eles não vão conseguir, precisamos fazer alguma coisa.
Harry olhou em volta, não havia como mandar ninguém em socorro, por um instante não sabia o que fazer. Então olhou de volta para Gina. Só então ele reparou como ela estava linda, os cabelos presos num rabo – de – cavalo, uma pequena mecha caindo sobre os olhos, que estavam brilhantes. Só então percebeu o quanto a desejava, e uma idéia lhe veio à cabeça. Deu um grande sorriso para a moça, que olhava para ele com olhos arregalados, sem entender nada. Harry parecera perdido por um minuto, sem saber o que fazer, e de repente, olhara para ela duma maneira diferente como nunca antes. Era um olhar quente. cheio de desejo. Gina se sentiu nua, ficou extremamente envergonhada, mas antes que pudesse perguntar que loucura era aquela, ele fez coisa pior. Ainda sorrindo, Harry virou as costas para a batalha. Ela correu em sua direção, gritando desesperada:
- Protejam esse maluco! – No que foi auxiliada por Luna.
Ambas se posicionaram ombro a ombro, às costas de Harry, prontas para refletir qualquer feitiço que viesse em sua direção, mas não houve feitiço algum. Todos haviam parado de lutar e olhavam para algo atrás dela. Relutantemente, com medo de estar sendo enganada, Gina olhou por cima dos ombros, e seu queixo caiu.
Harry tinha certeza que poderia conjurar o maior patrono da história. Ainda sorrindo, com a bela imagem de Gina bem clara em sua cabeça, se virou e bradou a plenos pulmões:
- EXPECTO PATRONUM!
Ele tinha certeza que Pontas cuidaria dos Dementadores, como ocorrera em seu terceiro ano. Mas não foi isso que aconteceu. Primeiro, houve uma onda de magia prateada que saiu da ponta de sua varinha e se propagou, atingindo os Dementadores mais próximos e destruindo-os. Em seguida, uma gigantesca Fênix, também prateada voou em direção ao castelo, atacando os Dementadores, que tentavam fugir, mas assim que eram atingidos pela ave desapareciam num espiralar de fumaça. Uma onda de gritos de vivas, vindos das janelas dos castelos, de onde os alunos assistiam a batalha se fez ouvir.
Harry virou a varinha, fazendo com que o Patrono-Fênix fizesse uma graciosa curva e se dirigisse para o restante dos Dementadores, que ainda estavam chegando. Enquanto ele atacava-os, uma explosão em amarelo e laranja aconteceu sobre sua cabeça e uma Fênix verdadeira surgiu, voando em círculos. Era Fawkes, a Fênix de Dumbledore, retornando a Hogwarts.
Assim que o último Dementador fugiu, o Patrono fez uma nova curva, se dirigindo para Harry, parando no ar sobre ele e olhando-o carinhosamente. Harry correspondeu o olhar e disse, emocionado.
- Obrigado! Professor!
Ele sabia que não era o Diretor, mas o fato do seu Patrono ter assumido a forma da Fênix, que era o Patrono de Dumbledore deixava claro que este deveria ser o nome de seu novo Patrono.
Durante a demonstração de poder que Harry acabara de demonstrar, alguns comensais não se sentiam mais tão seguros. Eles nunca haviam visto um bruxo tão poderoso, capaz não só de afugentar mas de desintegrar tantos Dementadores. Começaram a temer que poderiam levar a pior na batalha. Snape, que não contava em perder o apoio dos Dementadores tão cedo, estava frustradíssimo, mas foi o primeiro a se recompor. Lançou um feitiço Sectusempra contra Lupin, que foi pego de surpresa e não conseguiu se defender. Imediatamente a luta voltou acirrada. Ao ver Remo sendo atingido, Harry urrou de raiva e correu para lutar contra Snape, sob os protestos de Gina que gritava para ele não ir.
Hermione conseguiu se desviar de um feitiço lançado por um comensal baixinho e atarracado. Como ele estava de capuz, ela não tinha idéia de quem era, mas ficou óbvio que não era lá grande bruxo. Assim que desviou, lançou um Petrificus Totallus e o comensal caiu de costas no chão. Mas antes que conseguisse se recompor sentiu uma pancada em seu ombro que a jogou no chão e antes que conseguisse se levantar sentiu os ossos de sua perna esquerda se partirem, uma grande onda de dor percorrendo seu corpo, fazendo-a chorar. O que quer que a atingira permanecia pressionando sua perna, e quando ela conseguiu abrir os olhos, congelou de pavor. Greyback estava sobre ela, pisando em sua perna, onde uma ponta de osso perfurava a pele, numa fratura exposta. Ele se abaixou, passou o dedo pela ferida, colhendo o sangue e levou à boca, sugando-o e disse:
- Delicioso! Acho que vou começar meu banquete por você, menina. Já não é tão criança, mas seu sangue é doce como mel. E sua pele parece bem macia, vou rasgá-la facilmente.
Hermione não conseguia gritar, estava paralisada pela dor e a cena que assistira. Greyback vinha em sua direção, as mãos estendidas em direção de seu pescoço, quando um pé passou em frente de seus olhos e o atingiu com força no rosto, lançando-o a mais de dois metros de distância. Era Rony, que pulou a sua frente, ficando entre ela e seu agressor e disse:
- Não ouse tocar nela de novo, monstro.
- Ora!Ora!Ora! – Disse Fenrir, se levantando e limpando o sangue que escorria do canto da sua boca – Então temos um lindo cavaleiro que veio proteger sua bela donzela.
- Não vou deixar você machucá-la de novo. – disse Rony, tirando sua capa e jogando-a no chão.
- Acha mesmo que pode me impedir moleque? – Riu-se Greyback, num riso que mais parecia um uivo.
- RONY! – Gritou Mione – Não faça isso, ele vai matar você. Ele é um Lobisomem.
- E vai ter que me matar mesmo se quiser fazer mal a você. – Respondeu o rapaz, dando um sorriso para ela – Não se preocupe Mione. Eu tenho algumas contas a acertar com esse cara pelo que ele fez ao Gui. – Virou-se de volta para Fenrir e disse em tom de piada – Vem Totó. Vou te levar para passear.
Greyback, se sentindo insultado por Rony não esperou um segundo. Deu um salto em direção ao rapaz, que desviou-se agilmente para a esquerda e desferiu uma cotovelada nos rins do lobo, que novamente uivou, agora de dor. Em seguida Rony, virando o corpo e atingindo-o novamente com um soco no rosto. Greyback se recuperou rápido, desferindo um golpe com as costas das mãos e atingindo Rony na altura do peito, lançando-o para trás e derrubando-o de costas no chão. Rony caiu, perdendo o fôlego pela pancada nas costas, mas não teve tempo sequer de pensar, pois Fenrir estava pulando sobre ele. Rony levantou as pernas, aparando o corpo de Fenrir no ar e jogou-o por sobre sua cabeça, levantando-se o mais rápido que pôde.
Agora era Fenrir que caia de costas no chão, perdendo o fôlego. Antes que conseguisse se levantar, levou outro chute na cara, quebrando-lhe o nariz. Uma onda de intensa dor se fez e ele perdeu a visão por um instante. Rony não perdeu a oportunidade e continuou a chutar o outro, que estava caído e tentava proteger a cabeça, em todos os lugares possíveis. Porém Fenrir logo se recuperou e com um dos braços deu uma rasteira em Rony, derrubando-o. Rony rolou de lado e se levantou, o mesmo fazendo Fenrir. Aquele moleque estava dando mais trabalho do que ele poderia imaginar. Os dois ficaram assim por um instante se estudando, suados, respirando com dificuldade, andando de lado em círculo, procurando uma brecha na guarda um do outro.
Enquanto isso, Mione estava desesperada. Ela não conseguia ficar de pé e não podia distrair Rony, qualquer distração seria fatal. Assistia a luta com o coração quase saindo pela boca, encostada numa árvore. De onde estava, lançava feitiços nos comensais que via tentando atacar Rony, nunca vira o rapaz tão violento.
Longe dali, Gina continuava lutando com um comensal e não percebeu quando outro se aproximou dela pelas costas, até se sentir presa por uma gravata, a mão do inimigo prendendo sua mão que segurava a varinha. O bruxo a imobilizara e agora encostava sua boca ao seu ouvido e dizia:
- Estava com saudades, Weasley?
- Malfoy? – Perguntou ela – Como tem coragem de aparecer aqui?
- Meu mestre me mandou. – Respondeu o rapaz, tirando seu capuz e mostrando seus cabelos louros-prateados, se encostando ainda mais em Gina - Sabe Weasley, achei que esta missão seria um porre. Mas acabei de mudar de idéia, sabe? Weasley, você está ficando muito bonitinha, menina.
- Me solta, Malfoy. – Respondeu Gina, enojada. Malfoy estava agarrando-a de uma maneira que nem mesmo Harry fazia, ela podia senti-lo respirando sofregamente em seu pescoço, cheirando seu cabelo, roçando nela com péssimas intenções.
- Você podia deixar este bando de perdedores, Weasley, e vir comigo. Só assim você sobreviveria. Seria uma pena ter que matá-la...
- Me matar? – Riu Gina, ainda lutando para se soltar – Só se for de nojo, Malfoy. Só de você estar perto de mim já me dá vontade de vomitar. Você acha mesmo que eu trocaria alguém como Harry por um idiota feito você?
Malfoy não suportava ser comparado a Harry, agarrou Gina pelos cabelos e resolveu virá-la de frente para ele. Mas a garota, que esperava uma chance de escapar aproveitou quando ele afrouxou a gravata e mordeu sua mão. Malfoy foi forçado a soltá-la e Gina girou o corpo e estuporou Malfoy, lançando-o longe. Ele caiu desacordado perto de Luna, que acabara de ser estuporada por seu adversário, ainda com alguns fios de cabelo da menina nas mãos. Gina teve vontade de matá-lo, tão revoltada ficou com o que tinha acontecido, mas não teve tempo de pensar, pois o comensal que derrubara Luna vinha em sua direção e ela teve que se defender.
Harry sabia que não poderia perder aquela luta. Era essencial que o plano que bolara, quando pedira para Remo lhe dar aulas de Oclumência fosse muito bem executado, senão Snape perceberia. Ele deveria pensar que Harry ainda não sabia se defender de suas incursões. Harry se posicionou de frente para o ex-professor, pensamentos simples em sua cabeça.
- Você não tem chances, Potter. – Disse Snape – Sua mente fraca e simplória é um livro aberto para mim.
- Não me importo com isso Seboso. – Retrucou ele – Você precisa pagar pelo que fez, traidor. Contra meus pais e contra Dumbledore.
- E você pretende me punir? – Zombou Snape – Não seja patético. Vim buscá-lo para meu mestre, Potter. Ele deseja que você seja entregue vivo, mas não disse nada sobre ileso.
Snape começou a atacar Harry, que desviava dos feitiços da melhor forma possível, lançando outros em reposta, que eram defendidos facilmente por Snape. Em certo momento, Snape conseguiu atingir Harry com a maldição Cruciatus e este caiu ao chão, gemendo de dor. Não poderia continuar com aquilo por muito tempo. Não teria escolha, teria que partir pro tudo ou nada.
Rony estava cansado. Suas pernas doíam e ele não sabia quanto tempo mais poderia suportar as investidas de Greyback. Este, por sua vez, queria acabar logo com aquela luta, queria matar alguém, sua boca se enchia d’água ao pensar em quantos alunos havia dentro da escola à sua espera. Deu um salto em direção de seu oponente e foi interceptado novamente por ele, agora os dois estavam cara a cara, medindo forças. Mas Greyback era um Lobisomem, possuía muito mais força que as pessoas normais e logo conseguiu sobrepujar Rony, lançando-o para trás e acertando-lhe um soco no rosto, que derrubou Rony cuspindo sangue. Este se levantou e partiu para cima de Fenrir, o que foi um erro. Ele estava esperando e foi sua vez de desviar e atingir Rony com força, que caiu novamente. Fenrir o levantou pela gola da camisa e disse:
- Chega de brincar, moleque.
E deu um forte murro no peito de Rony, que voou longe. Assim que o soco o atingiu, Rony sabia que a luta chegava ao fim. Ouviu o som de suas costelas de partirem, caiu chapado de costas sobre a grama e sabia que não conseguiria se levantar, tamanha a pressão que sentia em seu peito. Não conseguia respirar, queria deitar a cabeça sobre a grama e dormir, descansar. Já havia lutado tanto. Mas não podia. Greyback vinha em sua direção e iria matá-lo e depois ia atrás de Mione e isso ele não podia deixar que acontecesse. Reuniu todas as suas forças, buscou sua varinha no bolso da calça e quando Greyback ia pular sobre ele, levantou a varinha em sua direção e gritou:
- Incêndio!
Uma bola de fogo partiu da ponta de sua varinha, atingindo Fenrir diretamente no peito, jogando-o para trás, o corpo em chamas, gritando de dor. Amico, um dos comensais que estava por perto correu em socorro de Fenrir, conjurando água para apagar o fogo enquanto Rony se deixava cair sobre a grama, exausto.
Hermione se arrastou até ele, preocupada com seu estado. Lá chegando, passou a mão pelo rosto do rapaz, extremamente pálido falando:
- Rony! Você está me ouvindo? Fala comigo, por favor. Não me deixa assim, Rony.
- Oi Mione. – Sussurrou ele. Você está bem? Ele te machucou muito?
- Não, eu estou ótima. E você?
- Nada mal, sabe. Não consigo me mexer que dói tudo, mas fora isso tudo bem.
- Você é louco Rony? Lutar contra um Lobisomem de mãos limpas?
- Já vai começar a brigar comigo, Mione? – Perguntou ele em tom de brincadeira – Mesmo eu estando aqui todo arrebentado deste jeito?
- Não! Claro que não. Estou muito orgulhosa de você, sabia? Lutou por mim, nunca pensei que teria o meu próprio “cavaleiro”, como disse o Greyback. Foi muito bonito o que você fez, Rony.
- Eu não podia deixar ele machucar a mulher que eu amo, não é?
- Não, acho que... – Hermione estacou, não acreditando no que tinha ouvido – Mulher que você ama? Ronald Weasley, você disse que me ama?
- É, acho que disse sim, srtª Hermione Granger. Não posso mais esconder o que...
Mas Rony não conseguiu terminar a frase, pois Mione se jogou sobre ele e beijou-o ardorosamente. Rony viu estrelas de tanta dor, porque Mione se apoiara sobre suas costelas quebradas, mas nada estragaria aquele momento. Continuaram se beijando, aquele beijo tão sonhado, tão esperado e desejado, naquele local tão sombrio e triste que era o campo de batalha, não se importando com mais nada nem ninguém. Aquele momento era só deles.
Harry não agüentava mais. Estava machucado, sangrando. Snape estava se divertindo muito e era chegado o momento. Levantou-se do chão pela quarta vez e se concentrou. Só poderia liberar a imagem do primeiro feitiço que iria lançar. Em seguida, tentou atingir Snape com um Rictusempra, que foi bloqueado como ele previra. Assim que Snape baixou a guarda, ele lançou mais dois feitiços Sectusempra, girando a varinha em forma de um X.
Os feitiços atingiram Severo Snape em cheio no peito, abrindo um grande X nele, por onde o sangue começou a jorrar em abundância. Snape olhou para seu peito e ainda teve tempo de perceber que havia sido enganado por Harry. Caíra na armadilha do rapaz, ele estava fingindo o tempo todo sobre a Oclumência. Ainda com um sorriso de descrença, Severo Snape caiu de borco no chão, morto.
Draco Malfoy, que estava lançando um novo feitiço estuporante em Luna, ainda caída no chão, viu a queda de Snape e gritou por sua tia Belatriz, que ainda travava uma ferrenha luta com a diretora da escola. Quando ela viu seu companheiro morto, sentiu que se permanecessem ali todos seriam derrotados. Portanto deu ordem para fugirem, mas sabia que se retornasse sem concluir a sua missão seria castigada por seu mestre. Virou-se para a diretora Mcgonagall, dizendo:
- Muito bem, vocês venceram a batalha. Mas nem tudo está perdido. Hogwarts vai perder outro diretor em menos de um ano. AVADA KEDAVRA!
Um jato de luz verde partiu de sua varinha em direção de Mcgonagall, que estava muito cansada de lutar, não conseguiu sequer se esquivar, fechou os olhos e esperou pela morte. Mas um vulto se jogou a sua frente e recebeu o feitiço no lugar da professora. Simas que estava ao lado se jogara na frente e recebera o feitiço da morte no lugar, caindo inerte sobre ela. Como estavam muito próximos, o “coice” do feitiço também atingiu Mcgonagall, que caiu sob o aluno, desacordada.
Belatriz fugiu, sem saber se conseguira seu intento ou não, seguida dos outros comensais que ainda estavam em condições, carregando alguns dos derrotados.
Gina corria em direção a Harry, não acreditando no que via. Ele derrotara Snape. Pior, ele o matara. Harry estava parado, olhando para o corpo agora sem vida de um dos homens que mais odiara na vida. Pensara que se sentiria feliz, aliviado, vingado com a morte de Snape, mas o sentimento que tomava conta dele era o vazio. Não sentia prazer, mas sim remorso pela vida que tirara. Gina chegou até ele e o abraçou. Ele retribuiu o abraço caloroso da mulher amada, dizendo:
- Não tive opção, Gina. Não queria que ele morresse assim, mas se eu não fizesse isso ele me pegaria e levaria para Voldemort.
- Eu sei, Harry. – Respondeu ela, beijando seu rosto – Você fez o que fez em legítima defesa. Olha, tenta ficar calmo. Nós vencemos, Harry. Vencemos!
- Vencemos, Gina? É, pode ser. Mas a que custo? Olhe a sua volta, a maioria está ferida. O cheiro da morte está se espalhando. Será que valeu a pena?
- Claro que valeu, meu amor. Hogwarts está salva. Todos lá dentro estão seguros, não há nenhum aluno ferido. As pessoas que saíram para lutar estavam conscientes do risco. Não pense mais nisso, está bem? Venha, vamos procurar os outros.
Eles seguiram em direção ao local onde estavam Rony e Mione, ainda abraçados deitados no chão. Gina conjurou duas macas para eles e levou-os para dentro.
A cena em volta era realmente deprimente. Poucos estavam de pé. Katie Bell estava tratando de Remo, Ana Abbot não sabia quem socorrer, olhando em sua volta e chorando. Cho estava agarrada a Marieta chorando, e Harry temia pelo pior. Fred estava recolhendo os comensais que haviam ficado caídos. Harry chamou Colin e pediu para que ele ajudasse a levar os feridos para dentro, enquanto ele ajudava Fred a prender os comensais. Haviam conseguido prender oito, e havia três mortos. Snape, um outro que ninguém conhecia e o grandão loiro, meio louco. Ele estava perto de Cho e Marieta e quando Harry se aproximou das moças, seu medo se tornou realidade. Marieta estava morta. Cho contou soluçando que o comensal a matara e ela o matara em seguida, tomada pela raiva. Harry abraçou a amiga e pediu para um aluno do sexto ano levar o corpo de Marieta para a ala hospitalar, para onde já havia sido levado o corpo de Simas.
Os comensais presos ficaram sob a guarda de Fred até que chegasse alguém para levá-los para Azkaban. Harry não queria os comensais dentro do castelo então eles foram levados para a cabana de Hagrid. Deixou Colin e mais alguns alunos de vigia nos portões e subiu em direção ao castelo. Olhou as horas, eram pouco mais de 20:00 hs, tanta coisa acontecera aquela noite e ainda era tão cedo. Ele suspirou, pois sabia que a noite ainda estava muito longe de terminar. Havia muito ainda o que fazer.
N.A. Este capítulo demorou um poco mais do que eu esperava pra ficar pronto, espero ter conseguido descrever em palavras o que tinha imaginado sobre a batalha. Estava ansioso em escrevê-lo, principalmente a luta entre Rony e Fenrir. Espero que tenham gostado.
Sobre alguns comentários:
Leo, obrigado por indicar a minha FIC na sua, eu lí e gostei muito. Dei nota 5 porque não podia ser maior.
Molly, espero que você goste da Gina a partir de agora. Na minha comcepção, ela passou por um momento difícil, mas isso já passou e ela vai voltar a ser a mulher firme e decidida, companheira e fiel que J.K. desenvolveu como perfil da personagem. Isso vai ser vital para a sequencia da minha estória, pode ter certeza.
Douglas, o cap com a explicação que você quer vai aparecer logo logo, espero que goste.
Obrigado pelos comentários mais uma vez, até o próximo capítulo.
Claudio
Comentários (1)
ola acabo de conhecer a sua fic e ela e otima, gosto muito do seu harry mais forte e confiante...sei que vc ja terminou a historia mais vou deichar o meu comentario...kkakakakakakak . atrasada.vitoria
2013-02-18